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Não tem para onde correr, os concursos sempre cobram matérias de Direito Constitucional e

um dos assuntos que mais aparecem nos conteúdos programáticos dos editais de concursos é
sobre Princípio, Direitos e Garantias Fundamentais. Esta matéria, encontrada nos primeiros
artigos da Constituição Federal (CF/88) tem relevante importância e hoje será objeto do nosso
estudo em forma de resumo. Recomenda-se sempre ter em mãos a CF/88 atualizada e um
bom livro de Direito Constitucional. Vou indicar um bom livro, o do Vicente Paulo e Marcelo
Alexandrino, chamado Direito Constitucional Descomplicado da Editora Método.

Antes de começar, vou explicar a diferença entre a palavra Estado (com “E” maiúsculo) e
estado (com “E” minúsculo). Quando a palavra Estado é grafada com “E” maiúsculo ela tem o
significado de governo. Quando a mesma palavra é grafada com “E” minúsculo, o significado é
de estado-membro (Alagoas, São Paulo).

Então, vamos lá!

O Estado brasileiro é:

 Federação (Forma de estado) (União + DF + estados + municípios) (Cláusula pétrea);

 República (Forma de governo);

 Regime político democrático;

 Estado de Direito (noção de limitação do poder e de garantia de direitos fundamentais


aos particulares) (Estado Democrático de Direito)

A União, DF, estados e municípios são pessoas políticas descentralizadas que possuem poder
de auto-organização, competências legislativas e administrativas e autonomia financeira
(competências tributárias próprias).

Os estados e o DF têm representantes no Congresso Nacional (CN) e podem propor emendas a


CF/88.

Os fundamentos da Rep. Federativa do Brasil são:

1. Soberania: o poder do Estado brasileiro, na ordem interna, é superior a todas as


manifestações de poder. No âmbito internacional, encontra-se em igualdade com os
demais Estados independentes.

2. Cidadania: o poder público deve assegurar e oferecer condições materiais para a


integração irrestrita do indivíduo na sociedade política organizada.

3. Dignidade da pessoa humana: o Estado é centrado no ser humano.

4. Valor social do trabalho e da livre iniciativa;

5. Pluralismo político: a sociedade deve reconhecer e garantir a inclusão, das diversas


correntes de pensamento e grupos.

Os poderes da república são independentes e harmônicos entre si. É o poder Legislativo,


Executivo e Judiciário.
Como a CF/88 é uma constituição que traça diretrizes, os objetivos fundamentais são:

1. construir uma sociedade livre, justa e solidária;

2. garantir o desenvolvimento nacional;

3. erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

4. promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

O título I ainda enumera 10 princípios fundamentais orientadores das relações do Brasil na


ordem internacional:

1. independência nacional; (igualdade jurídica entre as nações)

2. prevalência dos direitos humanos;

3. autodeterminação dos povos;

4. não intervenção;

5. igualdade entre os Estados;

6. defesa de paz;

7. solução pacífica dos conflitos;

8. repúdio ao terrorismo e ao racismo;

9. cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

10. concessão de asilo político.

A Rep. Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos
povos da América Latina, visando uma comunidade latino-americana de nações. (isso é um
objetivo)

Não existem princípios absolutos, devendo sua conveniência seguir a lógica da ponderação.

* Direitos e Garantias *

Direitos fundamentais: são os bens em si mesmo considerados declarados como tais nos
textos constitucionais (os direitos são declarados);

Garantias fundamentais: instrumentos de proteção dos direitos fundamentais, que


possibilitam que os indivíduos façam valer seus direitos, perante o Estado (as garantias são
estabalecidas);

As características dos direitos fundamentais são:

1. imprescretibilidade: eles não desaparecem com o tempo;


2. inalienabilidade: não há possibilidade de transferência dos direitos fundamentais a
outrem;

3. irrenunciabilidade: não podem ser objetos de renúncia;

4. inviolabilidade: impossibilidade de sua não observância por disposições


infraconstitucionais ou por atos das autoridades públicas;

5. universalidade: devem abranger todos os indivíduos, indepedente de qualquer coisa;

6. efetividade: a atuação do Poder Público deve ter por escopo garantir a efetivação dos
direitos fundamentais;

7. interdependência: as várias previsões constitucionais, apesar de autônomas, possuem


diversas intersecções para atingirem suas finalidades.

Os direitos fundamentais são um conjunto aberto, dinâmico e mutável no tempo. E são


classificados em gerações (ou dimensões), levando-se em conta o momento de seu surgimento
e reconhecimento pelos ordenamentos constitucionais.

Direitos de 1ª geração: compreendem as liberdades negativas clássicas, que realçam o


princípio da liberdade. São os direitos civis e políticos. Ex.: direito à vida, à liberdade, à
liberdade de expressão etc. (direito negativo, direitos INDIVIDUAIS)

Direitos de 2ª geração: são as liberdades positivas, reais ou concretas, e acentuam o princípio


da igualdade entre os homens (igualdade material). São os direitos econômicos, sociais e
culturais. Ex.: direito à saúde,  à educação, trabalho, assistência social, etc. (É o agir do Estado,
direito positivo, direitos SOCIAIS) OBS.: nem todos os direitos fundamentais de 2ª geração são
direitos positivos. Existem também, direitos sociais negativos, como o de LIBERDADE SINDICAL
e o de LIBERDADE DE GREVE.

Direitos de 3ª geração: consagram os princípios da solidariedade e da fraternidade. São


atribuídos genericamente a todas as formações sociais, protegendo interesses de titularidade
coletiva ou difusa. Ex.: direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, à defesa do
consumidor, à paz, etc.

Os direitos fundamentais podem ter como titulares as pessoas naturais , as pessoas jurídicas e
as pessoas estatais. Elas também não podem ser utilizadas como escudo protetor da prática de
atividades ilícitas, ou afastamento ou diminiução da responsabilidade civil ou penal por atos
criminosos.

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