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Resumo:
O presente ensaio discute as abordagens de acadêmicos e analistas vinculados a
centros de pensamento estratégico próximos do governo dos Estados Unidos que apresentam
o fim da Guerra Fria como momento culminante da vitória do Capitalismo Liberal,
considerado o principal expoente da superioridade da civilização ocidental.
Nessas análises, ganham destaque as posturas culturalistas, que comparam as
trajetórias de sucesso e insucesso de países, regiões e grupos étnicos na longa e sinuosa
caminhada rumo à universalização do modo de vida ocidental. Conforme pretendemos
mostrar, história, política e ideologia tornam-se dimensões complementares dessas
abordagens, preocupadas com a valorização dos modelos de desenvolvimento, valores e
atitudes que tornaram possível o sucesso dos países do capitalismo avançado, em
contraposição à cultura dos “perdedores”, cujo grau de conflitividade é associado
fundamentalmente ao ressentimento produzido pelo fracasso, núcleo comum das motivações
atribuídas aos movimentos com potencial desestabilizador da Nova Ordem Mundial.
A regra número dois explica por que a maioria dos pobres aceita seu destino e não se
revolta contra o sistema: “O fracasso não é o resultado de infortúnios ou injustiças, mas de
desfavor divino. Assim como a habilidade de se tornar muito rico está próxima à santidade, a
inabilidade de fazê-lo está perto do pecado” (idem).
Um desdobramento dessa postura é a impossibilidade histórica de constituição de um
partido socialista com forte inserção entre os trabalhadores, como aconteceu na Europa. Neste
caso, o autor ressalta a peculiaridade de um sistema político em que não há expressão
organizada dos perdedores enquanto tais. A vergonha de reconhecer-se como fracassado
impõe uma barreira não explícita à construção de opções e à viabilização de candidaturas que
se identifiquem abertamente com os que não conseguem vencer.
No entanto, o comportamento acima descrito não é generalizado; existem exceções,
para as quais se aplica a regra número três:
“aqueles que não aceitam a Regra Número Dois, que não ficam paralisados pela culpa e também não têm
condições de expressar seu ressentimento legalmente, estão fadados a terminar atrás das grades. ... Só a
tristemente empobrecida e caótica Federação russa tem uma proporção tão grande de cidadãos na prisão quanto
os ricos e bem governados Estados Unidos - 1,8 milhão na última contagem”. (op. cit.: p. 42-43)
Para Luttwak, há uma lógica de interconexão entre as três regras, constituindo o que
ele denomina “sistema calvinista”, no qual “os vencedores diminuem a inveja pela auto-
restrição, a maior parte dos perdedores culpa somente a si mesmos por seu destino, e ambos
dão cobertura para suas frustrações, exigindo a punição severa dos perdedores rebeldes” (op.
cit.: p. 45).
O processo de implantação do turbocapitalismo nos outros países implica em custos de
adaptação, cujo principal resultado é o aumento da concentração da riqueza e o conseqüente
aprofundamento da polarização entre ganhadores e perdedores. Embora o autor reconheça o
alto preço que está sendo pago pela maioria dos setores sociais e por países que não
conseguem uma inserção positiva no novo sistema, não há como se contrapor a ele, o que
coloca claramente um impasse a ser resolvido, frente ao qual não se vislumbram propostas
concretas de caráter abrangente. Nesse sentido, alerta para os problemas decorrentes da sua
importação incompleta, incorporando apenas a dimensão econômica (privatização +
desregulamentação + globalização), sem considerar que os sistemas legal e calvinista são
também componentes fundamentais, cuja ausência tende a acentuar os efeitos sociais e
políticos desagregadores.
De acordo com essa perspectiva, apesar dos riscos envolvidos na disseminação do
turbocapitalismo, não há possibilidade de que os perdedores se tornem agentes da destruição
do sistema. Ampliando a análise para os autores anteriormente abordados, o ponto consensual
é que não existem alternativas estruturais ao sistema. No entanto, a ascensão dos valores
tradicionais nos países em que a modernização econômica não avança, junto ao surgimento e
disseminação de movimentos fundamentalistas capazes de atingir as imensas platéias globais
de perdedores, são percebidos como fontes de conflito características da Nova Ordem. A
análise dessa percepção será o objeto das próximas seções.
Para ele, o confronto com essa nova ameaça exige mudanças nos processos decisórios
sobre o desencadeamento de ações repressivas, em que deve primar o fator surpresa,
incompatível com o debate aberto e democrático.
“Nas confrontações da guerra fria, como Coréia e Vietnã, a opinião pública desempenhou um papel destacado,
mas um estado prolongado de quase conflito caracterizado por incursões de comandos e ataques eletrônicos aos
sistemas informáticos do inimigo – nos quais a rapidez da reação constitui a ´variável mortal` - não será dirigido
pela opinião pública na mesma medida”. (2002: p.183)
A opção por essa perspectiva não é excludente em relação às outras; “a maioria dos
teóricos sociais hoje admitiria que uma abordagem atributiva incorporando insights marxistas
e weberianos seria o caminho mais frutífero para o entendimento do problema maior da
exclusão e da dominação na sociedade” (2000: p. 30).
O modelo elaborado pelos autores considera três estágios na análise de um conflito
étnico. O primeiro tem como objetivo desvendar o potencial desencadeador de violência
étnica das modalidades de fechamento9 existentes em determinada sociedade. Nesse
momento, a utilização integrada de categorias weberianas e marxistas assume destaque. Além
dos fatores intersubjetivos que explicam a dominação, examinam-se as relações de produção,
as relações entre a estrutura de classes e a distribuição da riqueza e do poder, e o papel do
Estado na reprodução das relações sociais dominantes.
O segundo estágio procura entender o processo que pode transformar situações de
descontentamento em conflitos abertos. Alterações no equilíbrio de poder associadas à
ascensão ou declínio de determinados setores, ocasionadas por transformações na forma de
produção e de apropriação da riqueza ou por mudanças nas regras do jogo político, podem
desencadear manifestações violentas (atentados e outras formas de agressão) por parte
daqueles que se consideram perdedores. Contextos como esse podem constituir um campo
fértil para que empreendedores étnicos, capazes de dar condução e organicidade às
mobilizações, capitalizem politicamente a situação. A obtenção de recursos e respaldo político
pela criação de laços de apoio internos e externos completam o quadro da viabilização do
conflito étnico (2000: p. 52).
O terceiro estágio corresponde à avaliação das capacidades de negociação e barganha
política do Estado e dos grupos organizados, permitindo caracterizar situações de ameaça
estrutural à governabilidade.
Em relação ao poder do Estado, são avaliadas três dimensões: flexibilidade da
estrutura institucional para responder politicamente às demandas, permitindo a abertura de
espaços para acomodar a diversidade de interesses; saúde fiscal e acesso a financiamento,
capazes de ampliar as possibilidades de oferta de alternativas no processo de negociação; e
capacidade de utilização da coerção na eventualidade de se optar pela resolução violenta do
conflito.
Em relação à capacidade dos grupos mobilizados, destacam-se:
“sua habilidade para adaptar-se vis à vis com outras formações sociais concorrentes, incluindo o Estado; sua
habilidade para sustentar a campanha política pela atenção das suas demandas; e sua habilidade para manter a
coesão da identidade emergente do grupo” (2000: p. 61).
“os extremistas religiosos diferem das organizações seculares em que a audiência que eles estão tentando
impressionar é Deus, ao invés de um segmento do público. Conseqüentemente, convicções religiosas
supostamente facilitam o engajamento em ações que causam altos números de mortes quando o ato é feito em
nome de Deus, e supostamente com Sua bênção”. (1998: p. 25)
Um aspecto que adquire destaque nas análises apresentadas nas seções anteriores é a
preocupação com os componentes de convergência e de conflito que acompanham a relação
identidade-diversidade cultural.
A Nova Ordem Mundial é percebida como realização do capitalismo liberal, utopia de
origem ocidental que se tornou universal. Não há mais espaço para outras utopias que
reivindiquem a universalidade. Após a derrota do comunismo, que colocava a classe operária
no centro de um projeto emancipatório de natureza abrangente e sistêmica, o capitalismo
liberal repõe as hierarquias. De temidos agentes de mudança nas relações de produção, os
trabalhadores passam a ser percebidos como parte dos setores retardatários na assimilação da
agenda pós-materialista. A pobreza e a exclusão preocupam, não como geradoras de projetos
anti-sistêmicos, mas de barbárie, único desdobramento previsto para o utopismo dos
perdedores.
Como conceber um programa de desenvolvimento que tenha nos “deserdados da terra”
o seu agente histórico? Quem está preso à agenda materialista da sobrevivência não pode ser
portador de futuro. Esse papel tem donos inquestionáveis: entre os atores estatais, os países do
capitalismo avançado e, no campo dos atores privados, o capital global, vanguarda na
expansão sem fronteiras do empreendimento, da tecnologia, da produção de riqueza, enfim,
do mercado.
A partir das últimas décadas do século XX, a mundialização do capital alcança
dimensões inéditas. Acompanhando o processo de formação de uma base econômica de
alcance global, constrói-se uma superestrutura política, jurídica e cultural. A promoção da
democracia liberal e do espírito capitalista torna-se ingrediente necessário do programa de
universalização do modo de vida ocidental.
No ordenamento do mundo à imagem e semelhança do capitalismo avançado,
aplicam-se severamente as três regras do sistema calvinista enunciadas por Luttwak. Os países
“desenvolvidos”, exemplos do reino da liberdade e da prosperidade, mantêm mais viva do que
nunca a vocação da busca sistemática do lucro. Os países “em desenvolvimento” são
convocados a assumirem suas culpas históricas como perdedores, reorientando seu
comportamento para a emulação do caminho de sucesso das nações mais ricas. Ambos se
unem na condenação e punição dos novos guerreiros e dos “Estados Delinqüentes” que os
instigam e acobertam, considerados os principais responsáveis pela instabilidade no sistema
internacional.
Frente à emergência de desafios globais de diversa natureza, oriundos da sociedade
civil, do crime organizado, do terrorismo, dos desajustes da economia globalizada, dos
conflitos sociais, étnicos ou militares, torna-se imperiosa a reestruturação do Estado norte-
americano. Nas abordagens propostas pelas agências analisadas, o objetivo é dotá-lo de
capacidades de interação com a sociedade da informação global, assegurando uma maior
presença nos lugares em que se percebam ameaças à segurança do sistema. Dada a
impossibilidade prática de levar a cabo individualmente essa tarefa, propõe-se a formação ou
a participação em redes que incorporem, em cada situação específica, os diversos setores que
compartilham objetivos similares.
Na promoção ou na defesa dos interesses nacionais norte-americanos, o critério da
construção de alianças não pode responder a compromissos fixos com determinados atores e
posições, mas aos requerimentos de uma agenda variada e dinâmica. Nessa perspectiva,
coloca-se como foco central do desenvolvimento de novas habilidades para o exercício do
poder, a capacidade de tornar difusas ou explícitas - dependendo dos interesses em jogo - as
fronteiras com os opositores da ordem, favorecendo a captação de apoios e o isolamento dos
inimigos. O objetivo principal é dificultar a construção de alternativas sistêmicas, buscando
diluir, nas lutas cotidianas, as diferenças de agenda entre os defensores e críticos do
capitalismo liberal.
No âmbito das interações na sociedade em rede, podem manifestar-se situações de
confluência ou conflito de interesses. Nas redes de liberalização dos mercados estruturadas
em torno de governos, organizações multilaterais e empresas transnacionais, a divergência de
agenda é notoriamente visível nas reivindicações dos movimentos sociais e nos confrontos de
rua paralelos às reuniões dos fóruns que congregam as elites orgânicas do capital. Nas redes
de promoção do desenvolvimento ou combate à pobreza, que não apresentam vetos explícitos
à participação da sociedade civil, setor privado e organizações governamentais e não-
governamentais, as demarcações de interesses são difusas. O combate ao emprego informal,
ao trabalho infantil, ou à discriminação salarial das mulheres, para além dos seus objetivos
progressistas implícitos, tende a contribuir para a ampliação de mercados de consumo e
diminuição das diferenças salariais entre o sul e o norte, protegendo empregos nos Estados
Unidos e melhorando a competitividade das suas exportações. No caso das redes de combate
às diversas formas de discriminação social, cerceamento de liberdades de expressão e de
exclusão política com base em julgamentos ideológicos ou pré-conceitos de origem étnica,
racial ou sexual, o Estado norte-americano pode encontrar espaços para o questionamento de
países cujos sistemas políticos não seguem os parâmetros da democracia liberal. A diluição de
fronteiras percebe-se também nas redes de combate ao terrorismo, à corrupção, à lavagem de
dinheiro, ao narcotráfico, abertas a todos os governos, instituições e setores que se posicionem
contra essas práticas, independentemente da filiação ideológica, partidária, religiosa e de
origem social11.
Essa estratégia complementa favoravelmente a utilização do poder duro nas relações
internacionais, aplicado às organizações e governos acusados de militar no “eixo do mal”,
dotando a política externa norte-americana de um poder brando que se dissemina pelas redes
globais, em que o Estado marca sua presença como parte interessada e militante, como fator
de boicote e esvaziamento ou como observador à distância, o que depende basicamente da
percepção do rumo.
Diferentemente do período da Guerra Fria, em que direita e esquerda referenciavam
seus projetos na dicotomia capitalismo – socialismo, certamente com diversidade de
referentes nos dois lados, mas conseguindo delimitar as fronteiras sistêmicas, há atualmente
uma redefinição das linhas divisórias entre a agenda da hegemonia e a da emancipação. No
lado da potência dominante, concebe-se com clareza a necessidade de combinar, dependendo
da natureza das ameaças percebidas, o exercício unilateral do poder com a busca de consensos
através da instrumentalização de redes geradas no interior da sociedade civil global. No lado
dos movimentos que se situam na esquerda, as identidades com as tradições anticapitalistas
cedem lugar para o questionamento do neoliberalismo, concebido como vertente radicalmente
excludente do capitalismo. A busca de vertentes progressistas e inclusivas, certamente menos
conflitiva e de viabilidade plausível em regimes de democracia representativa, não deixa de
apresentar desdobramentos problemáticos, especialmente o da perda de referências sistêmicas
na demarcação de espaços entre os projetos críticos e favoráveis à ordem dominante. Por esse
caminho, as contradições vão perdendo seu caráter antagônico, a diversidade torna-se
potencialmente negociável, e as estratégias de ruptura cedem lugar para a busca de
convergências em tudo aquilo em que o consenso é possível, sob o risco de postergar
indefinidamente os temas que afetam a governabilidade do sistema.
Como bem mostram os estudos abordados neste ensaio, há um esforço sistemático de
identificação e conhecimento dos inimigos da potência hegemônica. Determinam-se
capacidades repressivas, de antecipação de ameaças, de cooptação de adversários não
antagônicos, contribuindo para desenvolver habilidades convencionais e não convencionais
que ajudem a aliviar o peso do império, a “carga do homem branco” do século XXI.
Aceitai o fardo do homem branco,
Enviai os melhores dos vossos filhos,
Condenai vossos filhos ao exílio,
Para que sejam os servidores de seus cativos.
… E assim mereceras esse maldito prêmio:
A acusação de vossos inferiores,
O ódio de vossos protegidos,
As queixas dos que conduzes
(¡tão laboriosamente!) para a luz…
Rudyard Kipling, 1899
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1
Este texto retoma análises desenvolvidas em Ayerbe, 2003.
2
Ver Hobsbawm, 1981, Landes, 1998, e Kennedy, 1989.
3
Ver especialmente Kennedy, 1989, e Landes, 1998.
4
A Pesquisa Mundial de Valores, realizada em várias etapas a partir de 1981, cobre todos os continentes, com
uma amostra que abarca mais de 60 sociedades, representando 75% da população mundial.
5
De acordo com Landes, “a diferença em termos de renda per capita entre a mais rica nação industrial, a Suíça, e
o mais pobre pais não-industrial, Moçambique, é de cerca de 400 para 1. Há 250 anos, esse hiato entre o mais
rico e o mais pobre era, talvez, de 5 para 1”. (1998: p. xx).
6
Luttwak, pesquisador sênior do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington, é membro do
National Security Study Group do Departamento da Defesa.
7
Kaplan é membro da New American Foundation, e atuou anteriormente como consultor do U.S. Army Special
Forces Regiment.
8
A RAND Corporation foi criada nos anos 1940 com o objetivo de assessorar a Força Aérea em temas
relacionados com pensamento estratégico e sistemas de armamento.
9
Os autores utilizam o conceito weberiano de “fechamento”, que definem, citando a Murphy, como “o processo
de subordinação por meio do qual um grupo monopoliza vantagens fechando oportunidades a outro grupo”
(1988: p. 8).
10
Kauppi atua no Programa de Treinamento em Antiterrorismo do Departamento da Defesa.
11
Um exemplo da flexibilidade de agenda do governo dos Estados Unidos é a atuação da USAID, agência para o
desenvolvimento do Departamento de Estado, uma das instituições que integra a rede de apóio ao programa
brasileiro Fome Zero, patrocinado pelo governo Lula, sob a hegemonia de um partido de esquerda, e que, ao
mesmo tempo, articula a formação de uma rede de organizações de oposição ao governo de Cuba, dentro da
Iniciative for a New Cuba lançada pelo governo Bush em maio de 2000. (ver www.usaid.gov)