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Paulo, sábado, 11 de setembro de 2010  

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Um dia antes, Lula pediu votos para


Góes
Candidato ao Senado pelo PDT exibiu depoimento de
presidente na TV na véspera de prisão pela Polícia
Federal 

Trecho da gravação foi exibido de novo ontem; no RS,


Dilma disse que corrupção é combatida "doa a quem
doer" 
Sérgio Lima-06.set.2006/Folhapress

Lula e Waldez Góes em Brasília; presidente pediu votos para ex-


governador do Amapá 

GRACILIANO ROCHA
DE PORTO ALEGRE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apareceu no horário


eleitoral gratuito do Amapá pedindo votos para o ex-
governador e candidato a senador Waldez Góes (PDT) na
véspera de ele ser preso pela Polícia Federal sob suspeita de
integrar um esquema de corrupção.
Góes e o atual governador do Estado, Pedro Paulo Dias (PP),
que concorre à reeleição, foram presos com outras 16
pessoas, ontem pela manhã, sob suspeita de participar do
desvio de verbas federais e estaduais. A operação da PF foi
batizada de Mãos Limpas.
A mensagem de apoio de Lula ao candidato, um depoimento
que dura 28 segundos, foi ao ar na noite de quinta, horas antes
da deflagração da ação policial.
No vídeo, o presidente olha direto para a câmera e diz que
aprendeu a importância de ter apoio no Senado para governar
bem. Lula afirma: "Quando for presidenta, Dilma vai precisar
de senadores que ajudem a aprovar seus projetos".
O presidente encerra a aparição pedindo votos para o
pedetista: "Aqui no Amapá vote em Waldez Góes, que está
com Dilma".
Parte do depoimento voltou a ser exibida no programa da
tarde de ontem, após o candidato ter sido preso.
Em Porto Alegre, a presidenciável petista Dilma Rousseff
elogiou a operação da PF e declarou que o governo Lula
combate a corrupção "doa a quem doer".
"[A operação] é absolutamente de acordo com o que sempre
fizemos. A gente tem tido em relação à Polícia Federal, à
CGU [Controladoria Geral da União] e a todos os órgãos de
investigação a seguinte orientação, sempre foi a [orientação]
do presidente Lula: "desmantele esquema de corrupção doa a
quem doer"."

COLADO A LULA
O governador preso tentava se vincular a Lula e Dilma.
Quatro dias antes de ser preso, obteve na Justiça Eleitoral o
direito de veicular imagens com os dois, já que seu
companheiro de chapa, Alberto Góes, é do PDT, que integra a
coligação de Dilma.
Na disputa ao governo, Góes enfrenta o candidato Camilo
Capiberibe (PSB), que tem o apoio do PT.

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AP
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São Paulo, sábado, 11 de setembro de 2010  

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PF prende o governador do Amapá e o


seu antecessor
Outras 16 pessoas, entre políticos e empresários, também
foram detidas 

Presos são suspeitos de participar de esquema de desvio


de recursos federais no Estado que pode atingir R$ 200
mi 

DO ENVIADO ESPECIAL A MACAPÁ 


DE SÃO PAULO 
DE MANAUS

A Polícia Federal prendeu ontem em Macapá o atual e o ex-


governador do Amapá -Pedro Paulo Dias (PP), que concorre
à reeleição, e Waldez Góes (PDT), candidato ao Senado,
respectivamente- e mais 16 pessoas, entre empresários e
políticos.
Eles são suspeitos de participar de esquema de desvio de
recursos federais que pode chegar a R$ 200 milhões.
Também está presa a primeira-dama Denise Carvalho
-também secretária da Inclusão e Mobilização Social.
Em fevereiro, a Folha revelou que o Ministério Público do
Estado protocolou ação de improbidade administrativa contra
o então secretário da Educação, José Adauto Bitencourt, e
outras 12 pessoas.
A PF não revelou os nomes de todos os presos nem informou
o papel de cada um deles no esquema, sob alegação de
segredo de Justiça. A PF apreendeu R$ 1 milhão, cinco
veículos (Ferrari, Maserati, duas Mercedes e um Mini
Cooper) e duas armas.
Segundo a PF, as investigações começaram em agosto de
2009 e revelaram indícios de um esquema de desvio de
recursos da União repassados à Secretaria de Educação do
Estado, provenientes do Fundeb e Fundef.
A peça-chave do esquema, disse o Ministério Público, era
José Adauto Bitencourt, ex-secretário de Educação, que tinha
sido antes coordenador de campanha de Góes.
A partir dos problemas encontrados na Educação, a
investigação apontou indícios de irregularidades em outros
oito órgãos: Tribunal de Contas do Estado, Assembleia
Legislativa, Prefeitura de Macapá, quatro secretarias de
Estado e Instituto de Administração Penitenciária.

MANDADOS
Ontem, durante a operação Mãos Limpas, foram cumpridos
18 mandados de prisão, 87 mandados de condução coercitiva
e 94 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior
Tribunal de Justiça.
Entre as 87 pessoas ouvidas estavam o presidente da
Assembleia, Jorge Amanajás (PSDB), e o prefeito de
Macapá, Roberto Góes (PDT), primo do ex-governador Góes.
Roberto Góes acabou preso pela PF por não exibir porte de
armas, mas pagou fiança de R$ 1.200 e foi liberado.
Assumiu o governo interinamente o presidente do Tribunal
do Justiça do Amapá, Dôglas Evangelista Ramos, 67, já que o
presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Amanajás,
concorre ao governo do Estado e não pode assumir o
cargo. (JOÃO CARLOS MAGALHÃES, JEAN-PHILIP STRUCK e
KÁTIA BRASIL)

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