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Pequeno manual de

Fotografia de Paisagem

Enquadramento e tema
Enquadrar é a acção de seleccionar, através do visor, o que o fotógrafo deseja
captar numa fotografia. Assim, enquadrar quer dizer, estabelecer os limites da
fotografia e decidir quais são os elementos que vão aparecer na imagem.
Esta decisão tem uma grande importância, porque o tema da fotografia está em
função dos elementos incluídos no enquadramento.

Uma das muitas características das câmaras digitais consiste na sua capacidade de
aplicar o método de "aponte e dispare", sem precisar de um controlo manual sobre
os parâmetros de exposição. Contudo, se não estiveres com atenção aos elementos
que aparecem no visor, que são os que formam a fotografia, corres o risco de
estragar uma fotografia. Uma máxima a recordar: na fotografia apenas devem
aparecer os elementos que facilitam a compreensão do tema e, se for preciso,
aqueles que possam ajudar a potenciar a intenção do fotógrafo.

Deves dedicar tempo para analisar tudo aquilo que vês através do visor, e ter a
capacidade de seleccionar apenas aquilo que seja mesmo imprescindível.
Geralmente, uma fotografia será mais fácil de compreender para o espectador
quantos menos elementos contiver. Neste sentido, a imagem apenas deve incluir o
que sintetize a intenção expressiva ou comunicativa do fotógrafo.

Nestas quatro fotografias podemos apreciar a importância do enquadramento. Um


mesmo cenário pode conter várias fotografias possíveis. No plano geral, aprecia-se
a totalidade da cena; na segunda, atribui-se protagonismo ao prédio; na terceira, a
fragmentação potencia o grafismo e as figuras; e por último, a quarta fotografia
permite estabelecer uma clara comparação entre a magnitude do prédio e as
figuras minúsculas da parte inferior esquerda.

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Como enquadrar melhor
A melhor fórmula para aprenderes a enquadrar estritamente o necessário, é muito
simples. Mas, no início, requer um pouco de paciência. É imprescindível dedicares
algum tempo a analisar tudo o que aparece no visor.

Uma vez decidida a posição, o ângulo da fotografia e a distância de trabalho, deves


verificar se tudo o que aparece no visor é necessário para a fotografia. Se alguma
coisa não favorece a imagem, deves mudar a posição, tentar modificá-la ou, em
último caso, esperar que as condições possam ser mais favoráveis para fazer a
fotografia.

A área envolvente do motivo principal, o fundo, as cores, a posição do sol e a


importância das sombras, são os aspectos fundamentais que deves controlar. Uma
área confusa perto do motivo, fundos claros demais ou graficamente muito
potentes, cores apelativas na área, ou o sol situado detrás do protagonista, podem
fazer que a fotografia não cumpra os requerimentos mínimos para ser considerada
uma boa fotografia.

Concretizar o tema
Quando em fotografia, fazemos referência, ao tema, incluímos neste conceito duas
grandes possibilidades: o próprio conteúdo da fotografia e o género fotográfico ao
que possa pertencer (paisagem, retrato, reportagem, etc...). Por exemplo, uma
fotografia pode ter como tema o retrato e formar parte de uma reportagem. Ou, se
calhar, o tema poderia ser a poluição ambiental e a fotografia, quer dizer, o género,
de paisagem. No nosso caso, quando fazemos referência ao tema, estamo-nos a
referir ao conteúdo da fotografia, e não ao género ao qual pertence.

Um plano geral de um parque torna difícil a compreensão da cena. Resulta quase


impossível saber o que é que quer transmitir o fotógrafo. Na segunda fotografia,
realizada a curta distância, o tema fica perfeitamente definido.

O melhor método para definir o tema consiste em incluir poucos elementos na


fotografia. Basta uma rápida observação das fotografias publicadas nas revistas,
jornais e anúncios publicitários para verificar que as imagens constam de muitos
poucos elementos. Na maior parte dos casos, a fotografia tem apenas um
elemento. Quantos mais elementos houverem, maior pode ser a confusão do
espectador.

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Quanto mais perto, melhor
As fotografias feitas de perto, transmitem sensação de proximidade e intimidade,
especialmente em temas humanos. As fotografias realizadas a curta distância,
excluem áreas pouco adequadas, assim, são muito mais espectaculares e
potenciam o protagonismo do motivo.

Aproximar com a câmara

Sempre que possível, aconselhamos-te a aproximar do motivo com a câmara, em


lugar de usar o zoom em posição de teleobjectiva. A aproximação óptica, a partir
do zoom incorporado na câmara, provoca uma compressão da perspectiva e a
imagem transmite um certo afastamento. Pelo contrário, efectuar a fotografia de
perto e realizada com o zoom em posição de angular, transmite uma maior
implicação no tema e o espectador percebe-o como algo mais próximo.

As duas opções podem ser válidas, tudo dependerá das intenções do fotógrafo, mas
não há dúvida que a proximidade surpreende muito mais o espectador, do que o
afastamento.

A primeira fotografia realizou-se longe demais e desde um ponto de vista


excessivamente elevado. Contudo, na segunda reduziu-se a distância da fotografia,
baixou-se o ponto de vista e melhorou-se a iluminação.

Destacar o motivo
Uma forma excelente de reforçar o protagonismo do motivo consiste em emoldurá-
lo ou realçá-lo através da área envolvente. Por exemplo, uma pessoa junto de uma
janela, situada numa zona iluminada pelo raio de sol, ou num clarão de vegetação,
são algumas das diferentes fórmulas para destacar o motivo aproveitando a área
envolvente que o rodeia.

Este método também é muito utilizado para transmitir situações ou sensações


relacionadas com a intimidade, a proximidade ou, mesmo, a claustrofobia.

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Vertical/horizontal
Temos o costume de realizar as fotografias no sentido horizontal. Isto, comporta
uma maior comodidade no visionamento, seja através do écran LCD, seja através
do monitor do computador. Contudo, esta comodidade não significa que, como na
fotografia química, não se deva ter em conta a orientação do formato.

Naturalmente, a decisão última pertence ao fotógrafo, mas resulta fácil encontrar


situações nas quais o formato vertical possa ter mais interesse do que o formato
horizontal, e, ao contrário.

Transformar um formato horizontal em vertical, ou ao contrário, não é somente


uma troca estética, porque se modificarmos o enquadramento e a composição da
fotografia, podemos provocar uma mudança no conteúdo. Deves controlar se a
mudança resulta positiva tanto na composição como na força estética e expressiva
da fotografia.

A fotografia vertical oferece uma visão limitada da cena, no entanto, a horizontal


melhora enormemente o interesse da fotografia. A inclusão da coluna no terço da
esquerda contribui o reforço da sensação de perspectiva e profundidade.

Compor a fotografia
Compor é decidir a distribuição dos elementos dentro de uma fotografia. Compor
significa estabelecer como se organizam as coisas dentro do formato, o espaço que
ocupam e a hierarquia de cada elemento. O percurso que vão realizar os olhos do
espectador ao contemplar a imagem, também está intimamente ligado à
composição.

Trabalhar com luz ambiente


Um dos aspectos que melhor deve dominar o fotógrafo é o controlo da luz. Uma luz
favorável potencia a fotografia, no entanto, uma luz pouco adequada pode arruiná-
la. Isto implica que o fotógrafo deva saber adaptar-se às diferentes condições da

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luz ambiente, quer esta seja natural ou artificial, e tirar o melhor partido de cada
situação.

A luz natural
Entende-se por luz natural a que proporciona o sol. Ao longo do ano e das
diferentes estações meteorológicas, o sol vai modificando o seu percurso e oferece
visões diversas dos mesmos motivos. Ilumina de forma diferente a paisagem,
incide em ângulos distintos sobre os motivos e penetra através das janelas das
casas a partir de direcções diferentes.

Nestas quatro fotografias, pode apreciar-se como a própria luz das diferentes
estações meteorológicas, atribui uma atmosfera a cada imagem. A luz fria do
Inverno contrasta com a sensação de Verão (porta), do Outono (campo) e do
esplendor luminoso da Primavera.

Luz e contraste
Quando em fotografia se fala de contrastes, estamo-nos a referir à diferença que
existe entre a iluminação das diferentes partes da cena. As cenas ou motivos a
fotografar podem ser resumidos em três grandes situações possíveis: alto
contraste, baixo contraste e contraste normal.

Assim, uma cena muito contrastada é aquela que tem partes muito iluminadas
(luzes altas) e partes de sombra profunda (sombras). Nestes casos, os extremos,
luzes e sombras, podem ficar fora da capacidade de registo do suporte utilizado,

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seja químico ou seja digital.

Pelo contrário, uma cena de baixo contraste é aquela na que existe pouca diferença
entre as zonas mais e menos iluminadas. As cenas de baixo contraste não
comportam necessariamente fotografias com problemas técnicos. Por exemplo,
uma paisagem com neve, ao sol do meio-dia, pode ter muita luz e estar pouco
contrastada, se não existirem sombras. Se a exposição for correcta, a neve
representar-se-á como branca iluminada sem problemas.

Por último, uma cena de contraste normal é aquela que se reproduz de forma a que
as luzes e as sombras se representem com detalhe. O conceito de contraste pode
ser descrito de maneira mais técnica, mas estas primeiras indicações devem ser
suficientes para que possa começar a experimentar com a luz e o contraste das
cenas.

Através dos controlos da câmara pode modificar o


contraste da cena. Nestas três fotografias pode apreciar-se o resultado depois de
ajustar um contraste alto, baixo e normal.

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Luz e climatologia
Entre os amadores existe uma tendência generalizada a realizar fotografias durante
os dias com sol. Os dias com chuva, com nuvens, com vento, ou mesmo com
nevoeiro, são uma excelente oportunidade para fotografar os motivos com uma luz
especial. Estas situações são uma maravilhosa oportunidade para que possas
fotografar os motivos com aspectos diferentes, menos tipificados e habituais.

Em condições climatéricas adversas deves tomar a precaução de proteger a câmara


do frio intenso e da humidade, mas isto não impede a captura de imagens.

Os dias com chuva ou com névoa oferecem uma visibilidade reduzida, isto
pressupõe que se deva abdicar dos planos gerais e, se possível, incluir o céu dentro
do enquadramento. Fotografar de perto ou situar algum elemento em primeiro
plano, vão facilitar a obtenção de fotografias distintas e afastadas das imagens
típicas de paisagens. Aproveita estas condições de luz para realizar planos muito
curtos.

Os dias com nuvens são também uma excelente oportunidade para realizar
fotografias de retrato. A luz do sol, difundida pelas nuvens, proporciona uma suave
iluminação sobre o rosto do modelo. A luz difusa permite expressões mais
relaxadas, não se obtendo o mesmo efeito quando os raios incidem directamente
sobre o modelo.

Os dias com "mau tempo" podem ser aproveitados para realizar fotografias
interessantes. Os céus podem oferecer situações com muito grafismo e
espectaculares. Nos planos curtos de natureza, a luz difusa contribui a suavizar o
contraste e permite resultados excelentes com a cor.

O contraste segundo a época do ano e a hora


Se o fotógrafo for um observador atento, poderá ter reparado que as características
da luz solar do Inverno são diferentes às do Verão. Esta variação faz com que o
contraste das cenas se modifique em função da luz que recebem, tanto segundo a
época do ano como da hora do dia.

O facto de o percurso do sol ser mais baixo durante o Inverno, provoca sombras
mais alongadas e uma iluminação mais contrastada. Quer dizer, é visível uma
maior diferença entre as partes iluminadas e as sombras. Estas condições,
geralmente, são aproveitadas pelos fotógrafos interessados na paisagem, porque a
luz rasante realça as texturas e favorece a representação visual do volume. Pelo
contrário, muitos fotógrafos preferem a Primavera e o Outono para as suas
fotografias de paisagem, porque nestas, produzem-se situações de luz menos
extremas.

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No Verão o sol descreve uma trajectória mais alta. Ao meio-dia, encontra-se no seu
zénite e as sombras quase desaparecem sob o motivo. Isto provoca que uma
paisagem fotografada ao meio-dia, ofereça resultados pouco interessantes, pois a
luz lateral costuma aplanar a cena. Um retrato nesta mesma situação, também não
é recomendável, porque a luz lateral faz com que os olhos e o pescoço do modelo
fiquem na sombra e o nariz projecta uma sombra desagradável sobre o lábio
superior.

Em relação à hora do dia, a luz da manhã é normalmente mais limpa que a da


tarde, especialmente no Verão, porque durante a noite a humidade deposita
partículas de pó no chão. Ao entardecer, a atmosfera costuma estar mais carregada
de pó e com uma visibilidade afastada mais reduzida.

Com os aspectos relacionados com a luz é difícil determinar qual é a melhor


iluminação para uma fotografia. A melhor será, sem dúvida, aquela que contribui
para potenciar o seu conteúdo e as intenções do fotógrafo. Não deve esquecer que
seleccionar a hora da fotografia ou a estação do ano é uma acção que pode
considerar-se equivalente a iluminar um motivo no estudo.

A luz artificial
Entende-se por luz artificial toda aquela fonte produzida pelo ser humano. Na
sociedade actual o ser humano passa uma grande quantidade de horas iluminado
pela luz artificial. Poucos lugares de trabalho dispõem de luz natural. As lâmpadas
e, especialmente, as lâmpadas fluorescentes são habituais na área de trabalho de
milhões de seres humanos. A fotografia digital resolveu o eterno problema das
dominantes de cor, provocadas pelas fontes de luz artificial, que se produzem na
fotografia química quando se utiliza o flash. Por meio de um ajuste electrónico
podem ser corrigidas as dominantes de cor e obter imagens com um equilíbrio de
cor parecido ao que proporciona a luz solar.

Equilíbrio de cor na luz natural


À vista desarmada, pode apreciar-se que a luz apresenta uma coloração distinta ao
longo do dia. As primeiras e as últimas horas do dia oferecem uma luz mais cálida,
quer dizer, produz fotografias com uma dominante de cor alaranjada,
especialmente no pôr do sol. Estas dominantes devem-se a posição do sol em
relação à terra, e a capa atmosférica que atravessa os raios. O termo técnico que
descreve a cor da luz, denomina-se temperatura de cor. A temperatura de cor
mede-se em graus Kelvin (ºK) e, quase sempre, é a responsável da alteração da
cor nas fotografias.

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Estas três fotografias foram realizadas à
primeira hora da manhã, ao meio-dia e ao entardecer. Podemos apreciar o efeito da
temperatura de cor ao longo do dia. Uma mesma cena, segundo a hora, pode
aparecer com distintas dominantes de cor.

O balanço de cores brancas


Distintas da fotografia química, as câmaras digitais incorporam um sistema de
detecção da temperatura de cor e correcção automática, manual ou de ambos os
tipos, denominada balanço de cores brancas (white balance). Esta opção permite
realizar fotografias com um equilíbrio de cor que se aproxima à sua visão real da
cena. Nalgumas câmaras pode escolher entre o modo automático, no qual a câmara
realiza o balanço segundo os parâmetros pré-fixados para conseguir uma correcção
da cor; e o modo manual, no qual pode escolher entre um leque de fontes de luz.
As mais habituais são: Fine (sol), Incandescente (candeeiros domésticos de
tungsténio), Fluorescente, Cloudy (com nuvens) e Flash. Cabe destacar que quase
todas as câmaras oferecem resultados mais que aceitáveis no modo automático.

Quando ajustar o balanço de cores brancas


Se a câmara dispõe de modo manual de ajuste do balanço de cores brancas, pode
alterar os resultados como quiser. Apesar dos bons resultados do modo automático,
os ajustes manuais permitem-lhe melhorar algumas correcções e, também, muito
importante, potenciar algumas dominantes com objectivos criativos.

Fine (sol)

As fotografias realizadas em pleno sol e ao meio-dia, coincidem com a temperatura


de cor que equivale ao que se denomina, em termos fotográficos, luz do dia
(5.500 ºK) e, assim, o ajuste Fine (ou sol) é o adequado.

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Incandescente

Este ajuste é necessário quando se fazem fotografias em cenas iluminadas com


lâmpadas domésticas. Costumam oferecer uma temperatura de cor muito baixa
(inferior aos 3.200 ºK) e comporta uma dominante alaranjada. Este ajuste aplica
um filtrado electrónico azulado que estabelece novamente o equilíbrio de cor.

Com nuvens

Nos dias com nuvens, em sombras claras, em paisagens de alta montanha e na


neve, produzem-se dominantes de cores azuladas. Isto deve-se à alta temperatura
de cor, acima dos 6.000 ºK. Nestas situações, o ajuste Cloudy (com nuvens)
corrige as dominantes ao aplicar um filtro cálido que equilibra a dominante azulada.

Flash

Quando accionarmos o flash, ou ajustarmos a posição do flash no balanço de cores


brancas, é um ajuste equivalente à luz de dia, quer dizer, à luz do sol (veja a
próxima lição). A temperatura de cor que oferece o flash é equivalente à luz do sol
do meio-dia, aproximadamente 5.500 ºK. Isto permite combinar o flash com a luz
de dia (flash de enchimento, por exemplo) sem produzir dominantes de cor.
Convém lembrar que o ajuste manual do balanço de cores brancas não está
disponível em todas as câmaras. Aquelas que dispõem de opção de ajustes manuais
para as fotografias permitem também o ajuste manual do equilíbrio de cor. Se a
sua câmara não dispõe do ajuste manual pode confiar no automatismo da máquina,
que é capaz, em geral, de corrigir as dominantes de cor mais evidentes.

Alterar a cor como quiseres


A manipulação do balanço de cores brancas pode ser de muita utilidade não só
quando quiser corrigir uma determinada dominante, mas também se desejar
potenciar ou alterar a cor de uma cena. Por exemplo, se numa fotografia em
exteriores de uma paisagem marinha, ajustar o balanço de cores brancas para luz
incandescente, a dominante será azulada, e assim, potenciará a cor da água e do
céu. Igualmente, numa fotografia ao entardecer ou nocturna, pode potenciar, com
o mesmo ajuste, a dominante azul. Isto provocará a sensação de frio e a cena
parecerá estar iluminada pela lua.

Pelo contrário, se desejar potenciar a dominante cálida, muito adequada nas


fotografias de paisagens outonais e retratos, pode utilizar o ajuste para dias com
nuvens ou luz de fluorescente. As fotografias vão aparecer cálidas e agradáveis à
vista.

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Nestas duas fotografias tiradas ao meio-dia modificou-se a temperatura de cor da
imagem a partir do balanço de brancos. Na imagem mais fria (azulada) ajustou-se
para luz de tungsténio, no entanto, na amarelada (cálida) ajustou-se para um dia
nublado.

Exposição da luz
A exposição da luz ao filme é outra consideração vital na fotografia de paisagens.
Analisa, ao fotografares a cena, se ela é composta por tons médios. Se sim, ajusta
a abertura do diafragma e a velocidade do obturador conforme a câmara sugere.
Podes abrir um ponto e fechar um ponto a partir do ajuste sugerido para garantir a
fotografia.

Mas se a cena tem luzes mais claras e escuras, precisas fazer a medição correcta
para compensar os meios-tons. Por exemplo, se estás a fotografar neve, precisas
abrir um ou dois pontos do diafragma a partir do ajuste da câmara, pois o
fotómetro tenta transformar a neve branca em cinza médio, e o mesmo funciona
para uma área escura, só que aí precisarás fechar um ou dois pontos.

Dentro do saco do Fotógrafo de Paisagem


Para transportar o material, o melhor será uma mochila, mais confortável enquanto
nos deslocamos e permite melhores movimentos do que as típicas a tiracolo.
Existem no mercado vários modelos almofadados, impermeáveis e com todos os
compartimentos necessários.

Dentro da mochila irá o corpo da máquina fotográfica com a objectiva mais


utilizada, talvez uma Zoom 35-200mm, uma grande angular f:2 ou 2.8 / 24mm ou
28mm, a lente macro f:2.8 / 60mm ou 105mm e a teleobjectiva a partir de
400mm. Deverás levar ainda, o tripé, os filtros (skylight, polarizador e filtros
correctores), flash e cabo extensível.
Películas de 50, 100 e 200ASA, pilhas sobressalentes e um kit de limpeza que deve
incluir, ar comprimido, camurça, pincel, papel e líquido para lentes.

Para maior comodidade, o fotógrafo deve usar roupa discreta, impermeável para a
chuva e um bloco de apontamentos.

Para evitar as picadas use ervas aromáticas ou repelentes.

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Os filtros
Para a fotografia de natureza interessam três tipos de filtros: os filtros
compensadores, que podem corrigir os desequilíbrios cromáticos causados por
longas exposições; O filtro polarizador, talvez o mais importante para o fotógrafo
de paisagem. As fotografias de paisagem, em que aparece um céu azul intenso, são
em geral obtidas com este filtro. Ao fotografar superfícies não metálicas que
reflectem a luz, (como é o caso da água), o filtro pode «cortar» os reflexos. O seu
efeito é maior ao longo da linha Este-Oeste e quase nulo no sentido Norte-Sul.

O filtro «skylight» é o mais conhecido e utilizado, é comum tê-lo sempre montado


na objectiva pois a sua função é “aquecer” as cores, eliminando fracas dominantes
azuis e serve também para proteger a lente dianteira.

Filtro de densidade neutra, filtro cinzento igualmente opaco a todas as cores do


espectro e que, portanto, não afecta as cores finais da imagem. Usa-se para
diminuir a quantidade de luz que chega à máquina quando a abertura ou a
velocidade têm de permanecer constantes. É útil em paisagem, por exemplo,
quando é preciso fazer uma exposição demorada para eliminar as pessoas da cena
ou o excesso de luminosidade.

Outro filtro que vale a pena experimentar são os graduados de densidade neutra.
Permitem, por exemplo, fotografar um céu brilhante sem perder os detalhes do
chão, escurecendo o céu, reduzindo dessa forma a amplitude tonal da cena aos
limites do filme.

Filtros para fotografia a cores

Tipo/Nome Cor Factor Efeitos

1A Rosado 1X Filtro eliminador de


claro neblinas com pouca
intensidade.
Recomendável para a
protecção das
objectivas, não
necessita compensar
a exposição. Melhora
o balanço das cores
em ambientes
externos.

80B Azul 2X Filtro de conversão.


escuro Próprio para a
utilização de filmes
tipo “daylight”, sob
condições de luz
artificial, menos sob
luz de lâmpadas
fluorescentes.

81B Marrom 1,2X Elimina o azulado


dos dias nublados.

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85 ou 85B Alaranjado 1,5X Filtro de conversão.
Para a utilização de
filmes
tipo”Tungsténio”, sob
condições de luz
natural –luz do dia.

FL-D Lilás- Filtro de correcção.


bordeaux Filtro para a obtenção
claro de fotografias sob luz
fluorescente, com a
utilização de filmes
tipo “Daylight”.

Filtros para fotografia a cores e p&b

Tipo/Nome Cor Factor Efeitos

ND Cinza Filtro para diminuir a


intensidade de luz, que
passa pela objectiva,
quando o assunto ou cena
é muito brilhante.

Polarizador Cinza 3-4X Filtro utilizado para


acentuar cores e matizes.
Reduz os efeitos dos raios
secundários. Deve-se
usar com cuidado, pois
diminui a potencialidade
das baixas luzes, como
cenas de interiores de
edifícios, matas etc.
Escurece drasticamente o
azul do céu e proporciona
excelentes contrastes em
macrofotografia na
obtenção de imagens de
assuntos sob luz solar
directa. Também elimina
reflexos de materiais não
metálicos, como: vidros,
superfícies lisas de
madeira, água etc.

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Filtros para fotografia a preto-e-branco· (filmes
pancromáticos)

Tipo/Nome Cor Factor Efeitos

UV Transparente 1X Filtro absorvente


dos raios
ultravioletas,
tornando os tons
levemente mais
nítidos. Serve
também para
proteger
objectivas.

Y Amarelo 2X Absorve os raios


ultravioletas e
também um pouco
do azul. Próprio
para fotografia de
paisagem e litoral
marítimo.

O Laranja Dá uma ênfase em


nuvens e destaca
assuntos em
vermelhos. Pode
ser utilizado para
assuntos que
estejam no
horizonte, e
folhagens
amarelecidas no
Outono. Muito bom
para fotografia de
assuntos de
arquitectura.

R Vermelho 8X Cria contrastes


drásticos. Escurece
os assuntos em
azul e torna mais
claro os vermelhos
e verdes.

B Azul 2X Controla o brilho


excessivo dos
assuntos com
cores alaranjadas e
vermelhas.
Excelente para
retratos em
estúdio sob luz
artificial, com filme
P&B.

G Verde 2X Absorve as cores


azuis, violeta e

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vermelho. Deixa
claras as cores
verdes. Excelente
para fotografias de
matas e assuntos
em verde-escuro.

Técnicas várias

Profundidade de campo é a área entre os pontos mais próximos e os mais


distantes da câmara que está dentro do foco aceitável. Na maioria das fotos de
paisagem, essa distância deve cobrir a fotografia inteira.

Para grandes profundidades de campo usam-se aberturas pequenas (F16~F32),


exposições mais lentas e o motivo principal deve estar longe da câmara.

Para pequenas profundidades de campo utilizam-se grandes aberturas (F1,4~F8),


exposições mais rápidas e o motivo principal deve estar perto da câmara, de modo
geral as tele-objetivas apresentam menores profundidades de campo.

Com a pequena profundidade de campo podemos eliminar detalhes, simplificar


uma cena, dar ênfase ao motivo principal.

Para podermos tirar o melhor proveito da fotografia de paisagem, segue abaixo um


pequeno resumo e truques.
Quando passeamos por lugares turísticos, onde a paisagem deixa qualquer um de
boca aberta, logo pensamos em tirar uma belíssima foto. Mas quando recebemos as
fotos reveladas, temos uma decepção: a beleza da paisagem sumiu. Isso já
aconteceu? Temos a certeza que sim. J

É preciso certos cuidados quando formos fotografar a paisagem.


Truques e efeitos:

• Dá preferência para os filmes ou selector de sensibilidade nas digitais de


ISO 100.
• Usa aberturas pequenas: entre F16 ~ F32.
• Vê se as lentes da objectiva estão limpas.
• Verifica se a velocidade de disparo é o suficiente para a abertura escolhida.
• Ajusta o foco de acordo com a distância do motivo principal.
• Utiliza um tripé bem robusto.
• Usa um cabo disparador.
• Utiliza um filtro UV ou um PL, por exemplo.
• Nunca tires uma fotografia com o Sol à tua frente. O Sol tem que estar atrás.
• Leva uma bússola.
• Se houver ventando, espera.
• Escolhe uma paisagem com primeiro e segundo plano, ou com algo que chame a
atenção.
• Verifica se as condições do tempo não irão atrapalhar.
• Postes e fios eléctricos prejudicam qualquer fotografia de paisagens.

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• Verifica se os elementos humanos e artificiais estão em harmonia com a
paisagem.
• Muda o ponto de vista ou desloca-te para um outro local.
• Não utilizes objectivas grande-angulares quando o motivo estiver muito distante.

Cascatas: Obtém-se boas fotos com velocidades baixas e pequenas aberturas.


Experimenta T=1/2 e F=22. Nesse caso tem-se o efeito de que as águas tornaram-
se fios de seda. Com T=1/1000 e F=4 registramos os pingos e respingos e a
granulação da água. Esses efeitos valem para rios e riachos de água corrente.

Pôr-do-Sol: Espera por um dia em que a neblina ou humidade da tarde seja mais
espessa, pois ela absorve as cores azul e verde da luz, transmitindo apenas o
vermelho.

Raios e relâmpagos: Coloca a câmara num tripé e selecciona a abertura máxima da


objectiva e B (bulb) no selector de velocidades. Dispara com a ajuda de um cabo
disparador, abrindo o obturador pouco antes do raio. Lembra-te, somente tira este
tipo de fotografia durante uma noite bem escura.

Panorâmicas: Utiliza objetivas grande-angulares. Selecciona a abertura entre


F16~F32 e foca no infinito. Utiliza um filtro PL para dar maior contraste no azul do
céu, girando o anel até que, pelo visor da câmara, notes o escurecimento dele,
sempre com o Sol nas tuas costas. Se estiver com um pouco de neblina, devido à
humidade do ar, substitui o filtro PL por um UV. Se o motivo a ser fotografado
estiver muito distante (montanhas, serras), poderá desaparecer com uma objectiva
grande-angular, então, substitui por uma normal e tira fotos em sequência com a
ajuda de um tripé com discos graduados, tira uma fotografia e desloca 40° para a
direita (ou esquerda) e tira outra foto, repete a sequência, sempre com uma parte
da imagem anterior num dos cantos do visor. Como o ângulo de visão de uma
objectiva normal é de aproximadamente 43°, 5 fotos dão uma panorâmica de
aprox. 200°. Depois poderás montar as fotografias no computador, utilizando o
Photoshop e imprimir com uma impressora de boa resolução. Quando usas negativo
ou slide faz a aquisição da imagem no scaner com pelo menos 300dpi.

Flores: Utiliza uma objectiva com focagem macro ou um filtro de close-up, utiliza as
luzes indirectas e suaves, sem sombras.

Animais: Preenche todo o visor com o corpo inteiro ou com um pormenor da face
do animal a ser fotografado, utilizando uma semi-teleobjetiva, ou uma lente zoom
de 50~105mm. Caso seja um animal selvagem, tira fotos disparadas em sequência
(com a ajuda de um motor-drive) da acção dele. Use uma câmara que faça pouco
ruído ao disparar e ao enrolar o filme.

NOTA: os conselhos aqui deixados são meramente um ponto de partida.

Medição de Luz - Fotómetros


Exposição

Uma exposição correcta é um dos maiores problemas de todos os fotógrafos, quer


profissionais, quer, amadores. Por outro lado deverá ser um dos factores que
devemos conhecer, compreender, e controlar de modo a manter sempre a
qualidade em termos de imagens.

Uma boa exposição pode-se definir quando se consegue detalhe, quer nas altas
luzes quer nas sombras, mantendo uma imagem equilibrada entre estes extremos.
Bom, pelo menos é mais ou menos isto que vem nos livros. Creio que somos nós

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que devemos definir o que é uma exposição correcta. Uma exposição correcta é
conseguirmos uma fotografia exactamente como a imaginámos, ponto final. Se
queremos que o céu saia azul claro e na fotografia o céu está azul claro, isso é uma
exposição correcta.

Por muito avançados que sejam os fotómetros ao nosso dispor, a medição de luz é
um processo de dois instrumentos: o fotómetro e o nosso cérebro. Assumir que o
que a maquina nos diz é correcto é um convite à sorte - e por vezes à desgraça.

Todos os fotómetros baseiam-se no mesmo princípio: o que lêem será representado


como cinzento médio. Cinzento médio nem é branco nem é preto; nem é claro nem
é escuro: está exactamente no meio - é médio. Há quem lhe chame cinzento médio
ou cinzento 18%.

O importante é perceber que o fotómetro tentará fazer tudo médio, ele não sabe se
estamos a fotografar uma zona branca ou uma preta. É um instrumento, não
pensa. E acima de tudo tentará transformar qualquer uma dessas zonas numa zona
cinzenta...

Por isso temos que trabalhar sempre sobre a informação que nos é dada pelo
fotómetro. É ai que entra o segundo "instrumento" para expor uma fotografia; o
nosso cérebro. Se vamos fotografar uma zona branca temos que "dar" mais
exposição; "dar" mais luz, de modo que a zona fique realmente branca. Porém,
quanto mais luz devemos dar é algo que só se adquire com a experiência...mas
regra geral...o branco é 2 stop's mais claro que o médio. cor de rosa, amarelo, azul
claro são um stop mais claro que médio.

Vermelho "benfica", azul "royal", dourado, verde, laranja e púrpura são médio.
Castanho-escuro, azul "navy", verde floresta, e chocolate são um stop mais escuro
que médio.
NOTA - isto serve só como pequeno guia, pois na verdade dentro da escala de cada
cor podemos ter muito claro, claro, médio, escuro e muito escuro.

Pela parte "mecânica" são 3 os factores que determinam e permitem controlar a


exposição: Abertura do diafragma, velocidade do obturador e sensibilidade do
filme.
Todos estes valores medem-se em stop's.

Abertura do diafragma - ou para simplificar a abertura, é o tamanho do buraco por


onde passa a luz que atinge a película. Numa escala normal de uma lente "normal"
é costume haver as seguintes aberturas; 1.4, 2.8, 4, 5.6, 8, 11, 16, 22 (a estes
números é comum juntar a letra f, para designar que é de aberturas que falamos).
Nem todas as lentes têm estes números ou outras poderão ter mais, mas para o
caso importa perceber que cada numero é um abertura que deixa passar METADE
OU DOBRO da luz da abertura anterior/seguinte; ou seja 1 STOP A MAIS OU 1
STOP A MENOS.

Muitas vezes surgem confusões sobre o "tamanho relativo" das aberturas e a sua
numeração; a verdade é que estamos a falar de fracções portanto 1/4 (f4) é muito
maior que 1/16 ( f16 ); resumindo os números mais pequenos deixam passar mais
luz, são muito maiores que os números "grandes” - f16, f22, etc.

Simplificando, f8 deixa passar o dobro da luz que f11 e metade da luz de f5.6. Mais
uma vez isto significa uma mudança de 1 stop de f8 para f 11, do mesmo modo
que é uma mudança de 1 stop de f8 para f5.6, agora noutro sentido.

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Por outro lado, as aberturas ditas "grandes" ou luminosas - f1.4, f2.8, etc., têmuma
profundidade de campo muito mais pequena do que as aberturas "pequenas" - f16,
f22, etc. Por profundidade de campo entende-se a zona, quer para "cá" quer para
"lá" do objecto focado, que apresenta uma nitidez relativa (que parece estar
focada). Quanto maior for a profundidade de campo mais área da fotografia parece
nítida, por outro lado uma menor profundidade de campo foca a atenção apenas no
objecto focado ao "desfocar" todo o resto da imagem.

É portanto importante perceber que uma grande parte do impacto visual da


imagem é-nos dado pela profundidade de campo, logo pela abertura escolhida.

Velocidade de obturação - ou velocidade, é o lapso de tempo que a luz passa "pelo


buraco" - a abertura do diafragma - para impressionar a película. Qualquer
máquina deverá ter as seguintes velocidades; 1; 1/2; 1/4; 1/8; 1/15; 1/30; 1/60;
1/125; 1/250; 1/500; 1/1000. Muitas delas também têm B (Bulb), onde o
obturador permanece aberto até ser "manualmente" fechado, normalmente
premindo o obturador de novo. Por outro lado parece que existe entre os
fabricantes de máquinas um concurso para ver quem consegue fabricar a mais
rápida velocidade de obturação; acho que já se vai a 1/12000...

Para todos os efeitos, e tal como nas aberturas, a cada mudança de velocidade
corresponde 1 stop; ou seja cada mudança faz-se ou para o dobro ou para metade
do tempo.

Em determinados modos de exposição de algumas máquinas, é possível escolher


valores intermédios. Por exemplo 1/45 é meio caminho entre 1/30 e 1/60 ou nas
máquinas mais modernas 1/20 é um terço de stop mais rápido que 1/15. Assim é
possível medir a luz até um terço de stop.

Velocidade de obturação - ou velocidade, é o lapso de tempo que a luz passa "pelo


buraco" - a abertura do diafragma - para impressionar a película. Qualquer
máquina deverá ter as seguintes velocidades; 1; 1/2; 1/4; 1/8; 1/15; 1/30; 1/60;
1/125; 1/250; 1/500; 1/1000. Muitas delas também têm B (Bulb), onde o
obturador permanece aberto até ser "manualmente" fechado, normalmente
premindo o obturador de novo. Por outro lado parece que existe entre os
fabricantes de máquinas um concurso para ver quem consegue fabricar a mais
rápida velocidade de obturação; acho que já se vai a 1/12000...

Para todos os efeitos, e tal como nas aberturas, a cada mudança de velocidade
corresponde 1 stop; ou seja cada mudança faz-se ou para o dobro ou para metade
do tempo.

Em determinados modos de exposição de algumas máquinas, é possível escolher


valores intermédios. Por exemplo 1/45 é meio caminho entre 1/30 e 1/60 ou nas
máquinas mais modernas 1/20 é um terço de stop mais rápido que 1/15. Assim é
possível medir a luz até um terço de stop.

Quando se usam velocidades rápidas (1/250; 1/500; 1/1000, etc), toda a acção
parece que congela, todo o movimento é parado, ao passo que nas velocidades
lentas acontece exactamente o contrário, há uma fluidez de movimentos, de cores;
de formas. A título de exemplo, as velocidades rápidas são usadas, por exemplo em
desporto onde se tenta captar a acção e as lentas são usadas em fotografias que
impliquem um certo movimento - água, por exemplo, cascatas rios, ondas...

O melhor é experimentar diversas velocidades para diferentes motivos com


velocidades diferentes.

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Sensibilidade da película - Mede-se em ISO e é a capacidade química do filme de
reagir à luz.

Os filmes ditos lentos (ISO 25,50, 64) precisam de mais luz para obter uma
exposição correcta. Pelo contrário os filmes rápidos (ISO 800, 1600, etc) já não
precisam de tanta luz para expor "correctamente".

Tal como acontece com as velocidades de obturação e as aberturas do diafragma, a


sensibilidade de um filme também "mexe" com stop's; um ISO 100 é um Stop mais
rápido que um ISO 50 e 3 mais lento que um ISO 800. Mas o Kodachrome 64 (ISO
64) é um terço mais rápido que o Fuji Velvia (ISO 50 ).

Com base nestas informações, e se soubermos a exposição "correcta" para


determinado filme, poderemos saber a exposição correcta para todos os filmes e
em todas as combinações possíveis...

Resumindo; desde que saibamos um qualquer valor de uma exposição "correcta"


podemos, ao pensar em stop's, chegar à mesma exposição "correcta" usando um
outro filme ou uma outra velocidade de abertura, por exemplo.

É o mesmo que trabalhar 4 horas a ganhar 25 euros/hora, ou trabalhar 5 horas a


ganhar 20 euros/hora. Acabamos sempre com 100 euros...lei da reciprocidade.

A excepção a isto é a chamada "regra da falta de reciprocidade", onde se diz que


velocidades superiores a 1/10000 e inferiores a 1 segundo deixam de respeitar a
dita lei da reciprocidade. Isto quer dizer que fora dos valores descritos deve-se
compensar com mais luz. Por exemplo em velocidades abaixo de 1 segundo é
costume "dar" mais um stop de luz e abaixo dos 10 segundos, dois stop's. Mas isto
é muito relativo e varia de filme para filme; o truque, mais uma vez, é
experimentar.

Métodos de exposição

Antes de discutir modos de exposição convêm referir o modo como funcionam os


fotómetros.

Leitura incidente - São normalmente os fotómetros de mão, aqueles que não estão
integrados nas máquinas.

Estes fotómetros medem a luz que incide no objecto, a luz que cai sobre o objecto,
portanto não têm em consideração factores como reflexão e absorção da luz por
parte do objecto a ser fotografado. Por esse motivo são extremamente precisos na
leitura. Têm o inconveniente que o fotógrafo tem que estar numa zona que tenha a
MESMA luz que o objecto fotografado. (Se estamos no lado da sombra de um vale a
fotografar o outro lado banhado em luz de nada nos serve um fotómetro incidente).
Usam-se apontando o sensor (coberto pelo material translúcido incluído no
aparelho) para onde vamos fotografar; ou seja aproximamo-nos do objecto e
viramos o aparelho para a maquina. Por outro lado não tomam em consideração o
facto de estarmos a usar filtros, conversores, anéis de extensão, etc.

Leitura reflectida - são do tipo dos que são construídos nas câmaras fotográficas.
Estes lêem a luz que é reflectida pelo motivo a fotografar. Assim são influenciados
pelo brilho ou ausência dele, do motivo. Estes fotómetros são, e isto é muito
importante - aliás é a base de perceber como a câmara "faz" a exposição - são
calibrados para representar o motivo como cinzento médio. Ou seja sempre que o
fotómetro faz a leitura está-nos a tentar dizer "...isto vai sair cinzento médio". Isto

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deve-se ao pressuposto que queremos que as nossas fotografias fiquem expostas
para valores médios. O grande truque resulta em medir objectos que sejam
realmente "cinzento médio"...ou vermelho médio, azul médio, encarnado médio,
etc.

Regra do "Sunny" 16 - Esta regra, muito simples e eficaz, diz-nos que num dia de
céu descoberto para qualquer objecto de tonalidade média (ou seja nem muito
escuro nem muito claro), maior que um saco fotográfico e desde que fotografado
com a luz por cima do nosso ombro (ou seja frontal ou muito próximo disso) pode
ser correctamente exposto a f16 e 1/ISO. Ou seja a velocidade de obturação que
mais se aproximar da sensibilidade do filme (p. exemplo - f16 a 1/125 com ISO 100
ou f16 a 1/500 com ISO 400).

Digamos que é uma excelente maneira de verificar num apuro se o nosso fotómetro
está a funcionar correctamente. Eu em muitos casos guio-me exclusivamente por
esta regra, fazendo apenas uns pequenos ajustes (quando necessário) para corrigir
tonalidades ou quando o objecto não é de tonalidade média.

Quando o objecto é muito claro convêm "dar" sempre mais um stop portanto a
regra passa a "SUNNY 22".

Leitura de cartão cinzento médio - Como foi indicado, o fotómetro da máquina está
calibrado para ler (e por "defeito" representar) o objecto a fotografar como cinzento
médio. Deste modo é extremamente eficaz ler algo que seja realmente cinzento
médio. Uma maneira fácil de fazer isto é medir a luz reflectida de um cartão
cinzento médio (que se pode comprar em qualquer boa loja de fotografia) que o
fotómetro fará uma exposição correcta (assumindo que o cinzento médio é cinzento
médio; o branco é branco e assim sucessivamente).
Este método tem todas as vantagens (especialmente se conseguirmos simular o
cartão; ou seja adquirir uma certa experiência que nos permita ler um determinado
elemento da imagem que sabemos é cinzento médio - ou como já disse
anteriormente, encarnado médio, verde médio, azul médio, etc). Por vezes, e isso
depende do tipo de fotografia a fazer, é muito difícil usar um cartão (imaginem-se
sentados o mais escondido possível, a olhar pelo visor e a tentar com um braço
colocar um cartão à frente de uma objectiva de 400mm+Teleconversor+tubo de
extensão enquanto tentamos fotografar uma ave desconfiada). Regra geral a maior
parte da folhagem, a relva, troncos de arvores secos, são "cinzento médios". Outra
opção para deixar o cartão em casa é medir a nossa mão e compensar o
necessário.

Spot meter / Sistema de Zonas - O sistema de zonas, "inventado" por Ansel Adams
para o Preto e Branco, é um método bastante complexo que envolve todo o
controlo tonal, quer da exposição da película, quer da revelação e impressão do
negativo.

Basicamente, e para este caso, interessa saber que, segundo Ansel Adams, pode-se
dividir toda a zona tonal em 11 zonas desde o branco puro (Zona I), até ao negro
puro (Zona XI), passando por todos os tons intermédios incluindo o cinzento médio
(Zona VI). Assim, fazendo a leitura de uma parede branca, os fotómetros de luz
reflectida, querem-nos fazer supor que "aquilo é cinzento médio", por isso nós
temos que abrir o diafragma 2 stop's (ou seja dar + 2 valores de exposição -
passar de f.56 a f2.8, ou passar de 1/125 a 1/30, ou ainda passar da Zona VI para
a zona IV) para que o branco seja exposta como branco e não como cinzento
médio, que é o que a maquina tentará fazer.....

Tendo este conhecimento, e um pouco de experiência, é possível obter bons


resultados.

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Spot meter / Variação Sistema de Zonas - John Shaw desenvolveu um sistema a
partir do Sistema de Zonas que, a meu ver, é um dos melhores métodos de
exposição. Leitura do excelente "John Shaw's Landscape Photography" para
desenvolver mais este tema. O autor defende que a partir da análise de qualquer
elemento de uma imagem (por principio o elemento "principal") pode-se basear
toda a exposição. Assim, não temos que saber onde "cai" determinada zona;
apenas temos que saber (o que é fácil) como queremos representar essa
zona...como tom médio; mais escuro que tom médio (e quanto mais escura) ou
mais claro que o tom médio.

A grande vantagem deste processo é o facto de podermos "prever" como cada


elemento vai sair na imagem final.

Adaptado e realizado por Luís Rocha/ MEF a partir de:

http://www.lifecooler.com

http://www.nikonistas.com/

http://www.ufrgs.br

http://www.manuelgrilo.com

http://www.zone.com.br

http://revistaturismo.cidadeinternet.com.br/

http://lcbuevora.naturlink.pt

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