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Mecânica da Respiração

O principal músculo da respiração é o diafragma, mas outros músculos, que


comprimem o abdome ou que elevam ou abaixam a parede anterior do tórax, podem
contribuir para o processo de ventilação pulmonar, especialmente durante a ventilação
profunda. A contração do diafragma alonga os pulmões, o que provoca a inspiração. A
compressão do abdome eleva o diafragma, o que provoca a expiração. A elevação da
parede torácica anterior também provoca a inspiração; isso acontece pela elevação
das costelas, desde a posição oblíqua, para baixo, até a posição horizontal, o que
aumenta o diâmetro ântero-posterior do tórax. De modo inverso, a depressão da
parede anterior torácica produz expiração.
Não existem ligações físicas entre os pulmões e a parede torácica. Em vez disso, os
pulmões são mantidos como que empurrados contra essa parede por pequeno vácuo
no espaço intrapeural que é o espaço extremamente reduzido entre os pulmões e a
parede do tórax. Quando a cavidade torácica é aumentada, esse vácuo faz com que
os pulmões se expandam, ao mesmo tempo. A expansão dos pulmões, por sua vez,
produz discreta pressão negativa no seu interior, o que puxa o ar para dentro,
causando a inspiração. Durante a expiração, a pressão intra-alveolar torna-se
ligeiramente positiva, o que empurra o ar para fora.
O volume do ar que é inspirado a cada respiração é o volume corrente; normalmente,
seu valor é de cerca de ½ litro. A freqüência respiratória é, em média, de cerca de12
por minuto. Durante a respiração muito profunda, o volume corrente máximo que pode
ser respirado, chamado de capacidade, vital, é em torno de 4,5 litros na pessoa
normal, podendo atingir 6,5 litros no atleta.
A inspiração força o ar a passar pela traquéia, pelos brônquios e pelos bronquíolos,
até os alvéolos. Extensas redes capilares pulmonares circundam todas as paredes dos
alvéolos, o que permite a rápida difusão do oxigênio, do alvéolo para o sangue
pulmonar, e do gás carbônico, do sangue para os alvéolos.
As concentrações dos diferentes gases nos alvéolos são expressos em termos de
pressão exercida por esse gás isoladamente, o que é denominado de pressão parcial.
As pressões parciais aproximadas dos gases respiratórios de importância, para uma
pessoa ao nível do mar, são as seguintes: oxigênio, 104 mm Hg; gás carbônico, 40
mm Hg; vapor d’água, 47 mm Hg e nitrogênio, 569 mm Hg.
A pressão do oxigênio no sangue que penetra os capilares pulmonares é baixa, de
apenas 40 mm Hg. Como resultado, o oxigênio difunde para o sangue pulmonar, até
que sua pressão iguale os 104 mm Hg da pressão parcial do oxigênio no ar alveolar.
Por outro lado, a pressão do gás carbônico, no sangue chega aos capilares
pulmonares, é alta, cerca de 45 mm Hg, de modo que o gás carbônico difunde desse
sangue para os alvéolos, até sua concentração iguale aos 40 mm Hg de pressão
parcial de gás carbônico nos alveolar. Assim, o sangue pulmonar absorve oxigênio e
elimina gás.
Quando o sangue arterial sistêmico atinge os capilares dos tecidos periféricos, o
oxigênio difunde para as células, visto que elas estão utilizando o oxigênio de forma
continua o que mantém o teor de oxigênio muito baixo, da ordem de alguns poucos
milímetros de mercúrio. De modo inverso, essas células produzem gás carbônico,
também de modo continuo, de forma que a pressão celular do gás carbônico é bem
maior do que a sangue capilar; por conseguinte, o gás carbônico difunde das células
para o sangue, por onde é transportado para os pulmões. Cerca de 97% de todo o
oxigênio transportado pelo sangue, dos pulmões para os tecidos periféricos, o são em
combinação química com a hemoglobina, e apenas 3% em solução nos líquidos do
sangue. Entretanto, a combinação do oxigênio com a hemoglobina é muito fraca, de
modo que pode ser facilmente deslocado da hemoglobina ao chegar aos capilares
periféricos, sendo, então, liberadopara as células. Cerca de 7% do gás carbônico
transportado pelo sangue estão em solução. O restante é transportado,
principalmente, em combinação com a água, no interior dos glóbulos vermelhos,
formando íons de bicarbonato, em processo que é catalisado por enzimas dos
glóbulos vermelhos, a anidrase carbônica. Pequena parte do gás carbônico combinado
com a molécula da hemoglobina, no interior dos glóbulos vermelhos, sendo
transportado nessa forma. Assim os glóbulos vermelhos são importantes para o
transporte do oxigênio para os tecidos como, também, para o transporte de gás
carbônico desde os tecidos.

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