Segundo Morgenthau, "O realismo político considera que o
interesse definido como poder é uma categoria objetiva
universalmente válida, embora não possua um significado objetivo". Porque o poder é um elemento central na análise realista? Porque o poder é a capacidade de influenciar. O interesse dos Estados é sempre definido em termos de poder e com o poder em mãos é possível aprimorar com segurança o poder econômico, as forças armadas, as políticas externas, etc.
Praticamente todos os autores pesquisados identificam o poder como elemento
central do relacionamento entre as nações, mas também nutrem reservas em relação à capacidade deste de estabelecer um padrão para este relacionamento. Morgenthau (2003, p. 421) é o mais crítico, considerando o poder “[...] um método grosseiro e não confiável de limitar as aspirações de poder no cenário internacional”, que, se deixado em liberdade para reinar, causaria revoltas e levaria as relações internacionais a uma situação hobbesiana de guerra de todos contra todos. Esse estado de natureza hobbesiano que imperaria entre as nações também é apontado por Aron (1986
Qual seria, então, a importância da ética nas relações internacionais?
Morgenthau (2003) parece estabelecê-la como elemento moderador do uso do poder por parte das nações mais fortes, afirmando que, embora sistemas de pensamento como o de Nietzsche e o nazi-fascista tenham estabelecido justificativas morais para o predomínio dos mais fortes sobre os mais fracos, eles se mostraram autodestrutivos. “Mitigar o uso do poder” no cenário doméstico é o máximo que a moralidade conseguiu, de acordo com ele (MORGENTHAU, 2003).
O poder é considerado pelos realistas um elemento central de análise das
relações internacionais. Segundo Waltz17, o poder é a capacidade de influenciar o sistema internacional mais do que ser influenciado por ele, constituindo um meio para garantir a segurança e sobrevivência. A irreprimível busca pelo poder faz com que a presença da força marque a relação dos atores no meio internacional, pois são compelidos a aprimorar constantemente seus mecanismos de segurança (forças armadas, política externa, poder econômico etc), com vistas a sobrepujar outros Estados. Por conseguinte, a ação política é baseada no poder. Isso implica na autonomia da esfera política em relação às demais esferas sociais, de sorte que a ação dos Estados pode ser analisada a partir da luta entre os Estados pelo poder. Durante a Guerra Fria, os Princípios do Realismo Político se arraigaram na análise das relações internacionais. Elaborados por Morgenthau, esses Princípios ressaltam o caráter objetivo do realismo político e seu vínculo direto com uma avaliação .pessimista. da natureza humana (Princípio 1); a importância central no realismo político do .interesse., com a observação de que este não deve ser entendido como imutável (Princípios 2 e 3); a percepção da questão moral nas relações internacionais, sob a ressalva de que as aspirações morais de uma nação não se identificam com as do .conjunto dos preceitos morais, que regem o universo. político (Princípios 4 e 5); e a autonomia da esfera política enquanto campo de investigação dos fenômenos internacionais (Princípio 6)18. O conjunto da obra de Morgenthau reivindica uma atemporalidade aos preceitos do realismo político. Dessa forma, essa doutrina se posicionou como detentora de uma especial .profundidade., que lhe conferia uma superior apreensão da realidade.
Para os liberais,as instituições internacionais permitem a
cooperação e a manutenção da paz no sistema internacional. Quais são os argumentos que levantam para defender esta tese?
Segundo a teoria do liberalismo podemos citar 3
argumentos:
1 – A constituição civil do Estado deve ser republicana:
Uma sociedade que conseguiu resolver o problema de combinar autonomia moral, individualismo e ordem social;
2 – A paz é progressivamente alcançada por meio da
federação (União) pacifica: Um grande pacto de não- agressão, os Estados continuam a reter suas soberanias; 3 – Estabelecimento da Lei Cosmopolitana: Conclama o tratamento hospitaleiro aos estrageiros, não é oferecer-lhes a cidadania ou direito de se estabelecer no país, mas sim, promover o comércio e o turismo entre países.
Os Estados liberais democráticos não fazem guerra entre si,
a divisão de poderes, a democracia e o Estado de direito devem impedir que o governo se engaje aleatoriamente em uma guerra, isso não dé o suficiente para impedir as guerras, apenas traz ponderação de quando é factível se entrar em guerra. No campo externo é preciso respeitar a soberania dos outros Estados, dessa forma, o respeito ao direito internacional cria espaço necessário para a cooperação internacional, gerando uma relação de beneficio mutuo.