Você está na página 1de 29

Antropologia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Ir para: navegação, pesquisa

Antropologia (do grego ἄνθρωπος, transl. anthropos, "homem", e λόγος, logos,


"razão"/"pensamento"/"discurso"/"estudo") é a ciência que tem como objeto o estudo sobre o
homem e a humanidade de maneira totalizante, ou seja, abrangendo todas as suas dimensões.1 A
divisão clássica da Antropologia distingue a Antropologia Cultural da Antropologia Biológica.
Cada uma destas, em sua construção, abrigou diversas correntes de pensamento.

Pode-se afirmar que há poucas décadas a antropologia conquistou seu lugar entre as ciências.
Primeiramente, foi considerada como a história natural e física do homem e do seu processo
evolutivo, no espaço e no tempo. Se por um lado essa concepção vinha satisfazer o significado
literal da palavra, por outro restringia o seu campo de estudo às características do homem físico.
Essa postura marcou e limitou os estudos antropológicos por largo tempo, privilegiando a
antropometria, ciência que trata das mensurações do homem fóssil e do homem vivo.

Antropologia

Escolas[Expandir]

Expoentes[Expandir]

Áreas de estudo[Expandir]

Conceitos[Expandir]

Listas[Expandir]

Portal

v • e
Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci.

Índice
 [esconder] 
 1 Divisões e campo
 2 Considerações

 3 História da Antropologia
o 3.1 Primórdios

o 3.2 O século XVIII

o 3.3 O século XIX

 3.3.1 A antropologia evolucionista


 3.3.1.1 Teoria
 3.3.1.2 Método
 3.3.1.3 Pensadores
 3.3.2 A antropologia difusionista
 3.3.2.1 Representantes e obras
 3.3.3 O surgimento da "linhagem francesa"
o 3.4 O século XX

 3.4.1 A antropologia funcionalista


 3.4.1.1 Representantes e principais obras
 3.4.2 A antropologia estrutural
 3.4.2.1 Ideias centrais
 3.4.2.2 Autores e obras
 3.4.3 O particularismo histórico
 3.4.3.1 Principais ideias
 3.4.3.2 Representantes
 3.4.4 A escola de cultura e personalidade
 3.4.4.1 Representantes
 3.4.5 A antropologia interpretativa
 3.4.5.1 Ideias centrais
 3.4.6 Antropologia da arte
 3.4.7 Antropologia da imagem
 3.4.8 Antropologia das emoções
 3.4.9 Antropologia jurídica
 3.4.10 Antropologia médica e da saúde
 3.4.11 Antropologia e psicanálise
 3.4.12 Antropologia visual
 3.4.13 Outros movimentos
 3.4.14 Debates pós-modernos
 3.4.14.1 Ideias centrais
 4 Áreas de estudo em Antropologia
 5 Conceitos e métodos da Antropologia
 6 Referências
 7 Ver também
 8 Ligações externas

Divisões e campo[editar]
A Antropologia, sendo a ciência da humanidade e da cultura, tem um campo de investigação
extremamente vasto: abrange, no espaço, toda a terra habitada; no tempo, pelo menos dois
milhões de anos e todas as populações socialmente organizadas. Divide-se em duas grandes áreas
de estudo, com objetivos definidos e interesses teóricos próprios: a Antropologia Física (ou
Biológica) e a Antropologia Cultural, para alguns autores sinônimo de antropologia social, que
focaliza, talvez, o principal conceito desta ciência, a cultura. Segundo o Museu de Antropologia
Cultural da Universidade de Minnesota a antropologia cultural abrange três tópicos gerais que
por sua vez subdivide-se e constituem-se como especialidades: Etnografia / Etnologia,
Linguística aplicada à antropologia e Arqueologia. A cultura e a mitologia correspondem ao
desejo do homem de conhecer a sua origem, ou produzem um modo de autoconhecimento que é
a identidade, diferenciando os grupos em função de suas idiossincrasias e adaptação em
ambientes distintos.

Considerações[editar]
Para pensar as sociedades humanas, a antropologia preocupa-se em detalhar, tanto quanto
possível, os seres humanos que as compõem e com elas se relacionam, seja nos seus aspectos
físicos, na sua relação com a natureza, seja na sua especificidade cultural. Para o saber
antropológico o conceito de cultura abarca diversas dimensões: universo psíquico, os mitos, os
costumes e rituais, suas histórias peculiares, a linguagem, valores, crenças, leis, relações de
parentesco, entre outros tópicos.

Embora o estudo das sociedades humanas remonte à Antiguidade Clássica, a antropologia


nasceu, como ciência, efetivamente, da grande revolução cultural iniciada com o Iluminismo.

História da Antropologia[editar]
Embora a grande maioria dos autores concorde que a antropologia se tenha definido enquanto
disciplina só depois da revolução Iluminista, a partir de um debate mais claro acerca de objeto e
método, as origens do saber antropológico remontam à Antiguidade Clássica, atravessando
séculos. Enquanto o ser humano pensou sobre si mesmo e sobre sua relação com o "outro",
pensou antropologicamente. A Antropologia é o estudo do homem como ser biológico, social e
cultural. Sendo cada uma destas dimensões por si só muito ampla, o conhecimento antropológico
geralmente é organizado em áreas que indicam uma escolha prévia de certos aspectos a serem
privilegiados como a “Antropologia Física ou Biológica” (aspectos genéticos e biológicos do
homem), “Antropologia Social” (organização social e política, parentesco, instituições sociais),
“Antropologia Cultural” (sistemas simbólicos, religião, comportamento) e “Arqueologia”
(condições de existência dos grupos humanos desaparecidos). Além disso podemos utilizar
termos como Antropologia, Etnologia e Etnografia para distinguir diferentes níveis de análise ou
tradições acadêmicas.

Para o antropólogo Claude Lévi-Strauss (1970:377), a etnografia corresponde “aos primeiros


estágios da pesquisa: observação e descrição, trabalho de campo”. A etnologia, com relação à
etnografia, seria “um primeiro passo em direção à síntese” e a antropologia, “uma segunda e
última etapa da síntese, tomando por base as conclusões da etnografia e da etnologia”.

Qualquer que seja a definição adotada, é possível entender a antropologia como uma forma de
conhecimento sobre a diversidade cultural, isto é, a busca de respostas para entendermos o que
somos a partir do espelho fornecido pelo “outro”; uma maneira de se situar na fronteira de vários
mundos sociais e culturais, abrindo janelas entre eles, através das quais podemos alargar nossas
possibilidades de sentir, agir e refletir sobre o que, afinal de contas, nos torna seres singulares,
humanos.

Primórdios[editar]

Homero, Hesíodo e os filósofos pré-socráticos já se questionavam a respeito do impacto das


relações sociais sobre o comportamento humano; ou vendo este impacto como consequência dos
caprichos dos deuses, como enumera a Odisseia de Homero e a Teogonia de Hesíodo, ou como
construções racionais, valorizando muito mais a apreensão da realidade no dia a dia da
experiência humana, como preferiam os filósofos pré-socráticos. Foi, sem dúvida, na
Antiguidade Clássica que a "medida Humana" se evidenciou como centro da discussão acerca do
mundo. Os gregos deixaram inúmeros registros e relatos acerca de culturas diferentes das suas,
assim como os chineses e os romanos. Nestes textos nascia, por assim dizer, a Antropologia, e no
século V a.C. um exemplo disto se revela na obra de Heródoto, que descreveu minuciosamente
as culturas com as quais seu povo se relacionava. Da contribuição grega fazem parte também as
obras de Aristóteles (acerca das cidades gregas) e as de Xenofonte (a respeito da Índia).

Entre os romanos merece destaque o poeta Lucrécio, que tentou investigar as origens da religião,
das artes e se ocupou da discurso. Outro romano, Tácito analisou a vida das tribos germânicas,
baseando-se nos relatos dos soldados e viajantes. Salienta o vigor dos germanos em contraste
com os romanos da sua época. Agostinho, um dos pilares teológicos do Catolicismo, descreveu
as civilizações greco-romanas "pagãs", vistas como moralmente inferiores às sociedades
cristianizadas. Em sua obra já discutia, de maneira pouco elaborada, a possibilidade do "tabu do
incesto" funcionar como norma social, garantia da coesão da sociedade. É importante salientar
que Agostinho, no entanto, privilegiou explicações sobrenaturais para a vida sociocultural.

Embora não existisse como disciplina específica, o saber antropológico participou das discussões
da Filosofia, ao longo dos séculos. Durante a Idade Média muitos escritos contribuíram para a
formação de um pensamento racional, aplicado ao estudo da experiência humana, como fez o
administrador francês Jean Bodin, estudioso dos costumes dos povos conquistados, que buscava,
em sua análise, explicações para as dificuldades que os franceses tinham em administrar esses
povos. Com o advento do movimento iluminista, este saber foi estruturado em dois núcleos
analíticos: a Antropologia Biológica (ou Física), de modo geral considerada ciência natural, e a
Antropologia Cultural, classificada como ciência social.

O século XVIII[editar]

Até o século XVIII, o saber antropológico esteve presente na contribuição dos cronistas,
viajantes, soldados, missionários e comerciantes que discutiam, em relação aos povos que
conheciam, a maneira como estes viviam a sua condição humana, cultivavam seus hábitos,
normas, características, interpretavam os seus mitos, os seus rituais, a sua linguagem. Só no
século XVIII, a Antropologia adquire a categoria de ciência, partindo das classificações de
Carlos Lineu e tendo como objeto a análise das "raças humanas".

O legado desta época foram os textos que descreviam as terras, a (Fauna, a Flora, a Topografia) e
os povos "descobertos" (Hábitos e Crenças). Algumas obras que falavam dos indígenas
brasileiros, por exemplo, foram: a carta de Pero Vaz de Caminha ("Carta do Descobrimento do
Brasil"), os relatos de Hans Staden, "Duas Viagens ao Brasil", os registros de Jean de Léry, a
"Viagem a Terra do Brasil", e a obra de Jean Baptiste Debret, a "Viagem Pitoresca e Histórica ao
Brasil. Além destas, outras obras falavam ainda das terras recém-descobertas, como a carta de
Colombo aos Reis Católicos. Toda esta produção escrita levantou uma grande polémica acerca
dos indígenas. A contribuição dos missionários jesuítas na América (como Bartolomeu de Las
Casas e Padre Acosta) ajudaram a desenvolver a denominada "teoria do bom selvagem", que via
os índios como detentores de uma natureza moral pura, modelo que devia ser assimilado pelos
ocidentais. Esta teoria defendia a ideia de que cultura mais próxima do estado "natural" serviria
de remédio aos males da civilização.

O século XIX[editar]

No Século XIX, por volta de 1840, Boucher de Perthes utiliza o termo homem pré-histórico para
discutir como seria sua vida cotidiana, a partir de achados arqueológicos, como utensílios de
pedra, cuja idade se estimava bastante remota. Posteriormente, em 1865, John Lubock reavaliou
numerosos dados acerca da Cultura da Idade da Pedra e compilou uma classificação em que
enumerava as diferenças culturais entre o Paleolítico e Neolítico.

Com a publicação de dois livros, A Origem das Espécies, em 1859, e A descendência do homem,
em 1871, Charles Darwin principia a sistematização da teoria evolucionista. Partindo da
discussão trazida à tona por estes pesquisadores, nascia a Antropologia Biológica ou
Antropologia Física

A antropologia evolucionista[editar]

Marcada pela discussão evolucionista, a antropologia do Século XIX privilegiou o Darwinismo


Social, que considerava a sociedade europeia da época como o apogeu de um processo
evolucionário, em que as sociedades aborígines eram tidas como exemplares "mais primitivos".
Esta visão usava o conceito de "civilização" para classificar, julgar e, posteriormente, justificar o
domínio de outros povos. Esta maneira de ver o mundo a partir do conceito civilizacional de
superior, ignorando as diferenças em relação aos povos tidos como inferiores, recebe o nome de
etnocentrismo. É a «Visão Etnocêntrica», o conceito europeu do homem que se atribui o valor de
"civilizado", fazendo crer que os outros povos, como os das Ilhas da Oceania estavam "situados
fora da história e da cultura". Esta afirmação está muito presente nos escritos de Pauw e Hegel.

Teoria[editar]

Com fundamento nestas concepções, as primeiras grandes obras da antropologia, consideravam,


por exemplo, o indígena das sociedades não europeias como o primitivo, o antecessor do homem
civilizado: afirmando e qualificando o saber antropológico como disciplina, centrando o debate
no modo como as formas mais simples de organização social teriam evoluído, de acordo com
essa linha teórica essas sociedades caminhariam para formas mais complexas como as da
sociedade europeia.

Nesta forma de apreender a experiência humana, todas as sociedades, mesmos as desconhecidas,


progrediriam em ritmos diferentes, seguindo uma linha evolutiva. Isso balizou a ideia de que a
demanda colonial seria "civilizatória", pois levaria os povos ditos "primitivos" ao "progresso
tecnológico-científico" das sociedades tidas como "civilizadas". Há que ver estes equívocos
como parte da visão de mundo que pretendiam estabelecer as diretrizes de uma lei universal de
desenvolvimento.

Mas não se pode generalizar e atribuir as características acima a todos os autores que se
aparentaram a essa corrente. Cada autor tem suas próprias nuances. Durkheim, por exemplo,
procurou nas manifestações totêmicas dos nativos australianos a forma mais simples e elementar
de religiosidade, mas não com o pensamento enquadrado numa linha evolutiva cega: se nossa
sociedade era dita mais complexa ele atribuía isso às diversas tendências da modernidade de que
somos fruto, e a dificuldade de determinar uma tendência pura na nossa religião, escamoteada
por milhares de anos de teologia.

Método[editar]

O método concentrava-se numa incansável comparação de dados, retirados das sociedades e de


seus contextos sociais, classificados de acordo com o tipo (religioso, de parentesco, etc),
determinado pelo pesquisador, dados que lhe serviriam para comparar as sociedades entre si,
fixando-as num estágio específico, inscrevendo estas experiências numa abordagem linear,
diacrônica, de modo a que todo costume representasse uma etapa numa escala evolutiva, como se
o próprio costume tivesse a finalidade de auxiliar esta evolução. Entendiam os evolucionistas que
os costumes se demarcavam como substância, como finalidade, origem, individualidade e não
como um elemento do tecido social, interdependente de seu contexto.

Pensadores[editar]

Vale ressaltar que apesar da maior parte dos evolucionistas terem trabalhado em gabinetes, um
dos mais conhecidos pensadores dessa corrente, Lewis Henry Morgan, tinha contato com
diversas tribos do norte dos Estados Unidos. É absurdo creditar a autores dessa corrente uma
compilações cega das culturas humanas, isso seria uma simplificação enorme, ao mesmo tempo
que se deixaria de aproveitar esses estudos clássicos da antropologia. e separado por muito
tempo.
A antropologia difusionista[editar]

A Antropologia Difusionista reagiu ao evolucionismo e foi sua contemporânea. Valorizava a


compreensão natural da cultura, em termos de origem e extensão, de uma sociedade a outra. Para
os difusionistas, o empréstimo cultural seria um mecanismo fundamental de evolução cultural. O
difusionismo acreditava que as diferenças e semelhanças culturais eram consequência da
tendência humana para imitar e a absorver traços culturais, como se a humanidade possuísse uma
"unidade psíquica", tal como defendia Bastian.

Representantes e obras[editar]

 Friedrich Ratzel
 Grafton Elliot Smith
 William James Perry
 William H. R. Rivers
 Fritz Graebner - Methode del Ethnologie, 1891
 Fr. Wilhelm Schmidt, fundador da revista Anthropos

O surgimento da "linhagem francesa"[editar]

Com Émile Durkheim começam os fenómenos sociais a serem definidos como objetos de
investigação sócio-antropológica e, a partir da análise da publicação de Regras do "Método
Sociológico", em 1895, começa-se a pensar que os fatos sociais seriam muito mais complexos do
que se pretendia até então. No final do século XIX, juntamente com Marcel Mauss, Durkheim se
debruça nas representações primitivas, estudo que culminará na obra "Algumas formas
primitivas de classificação", publicada em 1901. Inaugura-se então a denominada "linhagem
francesa" na Antropologia.

O século XX[editar]

Com a publicação, de "As formas elementares da vida religiosa" em 1912, Durkheim, ainda
apegado ao debate evolucionista, discute a temática da religião. Marcel Mauss publica com
Henri Hubert, em 1903, a obra Esboço de uma teoria geral da magia, aonde forja o conceito de
mana. Inicialmente centrada na denominada "Etnologia", a Antropologia Francesa, arranca,
como disciplina de ensino, no "Institut d´Ethnologie du Musée de l´Homme" em Paris, a partir de
1927. No início, a disciplina se vinculara ao Museu de História Natural, porque se considerava a
antropologia como uma subdisciplina da história natural. Ainda existia um determinismo
biológico, segundo o qual se considerava que as diferenças culturais eram fruto das diferenças
biológicas entre os homens.

Nos Estados Unidos, Franz Boas desenvolve a ideia de que cada cultura tem uma história
particular e considerava que a difusão de traços culturais acontecia em toda parte. Nasce o
relativismo cultural, e a antropologia estende a investigação ao trabalho de campo. Para Boas,
cada cultura estaria associada à sua própria história. Para compreender a cultura é preciso
reconstruir a sua própria história. Surgia o Culturalismo, também conhecido como Particularismo
Histórico. Deste movimento surgiria posteriormente a escola antropológica da Cultura e
Personalidade.

Paralelamente a estes movimentos, na Inglaterra, nasce o Funcionalismo, que enfatiza o trabalho


de campo (observação participante). Para sistematizar o conhecimento acerca de uma cultura é
preciso apreendê-la na sua totalidade. Para elaborar esta produção intelectual surge a etnografia.
As instituições sociais centralizam o debate, a partir das funções que exercem na manutenção da
totalidade cultural.

A antropologia funcionalista[editar]

Ver artigo principal: Antropologia funcionalista

O Funcionalismo inspirava-se na obra de Durkheim. Advogava um estreito paralelismo entre as


sociedades humanas e os organismos biológicos (na forma de evolução e conservação) porque
em ambos os casos a harmonia dependeria da inter-dependência funcional das partes. As funções
eram analisadas como obrigações, nas relações sociais. A função sustentaria a estrutura social,
permitindo a coesão, fundamental, dentro de um sistema de relações sociais.

Representantes e principais obras[editar]

 Bronislaw Malinowski, Os Argonautas do Pacífico Ocidental - 1922.


 Bronislaw Malinowski, Uma teoria científica da cultura
 Radcliffe Brown, Estrutura e função na sociedade primitiva - 1952 e Sistemas Políticos
Africanos de Parentesco e Casamento, org. c/ Daryll Forde - 1950.
 Evans-Pritchard Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande - 1937 e Os Nuer - 1940.
 Raymond Firth Nós, os Tikopia - 1936 (We, The Tikopia) e Elementos de organização
social - 1951.
 Max Glukman Ordem e rebelião na África tribal - 1963.
 Victor Turner Cisma e continuidade em uma sociedade africana - (Schism and Continuity
in an African Society: A Study of Ndembu Village Life) 1957 Ed. brasileira 2005,
EDUFF; O processo ritual - 1969.
 Edmund Leach - Sistemas políticos da Alta Birmânia (Political Sistems of Highland
Burma: A Study of Kachin Social Structure) - 1954. Ed. brasileira 1996, EDUSP.

A antropologia estrutural[editar]

Ver artigo principal: Antropologia estrutural


A Antropologia estrutural nasce na década de 1940. O seu grande teórico é Claude Lévi-Strauss.
Centraliza o debate na ideia de que existem regras estruturantes das culturas na mente humana, e
assume que estas regras constroem pares de oposição para organizar o sentido.

Para fundamentar o debate teórico, Lévi-Strauss recorre a duas fontes principais: a corrente
psicológica criada por Wilhelm Wundt e o trabalho realizado no campo da linguística, por
Ferdinand de Saussure, denominado Estruturalismo. Influenciaram-no, ainda, Durkheim,
Jakobson (teoria linguística), Kant (idealismo) e Marcel Mauss.

Ideias centrais[editar]

Para a Antropologia estrutural as culturas definem-se como sistemas de signos partilhados e


estruturados por princípios que estabelecem o funcionamento do intelecto. Em 1949 Lévi-Strauss
publica "As estruturas elementares de parentesco", obra em que analisa os aborígines
australianos e, em particular, os seus sistemas de matrimônio e parentesco. Nesta análise, Lévi-
Strauss demonstra que as alianças são mais importantes para a estrutura social que os laços de
sangue. Termos como exogamia, endogamia, aliança, consanguinidade passam a fazer parte das
preocupações etnográficas.

Autores e obras[editar]

 Claude Lévi-Strauss
o As estruturas elementares do parentesco - 1949.

o Tristes Trópicos - 1955.

o Pensamento selvagem - 1962.

o Antropologia estrutural - 1958

o Antropologia estrutural dois - 1973

o O cru e o cozido - 1964

o Do mel às cinzas - 1966

o A origem das maneiras de mesa - 1968

o O Homem Nu - 1971

 Lucien Lévy-Bruhl
 Marcel Griaule
o Dieux d´Eau

 Marcel Griaule e Germaine Dieterlen


o Le Renard Pâle
O particularismo histórico[editar]

Também conhecida como Culturalismo, esta escola estadunidense, defendida por Franz Boas,
rejeita, de maneira marcante, o evolucionismo que dominou a antropologia durante a primeira
metade do século XX.

Principais ideias[editar]

A discussão desta corrente gira em torno da ideia de que cada cultura tem uma história particular
e de que a difusão cultural se processa em várias direções. Cria-se o conceito de relativismo
cultural, vendo também a evolução como fenômeno que pode decorrer do estado mais simples
para o mais complexo.

Representantes[editar]

 Franz Boas
 C. Wissler
 Alfred Louis Kroeber
 Robert Lowie

A escola de cultura e personalidade[editar]

Criada por estudiosas estadunidenses, discípulos de Franz Boas, influenciadas pela Psicanálise e
pela obra de Nietzsche, esta escola concebe a cultura como detentora de uma "Personalidade de
base", partilhada por todos os membros. Estabelece uma tipologia cultural. Haveria culturas:
dionisíacas (centradas no êxtase) e apolíneas (estruturadas no desejo de moderação); pré-
figurativas, pós-figurativas, co-figurativas.

Representantes[editar]

 Ruth Benedict
 Margaret Mead
 Gregory Bateson
 Ralph Linton
 Abram Kardiner

A antropologia interpretativa[editar]

Com cerca de vinte livros publicados, Clifford Geertz é provavelmente, depois de Claude Lévi-
Strauss, o antropólogo cujas ideias causaram maior impacto na segunda metade do século XX,
não apenas no que se refere à própria teoria e à prática antropológica mas também fora de sua
área, em disciplinas como a psicologia, a história e a teoria literária. Considerado o fundador de
uma das vertentes da antropologia contemporânea - a chamada Antropologia Hermenêutica ou
Interpretativa.

Geertz, graduado em filosofia, inglês, antes de migrar para o debate antropológico, obteve seu
PhD em Antropologia em 1956 e desde então conduziu extensas pesquisas de campo, nas quais
se fundamentam seus livros, escritos essencialmente sob a forma de ensaio. As suas principais
pesquisas foram feitas na Indonésia e em Marrocos. Desiludiu-se com a metodologia
antropológica, para Geertz excessivamente abstrata e de certa forma distanciada da realidade
encontrada no campo, o que o levou a elaborar um método novo de análise das informações
obtidas entre as sociedades que estudava. Seu primeiro estudo tinha por objetivo entender a
religião em Java.

Por fim foi incapaz de se restringir a apenas um aspecto daquela sociedade, que ele achava que
não poder ser extirpado e analisado separadamente do resto, desconsiderando, entre outras
coisas, a própria passagem do tempo. Foi assim que ele chegou ao que depois foi apelidada de
antropologia hermenêutica. Sua tese começa defendendo o estudo de "quem as pessoas de
determinada formação cultural acham que são, o que elas fazem e por que razões elas creem que
fazem o que fazem".

Uma das metáforas preferidas de Geertz, para definir o que fará a Antropologia Interpretativa, é
a leitura das sociedades enquanto textos ou como análogas a textos. A interpretação ocorre em
todos os momentos do estudo, da leitura do "texto", pleno de significado, que é a sociedade na
escrita do texto/ensaio do antropólogo, por sua vez interpretado por aqueles que não passaram
pelas experiências do autor do texto escrito. Todos os elementos da cultura analisada devem
portanto ser entendidos à luz desta textualidade, imanente à realidade cultural.

Ideias centrais[editar]

A Antropologia Interpretativa analisa a cultura como hierarquia de significados, pretendendo que


a etnografia seja uma "descrição densa", de interpretação escrita e cuja análise é possível por
meio de uma inspiração hermenêutica. É crucial a leitura da leitura que os "nativos" fazem de sua
própria cultura. (ver principais obras e publicações em português)

Antropologia da arte[editar]

Ver artigo principal: Antropologia da arte

Antropologia da imagem[editar]

Ver artigo principal: Antropologia da imagem

Antropologia das emoções[editar]

Ver artigo principal: Antropologia das emoções

Antropologia jurídica[editar]
Ver artigo principal: Antropologia do direito
Ver artigo principal: Antropologia forense

Antropologia médica e da saúde[editar]

Ver artigo principal: Antropologia da saúde

Antropologia e psicanálise[editar]

Ver artigo principal: Antropologia e psicanálise

Antropologia visual[editar]

Ver artigo principal: Antropologia visual

Outros movimentos[editar]

Outros movimentos significativos, na história do século XX, para a teoria Antropológica foram
as escolas Cognitiva, Simbólica e Marxista.

Debates pós-modernos[editar]

Na década de 1980, o debate teórico na Antropologia ganhou novas dimensões. Muitas críticas a
todas as escolas surgiram, questionando o método e as concepções antropológicas. No geral, este
debate privilegiou algumas ideias: a primeira delas é que a realidade é sempre interpretada, ou
seja, vista sob uma perspectiva subjetiva do autor, portanto a antropologia seria uma
interpretação de interpretações. Da crítica das retóricas de autoridade clássicas, fortemente
influenciada pelos estudos de Michel Foucault, surgem metaetnografias, ou seja, a análise
antropológica da própria produção etnográfica. Contribuiu muito para esta discussão a formação
de antropólogos nos países que então eram analisados apenas pelos grandes centros
antropológicos.

Ideias centrais[editar]

 Privilegia a discussão acerca do discurso antropológico, mediado pelos recursos retóricos


presentes no modelo das etnografias.
 Politiza a relação observador-observado na pesquisa antropológica, questionando a
utilização do "poder" do etnógrafo sobre o "nativo".
 Crítica dos paradigmas teóricos e da "autoridade etnográfica" do antropólogo. A pergunta
essencial é:'quem realmente fala em etnografia? O nativo? Ou o nativo visto pelo prisma
do etnógrafo?
 A etnografia passa a ser desenvolvida como uma representação polifónica da polissemia
cultural, e nela deveriam estar claramente presentes as vozes dos vários informantes.
Áreas de estudo em Antropologia[editar]
Ver artigo principal: Áreas de estudo em Antropologia

Conceitos e métodos da Antropologia[editar]


Ver artigo principal: Conceitos e métodos da Antropologia

Referências
1. ↑ Nunes, Rossano Carvalho (2007) "Anthopology" Instituto Grupo Veritas de Pesquisa
em História e Antropologia

Ver também[editar]
A Wikipédia
possui o portal:

 Portal de
antropolo
gia
 Ciências sociais
 Sociologia
 Antropologia visual
 Etnologia
 Etnografia
 Etnografia de salvaguarda
 Lista de antropólogos
 Antropólogos brasileiros

Ligações externas[editar]
 Associação Brasileira de Antropologia
 Associação Portuguesa de Antropologia
 Antropologia (Diretório - DMOZ)

[Expandir]
v • e

Tópicos em Antropologia

[Expandir]

v • e

Campos de estudo das ciências


Física ·
Biologia ·
Astronomia ·
Zoologia ·
Química ·
Geografia física ·
Geologia ·
Paleontologia ·
Outras disciplinas
Administração ·
Antropologia ·
Ciência da informação ·
Ciência política ·
Comunicações ·
Direito ·
Economia ·
Educação ·
Gerontologia ·
Geografia humana ·
História ·
Linguística ·
Psicologia ·
Sociologia ·
Jornalismo ·
Outras disciplinas
Biomedicina ·
Ciências do esporte ·
Educação física ·
Enfermagem ·
Farmácia ·
Fisioterapia ·
Fonoaudiologia ·
Medicina ·
Medicina veterinária ·
Nutrição ·
Odontologia ·
Psicologia ·
Terapia ocupacional ·
Serviço social ·
Outras disciplinas
Lógica ·
Matemática ·
Teoria dos sistemas ·
Outras disciplinas
Arquitetura ·
Computação ·
Engenharia ·
Física ·
Lógica ·
Matemática ·
Química ·
Outras disciplinas
Obtida de "http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Antropologia&oldid=36170456"
Categoria:
 Antropologia

Menu de navegação
Ferramentas pessoais

 Criar conta
 Entrar

Espaços nominais

 Artigo
 Discussão

Variantes

Vistas

 Ler
 Editar
 Ver histórico

Ações

Busca

Navegação

 Página principal
 Conteúdo destacado
 Eventos atuais
 Esplanada
 Página aleatória
 Portais
 Informar um erro

Colaboração

 Boas-vindas
 Ajuda
 Página de testes
 Portal comunitário
 Mudanças recentes
 Manutenção
 Criar página
 Páginas novas
 Contato
 Donativos

Imprimir/exportar

 Criar um livro
 Descarregar como PDF
 Versão para impressão

Ferramentas

 Páginas afluentes
 Alterações relacionadas
 Carregar ficheiro
 Páginas especiais
 Ligação permanente
 Informações da página
 Item no Wikidata
 Citar esta página

Noutras línguas

 Afrikaans
 አማርኛ
 Aragonés
 ‫العربية‬
 ‫مصرى‬
 Asturianu
 Azərbaycanca
 Žemaitėška
 Беларуская
 Беларуская (тарашкевіца)
 Български
 Bamanankan

 বাংলা

 བོད་ཡིག

 Brezhoneg
 Bosanski
 Català
 Cebuano
 Corsu
 Česky
 Kaszëbsczi
 Чӑвашла
 Cymraeg
 Dansk
 Deutsch
 Zazaki
 Ελληνικά
 English
 Esperanto
 Español
 Eesti
 Euskara
 ‫فارسی‬
 Suomi
 Võro
 Français
 Arpetan
 Furlan
 Frysk
 Gaeilge
 Gàidhlig
 Galego
 Avañe'ẽ
 Gaelg
 ‫עברית‬

 हिन्दी

 Hrvatski
 Kreyòl ayisyen
 Magyar
 Interlingua
 Bahasa Indonesia
 Interlingue
 Ido
 Íslenska
 Italiano
 日本語
 Lojban
 Basa Jawa

 ქართული

 Қазақша
 Kalaallisut

 한국어
 Kurdî
 Кыргызча
 Latina
 Ladino
 Lëtzebuergesch
 Limburgs
 Ligure

 ລາວ

 Lietuvių
 Latviešu
 Македонски

 മലയാളം

 Монгол

 मराठी

 Bahasa Melayu
 Malti
 Mirandés
 မြန်မာဘာသာ
 Nedersaksies

 नेपाल भाषा

 Nederlands
 Norsk nynorsk
 Norsk bokmål
 Novial
 Nouormand
 Occitan
 Ирон
 Polski
 ‫پښتو‬
 Română
 Русский
 Русиньскый

 संस्कृतम ्

 Саха тыла
 Sardu
 Sicilianu
 Scots
 Srpskohrvatski / српскохрватски
 Simple English
 Slovenčina
 Slovenščina
 Shqip
 Српски / srpski
 Basa Sunda
 Svenska

 தமிழ்

 Тоҷикӣ
 ไทย

 Türkmençe
 Tagalog
 Tok Pisin
 Türkçe
 Татарча/tatarça
 Українська
 ‫اردو‬
 Oʻzbekcha
 Vèneto
 Tiếng Việt
 Winaray
 ‫יי ִדיש‬
 Zeêuws
 中文
 Bân-lâm-gú

 粵語

 Editar links

 Esta página foi modificada pela última vez à(s) 14h02min de 21 de junho de 2013.
 Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição-Partilha nos Mesmos
Termos 3.0 não Adaptada (CC BY-SA 3.0); pode estar sujeito a condições adicionais.
Consulte as condições de uso para mais detalhes.
 Política de privacidade
 Sobre a Wikipédia
 Avisos gerais
 Versão móvel

Antropologia
Por Rossano Carvalho Nunes

 Etimologicamente, o termo Antropologia deriva da junção dos vocábulos gregos anthropos


(homem) e logia (estudo/tratado), o que significa “o estudo do homem”.  A Antropologia é o estudo do
homem e da humanidade em sua totalidade, abrangendo suas dimensões biológicas, sociais e culturais;
incluindo sua origem, seus agrupamentos e relações sociais, comportamento, desenvolvimento social,
cultural e físico, suas relações com o meio natural, variações biológicas e sua produção cultural. Ou seja,
a antropologia procura estudar a humanidade em todos os seus aspectos.

 Desde o momento em que o ser humano começou a desenvolver cultura ele passou a ser um
ser essencialmente biológico e cultural, o que para a antropologia é essencial para compreender a
humanidade. É impossível compreender o homem de uma maneira totalizante sem ter essa premissa
em mente. Conforme os antropólogos Hoebel e Frost (2005, p.78) “desde o tempo das origens
primitivas da cultura, todo desenvolvimento humano foi biológico e cultural. Nenhuma tentativa de
estudar a humanidade pode ignorar este fato”. O biólogo evolutivo e geneticista russo Theodosius
Dobzhansky (1963, p. 1) concorda quando afirma que a evolução humana somente pode ser
compreendida quando entendida como uma interação entre os desenvolvimentos culturais e biológicos.

 No mundo científico existem muitas outras áreas que possuem como objeto de estudo o
homem. Temos a medicina que concentra-se na fisiologia humana sob uma abordagem de mantê-la
saudável; a geografia humana estuda a ocupação geográfica-política dos homens; a sociologia que
estuda seus agrupamentos sociais; a história estuda o desenvolvimento do homem no tempo; a
economia estuda a administração, manutenção e distribuição de bens; entre tantas outras. Mas se é
assim, o que caracteriza a antropologia em distinção de outras disciplinas que estudam o homem?
Simples, é justamente seu vasto campo de estudo: a antropologia procura compreender o homem não
somente em uma determinada especialidade, mas como um todo, de maneira unificada. Como já foi
dito anteriormente, a antropologia procura compreender o homem, e todas as suas manifestações, em
todas as suas dimensões.

François Lapantine (2007, p. 16) define o enfoque da antropologia como o estudo do homem
por inteiro, “em todas as sociedades, sob todas as latitudes em todos os seus estados e em todas as
épocas”.

 A antropologia parte do pressuposto que o estudo de nenhuma destas especialidades isolada


pode nos ser útil para compreender o homem de maneira totalizante. Estudar somente a fisiologia
humana (como na medicina) não nos fornece elementos necessários para compreender, por exemplo, a
grande diversidade de crenças religiosas que os grupos humanos desenvolveram no decorrer de sua
tentativa de compreender o mundo que os cercava. Ao mesmo tempo, procurar compreender a
humanidade, sem um estudo aprofundado de todas as suas partes é impossível.

 É necessário ter um conhecimento totalizante e dinâmico de tudo o que envolve o homem e a


humanidade. A respeito desse pressuposto antropológico, os Antropólogos Hoebel e Frost comentam:

 
Uma proposição fundamental da Antropologia é que nenhuma parte pode ser entendida
plenamente, o mesmo com exatidão, se separa do todo. E, de modo inverso, o todo não
pode ser percebido com exatidão sem o conhecimento profundo e especializado da partes.
Para compreender qualquer aspecto do comportamento sexual humano, por exemplo,
deve examiná-lo em termos de genética, fisiologia, características climáticas, sistema de
valores e estruturas técnicas, econômicas, de parentesco, religiosas e políticas de cada
sociedade humana. A Antropologia toca em virtualmente todos os campos possíveis do
conhecimento, aproveita-se deles e neles se inspira. As habilidades do antropólogo devem
ser altamente diversificadas, mas a unidade da disciplina é mantida pela concentração no
caráter global do homem e da cultura.

 
Como pode ser facilmente percebido, o campo de estudo da antropologia é muito vasto.
Fixando seu objetivo como o estudo da humanidade e do homem como um todo, em suas dimensões
biológicas e culturais, a antropologia esbarra no problema de que sua proposta é muito ampla para ser
realizada por um único profissional, nenhum antropólogo consegue dominar, sozinho, todos os campos
abrangidos pela disciplina.  
 A princípio, a antropologia dividiu-se em duas principais áreas de estudo: a biológica e a
cultural, partindo como pressuposto as duas dimensões básicas do ser humano. Sendo assim temos
como os principais sub-campos da antropologia a Antropologia Biológica e a Antropologia Cultural.
Devido a razões práticas, posteriormente mais duas áreas ganharam destaque o suficiente para ganhar
espaço como sub-campos propriamente ditos: a Arqueologia e a Antropologia Lingüística. E ainda
ultimamente, temos a Antropologia Aplicada.

 
ANTROPOLOGIA BIOLÓGICA

 Procura compreender o homem como ser biológico, estudando principalmente sua origem,
evolução, variações e constituição física. Procura desenvolver um conhecimento antropológico com
ênfase nas características físico-biológicas das populações humanas, tanto antigas como modernas,
levando em conta também a interação entre biologia e cultura, ou seja, o ser humano como um
organismo biológico dotado de capacidade simbólica num contexto sócio-cultural.

 Possui como sub-campos: Paleoantropologia (estudo dos hominídeos antigos, com base em
seus fósseis e artefatos), Antropologia forense (a aplicação da antropologia biológica no âmbito legal),
Osteologia (estudo dos ossos), Antropologia Nutricional (com base da nutrição humana), Primatologia
(estudo dos primatas), Genética das populações humanas, Variação biológica humana, Paleopatologia
(patologia dos antigos hominídeos), Bioarqueologia.

  

ANTROPOLOGIA SÓCIO-CULTURAL
 
A antropologia sócio-cultural estuda as adaptações sócio-culturais dos grupos humanos, tanto
contemporâneos quanto extintos, aos diversos estímulos que encontraram no decorrer de sua história.
Em outras palavras, a antropologia cultural estuda a diversidade cultural humana, sejam elas
contemporâneas ou extintas, procurando compreender o homem enquanto ser cultural e social. O foco
está no estudo principalmente de sua produção cultural, agrupamentos e relações sociais,
comportamento e desenvolvimento social. Sua ênfase está no estudo antropológico tendo por base os
sistemas simbólicos desenvolvidos pelos agrupamentos humanos em suas dinâmicas interações.

Possui como sub-campos: Antropologia da Música e Etnomusicologia, Antropologia das


Religiões, Mitologia, Antropologia histórica, Antropologia Lingüística, Etnografia e Etnologia (estudos
étnico-culturais), Folclorologia (estudos folclóricos), entre outros estudos do âmbito cultural.

 De todos os sub-campos da antropologia biológica e sócio-cultural, dois se destacaram a ponto


de atualmente serem considerados por muitos profissionais como campos propriamente ditos da
antropologia: a arqueologia e a lingüística ou antropologia lingüística.
 
ARQUEOLOGIA

A arqueologia é a investigação das sociedades humanas através do estudo de vestígios materiais


por elas deixados (artefatos). Embora a imagem do profissional em arqueologia mais difundida seja a de
seu trabalho nas escavações, seu trabalho é muito mais complexo e extenso. Ele necessita interpretar
os vestígios materiais que encontrou, contextualizá-los e cruzar informações com uma grande variedade
de áreas, utilizando uma abordagem interdisciplinar, de modo que encontre respostas que possa
construir  conhecimento a respeito das sociedades que estuda.

Sendo que a arqueologia é imprescindível para investigar os agrupamentos humanos ágrafos


(sem escrita), ou qualquer outra sociedade extinta, sua importância para a antropologia é imensa.
Através do estudo arqueológico a antropologia pode conseguir informações acerca dessas sociedades,
das quais a maioria não podem ser observadas e estudadas através de técnicas etnográficas normais,
pelo fato das mesmas não existirem mais, nem deixaram vestígios escritos. Sendo que mesmo muitos
vestígios escritos de sociedades extintas que temos hoje para estudo foram descobertos através de
escavações arqueológicas, como tábuas de argila com escrita cuneiforme da Mesopotâmia.

Arqueologia pré-histórica: estuda grupos humanos que não possuíam escrita. Estas sociedades
são chamadas de ágrafas.

Arqueologia histórica: estuda grupos humanos que possuíam escrita


 
 
LINGUÍSTICA
 O estudo da Antropologia lingüística tem seu ponto fundamental na busca da compreensão das
particularidades da comunicação humana e no estudo das relações de linguagem em suas estruturas,
origens e variações/diversidades.

 Além de um aprofundado estudo da linguagem em si, a antropologia lingüística utiliza-se do


estudo da mesma como importante ferramenta de análise sócio-cultural de um grupo ou conjunto de
grupos humanos e suas interações. Isso porque a linguagem é o elemento de base na transmissão e
interação cultural entre os indivíduos, ou seja, é através da linguagem que os indivíduos, ou grupos de
indivíduos, conseguem interagir dinamicamente suas experiências, organizá-las e transmiti-las em
forma de cultura. Seja através da linguagem oral, escrita ou simbólica.

 Ao mesmo tempo em que a antropologia necessitou especializar-se em campos distintos, seu
objeto de estudo, o homem e a humanidade, é complexo e impossível de se compreender de uma
maneira fragmentada. Como vimos, o homem é um ser biológico e cultural por natureza, portanto é
necessário que os campos da antropologia, sejam eles, biológicos, sócio-culturais, arqueológicos ou
lingüísticos, articulem entre si como uma disciplina única: a antropologia.

 Temos então na investigação antropológica pela busca da compreensão do homem, da


humanidade e de suas produções, uma necessidade de movimentação contínua de especialização,
reintegração recíproca e interdisciplinaridade entre os campos de estudo antropológicos e suas ciências
afins. Especialização enquanto necessidade da ciência antropologia em especializar seus campos de
estudo a nível de obter um conhecimento mais profundo nas dimensões culturais e biológicas do
homem, reintegração recíproca pela necessidade de unir os conhecimentos desses campos com o
objetivo de obter um conhecimento mais completo e totalizante, e interdisciplinaridade quando na
constante necessidade de compartilhar conhecimento com ciências afins como história, geografia
humana, genética, sociologia geologia, primatologia..

 Todo esse movimento faz da antropologia uma ciência dinâmica, que atua nos mais diversos
níveis humanos e acadêmicos, transitando nas ciências humanas, sociais, e naturais, mesmo apesar de
sua identidade dominante entre as ciências sociais, em que ocupa uma posição central.

<!--[if !mso]--> <!--[endif]-->          É a ciência que mais expressa a busca humana por compreender as
eternas questões que permeiam nosso intelecto desde tempos imemoriais sob um ponto de vista
totalizante: Quem somos? De onde viemos? Porque somos o que somos? O que há de comum e de
distinto entre nós? É a busca humana por responder as questões sobre sua origem e natureza. Através
dos estudos antropológicos conhecemos melhor a nós mesmos e aos outros. Estamos em busca da
compreensão dos elementos que compõe a própria natureza humana.
 

Antropologia by Rossano Carvalho Nunes is licensed under a Creative Commons Atribuição-


Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.

Principal
 Home
 Instituto
 Educação
 Pesquisa
 Sobre as áreas
o Antropologia
o Cultura
o Antropologia Biológica
o Antropologia Sócio-cultural
o Arqueologia
o Música sob um Contexto Sócio-Cultural
o História
o Idade Média
Pesquisa
 Áreas de Pesquisa
 Publicação
 Jornal Humanidade
Educação
 A Educação no IGVP
 Núcleo de Educação
 Cursos Disponíveis
 Sobre os cursos
 Funcionamento
 Certificação
 A.V.A.

 Email interno
 News
 Acesso
 Questões gerais (FAQs)
Copyright © 2013 Instituto Grupo Veritas de Pesquisa em História e Antropologia. Todos os
direitos reservados.
Designed by JoomlArt.com.

Você também pode gostar