Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Práticas+
Práticas+
Direito da Cultura
PRÁTICAS MUSICAIS
AMADORAS
Elaborado por:
Cláudia Raquel Sousa Abreu
N.º: 140108080
2010/2011
1
“A cultura é
a busca da nossa perfeição total
mediante a tentativa de conhecer o melhor possível
o que foi dito ou pensado no mundo,
em todas as questões que nos dizem respeito”.
Matthew Arnold
2
Índice
Introdução 4
A cultura e a Constituição da República 5
Organização 6
Confederação Musical Portuguesa 8
Regulamentação 9
Carta Europeia do Músico Amador 10
Lei Quadro da Música Amadora 12
Conclusão 15
Bibliografia 16
Anexos 17
3
Introdução
4
A Cultura e a Constituição da República Portuguesa
5
Práticas Musicais Amadoras:
Organização
A estrutura organizativa do Associativismo Recreativo e Cultural, inicia-se antes
de 1720 com o nascimento das primeiras bandas filarmónicas, e registo das associações
culturais através de “Alvarás”.
Essas Associações não pararam de se multiplicar e hoje temos cerca de 720
bandas filarmónicas, 1200 escolas de música, 900 agrupamentos corais, 100 tunas, 2500
grupos folclóricos, etc.
Ao longo dos tempos foram criando um património de valor incalculável, desde
sedes, salas de concerto, instrumentos musicais, partituras, fardamentos, bibliotecas…
Apesar de tudo diariamente procuram responder a preocupações que vão desde a
aquisição de instrumentos, criação de sedes, formação de músicos, de professores, de
dirigentes associativos, intercâmbios, festivais, etc.
Com a integração de Portugal na Europa e a globalização, o movimento
associativo teve necessidade de se integrar em organizações europeias e mundiais, tais
como a União Europeia de Músicos, e a Confederação Internacional de Sociedades
Musicais.
Entre 1997/98 iniciou-se em Portugal a reorganização das Associações
Recreativas e Culturais, em estruturas Federativas Distritais e mais tarde criada a
Confederação Musical Portuguesa, órgão de cópula das Federações. A falta desta
organização impediu durante anos o acesso a diversos fundos comunitários.
6
A música amadora tem uma organização própria que engloba:
7
Confederação Musical Portuguesa
8
Regulamentação
9
Carta Europeia dos Músicos Amadores
10
É indispensável o apoio político e financeiro das instituições aos projectos
relacionados com a vida musical europeia, respeitando sempre a autonomia cultural dos
diferentes países e regiões (artigo VII).
Apesar da Carta Europeia do Músico Amador não ter sido regulamentada no
nosso país, existe legislação portuguesa que vai de encontro com os príncipios
consagrados na mesma, a saber:
11
Lei-Quadro da Música Amadora ( proposta )
Como já vem sido referido, no nosso país não existe nenhuma Lei que determine
os direitos dos músicos amadores.
No entanto desde 1995, a Confederação Musical Portuguesa elaborou uma
proposta de Lei-Quadro da Música Amadora constituída por vinte e três artigos,
divididos por cinco capítulos.
Esta proposta estabelece as bases gerais do sistema da actividade musical
recreativa não profissional, como expressão artística, factor cultural indispensável à
formação da pessoa humana, cidadania e diversão pública.
O primeiro capítulo consagra nos seus artigos os Príncipios Fundamentais, a
Concretização de Objectivos e a Coordenaçãoda Política Musical Recreativa.
Um dos príncipios fundamentais é a participação do Estado na difusão da música
na vertente recreativa não profissional, nomeadamente com a colaboração com escolas e
organismos coordenadores e difusores da música amadora.
Para tal o Estado deve ter em conta a formação, aperfeiçoamento e
desenvolvimento dos diversos agentes das actividades recreativas e culturais (artigo
5.º); a garantia da ética e da deontologia da actividade musical amadora (artigo 6.º); a
formação, aperfeiçoamento e desenvolvimento dos diversos agentes das actividades
recreativas e culturais; a optimização dos recursos humanos e das infra-estruturas
materiais disponíveis, incentivando a construção de anfiteatros, teatros, salas de
espectáculos (artigo 7.º); a descentralização e a intervenção das autarquias locais em
consonância com as estruturas federativas, na protecção e estímulo para a criação e
manutenção de cursos de formação e criação de escolas de música (artigo 8.º); a redução
de assimetrias territoriais e a promoção de igualdade de oportunidades no acesso à
prática da actividade musical recreativa; o estímulo ao desenvolvimento de publicações
especializadas para um melhor ensino da actividade musical e a adopção de meios que
preservem o ambiente e reduzam os efeitos da poluição sonora em recintos públicos e
privados.
A competência da Coordenação da Política Musical Amadora pertence ao
Ministério responsável pela política musical, em coordenação com as tutelas específicas
de outros departamentos ministeriais.
O artigo 10.º, prevê que o acesso ao exercício da actividade de docente e técnico
das actividades musicais recreativas, é condicionado devido à exigência de certificação
12
e habilitações adequadas. É o Governo em conjunto com as estruturas federativas que
definirá os programas e conteúdos dessa formação.
Para além da formação dos docentes, é essencial que os dirigentes das
associações da actividade musical recreativa frequentem Cursos de Dirigentes
Associativos para um melhor desempenho das suas funções (artigo 11.º). No que se
refere a este intém a Lei n.º 20/2004 de 5 de Junho regula o estatuto do dirigente
associativo voluntário e estabelece que os mesmos não podem ser prejudicados nos seus
direitos e regalias no respectivo emprego por virtude do exercício de cargos de direcção
nas associações e vai mais longe quando consagra que as faltas dadas pelo presidente da
direcção por motivos relacionados com a actividade da respectiva associação são
consideradas justificadas, dentro dos limites estabelecidos no seu artigo 4.º.
É o artigo 13.º que disciplina o regime fiscal e tributário dos agentes da
actividade musical recreativa.
O exercício de docência e de técnicos da actividade musical presumem-se
remunerados, salvo declaração individual em contrário e confirmada pela Associação
recreativa e cultural onde os mesmos exercem a sua actividade. Prevê ainda este artigo
que os praticantes da actividade musical recreativa que não exerçam a sua actividade de
forma exclusiva e principal, estão isentos de tributação.
O capítulo III trata do associativismo musical, sendo que o artigo 14.º define
associações com actividades musicais recreativas, como sendo pessoas colectivas de
direito privado sem fins lucrativos e constituem-se de forma associativa.
Fazem parte destas associações as confederações e federações, ambas
explicitadas no artigo 16.º .
As confederações e federações musicais representam o país junto das estruturas
federativas europeias e internacionais (artigo 17.º n.º 2).
O artigo 21.º enuncia nas suas alíneas os vários meios de apoio às confederações
e federações musicais, como por exemplo a concessão de comparticipações financeiras
segundo contratos-programa a estabelecer.
O último artigo da proposta de Lei-quadro disciplina o desenvolvimento
normativo desta lei. Cabe ao governo através da publicação de decreto lei ou portaria
regulamentar as habilitações e formação de docentes e técnicos da actividade musical
recreativa; o regime tributário dos mesmos; o acesso e regulamentação dos contratos-
programa; o acesso e regulamentação dos apoios a conceder à Confederação Musical,
federações, associações etc.
13
Conclusão
A música faz parte da vivência de todos nós. Ela tanto pode ser uma mera fonte
de entretenimento e distracção, como uma ferramenta de aprendizagem ou até um meio
terapêutico. Não há povo ou cultura sem manifestação musical. A música é de facto
uma parte importante da cultura humana, e uma herança social que nos cabe transmitir.
Actualmente cerca de 250.000 pessoas, na sua maioria jovens, praticam
diariamente a arte musical, gratuitamente e a título não profissional.
Os músicos amadores estão integrados nas Associações Recreativas e Culturais:
nas bandas filarmónicas, escolas de música, agrupamentos corais, tunas, grupos
folclóricos, etc.
Diariamente as Associações debatem-se com problemas dos mais variados níveis
quer económicos, educativos e socioculturais.
A falta de regulamentação para a área da música, a não regulamentação de todo
o conteúdo da Carta Europeia do Músico Amador, são entraves á resolução de
problemas tais como: o desenvolvimento de estruturas jurídicas, organizacionais
necessárias á prática musical, o apoio moral, colectiva, legal e financeira, a definição da
responsabilidade da formação musical, a criação de lei-quadro em que os membros das
federações possam beneficiar de faltas ao emprego etc.
A Confederação Musical Portuguesa é a mais importante associação, sem fins
lucrativos, de músicos amadores em Portugal.
Desde 1995, esta Confederação elaborou uma proposta de Lei-Quadro da
Música Amadora constituída por vinte e três artigos, divididos por cinco capítulos.
Essa proposta estabelece as bases gerais do sistema da actividade musical
recreativa não profissional, como expressão artística, factor cultural indispensável à
formação da pessoa humana, cidadania e diversão pública.
Na exposição oral deste trabalho na aula de Direito da Cultura, abordei a
problemática mencionada e pareceu-me que os colegas partilham da minha inquietação,
uma vez que se manifestaram a favor da aprovação da proposta de Lei de Bases da
música amadora.
Porém, o Sr. Professor salvaguardou que as associações podem ser qualificadas
como utilidade pública e portanto são regidas pelo direito privado podendo cada
Associação criar a sua própria lei, daí que o facto de não existir uma lei geral não
significa que as associações fiquem totalmente desprotegidas.
14
Bibliografia
15
Anexos
16
17
18
19
20
21