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Ecografia Gestacional

Básica
João Paulo Lôbo Brandão
Programa de Residência Médica
em Ginecologia e Obstetrícia
HRAS – SES/DF
Maio/2009
www.paulomargotto.com.br
ECO GEST

•USG TRANSABDOMINAL: Sondas de 3,5 MHz a 5,0 MHz;


O exame ecográfico de rotina é mesmo
necessário?

• RADIUS (Routine Antenatal Diagnóstic


Imaging Ultrasound Study) (Huang L. J.
Clin Eng 1994)
– Grupo 1: Exames somente quando indicado
– Grupo 2: dois exames de rotina (1º entre
15-22 sem; 2º entre 31-35 sem.
– Morbidade e Mortalidade perinatal: não
houve diferença significativa
• Routine ultrasound in late
pregnancy (after 24 weeks'
gestation). Cochrane Database Syst
Rev. 2008
– Eight trials recruiting 27,024 women
unselected or low-risk pregnancies were
included.
– routine late pregnancy ultrasound in low-
risk or unselected populations does not
confer benefit on mother or baby. It may
be associated with a small increase in
caesarean section rates.
“Why women want prenatal ultrasound in
normal pregnancy( Ultrasound obstet gynecol 2006; 27:145-
150)

• 60% medo de malformações fetais .


• 55% ver se tudo estava bem .
• 44 % confirmar a boa evolução da
gestação para a sua própria
tranquilidade.
“O exame por meio da ultra-sonografia
na assistência pré-natal é
norma obrigatória na atualidade”
Hohler CW. Semin Ultrasound, 1980.

Mauad, 2006 Pastore, 2003


Classificação do Estudo Ecográfico
quanto ao nível de complexidade
• Nível I : Rotina Obstétrica: Determinação
da posição fetal, biometria e característica
do LA e placenta

• Nível II: Vitalidade Fetal: perfil biofísico

• Nível III: Morfologia Fetal: estudo


detalhado
- Ultrassonografia Genético-Fetal.
Estudo da Estática Fetal
• Posição:
Longitudinal,
Transverso, Oblíquo
• Apresentação:
cefálico, pélvico,
córmico
• Situação do dorso:
direita, esquerda,
anterior, posterior
Gomes, RF. Comparação da avaliação
entre variáveis fetais por US e exame
clínico. 2006

- Comparou o diagnóstico da estática


fetal entre o exame clínico e a ecografia
em 30 gestantes de termo.

O obstetra acertou o dorso fetal em


apenas 36,7% das gestantes.
Estudo da Placenta

• Posicionamento
• Inserção do cordão umbilical
• Espessura placentária
• Graduação de maturidade
Estudo da placenta: Posicionamento

Distância mínima entre o OI do colo e a borda


placentária inferior : 7 a 10 cmm
Estudo da Placenta: Inserção do cordão
Graduação de maturidade placentária

Grannum PA, et al. Am J Obst Gynecol, 1979.


Graduação de maturidade placentária

Massa
placentária
Homogênea e
Ecogênica

Lâmina coriônica lisa

Placenta Imatura:
1º tri/ inicio 2º tri
0% de maturidade pulmonar
Graduação de maturidade placentária

Áreas
hiperecogênicas
dispersas na
massa placentária

Entalhes
discretos na
lâmina coriônica

Identificado do 2º tri até inicio do


3ª tri (18 a 29 sem)
66% de maturidade pulmonar
Graduação de maturidade placentária

Calcificações basais

Entalhes na placa
coriônica mais
marcantes com
calcificações com
seguem em direção a
placa basal

Identificada no 3ª trimestre
88% de maturidade pulmonar
Graduação de maturidade placentária

Áreas
ecogênicas
centrais

Entalhes de calcificações
atingem a placa basal
definindo cotilédones

Identificado no final do 3º trimestre


100% de maturidade pulmonar
Graduação de maturidade placentária

• 100 Pacientes com 38 semanas


– 75,7% Placenta GRAU II
– 18,9% Placenta GRAU III
– 5,4% Placenta GRAU I
SHWENI et al. Placental grading by ultrasonography
as an index of fetal maturity. SAMJ,1986

• O Grau III de maturidade placentária como


indicador de maturidade fetal apresenta alta
especificidade, porém baixa sensibilidade.
Graduação de maturidade placentária

• Placenta Grau 3 antes da 34-36


semanas:
– Encontrada em até 15 %
– Mais comum em gestante jovens,
nulíparas e fumantes
– Risco aumentado: SFA (OR 2,8) , Liq
meconial (OR 2,1) , baixo peso ao nascer
(OR 2,0) e parto prematuro

Third trimester placental grading by ultrasonography


as a test of fetal wellbeing. Proud J.; Grant A. M., BMJ, 1987.
Graduação de maturidade placentária

• 146 gestantes comdiagnóstico de


amadurecimento precoce da placenta
(presença de placenta grau II antes da 32ª
semana de gestação ou grau III, antes da
35ª semana de gestação) 
• O prognóstico perinatal não dependeu do
amadurecimento precoce da placenta, mas
sim da presença de complicações clínico-
obstétricas maternas.
Queiros, APS et a l. RBGO, 2006
Perguntas respondidas
Mostre-me outra»

Estou com 38 semanas de gestação e querendo um


parto normal, a médica sugeriu uma cesariana alegando
a maturação da placenta e alguns pequenos derrames
e calssificações na placenta, são considerações
validas?
•9 meses atrás
Denuncie

                             lilinha3...
                                            
Melhor resposta - Escolhida por votação
Amiga, eu no seu lugar consultaria outro médico, pois
as calcificações são características da placenta grau III
e ela é perfeitamente normal na sua idade gestacional.
Sendo assim, nada na alegação dela justifica a
intervenção de cesariana. Boa sorte.
•9 meses atrás
100% 2 Votos
•Denuncie
Estudo da placenta: Espessura

• Medida no local da inserção do cordão


• Aumenta gradativamente durante a
gestação
• Geralmente segue o valor da IG em mm
• Valor máximo para IG: IG + 10 mm
• Valor máximo no termo: 36 mm (± 5
mm)
Estudo da placenta: Espessura

• EP abaixo de 25 ou 30 mm:
– Polidrâmnio
– Hipertensão
– CIUR
• EP acima de 45 ou 50 mm:
– Hidropsia fetal
– Diabetes
– Isoimunização Rh
– Infecçõs congênitas
– Malformações fetais
– Cromossomopatias
EP máximo: 23 + 10 = 33 mm
Estudo da Cordão Umbilical
Estudo da Cordão Umbilical
Estudo do Líquido Amniótico
Tecnica semiquantitativa
Phelan JP et al. Amniotic fluid index measurements
during pregnancy. J Redrod Med 1987
Estudo do Líquido Amniótico
Estudo do Líquido Amniótico

Oligoâmnio Acentuado Polidrâmnio


Estudo da Biometria Fetal

   
Parametros biométricos
ajudam a determinar
                                                                        
a IG, e o PFE
                                                                      

BPD / OFD / HC

                                                             

AC
                                                                                          

FL
Estudo da Biometria Fetal
2 e 3º Trimestre

Multiplos Parâmetros
DBP, CC, CA, CF

Erro 1,5 a 2,5 semanas

Nos casos em que IG é incerta:

US seriada

Intervalo mínimo de 2 semanas


Diámetro BiParieal (DBP)
Circunferencia Craciana (CC)
Circunferência Abdominal (CA)
Cumprimento dos
Ossos Longos

Cumprimento do
Fêmur (CF)
Estudo da Biometria Fetal
Desvio-Padrão (Precisão)
Parâmetro 1º Tri 2º Tri 3º Tri

DMG 7 dias
CCN 3 a 5 dias
DBP 7 dias 20 dias
CA 10 dias 14 dias
CC 7 dias 14 dias
DCT 7 dias 7 dias
Avaliação do crescimento e
desenvolvimento fetal
• Pré-requisito – idade gestacional
conhecida
• Diagnóstico dos desvios de
crescimento
• Intervalo mínimo de 2 semanas
Avaliação do crescimento fetal
CA: fortemente afetada em função da redução do
tecido adiposo e da dimunuição do glicogênio hepático
Abaixo do 10º Percentil
ACORDA MAURÌCIO !!!!!
Estudo Básico da Morfologia Fetal

SNC
Estudo Básico da Morfologia Fetal

FACE FETAL
Estudo Básico da Morfologia Fetal

CORAÇÃO FETAL
Estudo Básico da Morfologia Fetal
SEXO FETAL
SEXO FETAL

FEMININO
Exame inócuo, acessível,
relativamente barato,
bem aceito pelas gestantes
e com enorme potencial diagnóstico
Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã:
o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias.
A cada dia basta o seu cuidado. (Mateus 6, 34)

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