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Direito Civil

Professor: Fábio Figueiredo

Data: 19/12/2009

EXTINÇÃO DO CONTRATO

Se dá sob 2 motivos:

1) Causas anteriores ou Contemporâneas a Formação dos


contratos:

1.a)Nulidade (art. 166 e 167, CC)

1.b)Anulabilidade (art. 171, CC) – nulidade relativa: agressão a ordem


privada

1.c)Cláusula Resolutiva Expressa

• Pode ser expressa (se opera de pleno direito) não necessita de


qualquer notificação ao sujeito da relação contratual, ela se opera
independentemente de qualquer notificação em mora. O contrato
será RESOLVIDO e não rescindido.

• Pode ser tácita (não opera de pleno direito), há necessidade de


constituição em mora do outro contratante. Ela resolve o contrato
independentemente de previsão expressa no contrato, mas tem
que notificar.

1.d)Direito de Arrependimento

• Pode estar expressamente previsto no contrato. As partes


estipulam ARRAS, que podem ser meramente confirmatórias
(sinal) ou podem ser penitenciais. Dentre estas:

 Se o arrependido for aquele que pagou as arras, perdê-las-á.

 Se o arrependido for aquele que recebeu as arras, devolvê-las-á


em dobro.

Observação1: quando houver disposição de arrependimento em


compromisso de compra e venda, não haverá possibilidade de
adjudicação compulsória do imóvel, conforme artigos 1417 e 1418, CC.

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2) Causas Posteriores ou Supervenientes a formação dos
contratos:

2.a) Inexecução (voluntária ou involuntária):

• Somente após ser formado o contrato. A inexecução voluntária


terá o regime jurídico do inadimplemento culposo (devolução dos
valores pagos mais perdas e danos).

• Já a inexecução voluntária terá o regime jurídico do


inadimplemento não culposo (apenas devolução dos valores
pagos) – figura de resolução.

2b) Onerosidade Excessiva:

• É a aplicação da teoria da imprevisão que gera a resolução


contratual (art. 317 c/c 478 a 480, CC).

2c) Resilição:

• Pode ser BILATERAL ou UNILATERAL.

• 2.c.1) Bilateral: distrato.

• 2.c.2) Unilateral: só uma das partes não quer mais a manutenção


do contrato. Pode ocorrer por:

• 2.c.2.1) Renuncia

• 2.c.2.2) Denuncia: em regra é denominada no exame de


REVOGAÇÃO.

Observação 2: se um dos contratantes fez investimento para o


cumprimento do contrato, o outro somente poderá RESILIR o pacto se
aguardar tempo suficiente para recuperação do investimento ou se
indenizar a outra parte.

3) Morte

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DO DIREITO DAS COISAS

1) Posse:

• É uma circunstância de fato.

• Duas teorias a fundamentam.

a) Teoria Objetiva (Ihering): posse é “corpus” - apreensão física da


coisa (Teoria adotada pelo Direito Brasileiro).

b) Teoria Subjetiva (Saveny): posse é “corpus” + “animus” -


apreensão física da coisa + ter a intenção da coisa como seu
dono .

• Quem é possuidor?

 Art. 1196, CC. Todo aquele que exerce de maneira plena ou


não algum dos poderes inerentes da propriedade (USO,
GOZO OU FRUIÇÃO, DISPOSIÇÃO e SEQUELA).

2) Classificação da Posse:

a. Posse e Detenção:

• Detenção é uma posse degradada pela lei. Art. 1198 e 1208, CC.

b. Posse Direta e Posse Indireta (Teoria do desmembramento


possessório).

• A posse pode ser desmembrada: em linha VERTICAL


(verticalização possessória = sempre que houver
desmembramento das frações dos direitos possessórios) e em
linha HORIZONTAL (horizontalização possessória).

c. Posse e Composse:

• A posse se dá quando uma pessoa tem a posse da coisa.

• Composse se dá quando mais de uma pessoa tem a posse da


mesma coisa ao mesmo tempo no mesmo nível possessório.

d. Posse Justa e Injusta:

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• Posse é justa quando não há vício que a macule.

• Posse é injusta quando há vício. Quais são os vícios?

VIOLÊNCIA: aplicado com uso de violência. Exemplo: arrombamento de


porta.

CLANDESTINIDADE: quando é exercida as escusas, sem a ciência do


melhor possuidor.

PRECARIEDADE: quando vencido o título possessório e o sujeito


continua na posse.

Atenção: A posse justa ou injusta nada tem a ver com boa-fé ou má-fé.

e. Posse de boa-fé e de Má - fé: ligado a CIÊNCIA do vício.

• Posse de boa-fé: não tem ciência do vício.

• Posse de má-fé: tem ciência do vício.

Exemplo (posse injusta e de boa-fé): a posse transmitida pela via


hereditária que foi adquirida por violência sem a ciência do herdeiro.

3) Efeitos da Posse

a) AUTOTUTELA:

• Exige um binômio: legítima defesa e desforço imediato.

• É uma figura de exceção que só é legitimamente posta quando há


os dois requisitos acima. Se não houver 1 dos 2 requisitos, é
abuso de direito ou crime.

b) INDENIZAÇÃO E RETENÇÃO (art. 1219 e ss do CC):

• Posse de boa-fé: tem direito de INDENIZAÇÃO pelas benfeitorias


necessárias, úteis e voluptuárias + RETENÇÃO da coisa (apenas
pelas benfeitorias necessárias e úteis).

• Posse de má-fé: tem direito a indenização pelas benfeitorias


necessárias.

c) AÇÕES POSSESSÓRIAS:

• Não admite reconvenção, tem caráter dúplice, uma pode ser


admitida pela outra (fungibilidade)

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• AÇÃO DE FORÇA NOVA: quando houve a turbação ou esbulho a
MENOS de ano e dia, cabe LIMINAR.

• AÇÃO DE FORLA VELHA: quando houve a turbação ou esbulho a


MAIS de ano e dia, cabe TUTELA ANTECIPADA.

AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL

Pode se dar:

1. Por transcrição do título: é uma forma ordinária e derivada de


aquisição (TRASNCRIÇÃO DA ESCRITURA PÚBLICA OU DO
TÍTULO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL).

2. Por Acessão, pode ser:

a. Artificial: quando tem ação/conduta humana. Exemplo:


plantações e construções

b. Natural = são:

I)ALUVIÃO:

• Aumento da porção de terra de um terreno ribeirinho por erosão e


desgaste de outros terrenos vizinhos (aluvião própria).

• Se o leito do rio se desvia, essa porção de terra vai acrescer a


outros terrenos vizinhos (aluvião imprópria).

II)AVULSÃO:

• Grande porção de terra de um determinado terreno ribeirinho se


desloca e se funde a outro terreno, que ocorre de maneira abrupta
e violenta.

• O proprietário do imóvel beneficiário, só adquire a porção se


pagar INDENIZAÇÃO ao proprietário do imóvel desfalcado. Sabe-
se de onde saiu essa porção e para onde foi.

• O dono do imóvel desfalcado terá 1 ano de prazo decadencial para


cobrança de indenização.

III)ALVEO ABANDONADO:

• Se secar o rio NÃO NAVEGÁVEL, essa porção de terra será


dividida da seguinte forma:

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 Cada terreno ribeirinho irá receber a testada de sua
propriedade.

IV)FORMAÇÃO DE ILHAS:

• A regra é a mesma do álveo abandonado. Se for formada na linha


divisória entre os imóveis A e B, metade para cada um.

3. Por Usucapião:

• Todas as modalidades exigem: POSSE MANSA, PACÍFICA E


CONTÍNUA.

1.ORDINÁRIA: exige 10 anos de aquisição + BOA-FÉ + JUSTO


TÍTULO (qualquer documento hábil a legitimar a posse do sujeito
(art. 1242, CC). Pode usucapir quantos imóveis conseguir.

 Modalidade reduzida da ordinária gerará aquisição da


propriedade quando o sujeito adquire ONEROSAMENTE a coisa e
tem o título nulificado por qualquer motivo. PRAZO DE 5 ANOS.

2.EXTRAORDINÁRIA: exige 15 anos de aquisição


independentemente de justo título e boa-fé (1238, CC).

 Modalidade reduzida da extraordinária se o sujeito estabeleceu a


sua moradia ou obras de caráter produtivo o prazo cairá para 10
ANOS.

3.ESPECIAL RURAL (art. 1239, CC): lapso temporal de aquisição


de 5 anos . O imóvel não pode ter mais do que 50 hectares. NÃO
Pode usucapir mais de 1 imóveis e você não pode ter imóvel.

4.ESPECIAL URBANA (art. 1230, CC): lapso temporal de aquisição


de 5 anos. O imóvel não pode ter mais do que 250 metros
quadrados. NÃO Pode usucapir mais de 1 imóveis e você não pode
ter imóvel.

5.ESTATUTÁRIA (Lei 10.257/2001): lapso temporal de 5 anos.


Imóvel MAIOR do que 250 metros quadrados que tenha um
grande número de pessoas possuindo. Regulamenta FAVELAS,
atribui PROPRIEDADE COLETIVA.

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DIREITO DE FAMÍLIA

• Função social da família é o livre desenvolvimento da


personalidade de cada um de seus membros sem que um esteja
sujeito ao outro.

a) CASAMENTO:

NOTÍCIA (lei de 17.12.09): alteração do art. 1526, CC - não há


mais necessidade de homologação judicial para o processo de
habilitação para o casamento.

1.1 - IDADE NÚBIL: 16 anos, tanto para o homem quanto para a


mulher. Exceções:

a. GRAVIDEZ – casamento pode ocorrer antes dos 16 anos.

b. PARA EVITAR CUMPRIMENTO DE PENA CRIMINAL: esta


norma é válida, vigente e ineficaz, pois depende do CP
que revogou esta extinção de punibilidade. É uma norma
civil em branco.

1.2 – DEFEITOS DO CASAMENTO

a. Inexistência (falta de um desses requisitos): vontade


humana, diferença de sexos e as formalidades intrínsecas
legais.

b. Nulidade (art. 166, CC, VII E art. 1521, CC): Causas de


nulidade. Não podem casar:

1) Ascendentes com descendentes – filiação – sanguínea


ou por adoção.

2) Parentesco por afinidade – afins em linha reta (jamais


se extingue para fins de impedimentos matrimoniais).

3) Adotante com que foi cônjuge do adotado: nora

4) Os irmãos unilaterais, ou bilaterais e os colaterais até


o 3º grau .

Atenção: Filho do seu primo não é nada seu (parentes só até 4º grau
colaterais)

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5) Casados.

6) Condenado por homicídio ou tentativa contra o outro


consorte.

7) Enfermo que não tenha discernimento por os atos da


vida civil.

• PARENTES EM 3º GRAU PODEM SE CASAR?

 NÃO PODEM, mas tem exceção decreto lei 200 3200/41: se


provar pouca probabilidade de defeito genético (primo com
primo).

c. Anulabilidade (art. 1550 e seguintes, CC): LER

1) NÃO SE anula por motivo de idade o casamento do


qual resultou gravidez.

2) Erro intuito persona = caráter, opção sexual.

d. Irregularidade (art. 1523, CC): NÃO DEVEM CASAR -


CAUSAS SUSPENSIVAS. GERA O REGIME DE SEPARAÇÃO
OBRIGATÓRIA DE BENS.

1) Mulher viúva e que tiver filhos do falecido enquanto


não tiver feito a partilha dos bens;

2) Viúva ou separada até 10 meses depois = presume


que o filho era do ex-marido;

3) Divorciado enquanto não houver sido feita a partilha


de bens. Art. 1581, CC. Pode-se divorciar sem
partilha, mas não pode casar sem partilha. SÓ NO
DIVÓRCIO DIRETO.

4) Tutor ou curador casando-se com o tutelado,


curatelado, ascendentes com descendentes.

1.3 CAUSAS TERMINATIVAS E EXTINTIVAS DO


AMTRIMÔNIO

1.3.1 CAUSA TERMINATIVA DO MATRIMÔNIO:

1.3.1. a - SEPARAÇÃO pode ser:

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JUDICIAL

a) Consensual: não é permitida com menos de 1


ano.

b) Litigiosa:

• Grave doença mental de um dos cônjuges tida como incurável


após 2 anos.

• Abandono voluntário do lar conjugal por mais de 1 ano contido.

• Ruptura de deveres: impossibilidade ou insuportabilidade da


vida em comum (art. 1566 c/c 1573, CC). Ex: Não há adultério
virtual (NÃO existe, mas pode gerar a separação).

NOTARIAL:(depende de absoluto consenso sobre todos os pontos sem


interesse de menores envolvidos).

1.4 USO DO NOME = art. 1578, CC

Podem proibir o uso: ler as 4 condições do artigo.

1.5 Art. 1704, § único, CC: CÔNJUGE INOCENTE SEJA


CONDENADO A PAGAR ALIMENTOS AO CÔNJUGE
CULPADO, quando:

1.5.1 Não houver qualquer parente que possa prestá-los e o


culpado por inapto para o trabalho; alimentos serão
fixados o suficiente para a sobrevivência do cônjuge
culpado.

ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA (art. 1829, CC)

1º - descendentes + cônjuge

2º - ascendentes + cônjuge

3º - cônjuge

4º - colaterais até 4º grau

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• Quando que o cônjuge concorre ou não com os descendentes:

CONCORRE NÃO CONCORRE

SEPARAÇÃO TOTAL DE BENS COMUNHÃO UNIVERSAL DE


BENS

PARTICIPAÇÃO FINAL NOS SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE


AQUESTROS BENS

COMUNHÃO PARCIAL DE BENS COMUNHÃO PARCIAL DE BENS


COM BENS PARTICULARES SEM BENS PARTICULARES

BENS PARTICULARES: são os adquiridos antes do casamento ou


durante o casamento mais sem ônus, de forma gratuita. Exemplo:
HERANÇA.

1)Cônjuge que concorre com os descendentes:

• Divide por cabeça, mas se for menos que ¼, não é permitido.

2)Cônjuge com os ascendentes: por cabeça

Acima é por estirpe.

3)Cônjuge

4)Colaterais:

• Os parentes mais próximos excluem os mais remotos. Exemplo:


sobrinhos e tios são parentes em 3º grau. Os sobrinhos preferem
aos TIOS.

• A reserva de 50% do testamento se dá com herdeiro necessário.


Na falta deste, o testamento pode dispor de 100% da herança.

• São herdeiros necessários: descendentes, ascendentes e cônjuge.

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