Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Equação Do 3o Grau - FIEO
Equação Do 3o Grau - FIEO
Osasco
2º semestre / 2009
SUMÁRIO
Introdução........................................................................................................... 03
Desenvolvendo a fórmula do 3° grau................. ................................................ 07
Consequências da fórmula do 3° grau................ ............................................... 09
Curiosidade Geométrica..................................................................................... 12
Bibliografia.......................................................................................................... 15
2
Introdução
Temos então
que não se altere as raízes.
Para completar o quadrado no primeiro termo adicionamos aos dois lados .
Então
Extraindo a raiz dos dois lados e isolando o x chegamos a:
√ 4
2
3
O objeto de nosso estudo, as equações do 3° grau, d emoraram mais tempo até
começar a serem trabalhadas.
4
tipo . Desta forma Tartaglia derrotou Fiore e ainda recusou o prêmio da
livros também encontramos relatos que teria obtido uma fórmula para as equações do
disputa.
considerarmos todas elas como solução da mesma equação, na época não se aceitava
o uso dos números negativos.
A forma que os problemas eram enunciados também era diferente, pois eram
formulados retoricamente. O nosso x era expressado como coisa, o x2 como censo, x3
como cubo, x4 como censo censo e assim por diante. Então Tartaglia teria descoberto a
solução para uma equação da seguinte forma: “cubo e coisa igual a número”.
A disputa entre Fiore e Tartaglia chamou a atenção de um singular cientista da
época, Girolamo Cardano (1501-1576).
Cardano era médico por profissão, mas envolveu-se nos mais diversos ramos da
ciência, álgebra, astrologia, astronomia, estudo das probabilidades e teoria dos jogos.
Pessoa controversa, dando oportunidade para diversos comentários sobre sua
perversidade, que num acesso de fúria teria arrancado as orelhas do filho. Foi preso por
publicar o horóscopo de Jesus Cristo e para não contrariar as previsões que fizera deu
cabo de sua vida no dia previsto.
Lembramos que a pseudociência da Astrologia na era de Cardano era vista com
bons olhos pelos reis que mantinham astrólogos em sua corte e também professores
universitários que a utilizavam para fazer predições e complementarem sua renda.
Os jogos de azar no século XVI eram uma forma de passatempo muito comum e
como se jogava a dinheiro Cardano usava suas habilidades desde cedo para pagar
seus estudos. Conforme sua autobiografia, declarava-se como jogador inveterado.
Publicando mais tarde um pequeno manual do jogador, Liber de ludo aleae (O livro dos
jogos de azar) onde ensinava como trapacear, porém na parte técnica discutia assuntos
como a eqüiprobabilidade de um jogador p ganhar a quantia s ou também a
probabilidade que tal evento r aconteça.
Cardano quis a todo custo obter a fórmula de Tartaglia. Inicialmente pediu-a
diretamente e tendo a negativa como resposta ofendeu-o como mesquinho, egoísta e
5
não interessado no progresso da humanidade . Após algum tempo, passando-se por
um nobre de Milão chamou Tartaglia para uma reunião; ao revelar-se implorou pela
fórmula jurando segredo. Tartaglia enviou-lhe a fórmula através de um poema que
Cardano não conseguiu decifrar. Após mais conversas Tartaglia acabou revelando tudo.
adequá-la à forma de Tartaglia. Porém, devido ao juramento não podia publicá-la. Mas
com o consentimento de Della Nave examinou os manuscrito deixados por Ferro e
encontrou sua dedução e acabou publicando-a em 1545 em seu tratado de álgebra Ars
Magna (A arte maior), que também continha a descoberta de Ferrari em reduzir o grau
das equações do 4° grau.
Em 1546 Tartaglia também publica sua fórmula no livro Quesiti et Invention
Diverse, que consistia em 9 volumes onde eram apresentadas as respostas para
questões propostas a ele por príncipes, monges, doutores, embaixadores, professores
etc, que continham problemas do 3° grau. Havia tamb ém uma pequena autobiografia
onde aproveitou para atacar Cardano acusando-o pela quebra do juramento.
Cardano não se deixou afetar, mas o mesmo não se pode dizer de Ferrari que
contra atacou publicando panfletos contra Tartaglia e a favor de seu mestre. Dando um
inicio a uma disputa de 12 panfletos, publicados como Cartelli di Sfida Mathematica, e
segundo alguns estudiosos culminou com um debate entre eles em Milão onde não
ficou muito claro o resultado. Sabe-se, porém, que Tartaglia perdeu seu emprego como
professor em Brescia falecendo 9 anos mais tarde.
6
Desenvolvendo a fórmula do 3° grau
coeficiente do termo cúbico não for unitário podemos dividir a equação sem alterar suas
raízes.
É proposto então a mudança de variável x=y+k, ou de maneira mais simples, x
termo quadrático desapareça.
3 0 !
3
2
Substituindo obtemos:
" # " # 0
3 27 3
0
Temos assim a equação reduzida na forma
%&
Como y também pode ser escrito como soma de dois números.
% &
% & 3%&% &
3%& % & 0
7
Logo temos que 3AB p e % &
Elevando a primeira equação à terceira potência teremos:
% &
+ 27 ,
% &
Mas este sistema nos pede dois números tendo sua soma e produto e isso
podemos resolver com uma equação do 2° grau.
- - 0
27
Usando a fórmula de Bhaskara temos:
- .
2 4 27
Sendo % uma das raízes da equação em z e & a outra. Portanto temos também
%&
as raízes da equação em y:
0
/ / .
0
.
2 4 27 2 4 27
8
Consequências da fórmula do 3° grau
42 √121 42 √121 *
0 0
Mas agora não podemos negar a existência de solução da equação (que são
4, 2 √3 6 2 √3).Vejamos o porquê.
Dada a equação 0 podemos reescrevê-la como:
1 0
o valor do termo cúbico. Como para um valor de x muito baixo temos um número
negativo e para valor muito alto positivo a curva, por ser contínua, deve passar pelo
zero em algum ponto. Logo a equação do 3° grau admi te ao menos uma raiz real.
9
equação do 3° grau, podemos ainda escrevê-la como . a 0.
Esta conclusão trouxe outro problema, pois se sempre existe uma raiz a para a
Mas pela equação (*) não podemos mais usar o argumento de 4b não ter
solução. Logo
:√;<
também deve apresentar mais 2 raízes.
Com isto temos que a equação do 3° deve apresentar não 1, mas 3 raízes.
E assim como a diagonal do quadrado de lado unitário demonstrou a
insuficiência dos números racionais, a equação de Tartaglia exigia algo a mais que os
números reais.
A partir daqui tentaremos discorrer de maneira rápida sobre o surgimento dos
números complexos.
Cardano trabalhou em seu Ars Magna com a raiz do número negativo ao estudar
o problema de dividir 10 em duas partes de maneira que seu produto seja 40. Utilizando
um sistema de grau 2 chegou às respostas 5 √15 e 5 = √15, complementando que
sua descoberta era tão sutil quanto inútil.
Porém foi o italiano Rafael Bombelli (1526?-1573?), que estudando as equações
do 3° grau e chegar em (*) diz que estes devem ser números da forma a √b
e a √b. Desenvolvendo uma regra para a soma destes números e regras para
trabalhar com a √1, que apresentamos abaixo:
@√1A@√1A 1
@√1A@√1A 1
@√1A@√1A 1
1@√1A √1
1@√1A =√1
Bombelli desenvolveu também uma notação específica onde 3i seria R[0 m. 9] (R
de raiz e m de menos).
10
Alguns matemáticos posteriores a Bombelli trabalharam também com os
números complexo, mas foi Euler (1707-1783) quem avançou o estudo algébrico destes
números. Utilizando a notação B para representar √1 (o nome imaginário foi dado por
Leibniz) e escrevendo o número complexo - a bi como:
a b
z 4a b E iF
√a b √a b
e
G I
4G
HI
4G
HI
Percebendo que são sempre números entre -1 e 1e a soma
da equação de Tartaglia.
4 27
Voltemos a analisá-la.
0
11
Aplicando a fórmula de Cardano obtemos:
∆ E F E F
2 3
∆
108
∆
108
Curiosidade Geométrica
parábola e uma hipérbole.
0 !
12
Tomemos a equação passando o termo independente para o outro lado. Em
4
seguida dividimos toda igualdade por x, obtendo:
4 4 0 ! 4
4
Analisemos agora a equação abaixo:
3 4 0 ! 3
Ao aplicar a fórmula temos:
2 4 3
∆ E F E F 0
2 3
13
Este determinante
e dando 0 nos diz que temos 3 raízes reais, sendo uma delas
com multiplicidade 2, que são -1, 2 e 2.
14
Ao analisarmos as raízes da equação do 3° grau e o s gráficos acima verificamos
que as intersecções da parábola e da hipérbole nos mostra a quantidade de raízes reais
que a equação possui. Mais que isso ela nos dá essas raízes. Infelizmente se
tentarmos achar essas intersecções algebricamente voltaremos a equação cúbica
anterior.
Bibliografia
DOMINGOS, Hygino H; Iezzi, Gelson. Fundamentos da Matemática Elementar – vol.6.
7ªed. São Paulo: Ática, 2007.
DOMINGOS, Hygino H; Hazzan, Samuel. Fundamentos da Matemática Elementar –
vol.5. 7ªed. São Paulo: Ática, 2007.
EVES, Howard. Introdução à História da Matemática. 4ª reimpressão. Campinas:
Unicamp, 2008.
GALVÃO, Maria Elisa E. L.. A Álgebra Simbólica em Cardano, Tartaglia, Bombelli e
Viète. São Paulo.
GARBI, Gilberto G. O Romance das Equações Algébricas. 2ªed. São Paulo: Livraria da
Física, 2007.
LAGES, Elon. Meu Professor de Matemática e outras histórias. Rio de Janeiro: SBM,
1987.
Método de Tartaglia para obter raízes de equação do 3° grau . Disponível em:
<http://www.topadp.com/downloads/Metodo_de_Tartaglia_para_obter_raizes_de_equac
eq_do_3o.pdf>. Acesso em: 17 de Novembro de 2009.
REZENDE, Francisco Satuf. Equações do Terceiro e Quarto Graus. Disponível em:
< http://www.mat.ufmg.br/~satuf/eq.pdf>. Acesso em: 17 de Novembro de 2009.
SODRÉ, Ulisses. Ensino Médio: Raízes da Equação do 3° grau . Disponível em:
<http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/medio/polinom/raizes3g.htm>. Acesso em:
17 de Novembro de 2009.
15