Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pequeno Manualde Fotografiade Paisagem 1
Pequeno Manualde Fotografiade Paisagem 1
Fotografia de Paisagem
Enquadramento e tema
Enquadrar é a acção de seleccionar, através do visor, o que o fotógrafo deseja
captar numa fotografia. Assim, enquadrar quer dizer, estabelecer os limites da
fotografia e decidir quais são os elementos que vão aparecer na imagem.
Esta decisão tem uma grande importância, porque o tema da fotografia está em
função dos elementos incluídos no enquadramento.
Uma das muitas características das câmaras digitais consiste na sua capacidade de
aplicar o método de "aponte e dispare", sem precisar de um controlo manual sobre
os parâmetros de exposição. Contudo, se não estiveres com atenção aos elementos
que aparecem no visor, que são os que formam a fotografia, corres o risco de
estragar uma fotografia. Uma máxima a recordar: na fotografia apenas devem
aparecer os elementos que facilitam a compreensão do tema e, se for preciso,
aqueles que possam ajudar a potenciar a intenção do fotógrafo.
Deves dedicar tempo para analisar tudo aquilo que vês através do visor, e ter a
capacidade de seleccionar apenas aquilo que seja mesmo imprescindível.
Geralmente, uma fotografia será mais fácil de compreender para o espectador
quantos menos elementos contiver. Neste sentido, a imagem apenas deve incluir o
que sintetize a intenção expressiva ou comunicativa do fotógrafo.
Concretizar o tema
Quando em fotografia, fazemos referência, ao tema, incluímos neste conceito duas
grandes possibilidades: o próprio conteúdo da fotografia e o género fotográfico ao
que possa pertencer (paisagem, retrato, reportagem, etc...). Por exemplo, uma
fotografia pode ter como tema o retrato e formar parte de uma reportagem. Ou, se
calhar, o tema poderia ser a poluição ambiental e a fotografia, quer dizer, o género,
de paisagem. No nosso caso, quando fazemos referência ao tema, estamo-nos a
referir ao conteúdo da fotografia, e não ao género ao qual pertence.
As duas opções podem ser válidas, tudo dependerá das intenções do fotógrafo, mas
não há dúvida que a proximidade surpreende muito mais o espectador, do que o
afastamento.
Destacar o motivo
Uma forma excelente de reforçar o protagonismo do motivo consiste em emoldurá-
lo ou realçá-lo através da área envolvente. Por exemplo, uma pessoa junto de uma
janela, situada numa zona iluminada pelo raio de sol, ou num clarão de vegetação,
são algumas das diferentes fórmulas para destacar o motivo aproveitando a área
envolvente que o rodeia.
Compor a fotografia
Compor é decidir a distribuição dos elementos dentro de uma fotografia. Compor
significa estabelecer como se organizam as coisas dentro do formato, o espaço que
ocupam e a hierarquia de cada elemento. O percurso que vão realizar os olhos do
espectador ao contemplar a imagem, também está intimamente ligado à
composição.
A luz natural
Entende-se por luz natural a que proporciona o sol. Ao longo do ano e das
diferentes estações meteorológicas, o sol vai modificando o seu percurso e oferece
visões diversas dos mesmos motivos. Ilumina de forma diferente a paisagem,
incide em ângulos distintos sobre os motivos e penetra através das janelas das
casas a partir de direcções diferentes.
Nestas quatro fotografias, pode apreciar-se como a própria luz das diferentes
estações meteorológicas, atribui uma atmosfera a cada imagem. A luz fria do
Inverno contrasta com a sensação de Verão (porta), do Outono (campo) e do
esplendor luminoso da Primavera.
Luz e contraste
Quando em fotografia se fala de contrastes, estamo-nos a referir à diferença que
existe entre a iluminação das diferentes partes da cena. As cenas ou motivos a
fotografar podem ser resumidos em três grandes situações possíveis: alto
contraste, baixo contraste e contraste normal.
Assim, uma cena muito contrastada é aquela que tem partes muito iluminadas
(luzes altas) e partes de sombra profunda (sombras). Nestes casos, os extremos,
luzes e sombras, podem ficar fora da capacidade de registo do suporte utilizado,
Pelo contrário, uma cena de baixo contraste é aquela na que existe pouca diferença
entre as zonas mais e menos iluminadas. As cenas de baixo contraste não
comportam necessariamente fotografias com problemas técnicos. Por exemplo,
uma paisagem com neve, ao sol do meio-dia, pode ter muita luz e estar pouco
contrastada, se não existirem sombras. Se a exposição for correcta, a neve
representar-se-á como branca iluminada sem problemas.
Por último, uma cena de contraste normal é aquela que se reproduz de forma a que
as luzes e as sombras se representem com detalhe. O conceito de contraste pode
ser descrito de maneira mais técnica, mas estas primeiras indicações devem ser
suficientes para que possa começar a experimentar com a luz e o contraste das
cenas.
Os dias com chuva ou com névoa oferecem uma visibilidade reduzida, isto
pressupõe que se deva abdicar dos planos gerais e, se possível, incluir o céu dentro
do enquadramento. Fotografar de perto ou situar algum elemento em primeiro
plano, vão facilitar a obtenção de fotografias distintas e afastadas das imagens
típicas de paisagens. Aproveita estas condições de luz para realizar planos muito
curtos.
Os dias com nuvens são também uma excelente oportunidade para realizar
fotografias de retrato. A luz do sol, difundida pelas nuvens, proporciona uma suave
iluminação sobre o rosto do modelo. A luz difusa permite expressões mais
relaxadas, não se obtendo o mesmo efeito quando os raios incidem directamente
sobre o modelo.
Os dias com "mau tempo" podem ser aproveitados para realizar fotografias
interessantes. Os céus podem oferecer situações com muito grafismo e
espectaculares. Nos planos curtos de natureza, a luz difusa contribui a suavizar o
contraste e permite resultados excelentes com a cor.
O facto de o percurso do sol ser mais baixo durante o Inverno, provoca sombras
mais alongadas e uma iluminação mais contrastada. Quer dizer, é visível uma
maior diferença entre as partes iluminadas e as sombras. Estas condições,
geralmente, são aproveitadas pelos fotógrafos interessados na paisagem, porque a
luz rasante realça as texturas e favorece a representação visual do volume. Pelo
contrário, muitos fotógrafos preferem a Primavera e o Outono para as suas
fotografias de paisagem, porque nestas, produzem-se situações de luz menos
extremas.
A luz artificial
Entende-se por luz artificial toda aquela fonte produzida pelo ser humano. Na
sociedade actual o ser humano passa uma grande quantidade de horas iluminado
pela luz artificial. Poucos lugares de trabalho dispõem de luz natural. As lâmpadas
e, especialmente, as lâmpadas fluorescentes são habituais na área de trabalho de
milhões de seres humanos. A fotografia digital resolveu o eterno problema das
dominantes de cor, provocadas pelas fontes de luz artificial, que se produzem na
fotografia química quando se utiliza o flash. Por meio de um ajuste electrónico
podem ser corrigidas as dominantes de cor e obter imagens com um equilíbrio de
cor parecido ao que proporciona a luz solar.
Fine (sol)
Com nuvens
Flash
10
Exposição da luz
A exposição da luz ao filme é outra consideração vital na fotografia de paisagens.
Analisa, ao fotografares a cena, se ela é composta por tons médios. Se sim, ajusta
a abertura do diafragma e a velocidade do obturador conforme a câmara sugere.
Podes abrir um ponto e fechar um ponto a partir do ajuste sugerido para garantir a
fotografia.
Mas se a cena tem luzes mais claras e escuras, precisas fazer a medição correcta
para compensar os meios-tons. Por exemplo, se estás a fotografar neve, precisas
abrir um ou dois pontos do diafragma a partir do ajuste da câmara, pois o
fotómetro tenta transformar a neve branca em cinza médio, e o mesmo funciona
para uma área escura, só que aí precisarás fechar um ou dois pontos.
Para maior comodidade, o fotógrafo deve usar roupa discreta, impermeável para a
chuva e um bloco de apontamentos.
11
Outro filtro que vale a pena experimentar são os graduados de densidade neutra.
Permitem, por exemplo, fotografar um céu brilhante sem perder os detalhes do
chão, escurecendo o céu, reduzindo dessa forma a amplitude tonal da cena aos
limites do filme.
12
13
14
Técnicas várias
15
Pôr-do-Sol: Espera por um dia em que a neblina ou humidade da tarde seja mais
espessa, pois ela absorve as cores azul e verde da luz, transmitindo apenas o
vermelho.
Flores: Utiliza uma objectiva com focagem macro ou um filtro de close-up, utiliza as
luzes indirectas e suaves, sem sombras.
Animais: Preenche todo o visor com o corpo inteiro ou com um pormenor da face
do animal a ser fotografado, utilizando uma semi-teleobjetiva, ou uma lente zoom
de 50~105mm. Caso seja um animal selvagem, tira fotos disparadas em sequência
(com a ajuda de um motor-drive) da acção dele. Use uma câmara que faça pouco
ruído ao disparar e ao enrolar o filme.
Uma boa exposição pode-se definir quando se consegue detalhe, quer nas altas
luzes quer nas sombras, mantendo uma imagem equilibrada entre estes extremos.
Bom, pelo menos é mais ou menos isto que vem nos livros. Creio que somos nós
16
Por muito avançados que sejam os fotómetros ao nosso dispor, a medição de luz é
um processo de dois instrumentos: o fotómetro e o nosso cérebro. Assumir que o
que a maquina nos diz é correcto é um convite à sorte - e por vezes à desgraça.
O importante é perceber que o fotómetro tentará fazer tudo médio, ele não sabe se
estamos a fotografar uma zona branca ou uma preta. É um instrumento, não
pensa. E acima de tudo tentará transformar qualquer uma dessas zonas numa zona
cinzenta...
Por isso temos que trabalhar sempre sobre a informação que nos é dada pelo
fotómetro. É ai que entra o segundo "instrumento" para expor uma fotografia; o
nosso cérebro. Se vamos fotografar uma zona branca temos que "dar" mais
exposição; "dar" mais luz, de modo que a zona fique realmente branca. Porém,
quanto mais luz devemos dar é algo que só se adquire com a experiência...mas
regra geral...o branco é 2 stop's mais claro que o médio. cor de rosa, amarelo, azul
claro são um stop mais claro que médio.
Vermelho "benfica", azul "royal", dourado, verde, laranja e púrpura são médio.
Castanho-escuro, azul "navy", verde floresta, e chocolate são um stop mais escuro
que médio.
NOTA - isto serve só como pequeno guia, pois na verdade dentro da escala de cada
cor podemos ter muito claro, claro, médio, escuro e muito escuro.
Muitas vezes surgem confusões sobre o "tamanho relativo" das aberturas e a sua
numeração; a verdade é que estamos a falar de fracções portanto 1/4 (f4) é muito
maior que 1/16 ( f16 ); resumindo os números mais pequenos deixam passar mais
luz, são muito maiores que os números "grandes” - f16, f22, etc.
Simplificando, f8 deixa passar o dobro da luz que f11 e metade da luz de f5.6. Mais
uma vez isto significa uma mudança de 1 stop de f8 para f 11, do mesmo modo
que é uma mudança de 1 stop de f8 para f5.6, agora noutro sentido.
17
Para todos os efeitos, e tal como nas aberturas, a cada mudança de velocidade
corresponde 1 stop; ou seja cada mudança faz-se ou para o dobro ou para metade
do tempo.
Para todos os efeitos, e tal como nas aberturas, a cada mudança de velocidade
corresponde 1 stop; ou seja cada mudança faz-se ou para o dobro ou para metade
do tempo.
Quando se usam velocidades rápidas (1/250; 1/500; 1/1000, etc), toda a acção
parece que congela, todo o movimento é parado, ao passo que nas velocidades
lentas acontece exactamente o contrário, há uma fluidez de movimentos, de cores;
de formas. A título de exemplo, as velocidades rápidas são usadas, por exemplo em
desporto onde se tenta captar a acção e as lentas são usadas em fotografias que
impliquem um certo movimento - água, por exemplo, cascatas rios, ondas...
18
Os filmes ditos lentos (ISO 25,50, 64) precisam de mais luz para obter uma
exposição correcta. Pelo contrário os filmes rápidos (ISO 800, 1600, etc) já não
precisam de tanta luz para expor "correctamente".
Métodos de exposição
Leitura incidente - São normalmente os fotómetros de mão, aqueles que não estão
integrados nas máquinas.
Estes fotómetros medem a luz que incide no objecto, a luz que cai sobre o objecto,
portanto não têm em consideração factores como reflexão e absorção da luz por
parte do objecto a ser fotografado. Por esse motivo são extremamente precisos na
leitura. Têm o inconveniente que o fotógrafo tem que estar numa zona que tenha a
MESMA luz que o objecto fotografado. (Se estamos no lado da sombra de um vale a
fotografar o outro lado banhado em luz de nada nos serve um fotómetro incidente).
Usam-se apontando o sensor (coberto pelo material translúcido incluído no
aparelho) para onde vamos fotografar; ou seja aproximamo-nos do objecto e
viramos o aparelho para a maquina. Por outro lado não tomam em consideração o
facto de estarmos a usar filtros, conversores, anéis de extensão, etc.
Leitura reflectida - são do tipo dos que são construídos nas câmaras fotográficas.
Estes lêem a luz que é reflectida pelo motivo a fotografar. Assim são influenciados
pelo brilho ou ausência dele, do motivo. Estes fotómetros são, e isto é muito
importante - aliás é a base de perceber como a câmara "faz" a exposição - são
calibrados para representar o motivo como cinzento médio. Ou seja sempre que o
fotómetro faz a leitura está-nos a tentar dizer "...isto vai sair cinzento médio". Isto
19
Regra do "Sunny" 16 - Esta regra, muito simples e eficaz, diz-nos que num dia de
céu descoberto para qualquer objecto de tonalidade média (ou seja nem muito
escuro nem muito claro), maior que um saco fotográfico e desde que fotografado
com a luz por cima do nosso ombro (ou seja frontal ou muito próximo disso) pode
ser correctamente exposto a f16 e 1/ISO. Ou seja a velocidade de obturação que
mais se aproximar da sensibilidade do filme (p. exemplo - f16 a 1/125 com ISO 100
ou f16 a 1/500 com ISO 400).
Digamos que é uma excelente maneira de verificar num apuro se o nosso fotómetro
está a funcionar correctamente. Eu em muitos casos guio-me exclusivamente por
esta regra, fazendo apenas uns pequenos ajustes (quando necessário) para corrigir
tonalidades ou quando o objecto não é de tonalidade média.
Quando o objecto é muito claro convêm "dar" sempre mais um stop portanto a
regra passa a "SUNNY 22".
Leitura de cartão cinzento médio - Como foi indicado, o fotómetro da máquina está
calibrado para ler (e por "defeito" representar) o objecto a fotografar como cinzento
médio. Deste modo é extremamente eficaz ler algo que seja realmente cinzento
médio. Uma maneira fácil de fazer isto é medir a luz reflectida de um cartão
cinzento médio (que se pode comprar em qualquer boa loja de fotografia) que o
fotómetro fará uma exposição correcta (assumindo que o cinzento médio é cinzento
médio; o branco é branco e assim sucessivamente).
Este método tem todas as vantagens (especialmente se conseguirmos simular o
cartão; ou seja adquirir uma certa experiência que nos permita ler um determinado
elemento da imagem que sabemos é cinzento médio - ou como já disse
anteriormente, encarnado médio, verde médio, azul médio, etc). Por vezes, e isso
depende do tipo de fotografia a fazer, é muito difícil usar um cartão (imaginem-se
sentados o mais escondido possível, a olhar pelo visor e a tentar com um braço
colocar um cartão à frente de uma objectiva de 400mm+Teleconversor+tubo de
extensão enquanto tentamos fotografar uma ave desconfiada). Regra geral a maior
parte da folhagem, a relva, troncos de arvores secos, são "cinzento médios". Outra
opção para deixar o cartão em casa é medir a nossa mão e compensar o
necessário.
Spot meter / Sistema de Zonas - O sistema de zonas, "inventado" por Ansel Adams
para o Preto e Branco, é um método bastante complexo que envolve todo o
controlo tonal, quer da exposição da película, quer da revelação e impressão do
negativo.
Basicamente, e para este caso, interessa saber que, segundo Ansel Adams, pode-se
dividir toda a zona tonal em 11 zonas desde o branco puro (Zona I), até ao negro
puro (Zona XI), passando por todos os tons intermédios incluindo o cinzento médio
(Zona VI). Assim, fazendo a leitura de uma parede branca, os fotómetros de luz
reflectida, querem-nos fazer supor que "aquilo é cinzento médio", por isso nós
temos que abrir o diafragma 2 stop's (ou seja dar + 2 valores de exposição -
passar de f.56 a f2.8, ou passar de 1/125 a 1/30, ou ainda passar da Zona VI para
a zona IV) para que o branco seja exposta como branco e não como cinzento
médio, que é o que a maquina tentará fazer.....
20
http://www.lifecooler.com
http://www.nikonistas.com/
http://www.ufrgs.br
http://www.manuelgrilo.com
http://www.zone.com.br
http://revistaturismo.cidadeinternet.com.br/
http://lcbuevora.naturlink.pt
21