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INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo analisar alguns aspectos da Lei 8.666/93,
traçando conceitos acerca da Licitação, bem como os princípios que norteiam as
contratações administrativas. Embora os contratos administrativos tenham como regra a
obrigatoriedade de licitar, há algumas hipóteses previstas em lei de exceção a esse
dever. Dentre estas hipóteses temos a chamada inexigibilidade de licitação, que é
caracterizada quando há a inviabilidade de competição. O art. de forma exemplificativa
traz algumas hipóteses de caracterização de inexigibilidade de licitação, mediante a
contratação de determinado fornecedor ou produto exclusivo, a contratação de serviços
técnicos profissionais especializados de natureza singular e por fim a contratação de
artistas consagrados pela crítica ou pelo público.
Introdução
1
Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros Editores, 1998, p. 28.
2
1.1 Licitação
1.1.1 Conceito de Licitação
Antes de adentrarmos no tema escolhido, necessário se faz trazer alguns
conceitos doutrinários acerca do processo administrativo denominado “Licitação”.
Conforme os ensinamos de Hely Lopes Meirelles a licitação “é o
procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a
proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. Visa a propiciar iguais
oportunidades aos que desejam contratar com o Poder Público, dentro dos padrões
previamente estabelecidos pela Administração, e atua como fator de eficiência e
moralidade nos negócios administrativos. É o meio técnico-legal de verificação das
melhores condições para a execução de obras e serviços, compra de materiais e
alienação de bens públicos. Realiza-se através de uma sucessão ordenada de atos
vinculantes para a Administração e para os licitantes, sem a observância dos quais é
nulo o procedimento licitatório, e o contrato subseqüente”. 3
Para Celso Antônio Bandeira de Mello é um “procedimento administrativo
pelo qual uma pessoa governamental, pretendendo alienar, adquirir ou locar bens,
realizar obras ou serviços, outorgar concessões, permissões de obra, serviço ou de uso
exclusivo de bem público, segundo condições por ela estipuladas previamente, convoca
interessados na apresentação de propostas, a fim de selecionar a que se revele mais
conveniente em função de parâmetros antecipadamente estabelecidos e divulgados”. 4
Portanto, podemos entender que a Licitação tem como intuito principal
selecionar a proposta mais interessante e vantajosa para o interesse público.
2
Ob. cit. p.29/33.
3
Licitação e Contrato Administrativo. São Paulo: Malheiros editores, 1999, p. 23.
4
Ob. cit. 373.
3
5
Ob. cit. p. 94
6
Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. São Paulo: Dialética, 1998, p.
204/205.
7
Ob. cit. 382.
8
Direito Administrativo Moderno. São Paulo: Revista dos Tribunais, 199, p. 201.
9
Licitações e Contratos Públicos. São Paulo: Saraiva, 1999, p. 4.
10
Ob. cit. p. 94.
11
Ob. cit. p.205.
12
Ob. cit. p. 381/382
4
em vista do qual foram criadas. Ora, quem quer os fins não pode negar os
indispensáveis meios. Logo, nestas hipóteses em que o procedimento licitatório
inviabilizaria o desempenho das atividades específicas para as quais foi instituída a
entidade entender-se-á inexigível a licitação. Isto ocorre quando suas aquisições ou
alienações digam respeito ao desempenho de atos tipicamente comerciais,
correspondentes ao próprio objetivo a que a pessoa está proposta e desde que tais atos
demandem a agilidade, a rapidez, o procedimento expedido da vida negocial corrente,
sem o quê haveria comprometimento da boa realização de sua finalidade”.
Ainda Celso Antonio Bandeira de Mello13 entende que “a licitação não é um
fim em si mesmo; é um meio para chegar utilmente a um dado resultado: o travamento
de uma certa relação jurídica. Quando nem mesmo em tese pode cumprir tal função,
seria descabido realizá-la, seria ilógico fazê-lo em face ao interesse jurídico a que se
tem que atender. Diante de situação desta ordem é que se configuram os casos acolhidos
na legislação como de “dispensa” de certame licitatório ou os que terão que ser
considerados como de “inexigibilidade” dele”. Traça também interessantes exemplos:
“Seria inviável, por exemplo, abrir-se um certame licitatório para obter o parecer de um
jurista famoso, os serviços de um consagrado advogado para uma sustentação oral, ou
uma cirurgia a ser efetuada por renomado especialista. Nenhum deles prestar-se-ia a
isto”.
Para estes casos em que o processo licitatório não serviria ou se fosse
utilizado frustaria a consecução do interesse público conforme o entendimento de
Marçal Justen Filho14 “O procedimento licitatório normal conduziria ao sacrifício do
interesse público e não asseguraria a contratação mais vantajosa. Por isso, autoriza-se a
Administração a adotar um outro procedimento, onde formalidades são suprimidas ou
substituídas por outras”. Para estes casos Malçal defende que deve-se adotar a
contratação direta de forma que “o administrador está obrigado a seguir um
procedimento administrativo determinado, destinado a assegurar (ainda nesses casos) a
prevalência dos princípios jurídicos fundamentais. Permanece o dever de realizar a
melhor contratação possível, dando tratamento igualitário a todos os possíveis
contratantes”.
Sendo assim, podemos concluir que quando o objeto a ser contratado pela
Administração Publica possui características especiais e ímpares, que apenas
determinado particular possua ou possa fornecer, e ainda diante de um objeto singular
de modo que se torne impossível a realização de uma competição, a regra de licitar
deverá ser deixada de lado.
13
Ob. cit. p. 383
14
Ob. cit. p. 205
15
Ob. cit. p. 220/223.
5
2. Da Inexigibilidade de Licitação
16
Ob. cit. p. 211.
17
Ob. cit. p. 251.
18
Ob. cit. p. 45.
19
Das Licitações Públicas. Rio de Janeiro: Forense, 1993, p. 190.
20
Ob. cit. p.108.
6
21
Ob. cit. 258.
22
Elementos do Direito – Direito Administrativo. São Paulo: Editora Premier, 2006, p.123.
23
Ob. cit. p. 107.
24
Pb. Cit. p. 191.
7
25
Ob. cit. p. 391.
26
Ob. cit. p. 262.
27
Ob. cit. p.265.
28
Ob. cit. p. 266.
8
2.4 Da responsabilidade
29
Ob. cit. p. 195.
30
Ob. cit. p. 266.
31
Ob. cit. p.195.
32
Ob. cit. p. 268.
9
Considerações finais
Referências Bibliográficas
CRETELLA JÚNIOR, José. Das Licitações Públicas. Rio de Janeiro: Forense, 2006.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo:
Malheiros, 1999.