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Dia de Reis

Os Reis Magos são personagens que vieram do Oriente, guiados

por uma estrela, para adorar o Deus Menino, em Belém (Mateus

2, 1-12).

Ignora-se a providência dos Reis Magos, este episódio foi apenas

relatado no Evangelho de S. Mateus e, mesmo assim, de forma

muito resumida e vaga. Só com o passar do tempo, se foram

acrescentando detalhes, para se sanarem as lacunas deixadas

no Evangelho em relação a esta história.

A designação “Mago” era dada, entre os Orientais, à classe dos

sábios ou eruditos, contudo esta palavra também era usada

para designar os astrólogo. Isto fez com que, inicialmente, se

pensasse que estes magos eram sábios astrólogos, membros da

classe sacerdotal de alguns povos orientais, como os caldeus, os

persas e os medos.

Posteriormente, a Igreja atribuiu-lhes o apelido de “Reis”, em

virtude da aplicação liberal que se lhes fez do Salmo 71,10.

Quanto ao número e nomes dos Reis Magos são tudo suposições

sem base histórica, aliás algumas pinturas dos primeiros séculos

mostram 2, 4 e até mesmo 12 Reis Magos adorando Jesus. Foi


uma tradição posterior aos Evangelhos que lhes deu o nome de

Baltasar, Gaspar e Belchior (ou Melchior), tendo-se também

atribuído a cada um características próprias.

Belchior (ou Melchior) seria o representante da raça branca

(europeia) e descenderia de Jafé; Gaspar representaria a raça

amarela (asiática) e seria descendente de Sem; por fim,

Baltasar representaria todos os de raça negra (africana) e

descenderia de Cam. Estavam assim representadas todas as

raças bíblicas (e as únicas conhecidas na altura: os semitas, os

jafetitas e camitas. Pode então dizer-se que a adoração dos Reis

Magos ao Menino Jesus simboliza a homenagem de todos os

homens na Terra ao Rei dos reis, mesmo os representantes do

tronos, senhores da Terra, curvam-se perante Cristo,

reconhecendo assim a sua divina realeza.

Esta ideia só surgiu no século XVI, assim só a partir deste século

é que se começou a considerar que Baltasar era negro, de forma

a que se pudesse abranger todas as raças.

Nota: Jafé, Sem e Cam são os 3 filhos de Noé, que segundo o

Antigo testamento representavam as 3 partes de mundo e as 3

raças que o povoavam naquele tempo.


Para além desta simbologia, pela cultura a cristã, os Reis Magos

simbolizam que os que os poderosos e abastados devem curvar-

se perante os humildes, despojando-se dos seus bens e

colocando-os aos pés dos demais seres humanos, ou seja,

devem partilhar a sua fortuna com os mais pobres.

Também em relação às idades dos Reis Magos tudo são

suposições sem nenhuma base histórica. Só no século XV, se

fixou que Belchior teria 60 anos, Gaspar estaria com 40 anos e

Baltasar 20 anos.

Tem de se ter em atenção que as características físicas e as

idades dos Reis Magos variam consoante o autor.

O dia de Reis celebrava-se a 6 de Janeiro, partindo-se do

princípio que foi neste dia que os Reis Magos chegaram

finalmente junto ao Menino Jesus. Em alguns países é no dia 6

de Janeiro que se entregam os presentes.

Ao chegarem ao seu destino, os Reis Magos deram como

presentes ao Menino Jesus:

• Ouro (oferecido por Belchior): este representa a Sua

nobreza;
• Incenso (oferecido por Gaspar): representa a divindade

de Jesus;

• Mirra (oferecido por Baltasar): a mirra é uma erva

amarga e simbolizava o sofrimento que Cristo enfrentaria

na Terra, enquanto salvador da Humanidade, também

simbolizava Jesus enquanto homem.

Assim, os Reis Magos homenagearam Jesus como rei (ouro),

como deus (incenso) e como homem (mirra).

Coloca-se a questão de saber como é que os Reis Magos

associaram o aparecimento da Estrela com o nascimento de

Jesus. A verdade é que existem várias teorias, mas não há como

saber qual delas é a correcta. Uma dessas teorias considera que

os Reis Magos descobriram a relação entre o novo astro e o

nascimento de Cristo.

Mais explicações sobre esta questão e outras relacionadas com

os Reis Magos são dadas através de textos apócrifos, isto é,

textos não reconhecidos pela Igreja.

Contudo estes textos foram, de um modo geral, escritos nos

séculos II e III da era cristã, para preencherem lacunas sobre a

vida de Jesus e de outras personagens do Novo Testamento,

assim objectivo destes era saciar a curiosidade religiosa,

transformando o vago em concreto, independentemente da


veracidade dos factos, daí não estarem incluídos nos chamados

Livros Canónicos.

Simbologia dos Presentes (Ouro, Incenso e Mirra)

Como já foi dito, o incenso simboliza o sacerdócio, o ouro a

realeza e a mirra o sofrimento de Jesus na Terra. Contudo,

também se tem entendido que estes produtos simbolizavam as

várias idades do Homem: a juventude e fecundidade do

trabalhador; a maturidade do guerreiro; e, por fim, a velhice do

sacerdote.

O imaginário medieval (época muito propicia à criação de

lendas) considera que o incenso, o ouro e a mirra, levados pelos

Reis Magos a Jesus, eram provenientes das terras lendário

Preste João, que ficavam ao lado do Paraíso Terreno. Esta lenda

do Preste João relaciona-se com a ideia de uma Sociedade Ideal,

a criação de um Mundo Utópico, um mundo justo, sem carências

e sem violências.
Estes três presentes também faziam lembrar o entendimento

que n Idade Média se tinha da Santíssima Trindade: o Pai era

visto como o sacerdote, o Filho como o rei, e, finalmente, o

Espírito Santo como produtor.

OS REIS MAGOS

OS REIS MAGOS
São chegados os três Reis,
Chegaram a seu destino;
Vêm entregar umas leis,
A nosso “Deus” Menino!
-
Um Rei vem no camelo,
Leva ao menino, o ouro;
De tirar tudo e o cabelo,
Assim fez o seu tesouro!?
-
Um Rei vem num burro,
Com autarcas embirra;
A agentes dá cada urro,
É o rei que leva a mirra!
-
Outro Rei vem no cavalo,
Traz ao pescoço o lenço;
A militares dá um abalo,
Perfuma - os com incenso!
-
O frio é de cortar à faca,
Ele nas mãos faz o furo;
O primeiro quer a vaca,
Com suor a pagar juro!?
-
O segundo corre e pula,
Vai atrás de autoridade;
E aos coices como mula,
Quer impor a liberdade!?
-
O terceiro se foi militar,
Mostra muito pó à tropa;
E só os sabe é mandar,
Para fora, p’ra Europa!?
-
E a Estrela do Oriente,
Os guia até ao Menino;
Para despachar a gente,
Com as leis dum asinino!
-
Diz-se que Rei Herodes,
Será sempre o primeiro;
E foge ó povo, se podes,
Vai para o Estrangeiro!
-
Vai fazer de companhia,
Aos três reis afamados;
Porque nesta economia,
Somos sempre esfolados!
-
E riu o “Deus” Menino,
Ao sentir tanto, o calor;
E deste País pequenino,
Quis fazer o País maior!?
-
Com esta imensa magia,
Que trouxeram os Reis;
O menino e Sua Maria,
Revogaram todas as leis!
-
Portugal és um encanto,
Diz o menino, sorrindo;
Ainda hei – de ser Santo,
Ai, deste Belém saindo!

Posted by Agudea at janeiro 4, 2007 01:27 PM


que os meus pequeninos adoram, chama-se Vai Nevar, Vai Nevar.

Ai lá fora o frio aperta


Mas não me posso queixar
Pois cá dentro está quentinho
E lá fora vai nevar, vai nevar

Trouxe milho pras pipocas


Que este frio e pra ficar
Vou come-las a lareira
E lá fora vai nevar, vai nevar

Mas por fim tenho de ir pra cama


Vou meter me ao quentinho
Dão me um beijo de boa-noite
Já estou pronto para o soninho
E a fogueira ao apagar-se
Também quer ir descansar
Já estão todos a dormir
E o pai natal vai chegar vai chegar

Mas por fim tenho de ir pra cama


Vou meter me ao quentinho
Dão me um beijo de boa-noite
Já estou pronto para o soninho

E a fogueira ao apagar-se
Também quer ir descansar
Já estão todos a dormir
E o Pai Natal
vai chegar
vai chegar.

O Bolo Rei é mais um costume natalício.


O seu formato lembra uma coroa. E as frutas cristalizadas,
amêndoas, nozes e figos, as jóias que a enfeitam.
Este doce, simboliza as prendas que os Reis Magos ofereceram a
Jesus recém-nascido.
A sua côdea (parte externa) representava o ouro, enquanto as frutas
secas simbolizavam a mirra e o seu aroma, o incenso. Conta a lenda
que, quando os reis magos viram a estrela que anunciava o
nascimento de Jesus, disputaram entre si o direito de entregar os
presentes que levavam. Para acabar com a briga, um padeiro teve a
idéia de fazer um bolo para os três e esconder uma fava dentro da
massa.
Não se sabe se foi Gaspar, Belchior ou Baltazar o feliz contemplado,
mas a receita do Bolo Rei correu o mundo e ganhou fama de
proporcionar prosperidade a quem tirar a fatia premiada.
Quanto à fava, quem a receber compromete-se a oferecer o doce no
próximo Natal seguinte.
Bolo Rei

A tradição | A História do Bolo-Rei | Bolo Rei em Portugal

A tradição

Não é possível falar-se na doçaria típica da época natalícia, sem

se falar do famoso Bolo Rei, com a sua forma de coroa, as suas

frutas cristalizadas e frutos secos (amêndoas, nozes e pinhões),

a fava e o brinde. Para ver a receita clique aqui.

Este bolo está carregado de simbologia, muito sinteticamente

pode dizer-se que este doce representa os presentes oferecidos

pelos Reis Magos ao Menino Jesus. A côdea (a parte exterior)

simboliza o ouro; já as frutas secas e as cristalizadas

representam a mirra; por fim, o incenso está representado no

aroma do bolo.

A explicação para a existência da fava

no interior no bolo rei está ligada a uma


lenda, segunda a qual quando os Reis Magos viram a Estrela de

Belém que anunciava o nascimento de Cristo, disputaram entre

si o direito de entregar ao Menino os presentes que levavam.

Como estes não conseguiam chegar a um acordo, um padeiro,

para pôr termo à discussão, propôs fazer um bolo com uma fava

no interior da massa, em seguida, cada um dos três magos do

Oriente pegaria numa fatia, o que tivesse a sorte de retirar a

fatia que possuísse a fava, ganharia o direito de entregar os

presentes a Jesus. Não se sabe qual foi contemplado com a fatia

premiada, pode ter sido qualquer um dos três, Baltasar, Belchior

ou Gaspar.

É claro que isto é só uma lenda, o Bolo Rei tem, na verdade

origens francesas (como veremos mais de seguida).

A receita do Bolo Rei coreu mundo, muito contribuiu para isso a

fama que o bolo ganhou de proporcionar prosperidade a quem

comesse a fatia que possuísse a fava. Contudo, dita a tradição

que quem receber a fatia com a fava, tem de oferecer o Bolo Rei

no ano seguinte.

Início
História do Bolo Rei

Os romanos costumavam votar com favas, prática introduzida

nos banquetes das Saturnais, durante as quais se procedia à

eleição do Rei da Festa, também chamado Rei da fava. Diz-se

que este costume teve origem num inocente jogo de crianças,

muito frequente durante aquelas festas e que consistia em

escolher o rei, tirando-o à sorte com favas.

O jogo acabou por ser adaptado pelos adultos, que passaram a

utilizar as favas para votar nas assembleias.

Como aquele jogo infantil era característico do mês de

Dezembro, a Igreja Católica passou a relacioná-lo com a

Natividade e, depois, com a Epifania, ou seja, com os dias 25 de

Dezembro e 6 de Janeiro.

A influência da Igreja na Idade Média determinou a criação do

Dia de Reis, simbolizado por uma fava introduzida num bolo,

cuja receita se desconhece.

De qualquer modo, a festa de Reis começou muito cedo a ser

celebrada na corte dos reis de França. O bolo-rei teria surgido

no tempo de Luís XIV para as festas do Ano Novo e do dia de


Reis. Vários escritores escrevem sobre ele, e Greuze celebrou-o

num quadro, exactamente com o nome de Gâteau des Rois.

Com a Revolução Francesa , em 1789, este bolo foi proibido. Só

que os confeiteiros tinham ali um bom negócio, e em vez de o

eliminarem, passaram a chamar-lhe Gâteau des sans-cullottes.

Em Portugal, depois da proclamação da República, não chegou a

ser proibido, mas andou lá perto. Com excepção desse mau

período, a história do bolo-rei é uma história de sucesso, e hoje

como ontem as confeitarias e pastelarias não se poupam a

esforços na sua promoção

Início

Bolo Rei em Portugal

Tanto quanto se sabe, a primeira casa onde se vendeu em

Lisboa o bolo-rei foi a Confeitaria Nacional, certamente depois

de 1869. A pouco e pouco, a receita do bolo-rei generalizou-se.

Outras confeitarias de Lisboa passaram a fabricá-lo, o que deu

origem a versões diversas, que de comum tinham apenas a

fava.
No Porto, foi posto à venda pela primeira vez em 1890, por

iniciativa da Confeitaria de Cascais. Diz-se que este bolo-rei foi

feito segundo receita que o proprietário daquela confeitaria,

Francisco Júlio Cascais, trouxera de Paris.

Inicialmente, só era fabricado na véspera do Dia de Reis, mas a

partir de 1920, a Confeitaria de Cascais passou a ter bolo-rei

quase todos os dias. Na altura, já muitas confeitarias de Lisboa o

vendiam.

Assim, actualmente em Portugal, o consumo de Bolo Rei é mais

significativo entre finais de Novembro e o dia 6 de Janeiro.

Embora, o gosto por este bolo no nosso país faça com que ele

seja vendido durante todo o ano, a verdade é que as vendas

deste disparam durante a época acima assinala, até porque

durante a época natalícia, o Bolo Rei não se limita a ser um bolo

com um gosto agradável, ele é na verdade um verdadeiro

símbolo desta época!

Não há dúvidas, que o bolo-rei veio de Paris. O «nosso» bolo-rei

segue a receita utilizada a sul do Loire, um bolo em forma de

coroa, feito de massa levedada (massa de pão). Acrescenta-se,

de qualquer modo, que as várias receitas os bolos continham

uma fava simbólica, que nem sempre era uma verdadeira fava,
podendo ser um pequeno objecto de porcelana.

Hoje em dia, o bolo-rei inclui um brinde e uma fava. O brinde é

um pequeno objecto metálico sem outro valor que não seja o de

símbolo, e mesmo assim pouco evidente para a maioria das

pessoas.A fava representa uma espécie de azar: quem ficar com

ela tem que comprar outro bolo-rei.

O bolo-rei

O bolo-rei tomava-se muito a sério. Não havia discussão: ele era o rei dos bolos.

Como tal, quando lhe caiu uma passa da coroa, ordenou ao bolo - inglês:

— Traz-me essa passa de volta.


O bolo - inglês fez-se desentendido e respondeu:

— Sorry! I don’t understand…

O que queria dizer, na língua dele, que pedia desculpa, mas não tinha entendido.

Então, o bolo-rei virou-se para um bolo de natas e deu a mesma ordem. Queria, outra
vez, a passa a ornamentar-lhe a coroa.

O bolo de natas tinha uma fala atrapalhada, por causa do excesso de natas.

— Flá, plefe, pflu, pfló…

Não se percebia nada.

O bolo-rei, muito irritado, ordenou o mesmo ao bolo de amêndoa, que lhe respondeu:

— Também a mim me caiu uma amêndoa torrada e não me queixo.

O bolo-rei, cada vez mais exasperado, deu a mesma ordem a um pudim de gelatina, mas
o pudim de gelatina era muito frágil, muito nervoso e só tremeu, tremeu, incapaz de
dizer ou fazer o que quer que fosse.

— São uns rebeldes estes meus súbditos — concluiu, numa grande exaltação, o bolo-
rei. — Condeno-os a que sejam todos cortados às fatias.

E assim aconteceu. Mas nem o bolo-rei escapou.

António Torrado
www.historiadodia.pt

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