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Impressão
e acabamentos: Gráfica Almondina 2.ª edicão
(revista e ampliada)
Depósito legal n.0 287 667/09
ISBN: 978 - 972 - 724 - 416 - 4
■C!1D
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QUIDJURIS
SOCECADE EDITORA
.,
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Fosse por se ter recusado tanto tempo quanto possível
a abandonar a crença de que o direito existepara nosproteger.
(WG. Sebald, in Austerlitz)
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CASOS PRÁTICOS RESOLVIDOS
.l CASOS PRÁTICOS RESOLVIDOS
Caso n.0 1
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CIÊNCIA POúnCA E DIREITO CONSTITUCION AL
Resolução em Abril retroage os seus efeitos a 1 de Janeiro), mas também existe retroacti
vidade quando uma norma jurídica pretendendo vigorar para o futuro acaba
a) Não está em causa a bondade legislativa da medida,já que o exercício por afectar situações desenvolvidas no passado mas ainda existentes.
em simultâneo de dois cargos particularmente exigente s dificilmente assegu Era este o caso. E quando assim é, estamos perante um caso de retroacti
rará padrões mínimos de qualidade, sendo, assim, o interesse público prejudi vidad e inautêntica.
cado. Nesta m edida, não tinham razão Francisca eAfonso, sendo, pois, correcta
Em termos constitucionais, há que averiguar agora s e o procedimento a posição de Maria.
adaptado foi o correcto. Tratando-se aqui de cargos públicos, apresenta-se esta situação regulada
Os princípios da segurança jurídica e da protecção da confiança, sub pelo artigo 50.º da Constituição (interessando aqui particularmente o n. 1, 05
princípios concretizadores do princípio do estado de direito, princípio estrutu que dispõe que todos os cidadãos têm dir eito de acesso, em condições de
rante da República Portuguesa, prescrevem que os indivíduos pod em confiar igualdade e liberdade, aos cargos públicos), e inserindo-se a m esma no Título
que aos seus actos ou às decisões públicas incid ent es sobre os seus direitos II da Parte I da Constituição, com a designação de Direitos, liberdades e ga
alicerçados em normas jurídicas vigentes se ligam os e feitos jurídicos pre rantias (artigos 24.º a 57.0 da Constituição), é disciplinada pelo r egime e spe
vistos no ordenamento jurídico < 1>. cífico dos direitos, liberdades e garantias.
No caso v ertente, temos que a segurança jurídica e a protecção da Igualmente é regulada pelo artigo 48.º da CRP (Participação na vida
confiança não s e encontravam garantidas. pública), quando s e determina que todos os cidadãos têm o dir eito de tomar
Com efeito, há aqui um claro defraudar de expectativas que se desen parte na vida política e na dir ecção dos assuntos públicos do país, preceito
volve em dois sentidos, por um lado, os titular es dos cargos em causa quando que também se inscreve sistematicamente no Título II, com a designação de
foram eleitos tinham a exp ectativa de irem cumprir o seu mandato até ao fim Dir eitos, liberdad es e garantias.
(cinco anos para o Parlamento Europeu; quatro anos para pr esident e da N este sentido, e ao s e cercear no caso em concreto esta participação,
câmara), por outro lado, o mesmo suc edia com o respectivo eleitorado que para além de se e star a atentar contra o princípio democrático inscrito no
via agora um dos mandatos ser abruptamente interrompido. artigo 48.º, que é outro princípio estruturante da República Portuguesa (os
Deste modo, estariam a ser violados os subprincípios concre tizadores outros são para além do princípio do estado de direito, o princípio da sociali
do estado de direito, s egurança jurídica e protecção da confiança, ou seja, dade e o princípio da unidade do estado, cf. Gomes Canotilho), está-se também
estar-se-ia a dispor contra o disposto no artigo 2.0 da Constituição, cuja epígrafe a infringir o regime específico dos direitos, liberdades e garantias.
assinala p recisamente a referência ao Estado de direito democrático, quando Na r ealidade, e por força do artigo 17.º da CRP, o r egime dos direitos,
se menciona que a R epública Portuguesa é um Estado de direito democrático. liberdades e garantias aplica-se aos enunciados no Título II.
Associado a est es princípios e stá a proibição de normas re troactivas. Sendo assim, e porque estamos perante direitos, liberdades e garantias,
Efectivamente, a r etroactividade não existe só quando se está perante as leis restritivas de dir eitos, liberdades e garantias não podem ter efeitos
uma norma que pretende ter efeitos sobre o passado, vale dizer, retroactividade retroactivos (cfr. n.º 3 do artigo 18.º da CRP), seja, portanto, a chamada retro
autêntica (imagine-s e, por exemplo, uma qualquer lei penal que publicada actividade autêntica, sejam os casos de retroactividad e inautêntica s empre
que as m e didas legislativas se r evelarem ine speradas ou desproporcionadas.
Dito de outro modo, não se proíbem só leis totalmente retroactivas (isto
1
é, que s e apliquem a situaçõe s e relações já esgotadas), mas também se esta
< > Cfr. GOMES CANOTILHO, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, 5.ª edição.
Coimbra, LivrariaAlmedina, 2002, p. 257. be lece a impossibilidade de existirem leis restritivas parcialmente retroactivas,
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quer dizer, que se apliquem a situações vindas do passado e ainda não ter
minadas <2>, que era o que sucedia na situação em apreço, pelo que havia aqui
igualmente uma violação do n.0 3 do artigo 18.º.
b) Para evitar que a nova lei pudesse ser ferida de inconstitucionalidades, Caso n.0 2
bastaria que fosse incorporado um preceito final com a seguinte formulação:
"a nova lei só produz os seus efeitos após o decurso dos mandatos actualmente
• Princípio da socialidade e subsídio de desemprego
em vigor para o Parlamento Europeu e câmaras municipais".
Destarte, nunca seriam postas em causa a segurança jurídica e a con
Para fazer face aos inúmeros encargos com a Segurança Social,
fiança dos cidadãos, seja dos titulares dos cargos, seja do eleitorado, que assim
bem como visando impedir a sua ruptura, imagine que foi publicado
já sabiam com o que poderiam contar em termos futuros.
um decreto-lei alterando o montante do subsídio de desemprego.
Em consequência, inexistiria qualquer efeito inesperado ou despropor
Assim, e ao invés de 65% sobre a remuneração mensal de
cionado decorrente da medida legislativa, afastando-se, por conseguinte, a
referência, tendo como limite o triplo da retribuição mínima mensal
retroactividade parcial.
garantida, passa o montante do subsídio a fixar-se na percentagem
de 55% sobre aquela remuneração, tendo como limite duas vezes e
meia a retribuição mínima mensal garantida.
Simultaneamente, é alargado o prazo de garantia para a atri
buição do subsídio de desemprego (600 dias de trabalho por conta
de outrem; contra os anteriores 450 dias de trabalho).
Face ao conteúdo do supracitado decreto-lei, Carolina Maria
perfilha a posição de que o seu conteúdo irá contender com um dos
princípios constitucionais estruturantes da República Portuguesa, a
saber, o princípio da socialidade.
Por seu turno, Manuel Carvalho defende que não haverá qual
quer incompatibilidade entre aquele diploma e a Lei Fundamental.
Teme partido na discussão, fundamentando a sua posição.
<2> Cfr. JORGE MIRANDA e RUI MEDEIROS, Constituição Portuguesa Anotada, Tomo /,
Coimbra Editora, 2005, p. 163.
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DO
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CIÊNCIA POLITICA E DIREITO CON CASOS PRÁTICOS RESOLVIDOS
STITUCIONAL
Resolução
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Sucede que não estando em causa a bondade da medida legislativa, a n.º 2 e 4.º); noutros a Constituição limita-se a admitir restrições não especifi
saber, a preservação do ambiente e qualidade de vida (cfr., artigo 66.º, nomea cadas (vg., art. 35.º-4, 47.º- l, 49.º-1 e 270.º).
05
damente a alínea a) do seu n.º 2, prevenção da poluição e seus efeitos, neste Em suma, estas autorizações de restrição visam criar segurançajurídica
caso poluição sonora), e assim a respeitar-se essa norma constitucional, estava nos cidadãos, que poderão contar com a inexistência de medidas restritivas
-se simultaneamente a agir de uma forma desproporcionada e injustificada, de direitos fora dos casos expressamente considerados pelas normas constitu
porquanto os meios previstos no decreto autorizado para alcançar esse objec cionais.
tivo revelavam-se excessivos e inadequados. No caso em apreciação, confrontamo-nos com a existência de uma
Ou seja, violou-se o princípio da proibição do excesso (ou princípio da medida legislativa restritiva fora do elenco consagrado constitucionalmente,
proporcionalidade, ditado pelo n.0 2 do artigo 18.º), traço estrutural do regime pelo que o n.º 2 do artigo 18.º era igualmente ferido na parte em que se refere
jurídico supracitado, porque se infringiu o princípio da inviolabilidade do que a lei só pode restringir os direitos, liberdades e garantias nos casos expres
domicílio (n. 1, 2 e 3 do artigo 34.º) ao obrigarem-se os indivíduos a autoriza
05
samente previstos na Constituição.
rem a entrada dos agentes da autoridade na sua residência.
Acontece que a entrada no domicílio dos cidadãos contra a sua vontade
só pode ser ordenada pela autoridade judicial competente, nos casos e segundo
as formas previstas na lei, o que não é obviamente o caso (n.º 2 do artigo
34.0).
Acresce ainda que se atentou contra o direito à reserva da intimidade
da vida privada, vertido no art.º 26.0 da Lei Fundamental, ao permitir-se que
os agentes da autoridade tivessem acesso a esse reduto da vida pessoal e fa
miliar que é a residência de cada um (n.º l do artigo 62.º), direito fundamental
de natureza análoga, direito igualmente beneficiário do regime dos direitos,
liberdades e garantias (cfr. artigo 17.º).
Por último, o acto legislativo em apreço contendia com outro traço
estrutural do regime específico dos direitos, liberdades e garantias, a saber, a
exigência da previsão constitucional expressa da restrição do exercício de di
reitos, liberdades e garantias (cfr., n.º 2 do artigo 18.º).
Na realidade, há dois tipos de casos previstos na Constituição que
importa sublinhar.
Como ensinam Gomes Canotilho e Vital Moreira <5>, nuns é a própria
Lei Fundamental que prevê directarnente certa e determinada restrição, come
tendo à lei a sua concretização e delimitação (vide, artigos 27.º, n.º 3 e 34.º
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I' CASOS PRÁTICOS RESOLVIDOS
Resolução
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Resolução
Trata-se, de facto, de uma matéria que tem a ver com os direitos, liber
dades e garantias.
Caso n.0 5 Senão vejamos.
As pinturas e as inscrições em moradias particulares configuram uma
forma de os indivíduos se poderem exprimir, pelo que estamos aqui em pleno
• Direitos, liberdades e garantias e pinturas em moradias campo da liberdade de expressão.
Efectivamente, todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente 0
A Câmara Municipal de Lisboa deliberou que as pinturas e ins seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio (cf.
crições em moradias particulares na área do concelho de Lisboa,
n.º 1 do artigo 37.º da Constituição).
seriam punidas com coima de 7500 a 12500 euros.
Sendo a liberdade de expressão um dos direitos, liberdades e garantias,
Acresce que o agente infractor seria nos 15 dias seguintes à no e corno tal integrado no Título II da Parte I da Lei Fundamental, artigos 24.º
tificação pela câmara, obrigado a repor o imóvel no estado em que se a 57.º, precisamente com a designação de Direitos, liberdades e garantias,
encontrava.
goza do respectivo regime jurídico por força do artigo 17. º: o regime dos
Igualmente se estipulava que em caso de incumprimento desta direitos, liberdades e garantias aplica-se aos enunciados no Título II e aos
última obrigação, e independentemente de uma segunda coima no direitos fundamentais de natureza análoga.
valor de 7500 euros, a CML substituir-se-ia ao infractor debitando Ora, um dos traços estruturais dos direitos, liberdades e garantias radica
-lhe a respectiva conta.
na reserva de lei, conforme se pode constatar no enunciado do n. º 2 do artigo
À luz do regime juridico dos direitos, liberdades e garantias, 18.º: a lei só pode restringir os direitos, liberdades e garantias.
Teresa Margarida perfilhava que a atitude da Câmara Municipal de Isto é, as matérias de direitos, liberdades e garantias têm que ser regu
Lisboa seria inconstitucional, assim como o seria da mesma forma ladas por lei da Assembleia da República [alínea b) do n.º 1 do artigo 165.º],
uma lei da Assembleia da República ou um decreto-lei autorizado do ou por decreto-lei autorizado do Governo [alínea b) do n.º 1 do artigo 198.º],
Governo que legislassem no mesmo sentido.
ao abrigo de uma autorização legislativa da Assembleia da República, de
Quid Juris? acordo com o preceituado na alínea b) do n.º 1 do artigo 165.º.
No caso vertente, tinha sido a Câmara Municipal de Lisboa através do
seu poder regulamentar (cfr. artigo 239.º) a disciplinar direitos, liberdades e
garantias, o que não pode suceder.
Neste plano, está o órgão autárquico a contender, portanto, com o prin
cípio da reserva de lei, um dos vectores essenciais do regime dos direitos, liber
dades e garantias e, consequentemente, a violar o vertido no n.º 2 do artigo
18.º e na alínea b) do n.0 1 do artigo 165.0•
Em suma, a Câmara Municipal de Lisboa é incompetente para regular
estas matérias, sendo, logo à partida, a sua posição inconstitucional como
professa Teresa Margarida.
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Resolução
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CIÊNCIA POLITJCA E DIRE
ITO CONSTITUCIONAL
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Resolução 11
O Estado tem corno obrigação constitucional criar um sistema público
de ensino para satisfazer todas as necessidades do ensino, conforme prescreve
Caso n.0 8
o n.º 1 do artigo 75.º da Constituição.
No caso em apreço, o Estado está a demitir-se do seu papel de criar uma
rede de estabelecimentos públicos, privilegiando ao mesmo tempo o ensino • Direito à reserva da intimidade da vida privada e protecção
católico e discriminando as outras universidades privadas. da saúde
Nestes termos, está com a sua atitude a colidir com o artigo 75.º da Lei
Fundamental, e simultaneamente a atentar contra o princípio inscrito no n.º Através de um regulamento, a Universidade Clássica de Lisboa
3 do artigo 43.º, mais concretamente a não confessionalidade do ensino público. vem a exigir a obrigatoriedade de sujeição aos testes da sida, hepatite
Este princípio mais não é que o directo corolário dos princípios da não e tuberculose a todos os seus funcionários, professores e alunos, o
confessionalidade da educação e da cultura (cfr. n.º 2 do artigo 43.º) e da que em caso de resultados positivos culminará com o seu afastamento
separação entre o Estado e as Igrejas (cfr. n.0 4 do art.º 41.º). da instituição até à sua cura.
Por outra banda, está a ferir o princípio da igualdade, inserto no n.º 2 Face ao precedente, Maria, aluna do curso de direito, sentindo
do artigo 1 3.º, ao não financiar os alunos das outras universidades privadas, -se lesada dizia para os colegas que ia solicitar ao Tribunal Constitu
já que estamos perante a afirmação de um privilégio por motivos religiosos cional a apreciação da fiscalização sucessiva abstracta da constitucio
quando a explicitação deste último preceito o proíbe. nalidade da mencionada ordem de serviço, ancorando-se não só na
inconstitucionalidade da medida, independentemente do órgão que
a tinha dimanado, como na própria incompetência da universidade
para o fazer.
Por seu turno, Silvina, igualmente aluna do curso de direito,
argumentava que Maria apenas tinha parcialmente razão, visto que
a sujeição aos testes da hepatite e da tuberculose não atentava contra
a Lei Fundamental.
De igual modo, sustentava ainda que o meio sugerido por Maria
não era o adequado, sugerindo, por exemplo, a intervenção do Provedor
de Justiça junto do Tribunal Constitucional.
a) Tome parte nesta polémica, fundamentando a sua posição.
b) Imagine agora que em vez de a Universidade Clássica de
Lisboa, se tratava no caso em concreto de uma universidade privada
a adoptar a mesma conduta.
Quidjuris?
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Resolução esperma, não havendo, assim, 0 risco de contágio, excepto mediante relações
sexuais ou transfusões de sangue.
a) Maria apenas tem parcialmente razão. Neste contexto, não é necessário fazer testes à sida pondo em causa a
Tem razão quando afuma que a Universidade Clássica não é competente privacidade dos indivíduos, porquanto não há, em situação normal, o risco
para impor, através de um regulamento (ou de qualquer outro meio, note-se), de contágio pelo vírus da sida entre alunos, professores ou funcionários.
a sujeição aos vários testes da sida, hepatite e tuberculose. Em contrapartida, e relativamente aos testes da tuberculose e da hepatite,
Todavia, a sua posição só se apresenta parcialmente como correcta se fosse a Assembleia ou o Governo nas condições acima prescritas a legislar
quando assegura que, independentemente do órgão que a tinha dimanado, a sobre a matéria já não haveria qualquer inconstitucionalidade, visto que aqui o
medida seria sempre inconstitucional, porquanto não se pode pôr no mesmo direito à saúde ou à vida prevaleceria sobre o direito à reserva da intimidade
plano os testes da sida e os da tuberculose e hepatite. da vida privada.
Finalmente, o seu entendimento é incorrecto quando menciona dirigir O direito à reserva da intimidade da vida privada está relacionado com
-se ao Tribunal Constitucional para solicitar a fiscalização sucessiva abstracta o direito de impedir o acesso de estranhos a informações sobre a vida privada
da constitucionalidade. e o direito de ninguém divulgar as informações que tenha sobre a vida privada
Como veremos de seguida, é a opinião de Silvina que é defensável. de outrem <8l, o que no caso dos testes da sida não estaria garantido já que o
Em primeiro lugar, os vários testes que são exigidos têm a ver com o afastamento dos contagiados com o vírus da sida acabaria por ser do domínio
direito à reserva da intimidade da vida privada, que está vertido no n.º 1 do público.
artigo 26.º da Constituição, quando é mencionado que a todos é reconhecido Por sua vez, Maria nunca se poderia dirigir ao Tribunal Constitucional
o direito à reserva da intimidade da vida privada. a solicitar a fiscalização sucessiva abstracta da constitucionalidade das normas,
Destarte, trata-se de um dos direitos, liberdades e garantias, integrado porquanto o sistema de fiscalização português não permite aos cidadãos afec
no Título II da Parte I da Constituição (artigos 24.º a 57.º), gozando do res tados por um acto normativo requererem a sua inconstitucionalidade.
pectivo regime jurídico. Nesta sede, só mesmo algumas entidades públicas podem dirigir-se ao
Por conseguinte, compete unicamente à Assembleia da República através Tribunal Constitucional, de acordo com o estipulado no n.º 2 do artigo 281.º,
de lei, ou ao Governo mediante decreto-lei autorizado e munido com a com a requerer o instituto.
petente autorização legislativa da Assembleia, legislar sobre a matéria de di Ora, o que Maria poderia fazer era exercer o direito de petição, ao abrigo
reitos, liberdades e garantias, conforme n.º 2 do artigo 18.º e alínea b) do n.º 1 do n.º 1 do artigo 52.º, fazendo essa petição individualmente para a autoridade
do artigo 165.º. que é o Provedor de Justiça (artigo 23.º), e este, se assim o entendesse, reque
Daqui se retira que a Universidade estava a atentar contra o princípio reria a fiscalização sucessiva abstracta [cfr. alínea d) do n.º 2 do artigo 281 .º]
da reserva de lei ao infringir aqueles dois preceitos, não sendo, pois, a entidade ao Tribunal Constitucional.
competente para regular matérias de direitos, liberdades e garantias. Na esteira do requerimento do Provedor de Justiça, o Tribunal Constitu
Visava-se promover com a obrigatoriedade destes testes, o direito à cional apreciaria e declararia com força obrigatória geral a inconstitucionali
protecção da saúde, conforme é estatuído no n.º 1 do artigo 64.º (e, por conse dade das normas [cfr. alínea a) do n.º 1 do artigo 28 1.º].
quência, até o direito à vida, cfr. artigo 24.º), mas ao invés da hepatite e da No caso em concreto, estamos perante um regulamento de uma entidade
t uberculose, em que o contágio se processa nomeadamente pela mera saliva
ou por gotículas, a propagação da sida só ocorre através do sangue e do
<8> Cfr. GOMES CANOTILHO e VITAL MOREIRA, ob. cit., p. 467.
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RESOLVIDOS
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<9> Cfr. GUILHERME DRAY, O Princípio da Igualdade no Direito do Trabalho, Livraria 01>Cfr. VIEIRA DE A.L�RADE, Os Direitos Fundamentais na Constituição Portuguesa de
Almedina Coimbra, 1 999, p. 276. 1976, 2.ª Edição, Almedina, 2001, p. 272.
<10> Cfr. GUILHERME DRAY, ob. cit., p. 277.
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Resolução podem implicar a restrição de um direito fundamental como é direi de
respe ctiva utilização, direito
propriedade, visto que se poderão impor limites à
18>
< só que, no caso em
Em causa está o conflito entre vários direitos fundamentais, a saber, o de visita, obrigação de preservação e conservação,
direito à democratização da cultura (n.º 3 do artigo 73.º da Constituição), concreto, não havia razões para impor limite s que se consu bstanciassem na
que se traduz na concretização do direito de todos à cultura (n.º 1 in fine do proibição das actividades culturais solicitadas.
artigo 73.º), ou seja, o direito de todos à fruição e criação cultural (artigo Na realidade, não se está a ver como é que debates com escritores,
m
78.º) < 15>, a defesa e a valorização do património cultural pelo Estado [2.ª concertos de música clássica, ciclos de cinema ou exposições viesse a des
parte do n.º 1 do artigo 78. 0 e alínea e) do n.º 2 do artigo 78.º] e o direito à truir o património cultural em referência, vanda lizand o a riquez a da fachada
propriedade privada (n.º 1 do artigo 62.º). ou os interiores do imóvel.
A posição da Câmara ao indeferir o alargamento da licença estava ser Neste contexto, seria a posição da Câmara a deferir o alargamento da
guardar o prin
restritiva, pois não acautelou o princípio da concordância prática ou da harmo licença para os fins pretendidos, a que melhor permitiria salva
todos os direitos
nização, princípio de interpretação constitucional a que se deve recorrer em cípio da concordância prática e, em consequência, a proteger
a e preservação
caso de vários direitos fundamentais em colisão ou conflito. em causa: o direito à propriedade privada, o direito à defes
ral.
Na verdade, este princípio procura harmonizar da melhor maneira os do património cultural e o direito de todos à fruição cultu
preceitos divergentes, em função das circunstâncias concretas em que se põe Em suma, Rui Afonso tem razão.
o problema <16>.
Trata-se, pois, de o sacrificio de cada um dos valores constitucionais
ser adequado e necessário à salvaguarda dos outros, impondo-se que a escolha
entre as diversas maneiras de resolver a questão concreta se faça em termos
de comprimir o menos possível cada um dos valores em causa segundo o
peso na situação concreta < 1 7) _
Com efeito, para assegurar a defesa e a valorização do património
cultural, a Câmara ao indeferir a pretensão da empresa estava a inviabilizar o
direito de todos à fruição e criação cultural que lhe compete assegurar [n.º 1
do artigo 78.º e alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 78.º], direito relacionado,
como vimos acima, com o direito à democratização da cultura e o direito de
todos à cultura (n.º 3 do artigo 73.º e n.º 1 infine do artigo 73.º).
Por outra banda, estava ainda a colidir com o direito à propriedade
privada (n.0 1 do artigo 62.º).
Anote-se que a salvaguarda e a valorização do património cultural
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Sendo assim, terá o respectivo decreto da Assembleia de ser aprovado Deputados presentes), só que esse número não é superior à maioria absoluta
por maioria absoluta dos Deputados em efectividade de funções, isto é, 1 I 6 dos Deputados em efectividade de funções, que são 116, conforme postulado
Deputados (os Deputados da Assembleia são 230, conforme respectiva lei nán.0 2 doart1go219.º.- - � �, uY\� vr<ê'. ci.=.:,
eleitoral), de acordo com o consagrado no artigo 168.º, n.º 5, I .ª parte, da Lei Ante o exposto, o decreto é rejeitado definitivamente não podendo ser
Fundamental, que dispõe que é essa a maioria exigível para a aprovação das renovado na mesma sessão legislativa (n.º 4 do artigo 1 67.º), 2orquanto
leis orgânicas, excepção à regra geral constante no n.º 3 do artigo 116.º, que �çãO-definihva' ã proJ:!fmcia pela inconstitucionalidade em fisca
é a maioria relativa. lização preventiva, não segui�a de co�a9ão e de promulgação pelo Presi
No caso em análise, o quórum estava preenchido (estavam presentes dente da República.
mais de 116 Deputados na Assembleia, como é previsto no n.º 2 do artigo
116. º), como estava reunida a maioria necessária para a respectiva aprovação,
uma vez que o decreto foi aprovado por 1 3 2 votos a favor (132 é superior a
60, que foi o número dos votos contra, não contando para aqui as 12
abstenções).
Subsequentemente, o Presidente da República exerceujunto do Tribunal
Constitucional a fiscalização preventiva do decreto que lhe tinha sido enviado
para promulgação como lei (n.º 1 do artigo 278.º), porquanto tinha dúvidas
�obre a compatibilidade do mesmo cÕm a Cõnstituição.
O Tribunal Comtiti.lciollãf pronunci�u=�e pela inconstitucionalidade
(n.º 1 do artigo 279.º), tendo o Chefe de Estado exercido o veto juridico (n.º
1 do artigo 279.º), devolvendo o diploma à Assembleia da República, órgão
que o tinha aprovado.
As razões pelas quais o Tribunal Constitucional se terá pronunciado pela
inconstitucionalidade, apontam para a violação do disposto no n.º 1 do artigo
46.º.
De facto, os cidadãos têm o direito de, livremente e sem dependência
de qualquer autorização, constituir associações, conforme é estatuído no n.º 1
do artigo 46.º.
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O:.:IENCIA POUTICA E DIREITO CONSTITUCIONAL OLVIDOS
CASOS PRÁTICOS RES
Resolução
t o :-- Trata-se de uma matéria g_ue tem a ver com a liberdade de imprensa,
J -:J
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mais concretamente o direito de fundação de jornais, estabelecido na alínea
Caso n. 0 1 7
'� e) do n.º 2 do artigo 38.º da Constituição.
- - -Nê�t; plano, estamos no campo dos direitos, jjpJ!rdades �garantias
• Processo legislativo e criação de jornais (Tít_1:J.J � !I da_ PaJ!� I da Copsti�ção, q��-':ai dos artigos 24.º ao 57.º). �
Sendo assim, a Assembleia da República é competente \J)ãra legislai e
A Assembleia da República, por 105 votos a favor, 40 contra e (reserva relativa de competência legislativa), conforme alínea b) do n.º 1 do
1 8 abstenções, aprovou, em 10 de Janeiro, um decreto estipulando artigo 1 65.º, porquanto é matéria de direitos, liberdades e garantias.
que apenas seria autorizada a criação de jornais Estava reunido o quórum para deliberação da AR (cfr. n.º 2 do artigo
. que--comprovassem
--
a _sua qualidade i�rnalística. 1 1 6.º), pois encontravam-se presentes 163 Deputados, quando apenas são
No mesmo decreto preceituava-se ainda que só os candidatos necessários 1 1 6.
com uma licenciatura poderiam ser nomeados para a direcção dos O decreto da AR foi correctarnente aprovado, visto que não carece de
órgãos de comunicação social. nenhuma maioria agravada para a sua aprovação, bastando apenas uma mera
Suscitando-se dúvidas relativamente à sua consµtucionalidade, maioria relativa (cfr. n.º 3 do artigo 1 16.0). Nestes termos, 1 05 votos sins é
o Presidente da República requereu em 23 de Janeü-o a apreciação um número superior a 40 votos contra, não contando, pois, as 1 8 abstenções
ao Tribunal Constitucional do decreto da Assembleia, que lhe tinha para a aprovação da maioria. """'----=
chegado a 17 de Janeiro, tendo-se este órgão pronunciado pela incons O Chefe de Estado tendo dúvidas sobre a compatibilidade do diploma
titucionalidade em 8 de Fevereiro. com a Lei Fundamental, exerceu o mecanismo da fiscalização preventiva
Face ao sucedido, o PR vetou o diploma em 18 de Fevereiro, [n.º 1 do artigo 278.º e alínea g) do artigo 1 34.º]. O que fez atempadamente,
tendo o diploma devolvido chegado à AR a 20 de Fevereiro. uma vez que ainda não tinham decorrido oito dias após a recepção do diploma
Em 10 de Março, a AR, por 118 votos a favor, 10 contra e 30 (n.º 3 do artigo 278.º): recebeu em 1 7 de Janeiro, solicitou a apreciação
preventiva a 23 de Janeiro.
abstenções, reaprovou o decreto em causa, tendo o Presidente da
República promulgado o diploma. Por sua vez, o Tribunal Constitucional pronunciou-se pela inconstitu
cionalidade em 8_ de_ t_�vereiro, o que fez igualmente dentro do prazo, por
Quid Juris? quanto tem 25 dias para assim proceder (J?-.0 8 do artigo 278.º).
-
.-,
--- A inco�stitucionalidade radica na circunstância do diploma contender
com a alínea e) do n.º 2 do artigo 38.º, no segmento em que é referido que a
50
liberdade de imprensa implica o direito de fundação de jomms., independente
1 ";;_ "'
mente d e <!_ Ufonzação administrativa.
- --- S�bsequentemente, o PR exerceu o veto jurídico (n.º 1 do artigo 279.º),
devolvendo o diploma ao órgão de onde provém, o que fez atempadamente,
já que tem 20 dias para o fazer após a recepção do diploma pelo Tribunal
56 57
CIÊNCIA POLlnCA E DIREITO CONSTITUCIONAL OLVIDOS
CASOS PRÁTICOS RES
<19> Cfr. JORGE MIRANDA, Manual de Direito ConstilUcional, Tomo V, Coimbra Edirora,
1997, p. 293.
58 59
S
CIÊNCIA POLITICAf_DIREITO CONSTITU CIONA L CASOS PRÁTICOS RESOLVIDO
Resolução como o valor dos prémios de produtividade atribuídos nos últimos dez anos
sem o respectivo consentimento dos trabalhadores, já estaria a colidir com o
Relativamente aos contratos a termo, o Departamento de Recursos direito à reserva da intimidade da vida privada (n.º 1 do artigo 26.º).
Humanos da empresa pode recusar facultar as respectivas cópias à Comissão Na realidade, pode-se compreender que alguns trabalhadores não de
de Trabalhadores. sejem que se saiba que nunca foram promovidos, ou que o não o são há muito
Na verdade, pode sempre negar a sua entrega com o fundamento de tempo, visto que isso pode comportar o reconhecimento alargado de um
que os contratos incluem elementos que têm a ver com a esfera privada do eventual juízo negativo sobre o seu desempenho.
trabalhador, v.g. morada, número do contribuinte e bilhete de identidade, o Por seu turno, o valor dos prémios de produtividade atribuído a cada tra
que atentaria contra o direito à reserva da intimidade da vida privada e familiar balhador é algo que igualmente pertence à sua esfera privada, pelo que também
consagrado no n.º l do artigo 26 . º da Constituição, salvo se requeresse e não é matéria que seja objecto de divulgação sem o consentimento dos próprios.
obtivesse o prévio consentimento dos trabalhadores.
Efectivamente, o número do bilhete de identidade, o número do contri
buinte e a morada são dados pessoais que podem ser objecto de tratamento pela
entidade empregadora, isto é, esta tem legitimidade para o tratamento de dados
necessários à identificação do trabalhador, à sua residência e forma de contacto
(v.g. telefone, fax, e-mail), bem como de informação sobre as capacidades
para o exercício de determinada actividade profissional (domínio de línguas,
conhecimentos de informática ou, por exemplo, carta de condução) <20> .
Situação bem diferente é facultar esses dados a terceiro s.
Acresce, aliás, que para corresponder ao pretendido pela norma do
Código do Trabalho, bastava apenas fornecer uma lista com as fundamen
tações legais dos contratos a termo, atendendo-se, assim, a princípios de pro
porcionalidade e adequação ao pretendido.
No concernente à informação sobre o número de trabalhadores por
escalão etário, grupo profissional, tempo de permanência no actual nível salarial
e número de contratados a termo, em nenhuma circunstância o Departamento
de Recursos Humanos, ao corresponder favoravelmente à pretensão da Comis
são de Trabalhadores, estaria a atentar contra qualquer norma constitucional.
Em contrapartida, a divulgação à Comissão de Trabalhadores duma
lista individualizada com o tempo de permanência em cada nível salarial, assim
60 n1
CIÊNCIA POúTICA E DIREITO CONSTITUCIONAL CASOS PRÁTICOS RESOLV
IDOS
Resolução
�-----
-se perfeitamente no âmbito das suas competências, visto que a maté (n.º 4 do artig9 1 3§.º).
ria em causa não era da exclusiva com�ência do Governo. Neste sentido, é a posição de Anabela que se afigura correcta.
..._ ___-
Por último,Anabela não concordava com as argumentações ante-
...._----- Assinale-se ainda, que no caso que vimos analisando, nem sequer havia
riores, mencionando a circunstância do Chefe de Estado poder sempre a possibilidade de o Governo transformar o decreto-lei em pro_posta de lei _e
adoptar tal comportamento, t!}_d��ndentem�e_de se tratar de maté exercer subsequentemente o seu direito de iniciativa legislativa junto da AR,
ria da competência exclusiva do Governo, que, aliás, aqui existiri
a. · abrigo do n.º 1 do artigo 1§.7.º, e, deste modo, "superar" este veto absoluto.
ao
Com efeito, tratando-se de matéria da exclusiva competência do Governo
Quid Juris? não poderia ser "convertida" em matéria da Assembleia da República [vide
ainda alínea e) do artigo 1 6 1 .º], uma vez que compete à Assembleia da
C\-.. - \ e i �-º l ,V . o 1 '<' º L República fazer leis sobre todas as matérias, salvo as reservadas pela Consti
V \ 3� -('
O
, tuição ao Governo, como seria o caso.
�? 63
CIÊNCIA POLITIC A E DIREITO CONSTITUCIONAL
CASOS PRÁTICOS RESOLVIDOS
Resolução
64
65
CIÊNCIA POLITICA E
_ DIREITO CONSTITUCIONAL
OLVIDOS
CASOS PRÁTICOS RES
Resolução
• Apreciação parlamentar dos decretos-leis e aumento dos arren- 165.º, tendo sido emitida a respectiva autoriz.ação legislativa.
damentos habitacionais 'esse sentido, o Governo_ legislou através de llI11g.ecreto-lei autorizado.
.P -O . :\
<:, I''. 1 a>-)
. \ "\� y ·º -> �J
Em 24 de Setembro e na sequencia de uma auton.zaçao
A
•
1 egis
. 1a- b) A Assembleia da República desencadeou o instituto da apreciação
tiv� é publicado no Diário da República um decreto-lei autorizado, parlamentar de actos legislativos, que se funda no -n º 1 do artigo 1 69.º da
dispondo, nomeadamente, que os arrendamentos habitacionais ante CRP.
riores a 1980 terão um agravamento entre 50% e 200%, consoante Podia-o fazer, pois não se tratava de um decreto da competência
� exclu-
os valores da renda actual, já que é salientado que nalguns casos os siva do Governo.
montantes das rendas afiguram-se presentemente como perfeitamente Por outro lado, o instituto tinha sido requerido por 1 6 Deputados, quando
irrisórios.
,.,,--1 ok- CLo) bastam 1 O para a sua iniciativa. E ainda porque não tinham passado 30 dias
AAssembleia da República, a requerimento de 16 Deputados, após a publicação do decreto-lei no Diário da República.
com os votos favoráyeis de 104 Deputados, 60 abstenções e 42 votos Por sua vez, a cessação da vigência do decreto-lei foi aprovada porque
contra, aprovou a cessação da sua vigência em 8 de Outubro, tendo 1 04 Deputados são mais do que 42, não contando as 60 abstenções para a
a
�esma sido enviada em 15 de Outubro para a promulgaçãooe- r � o•
doYresi- aprovação do diploma (cfr. n.º 3 do artigo 1 16.º), porquanto a matéria em
V dente da República. l o 'i causa (arrendamento rural e urbano) não necessita nos termos da Constituição
Pergunta-se: 0ó
de �er aprovada por uma maioria qualificada.
�
a) O Governo era compete�fe iara legislar sobre a matéria? Finalmente, o acto aprovado pela Assembleia para pôr termo à vigência
b) Como enquadra a actuação da AR? ✓ do decreto-lei, espécie de veto resolutivo que a Assembleia faz ao Governo,
e) Se fosse assessor do Chefe de Estado, qual seria o
seu enten reveste a forma de resolução, conf..2_rme o n.º 5 do artigo 16�
dimento quanto a uma suposta promulgação?
Justifique.
d) Independentemente da resposta à alínea anterior, e) Tratando-se de uma resolução nunca a mesma seria submetida à apre
imagine ciação do Presidente da República, porquanto as resoluções são publicadas
que o referido acto da AR era publicado no DR,
com efeitos a 24 de
Setembro? mdependentemente de promulgação (cfr. n.º 6 do artigÜ 1 66.º), logo só poderia
ter sido enviada para o Chefe de Estado por lapso.
Quid Juris?
d) A cessação da vigência do decreto-lei por via da resolução nunca
tem efeitos retroactivos, deixando o decreto-lei de vigorar apenas desde o
dia da publicação da resolução no Diário da República (cfr. n.º 4 do artigo
1 69.º).
66
67
CIÊNCIA POLlnCA
E DIREITO CONSTIT UCIONAL IDOS
CASOS PRÁTICOS RESOLV
Resolução
Prescrevia ainda o mesmo diploma, que as dúvidas Governo, de acordo com o preceituado na alínea e) do artigo 199.º da Consti
suscitadas
quanto à sua execução serão resolvidas por "despach tuição, que prescreve que compete ao Governo no âmbito das suas competên
o conjunto dos
Ministros das Finanç_as, da Segurança Social e cias administrativas fazer os regulamentos necessários à boa execução das
do Trabalho".
Face ao antecedente,� 6 De utados solicitaram leis.
-
f após publicação
no Düírio da Repúb lica a respectiva apreciaç Deste modo, estamos perante um regulamento governativo que está a
ão pelo Tribunal Consti
tucional. interpretar uma lei, o que não poderá suceder uma vez que decorre do n.º 5
Ante o exposto, Maria, Francisca e Afonso do arti-&2, 112.º, que as leis não podem autorizar que a sua própria interpretação
defendem o procedi-
mento adoptado pelos Deputados. seja efectuada por outro acto que não seja uma outra lei ("nenhuma lei pode
conferir a actos de outra natureza o poder de, com eficácia externa, interpretar
Quid Juris? qualquer um dos seus preceitos"). É o denominado princípio da preferência
ou preeminência da lei <21>.
Como mencionam Gomes Canotilho e Vital Moreira <22>, a proibição
de actos não legislativos de interpretação das leis não exclui obviamente todos
os actos interpretativos, mesmo com eficácia externa, visto que a Adminis
tração e os tribunais não podem deixar de interpretar as leis quando as aplicam,
l2 1 > Cfr.
GOMES CANOTILHO, ob. cit., p. 829.
(22l Cfr. GOMES CANOTILHO e VITAL MOREIRA, Constituição da República Portuguesa
Anotada, Coimbra Editora, 3.ª Edição Revista, 1993, p. 5 1 1 .
68
69
CIÊNCIA POúTICA E DIREITO CONSTITUCIONAL OLVIDOS
CASOS PRÁTICOS RES
mas sim proibir, por exemplo, a interpretação autentica das leis através de
actos normativos não legislativos, pela via administrativa (vide os regula
mentos).
E m suma, está-se a infringir o n.º 5 do artigo 112.º.
Os 26 Deputados podiam suscitar a fiscalização sucessiva abstracta Caso n.0 23
71
70
CIÊNCIA POLITICA E DIREITO CONSTITUCIONA L RESOLVIDOS
---
CASOS PRÁTICOS
Resolução
73
S
S RESOLVIDO
CASOS PRÁTICO
CIÊNCIA POÚTlCA E DIREITO CONSTITUCIONAL
Resolução
No tocante a uma acentuada redução da distribuição das verbas pelas Estado? nal
ação do Tribunal Constitucio
autarquias locais, o diploma infringiria o preceituado no n.º 2 do artigo 238.º, d) Qual teria sido a fundament
stitucionalidade?
visto que atentaria contra o regime das finanças locais, travejamento jurídico ao pronunciar-se pel a incon a alte-
p ronunciar, a AR p rocedia
este que tem como finalidade o princípio da justa repartição dos recursos e) Suponha que após o TC se amento?
públicos pelo Estado e pelas autarquias e a necessária correcção de desigual rações. Podia o PR
voltar a ter o me smo comport
p or enviar uma me
nsagem à AR,
dades entre autarquias do mesmo grau, porquanto se trata também de contri j) Imag ine qu e o PR op tav a
o legislativo
buir para o "crescimento equilibrado" de todas as regiões, conforme veiculado tan do a in po rtu nid ad e do decreto, e aquele órgã
ten votos a favor, 30 abs
sus o
na alínea d) do artigo 8 1 .º <25>. posteriorme nte ea pr ov ava o diploma por 12 4
nismo constitucional ag
r or a
Em suma, Anabela tem razão. v tos c ntr a. Qual foi o meca
çõ es e 20 as consequên s
ten o o cia
lo PR ? Po dia faz ê-lo? E quais ser iam
utilizado pe
da posição da AR?
C2 l Cfr.
4
JORGE MIRANDA e RUl MEDEIROS, Constituição Portuguesa Anotada, Tomo 11,
Coimbra Editora, 2006, p. 539
(25J Cfr. GOMES CANOTILHO e VITAL MOREIRA, Constituição da R epública Portuguesa
Anotada, 3.ª edição revista, Coimbra Editora, 1993, p. 890.
75
CIÊNCIA POlITJ
- � CA E DIREITO CONSTITUCIONAL DOS
CASOS PRÁTICOS RESOLVI
Resolução
1 13.º), vigorando igualmente para a eleição dos Deputados da Assembleia
da República (n.º 1 do artigo 1 49.º), eleição das Assembleias Legislativas
a) A Assembleia da República é com regionais (n.º 2 do artigo 231 .º), eleição das assembleias regionais das regiões
petente para legislar sobre esta
matéria, ao abrigo da_l .ª parte da alínea l) administrativas (artigo 260.º) e, por fim, incluído nos limites materiais de revisão
do artigo 1 64.º da Constituição.
Na verdade, e no âmbito da reserva absolut [parte final da alínea h) do artigo 288.º].
a deste órgão de soberania,
é da sua exclusiva competência legislar sobre
as eleições dos titulares dos
órgãos do poder local. e) Sim, podia. A AR procedeu à reformulação do diploma, passando a
existir um novo decreto, razão pela qual o PR pode voltar a suscitar a fiscali
b) O decreto da Assembleia foi correctamen zação preventiva ao Tribunal Constitucional (vide n.º 3 do artigo 279.º).
te aprovado, visto que tra
tando-se de um acto que reveste a forma de
lei orgânica, conforme resulta do
n.º 2 do artigo 1 66.0 da CRP, pois está J) O Chefe de Estado discordou do conteúdo do diploma, isto é, não se
expressamente mencionado neste
comando constitucional a primeira parte tratava agora de formular dúvidas no que tange à sua compaginação com a
da alínea l) do artigo 1 64.º, seriam
necessários 1 1 6 Deputados para a sua apro Lei Fundamental, mas antes de emitir um juízo de mérito sobre o mesmo. Assim,
vação.
Efectivamente, e de acordo com o n.º 5 do exerceu o veto político solicitando nova apreciação do diploma em mensagem
artigo 1 68.º, as leis orgânicas
carecem de aprovação final por ��ioria fundamentada (n.º 1 do artigo 136.º).
absolu!_a_d(?s ��l!.tados em e.&_ctivi
dade clêlilnções;-o que veio a suceder.
De facto, 1 18 Deputados votaram a favo Podia-o fazer, pois tratando-se para todos os efeitos de um novo di
r, o que é superior aos 68 votos
contra, sendo que 1 18 votos é superior a ploma, já que tinha havido reformulação, o processo voltava ao início. Note
1 16, que é o número que corresponde à
maioria absoluta dos Deputados em
efectividade de funções (metade de -se, também, que mesmo que não houvesse reformulação, podia sempre haver
- número de Deputados estabelecido
pel a lei eleitoral para a Assembleia da
230 um veto político do PR após a AR ter expurgado as normas inconstitucionais,
República - mais 1 ). na sequência de uma fiscalização preventiva e de um veto jurídico.
Na situação em apreço, a AR após uma segunda deliberação confirmou
e) O Chefe de Estado requereu ao o voto, superando assim o veto político do Chefe de Estado.
Tribunal Constitucional a fiscalização
preventiva da constitucionalida
de (n.º 1 do artigo 278.º) do decreto Efectivamente, estando presentes na AR 1 74 Deputados ( 1 24+30+20),
tinha sido enviado para promu que lhe
lgação como lei, pois tinha dúvida
s rela tiva este órgão legislativo por 124 votos a favor confirmou o diploma, visto que
mente à sua compatibilidade
com a Constituição. a dois terços dos Deputados presentes correspondem 1 1 6 Deputados, sendo
d) O decreto da Assembleia estaria que 124 são mais do que 1 1 6, número este que coincide aqui com os dois
representação proporcional a colidir com o sistema eleitoral de terços dos Deputados presentes e a maioria absoluta dos Deputados em efecti
plasmado na Lei Fundamental para a ele
titulares dos órgãos políticos. ição dos vidade de funções, de acordo com o estabelecido no n.º 3 do artigo 136.º: é
exigida a maioria de dois terços dos Deputados presentes, desde que superior
No caso em concreto, atentav
239 .º: as assembleias dos órg
a contra o disposto no n.º 2 do artigo à maioria absoluta dos Deputados em efectividade de funções, para a confir
de representação proporcio
ãos autárquicos são eleitas segundo
o sistema mação dos decretos que revistam a forma de lei orgânica.
nal. Ante o exposto, o Presidente da República é obrigado a promulgar o
Recorde-se que este sistema eleitor
está incorporado nos princípi al de representação proporcional diploma, porquanto nesta situação há um dever de promulgar por parte do
os gerais de direito eleitoral (n.º Chefe do Estado.
5 do artigo
7C>
77
CIÊNCIA POLITICA E DIREITO CONSTITUCIONAL � RESOL
CASOS P RÁTICOS --
VIDOS
Resolução
�,,\�ti� r
Estado? Foi o mesmo exercido em devido tempo? E a AR, em segunda artigo 136.º.
, porquanto entre 28 de Setembro
deliberação, agiu atempadamente? E quaü as consequências dessa Este direito foi exercido atempadamente da
tubro (data da devolução) só ain
votação? .Jo� • M /, (data da recepção do diploma) e 8 de Ou dias--para o fazer (n.º
E stado vinte-
tinham passado 1O dias, tendo o Chefe de
if.)
d) Imagine que em vez dos 114 Deputados, tinham votado favo
c- ravelmente, em 2.ª deliberação, 130 Deputados e 50 Deputados contra. 1 do artigo 136�
adamente , visto
que
Podia agora o PR suscitar a fiscalização preventiva da constitucio AAssembleia da República também agiu aat)emp e 20 de Novembro (data
nalidade? 1 0 d O tubr o (dat a da recepção do diplom
entre o
mais de 15 dias, já que em cas
e u
RO
81
CIÊNCIA POLI TJCA
E DIREITO CONSTITUCIONAL
CASOS PRÁTICOS RESOLVIDOS
82
83
OS RESOLVIDOS
- -
CASOS pRATtC
�
� EDIREITÕ CONSTITUCIONAL - --
(26) Anote-se ainda que o Tribunal Constitucional, no que à função pública se refere, tem
considerado que se integra na legislação do trabalho" o que se estatui em matéria de condições
de trabalho e vencimentos. Cfr. JORGE MIRANDA e RUI MEDEIROS, Constituição
Ponuguesa Anotada, Tomo I, p. 565.
<27> Cfr. GOMES CANOTILHO e VITAL MOREIRA, Fundamentos da Constituição, Coimbra
Editora, 1991, p. 267 .
85
84
RESOLVIDOS
CIÊNCIA POúTJCA E DIREITO CONSTITUCIONAL CASOS PRÁTICOS
a, não s e cumprindo ,
assim, os re
Resolução
político-administrativo da região autónomartigo 227.º, pelo que a Assembleia
quisitos enunciados na alínea a) do n.º 1 do ingir este preceito e a alínea b)
Compete às regiões autónomas legislar no âmbito regional em matérias a infr
Le gislativa regional dos Açores estava
e nuncia das no res pectivo estatuto p ol ítico- administrativo e que não estej am
do n.º 1 do artigo 165.º.
re servadas aos órgãos de soberania, conforme resulta do postulado na al ínea ação de v oto p elas Assemb leias
Dito isto, a possibili dade de confirm
a) do n.º 1 do artigo 227.º e do n.º 1 do artigo 228.º da Constituição , sendo n.º 2 do artigo 279.º, afigura-se como
L e gislativas re gionai s no s termos do e uma As s emb leia re gional nã
oé
que é da exclusiva competência da Assembleia Legislativa da região autónoma el e discutív el < >, já qu
28
altam ente contes táv al, órgã e b e
do Tribunal Constitucion
o d so
o exercício destas atribuições (n.º 1 do artigo 232.º da CRP).
um órgão de sob erani a, ao invés se pode admitir que o
O poder legislativo das Assembleias Legi slativa s é exerci do por actos rani a de carácter
jurisdicional, sendo que dificilment e
erado p elo juízo político
de um órgão regional.
legi s lativos qu e re ve stem a forma de decretos legi slativos regionais (n. 1 e
entendimento deste pode ser sup
05
4 do artigo 1 12.º, n.º 4 do artigo 227.º e n.º 1 do artigo 233.0). ente do que sucede com os
membros
Ou, de dito outro modo < >, diversam
29
ex erceu o ve to juríd ico, te ndo dev olvi do o diploma à A ss emb leia Legislativa
regional que o tinha aprovado.
Compete agora averiguar quai s os motivos que tiv eram na origem do
juízo de inco nstituci onali dade proferi do p elo Tribun al Constitucio nal.
Com efeito , a matéria em causa tem a ver com o exercício do direito à
gre v e previsto no n.º 1 do artigo 57.º da Constituição, bem como da le i que
define as condições de prestação, durante a greve, de serviços mínimos indispen
sáveis para o correr à sati sfação de necessidades sociais impreteríveis, como
decorre do n.º 3 do m esmo preceito constitucional.
87
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CIÊNCIA POLJnCA
E DIREITO CONSTITUCIONAL
S
CASOS PRÁTICOS RESOLV IDO
Resolução
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CIÊNCIA POÚTJCA E DIRBTO CONSTITUCIONA1:_ IDOS
CASOS PRÁTICOS RESOLV
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OLVIDO S
CIÊNCIA POLITICA E DIREITO CONSTITUCIONAL CASOS PRÁTICOS RES
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IDOS
CIÊNCIA POUTICA E DIREITO CONSTITUCION AL CASOS PRÁTICOS RESOLV
Resolução
nA 95
_clÊNCIA POÚTJCA E DIREITO CONSTITUCIONAL
CASOS PRÁTICOS RESOLVIDOS
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_�'"'"""'""IAr'O[ITICA E DIREITO CONSTITUCIONAL OLVIDOS
CASOS PRÁTICOS RES
Resolução
Face a esta situação, a rejeição do programa do Governo exige maioria
Os argumentos apresentados por Armando, Olívia, Sérgio e Luís estão absoluta dos Deputados em efectividade de funções (n.º 4 do artigo 192.º da
correctos. Constituição e n.º 5 do artigo 2 17.º do Regimento da Assembleia), implicando
Efectivamente, o Governo não tem que temer quaisquer "coligações a sua demissão como se encontra expressamente consagrado na alínea d) do
negativas". n.º 1 do artigo 195.º da Lei Fundamental .
De facto, e vamos sempre partir de um cenário em que não há divisões, Nesta ordem de ideias, faltava 1 Deputado para se alcançarem os 116.
quer no âmbito do partido maioritário que suporta parlamentarmente o De facto, só mesmo a apresentação de uma moção de confiança levaria
Governo, quer no seio dos partidos da oposição, e que os Deputados em à queda do Governo, visto que o número de 1 1 5 Deputados do partido que
efectividade de funções (230, de acordo com a lei eleitoral para a Assembleia apoia o Governo é igual ao número de 115 Deputados dos partidos da oposição,
da República, que obedece aos parâmetros fixados no artigo 148.º da Consti pelo que a sua votação levaria à sua não aprovação, vale dizer, à demissão do
tuição, isto é, entre I 80 e 230) se encontram sempre todos presentes, o número Governo, conforme estipulado na alínea e) do n.º 1 do artigo 195.º.
de I 1 5 Deputados de todos os partidos da oposição não é suficiente para Neste sentido, não se reunia a maioria necessária, a saber, o número de
aprovar leis. sins tem que sempre ser superior ao número de nãos, não contando as absten
Na realidade, seria necessário o voto favorável de 1 I 6 Deputados para ções para o apuramento da maioria, o que resulta da regra geral constante do
aprovar legislação (metade mais um dos Deputados em efectividade de funções, n.º 3 do artigo 116.º, e que se aplica sempre que expressamente não seja
que são 230), conforme o n.º 3 do artigo I 16. 0 da Constituição, porquanto o mencionada nenhuma das cinco maiorias qualificadas ou agravadas previstas
número de sins terá de ser superior ao número de nãos, o que aqui não sucedia. na Constituição.
Esta linha de raciocínio é também aplicada à votação das moções de Estas cinco maiorias qualificadas são: maioria absoluta dos Deputados
censura. em efectividade de funções; maioria de dois terços dos Deputados presentes;
Com efeito, compete à Assembleia da República votarmoções de censura maioria de dois terços dos Deputados presentes, desde que superior à maioria
[alínea e) do artigo 163.º e n.º I do artigo 194.ºJ, implicando a demissão do absoluta dos Deputados em efectividade de funções; maioria de dois terços
Governo a aprovação de uma moção de censura por maioria absoluta dos dos Deputados em efectividade de funções; maioria de quatro quintos dos
Deputados em efectividade de funções, como resulta da alínea.O do n.0 1 do deputados em efectividade de funções.
artigo 195.º (vide igualmente o n.º 2 do artigo 223.º do Regimento da Desta forma, o Governo saberia que ao apresentar uma moção de
útil se
Assembleia da República). confiança estaria a precipitar a sua queda (o que até lhe poderia ser
Ora, a maioria absoluta em causa corresponde ao voto favorável de tivesse a convicção de que em novas eleições obteria a maioria absoluta).
blica
I I 6 Deputados que, neste contexto, nunca se obteria. Logo, o Governo não teria Destarte, as propostas de lei do Governo à Assembleia da Repú
os pro
que temer qualquer moção de censura. [n.º 1 do artigo 167.º e alínea e) do n.º 1 do artigo 200.º], assim como
e alínea b) do
De igual forma, o Governo não teria que temer a votação da rejeição jectos-leis da iniciativa dos Deputados [n.º 1 do artigo 167.º
g) do
do programa do Governo. artigo 156.º] e dos grupos parlamentares [n.º 1 do artigo 1 67.º e alinea
clivag ens de
Não sendo o programa do Governo votado, o que pode suceder é que n.º 2 do artigo 180.º], não reuniriam, num cenário sempre sem
ação: 116
na apresentação do programa do Governo e até ao encerramento do debate, ambos os lados, repita-se, o número suficiente de votos à aprov
pode qualquer grupo parlamentar propor a rejeição do programa do Governo (número superior aos 115 Deputados de toda a oposição).
( n.º 3 do artigo 192.º e n.º 1 do artigo 2 17.º do Regimento da Assembleia da Daí, a falada paralisia legislativa.
is
República). De igual sorte, o instituto da apreciação parlamentar dos decretos-le
98 qq
OLVIDOS
CIÊNCIA POÚTICA_E DIREITO CONSTITUCIONAL CASOS PRÁTICOS RES
-<nn
101
VIDOS
CIÊNCIA POLITICA E DIREITO CONSTIT UCIONAL CASOS PRÁTICOS RESOL
02> Cfr. JORGE MIRANDA e RUI MEDEIROS, Constituição Portuguesa Anotada, Tomo li,
Coimbra Editora, 2006, p . 400.
103
102
CIÊNCIA POUTICA E DIREITO CONSTITUCIONAL
IDOS
CASOS PRÁTICOS RESOLV
Resolução
cm C fr. JORGE MIRANDA e RUI MEDEIROS, Constituição Portuguesa Anotada, Tomo II,
p. 266.
1 04
105
CIÊNCIA POLITICA E QIREITO CONSTITUCIONAL OLVIDOS
CASOS PRÁTICOS RES
1 06 107
RESOLVIDOS
CIÊNCIA POÚTlCA E DIREITO CONSTITUCIONAL CASOS PRÁTICOS
109
108
__c:i_ÊNCIA POÚTICA E DIREITO CONSTITUCIONAi-_ RESOLVIDOS
CASOS PRÁTICOS
111
110
RESOLVIDOS
�ÊNCIA POúnCA E DIREITO CONSTITUCIO� CASOS PRÁTICOS
113
1 12
CIÊNCIA POlITICA E
DIREITO CONSTITUCIONAL S
CASOS PRÁTICOS RESOLVIDO
Resolução
os> Cfr. JORGE MIR.-'\NDA e RUI MEDEIROS, Constituição Portuguesa Anotada, Tomo II,
p.p. 754 e 755.
<36lCfr. GOMES CANOTILHO e VITAL MOREIRA, Ospoderes do Presidente da República,
Coimbra Editora, 1991, p. 1 1 3.
1 14
115
CIÊNCIA POúTI
CA E DIREITO CONSTITUCIONAL
IDOS
CASOS PRÁTICOS RESOLV
Resolução
116
117
CIÊNCIA POúnCA E DIREITO CONSTITUC IONAi._ -
CASOS PRÁTICOS
RESOLVIDOS
-- ·
Quid Juris?
1 19
118
�
CASOS pRATICOS -
RESOLVIDOS
CIÊNCIA POLITICA E DIREITO CONSTITUCIO�
Resolução
121
120
�IÊNCIA POLITICA E DIREITO CONSTTTUCIONAL
S
CASOS PRÁTICOS RESOLVIDO
<39> Cfr. JORGE MIRANDA, Manual de Direito Constitucional, Tomo Il, 4.ª edição, Coimbra
Editora, 2000, p.p. 173 e 1 74.
<40> Cfr. MARCELO REBELO DE SOUSA e JOSÉ DE MELO ALEXANDRINO, ob. cit., p.
431.
122
123
CIÊNCIA POÚTICA E DIREITO CONSTITUCIONAL_
1 ?.d
Hipótese 1
1 27
CIÊNCIA POúTIC A E DIREITO CONSTITU CIONAL
HIPÓTESES
Hipótese li
Hipótese Ili
• Princípio democrático e lei eleitoral • Princípio democrático e condução de veículos sob influência do álcool
Tendo em vista simplificar a vida política e facilitar a formação de Relativamente à proibição de condução de veículos por -indivíduos
maiorias estáveis no Parlamento, uma nova lei eleitoral para a Assembleia alcoolizados foi legislado, que o condutor que fosse detectado como estando
da República vem a consagrar a existência de 1 30 círculos uninominais, sob influência do álcool ficaria inibido de conduzir durante um período de
bem como 2 círculos plurinominais compostos por 25 Deputados cada. três meses a três anos.
Ana Valente, Jorge e José Manuel sustentavam numa aula que uma lei O impedimento cessaria antes, se o arguido através de exame por ele
com estes contornos é perfeitamente compaginável com a Lei Fundamental. solicitado comprovasse que não existia qualquer suspeita de álcool.
Em contrapartida, não era esse o entendimento defendido por Carolina Sucede que para poder beneficiar dessa contraprova, o interessado ao
Maria. requerê-la seria obrigado a entregar imediatamente ao agente da autoridade
Tome posição, analisando a eventualidade de possíveis inconstitucio a quantia de 200 euros.
nalidades, assim como o seu reflexo no défice do princípio democrático. Ante o exposto, Olívia, Armando e Maria Margarida afumam que
estamos perante uma inconstitucionalidade.
Pergunta-se:
a) Estão ou não a ser violados subprincípios concretizadores do Estado
de Direito democrático?
b) Em caso afirmativo, quais? Justifique a sua resposta.
128 129
CIÊNCIA POúnCA E DIRBTO CONSTITUCION AL HIPÓTESES
Hipótese IV Hipótese V
• Omissão das entidades públicas, escorregas e direito à vida • Direitos fundamentais de natureza análoga e subsídio de desemprego
Inês, filha de António e Marta, veio a falecer na sequência de graves Carolina, Maria, Celeste e Lurdes diziam numa aula prática que, em
lesões sofridas quando brincava num escorrega de um jardim público. sede de direitos fundamentais, a assistência material a conceder aos trabalha
O acidente deveu-se ao facto de não só o escorrega ter uma altura de dores quando estes se encontrem em situação de desemprego, se integra nos
oito metros, como a zona de areia onde o mesmo se encontrava situado ser seus direitos económicos, sociais e culturais.
manifestamente insuficiente,já que Inês acabou por se precipitar no cimento Assim sendo, carece essa assistência de uma concretização política a
circundante. realizar mediante opções políticas dentro de um quadro limitado de meios
a) Ante o exposto, e atendendo à ausência de legislação nesse domínio, financeiros e materiais, visto que se trata de um direito "sob reserva do
o que poderia fazer o advogado de António e Marta? possível".
b) Imagine agora que em vez de se tratar do escorrega de um jardim Nesta medida, não terá a mesma uma realização imediata.
público, a mesma situação tinha ocorrido num condomínio privado. Por seu turno, Maria Helena e Manuel João sufragavam a posição con
Poderia a defesa dos pais da vítima seguir a mesma linha de argumen trária, advogando que esta situação mereceria idêntico tratamento aos direitos,
tação, ou esta seria, eventualmente, diferente? liberdades e garantias.
Quid Juris?
130 131
CIÊNCIA POUTICA-E DIREITO CONSTITUCIONAL HIPÕTESES
Hipótese VI
Hipótese VII
A Igreja Maná pôs um anúncio num jornal exigindo corno requisito Suponha uma deliberação da Câmara Municipal do Porto, dispondo
para a contratação dos seus seguranças, que os mesmos professassem o que os cidadãos da Eslováquia não poderão exercer no referido concelho a
respectivo culto. profissão de barbeiros.
Anísio e Rui Afonso, que não professavam este culto, alegaram que ao Na realidade, era alegado que aqueles cidadãos não reúnem as condições
ser rejeitada a sua candidatura estava a ser violado o princípio da igualdade. higiénicas necessárias ao exercício daquela actividade.
QuidJuris? Ana Valente e Teresa Margarida afirmam que estamos perante uma
inconstitucionalidade.
Quid Juris?
� "'"' 133
CIÊNCIA POLITJCA E DIREITO CONSTITUCIONAL HIPÓTESES
Para fazer face a um surto de droga e criminalidade, a Câmara de Braga A lide de touros de morte foi durante muitos anos proibida em Portugal.
proibiu a fixação de residência e circulação no concelho aos indivíduos de No entanto, tal facto não impediu a realização em Barrancos de touradas
raça cigana oriundos da Roménia, com o fundamento de que a referida com a morte de touros na arena, sem qualquer intervenção das forças policiais.
comunidade nunca aceita qualquer tipo de trabalho, optando sempre pela Assim sendo, houve quem defendesse que a atitude das forças policiais
mendicidade como modo de vida, o que se traduz quase sempre na antecâmara e do Governo afiguraram-se como correctas ao não forçar a aplicação da lei
da delinquência. a qualquer preço.
Afonso e Francisca afirmam que estamos perante uma inconstitucio Na realidade, sabendo-se à partida do generalizado repúdio pelo cum
nalidade. primento da lei por parte da população, o acatamento daquela exigiria o
QuidJuris? recurso à força o que poderia resultar na perda de vidas.
Acresce igualmente que, independentemente de se considerar o costume
como fonte de direito, havia ainda a relevar a existência de outros bens jurí
dicos relacionados com uma alegada tradição cultural de Barrancos.
Por seu turno, argumentavam outros que, apesar de se estar perante
uma hipotética situação de colisão de direitos, era a própria autoridade do
Estado que estava a ser posta em causa, porquanto, e em primeiro lugar, era
a aplicação da lei do país que não estava a ser cumprida.
Tome partido, fundamentando a sua posição.
134 135
�IÊNCIA POLITICA E DIREITO CONSTITUCIONAL HIPÓTESES
Hipótese X Hipótese XI
• Apreciação parlamentar dos decretos-leis e funcionam ento do Conselho • Independência dos tribunais e televisão
E conónico e Social
Por forma a clarificar as dúvidas que se vierem a suscitar no âmbito
Ao abrigo duma autorização legislativa, o Governo, em 23 de Setembro, dos contratos celebrados pela RTP, o Governo instituiu a participação obriga
legislou sobre matéria atinente à organização e funcionamento do Conselho tória de um tribunal arbitral, constituído por 3 peritos árbitros, dois dos quais
Económico Social, assim como à integração no mesmo órgão de represen designados pelo Secretário de Estado-Adjunto do Ministro da Presidência.
tantes de actividades culturais e artísticas. Ante o exposto, Rui Afonso, Teresa Melo e Fernando afirmavam que
Em 1 O de Outubro, a requerimento de 36 Deputados, a Assembleia da consubstanciando os poderes de tutela e intervenção do Governo na RTP um
República apreciou o decreto-lei, tendo apresentado várias propostas de eventual e compreensível interesse do Estado no modo de composição de
alteração. litígios, não estaria, assim, salvaguru:dada a necessária imparcialidade.
Pergunta-se: Quid Juris?
a) O Governo legislou no âmbito das suas competências? Em caso
afirmativo, haveria alguma inconstitucionalidade no respectivo acto legis
lativo?
b) Qual foi o institutojurídico adaptado pela Assembleia da República?
e) Poderá a A.R. fazer alguma coisa até à publicação da lei que vier a
alterar o decreto-lei? Porquê?
d) Nessa hipótese, qual a forma do acto da A.R.?
136 137
CIÊNCIA POLinCA !:: DIREITO CONSTITUCIONAL HIPÓTESES
A assembleia municipal de Lisboa publicou uma postura, não indicando O Ministro que tem a seu cargo a tutela da comunicação social, alegando
a lei habilitante ao abrigo da qual a mesma terá sido editada. que a Antena dois da Rádio Difusão Portuguesa ao passar exclusivamente
Dispunha, nomeadamente, a supracitada postura: "é expressamente música erudita está apenas a dirigir-se a uma pequeníssima elite intelectual,
proibida a instalação e funcionamento de esplanadas depois das duas horas sustenta que aquela Estação de Rádio deverá ser profundamente reestruturada,
da manhã, sob pena de, independentemente da sua remoção, ser aplicada ao no sentido de vir a alcançar resultados equivalentes aos das emissoras pri
transgressor uma coima que poderá ir de 5000 a 15000 euros". vadas.
Face ao antecedente, João Paulo, comerciante, é acusado de ter violado Com efeito, sustentava aquele membro do Governo, a Antena dois
a mencionada disposição, sendo, por isso, punido no respectivo processo de estaria muito longe do grande público, uma vez que níveis de audiência tão
contra-ordenação. baixos são uma vergonha face aos custos envolvidos.
Ante o exposto, Anabela e Joaquim afirma que se está perante uma Sendo assim, qualquer nova orientação da Antena dois da Rádio Difusão
inconstitucionalidade. Portuguesa passará necessária e obrigatoriamente por uma programação
a) Quid Juris? vocacionada para o gosto, formação, cultura e sensibilidade populares, assim
como das camadas mais jovens.
b) Atente, igualrnente, justificando a sua resposta, se a mencionada pos
tura poderia ter sido objecto de fiscalização preventiva. Não era essa, no entanto, a opinião reiterada por Teresa Margarida e
Heman.
Quid Juris?
139
CIÊNCIA POLITICA E DIREITO CONSTITUCIONAL
TESE::i
HJPô
Hipótese XIV
Hipótese XV
• Processo legislativo e Forças Armadas • Apreciação parlamentar dos decretos-leis e imóveis de interesse público
Com os votos favoráveis de 1 1 8 Deputados, 30 abstenções e 24 votos Em 9 de Setembro, o Governo legislou no sentido de uma maior
contra, legislou a Assembleia da República sobre matéria respeitante às Forças flexibilidade relativamente aos critérios de preservação das fachadas e
Armadas. interiores dos imóveis classificados de interesse público.
Não concordando com o conteúdo do referido decreto da Assembleia, Efectivamente, alegava aquele órgão de soberania, os organismos respon
o Chefe de Estado exerceu o veto político. sáveis pelo reconhecimento da qualidade arquitectónica dos eclificios quase
A AR com os votos favoráveis de 116 Deputados, 28 abstenções e 26 sempre consagram a sua qualidade, razão pela qual é extremamente dificil
votos contra, e tentando ir de encontro a preocupações manifestadas pelo operar qualquer renovação.
PR
na mensagem que para o efeito este enviou à AR, consagrou algumas Não foi essa, no entanto, a posição da Assembleia da República, pois
das
suas sugestões. considerou que o Governo ao proceder desta maneira estava a manifestar
Ainda assim, o Chefe de Estado voltou a exercer o veto político, tendo grande incultura e insensibilidade e, em consequência, a contribuir desse modo
a AR com os votos favoráveis de 123 Deputados, 30 abstenções e 70 votos para a destruição do património cultural do país.
contra, reaprovado o decreto em causa.
Na verdade, acentuava ainda mais o caminho aberto ao arbítrio, aos cons
QuidJuris? trutores civis sem qualquer formação cultural ou gosto e à nivelação por baixo,
bem ·como à uniformização estética por parte das grandes entidades econó-
micas e multinacionais.
Assim sendo, em 30 de Setembro, a AR, através de 22 Deputados,
requereu a cessação da vigência do supracitado diploma.
Nesse sentido, pronunciaram-se a favor 80 Deputados, 22 abstiveram-
-se e 83 votaram negativamente.
Quid Juris?
14 0
1 41
�ÊNCIA POLITICA E ºlREITO CONSTITUCIONAL HIPÓTESES
• Declaração Universal dos Direitos do Homem e direito à imagem • Processo legislativo e prorrogação do mandato dos juízes do Tribu nal
Constitucional
Álvaro, fiscal da Carris, em consequência de ter sido autuado por trazer
a barba crescida, solicitou ao Provedor de Justiça que desencadeasse o pro Com os votos favoráveis de 1 19 Deputados, 25 contra e 30 abstenções,
cesso de inconstitucionalidade de uma disposição do regulamento de trans a Assembleia da República com vista a impedir que o Tribunal Constitucional
portes, que impõe ao pessoal que preste serviço nos veículos de transportes funcionasse com o seu elenco incompleto, estipulou a possibilidade de o
colectivos de passageiros, a obrigação de se apresentar devidamente unifor mandato dos juízes do TC poder ser excepcionalmente prorrogado por um
mizado e barbeado. período de três anos.
Face à situação supra-referenciada, discutia-se uma aula prática o n.º 2 Face ao exposto, o Presidente da República requereu a fiscalização pre-
do artigo 1 6.º da Constituição da República, que consagra que os preceitos ventiva.
constitucionais e legais relativos aos direitos fundamentais "devem ser inter a) Qual acha que teria sido a decisão do Tribunal Constitucional?
pretados de harmonia com a Declaração Universal dos Direitos do Homem". b) Presuma agora que o decreto da Assembleia tinha sido devolvido à
Opinava Francisco, que fazendo a DUDH parte da Constituição em AR pelo Chefe de Estado, e a A.R. o tinha confirmado por 126 votos a favor,
sentido formal, aplicar-se-ia imediatamente ao caso concreto. 35 contra e 28 abstenções.
Entendia Manuel Carvalho que um tal recurso à DUDH seria incompa Quid Juris?
tível com o carácter excepcional das restrições ao regime dos direitos, liber e) Imagine que o PR não promulgou o diploma.
dades e garantias. Quid Juris?
Tome parte na discussão, atendendo na sua resposta ao artigo 29.º da
Declaração Universal dos Direitos do Homem, que dispõe:
"1 - O indivíduo tem deveres para com a comunidade;
2 - No exercício destes direitos e no gozo destas liberdades ninguém
está sujeito senão às limitações estabelecidas por lei com vista exclusivamente
a promover o reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades dos outros
e a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do
bem estar numa sociedade democrática".
143
142
CIÊNCIA POLITICA E DIREITO CONSTTTUCIONAL HIPÓTESES
Hipótese XVIII
Hipótese XIX
• Listas de espera nos hospitais, demissões e criticas • Processo legislativo e avaliação de desempenho
Por causa da situação caótica vigente nos diversos hospitais públicos, Com os votos favoráveis de 1 1 2 Deputados, 30 contra e 42 abstenções,
com os doentes em listas de espera de anos para poderem vir a ser submetidos a Assembleia da República legislou sobre a alteração à legislação laboral,
a intervenções cirúrgicas, imagine que o Presidente da República recentemente estipulando que todas as empresas seriam obrigadas a instituir sistemas de
eleito pediu directarnente contas ao Ministro da Saúde, tendo oito dias depois desempenho dos seus trabalhadores, por forma a que, num período de 3 anos,
procedido à sua demissão. 2 avaliações anuais inferiores a ''Muito Bom" constituiriam obrigatoriamente
Subsequentemente, e através de vários órgãos da comunicação social, motivo de despedimento.
o PR critica sistematicamente o Governo, assumindo-se, assim, como verda Requerida a fiscalização preventiva e tendo-se o Tribunal Constitucional
deiro chefe da oposição. pronunciado pela inconstitucionalidade, o decreto da Assembleia foi devol
Por último, alegando o facto de a maioria que o acaba de eleger ser vido a este órgão pelo Chefe de Estado.
politicamente oposta ao Governo em funções, o PR recém-eleito vem a demitir A AR, com os votos favoráveis de 1 1 7 Deputados, 24 abstenções e 28
o Primeiro-Ministro, até porque, sustenta o Chefe de Estado, aquele tinha votos contra, preceituou então que, num período de 3 anos, 2 avaliações anuais
sido nomeado pelo Presidente da República anterior. inferiores a "Muito Bom", inviabilizariam qualquer progressão na carreira
Ante o exposto, Artur e Fernando alegam que estamos perante várias remuneratória para os próximos 15 anos, sem prejuízo dos aumentos salariais
inconstitucionalidades. anuais.
QuidJuris? Face ao antecedente, o PR exerceu o veto político.
Por sua vez, a AR com os votos favoráveis de 1 12 Deputados, 40
abstenções e 35 votos contra, veio a reaprovar o mesmo.
Quid Juris?
�AA 145
CIÊNCIA P_QlfnCA
E DIREITO CONSTITUCIONAL
HIPÓTESES
Hipótese XX
Hipótese XXI
• Processo legislativo e exc
lusividade de círculos uninomina
Autónoma da Madeira is na Região • Processo legislativo e círculos eleitorais
146
147
CIÊNCIA POLfnCA E DIREITO CONSTITUCIONAL
_ HIPÓTESES
148 149
CIÊNCIA PO�lnCA E DIREITO CONSTITUCIONAL
HIPÓTESES
Hipótese XXIII
Hipótese XXIV
• Referendo e taxa de televisão
• E nvio de contingentes militares e declaração de guerra
Encontrando-se o Chefe de Estado ausente do país, o Presidente da
Assembleia da República considerando-se Presidente da República interino, Maria afirmava que a participação de efectivos militares no âmbito
convocou, mediante proposta do Governo, um referendo para decidir da das operações da Nato durante a chamada "crise do Kosovo", deveria ter
reintrodução da taxa de televisão,já que esta afigurava-se como a única forma sido precedida de uma declaração de guerra do Presidente da República de
Portugal, sob proposta do Governo, ouvido o Conselho de Estado e mediante
de minorar os prejuízos da RTP.
autorização da Assembleia da República.
José Manuel e Manuel Carvalho alegam que aquele o não poderá fazer.
Sucede, porém, que tal não sucedeu.
Em contrapartida, não era essa a posição de Carolina e Rosa.
Não era essa, no entanto, a posição perfilhada por Cristina, já que,
QuidJuris? segundo esta, quem não estaria a cumprir os preceitos constitucionais eram a
AR e o Governo.
Efectivamente, alegava Cristina, o Governo decidiu unilateralmente o
envio de contingentes militares portugueses para a Jugoslávia, enquanto a
AR nada fez durante todo o desencadear da operação.
Por sua vez, João sustentava que o Governo procedeu bem, e que quer
o PR quer a AR, não teriam nada que se intrometer neste acto do Governo.
Quid Juris?
1 50
15
�IÊNCIA POLITICA E DIREITO CONSTITUCIONAL
Hipótese XX.V
1 .<;?
Teste n.0 1
I
Caracterize:
Ciência Política, Política, Forma de Governo liberal e Forma de
Governo de Democracia Representativa. (3V)
II
Comente a seguinte afirmação:
Não há sistemas eleitorais perfeitos. (4V)
III
Caracterize e exemplifique:
Referendo, Plebiscito e tipos de Procedimento Constituinte. (3V)
IV
Comente a seguinte afirmação:
Uma das particularidades do Sistema de governo francês radica na
chamada coabitação. (6V)
V
Comente a seguinte afirmação:
O princípio do Estado de Direito em Portugal integra várias dimensões
essenciais e subprincípios constitucionais. (4V)
155
CIÊNCIA POúnCA E DIREITO CONSTITUCIONAL TESTES
I I
Comente a seguinte frase: Comente a seguinte afirmação:
Ao invés da Ciência Política, a Política é uma actividade eminentemente A política é uma actividade simultaneamente firme e humana. (4V)
de ordem prática e pragmática. (4V)
II
II Comente a seguinte afirmação:
Caracterize: Aristóteles é reconhecido como o fundador da Ciência Política. (3V)
Forma de Governo de Monarquia Absoluta, Forma de Governo Cesarista
e Forma de Governo de Democracia Representativa. (4V)
m
Caracterize e Distinga:
III Partidos Políticos e Grupos de Pressão. (3,SV)
Comente a seguinte frase:
IV
O poder constituinte não é um poder ilimitado. (3V)
Enuncie e especifique:
IV Características Formais da Constituição Portuguesa de 1 976. (3,SV)
Enuncie:
V
Originalidades, fontes Internas e Externas da Constituição Portuguesa
de 1 976. (3V) Comente a seguinte afirmação:
Uma das características essenciais do sistema político e constitucional
V norte-americano, centra-se no chamado sistema de freios e contrapesos. (6V)
Comente a seguinte afirmação:
Não obstante ter inúmeros poderes, o Primeiro-Ministro britânico está
limitado nalguns aspectos. (6V)
157
CIÊNCIA POLlTICA E DIREITO CONSTITUCIONAL
TESTES
Teste n.0 4
Teste n.0 5
I I
Relacione: Comente a seguinte afirmação:
O político, o interesse geral e os interesses particulares. (4V) A Influência de Locke e de Montesquieu para a história do constitu
II cionalismo é enorme. (3V)
Comente: II
A razão de Estado e a amoralidade política em Maquiavel. (2V) Caracterize:
III Forma de Governo leninista, Forma de Governo fascista e Forma de
Relacione: Governo liberal. (3V)
Partidos políticos e ideologias políticas, esquerda e direita democrá III
ticas e esquerda e direita radicais. (4V) Comente a seguinte afirmação:
IV As chamadas leis de Duverger, que estabelecem a relação entre os
Comente a seguinte afirmação: sistemas eleitorais e os sistemas de partidos, devem ser entendidas de forma
meramente tendencial. (3V)
O Presidente Francês tem verdadeiros poderes executivos. (6V)
IV
V
Comente: Desenvolva o seguinte tema:
A História do Constitucionalismo Português está dividida em diversas O Primeiro-Ministro Britânico e o Presidente Americano: posição institu
fases e sub-fases, não tendo sempre as várias Constituições vigências ininter cional, semelhanças e diferenças. (8V)
ruptas. (4V) V
Comente a seguinte afirmação:
A relação que se estabelece entre o princípio da socialidade e o não
retrocesso social não deve ser entendida de uma forma fundamentalista, até
porque há quem considere que a proibição do retrocesso social é uma formu
lação algo rígida e datada. (3V)
CIÊNCIA POÚTICA E DIREITO CONSTITUCIONAL TESTES
I I
Caracterize: Distinga e caracterize:
Forma de Governo de Monarquia Limitada, Forma de Governo de Forma de Estado Unitário, Forma de Estado Composto e Sistema de
Democracia Jacobina e Sistema de Governo Parlamentar. (3V) Governo Presidencial. (3V)
II II
Comente a seguinte afirmação: Distinga e exemplifique:
São conhecidos vários sistemas de partidos. (3V) Sistema Eleitoral de Representação Maioritária a uma e duas voltas e
III Sistema Eleitoral de Representação Proporcional. (4V)
Desenvolva o seguinte tema: m
O Presidente Americano e Presidente Francês: posição institucional, Compare:
semelhanças e diferenças. (8V) A posição do Presidente Francês em situação de coabitação e em caso
IV de maioria governativa afim. (6V)
Caracterize e exemplifique: IV
Constituição em sentido instrumental, formal, material, rígida e fle Enuncie:
xível. (3V) Conceito do Poder Constituinte, características e titularidade. (3V)
V V
Relacione: Relacione e caracterize:
O Sistema eleitoral de representação proporcional, a proibição da cláu Império do Direito, protecção da confiança, segurança jurídica e prin
sula - barreira e o Princípio Democrático na Constituição Portuguesa. (3V) cípio do Estado de Direito na Constituição Portuguesa. (4V)
160 161
CIÊNCIA POÚTICA � DIREITO CONSTITUCIONAL TESTES
Teste n.0 8
Teste n.0 9
I I
Caracterize: Comente a seguinte afirmação:
Estado Absoluto, Estado Constitucional e Estado Social de Direito. (4V) O grande estadista é, de certa forma, um criador. (4V)
II II
Caracterize e exemplifique: Caracterize:
Sistema de Governo Semi-Presidencial, Sistema de Bipartidarismo Sistema de Governo Parlamentar de Gabinete, Parlamentar de Assem
Perfeito e Sistema de Multipartidarismo Imperfeito. (3V) bleia e Parlamentar Racionalizado. (3V)
III m
Caracterize e exemplifique: Distinga:
Os Sistemas Eleitorais Mistos equilibrados de predominância propor Sistema de Partido Liderante em regime ditatorial, Sistema de Partido
cional e de predominância maioritária. (3V) Liderante em "democracia de fachada" e Sistema de Partido Liderante em
IV regime democrático. (3V)
Caracterize: IV
As eleições primárias, os caucus e a eleição para o Presidente dos Comente as seguintes afirmações:
Estados Unidos. (5V) a) A Constituição Norte-Americana é de grande importância em termos
V históricos, assim como nos seus contributos para a Ciência Política e o Direito
Enuncie: Constitucional;
Principais linhas de força das várias revisões da Constituição Portu b) Pese embora ser integrada por alguns textos escritos, costuma afirmar
guesa. (5V) -se que a Grã-Bretanha não tem nem uma Constituição escrita nem uma Consti
tuição em sentido formal. (4V)
V
Comente a seguinte afirmação:
O Estado Constitucional Português é, actualmente, um Estado de
Direito, Democrático e Social. (6V)
162 1 63
CIÊNCIA POLITICA E DIREITO CONSTITUCIONAL TESTES
I I
Caracterize: Compare:
Regime Político democrático, totalitário, monárquico e republicano. (3V) a) Sistema de governo orleanista e sistema de governo semipresiden
cialista;
II
b) Elementos do Estado e fins do Estado. (4,SV)
Enuncie e caracterize:
Tipos de sufrágio e modos de selecção dos governantes. (3V) II
Comente a seguinte afirmação:
III
Os Grupos de Pressão têm um papel muito importante no sistema polí
Compare:
tico e constitucional norte-americano. (3,SV)
Os poderes do Primeiro-Ministro Francês e os poderes do Primeiro
-Ministro Britânico. (8V) III
Compare:
IV
Compare: Os poderes do Congresso norte-americano e os poderes do Parlamento
francês. (5V)
A actividade legislativa dos Parlamentos Norte-americano, Francês e
Britânico, assim como o direito de veto dos respectivos Chefes de Estado. IV
(3V) Caracterize:
Direito Constitucional, Constituição e Procedimento constituinte rela
V
tivo à Constituição portuguesa de 1 976. (3V)
Compare:
O Processo de Revisão Constitucional na Grã-Bretanha, França e Estados V
Unidos, classificando as respectivas Constituições quanto ao modo de subsis Caracterize e exemplifique:
tência das suas normas. (3V) O Estado Social e o Princípio da socialidade na Constituição portuguesa.
(4V)
164 165
CIÊNCIA POLITICA E DIREITO CONSTITU CIONAL TESTES
I I
Comente a seguinte afirmação: Comente a seguinte afirmação:
A evolução histórica do Estado moderno tem sido significativa. (4,5V) Para além dos Estados Federais, existe ainda o parlamento bicameral
noutras formas de Estado. (4V)
II
Comente as seguintes afirmações: II
a) Os Partidos Políticos têm os seus antecedentes; Compare:
b) Os Partidos Políticos podem ser classificados quanto às suas origens O papel do Presidente do Senado Francês com o papel do Vice
e tipos. (4V) -presidente dos Estados Unidos. (4V)
III III
Comente a seguinte afirmação: Caracterize:
Não obstante a Coroa Britânica ter imensos poderes, os mesmos não O federalismo norte-americano. (3,5V)
são reais. (4V) IV
IV Comente a seguinte afirmação:
Compare: O Princípio Democrático na Constituição da República Portuguesa é
O Bipartidarismo nos Estados Unidos e o bipartidarismo no Reino um princípio constitucional estruturante com múltiplas manifestações. (5V)
Unido. (3,5V) V
V Caracterize:
Compare: O Princípio da Unidade do Estado na Constituição da República Portu-
O papel do Supremo Tribunal Federal dos Estados Unidos com o papel guesa. (3,5V)
do Conselho Constitucional francês. (4V)
CIÊNCIA POLfnCA E DJREITO CONSTITUCIONAL TESTES
I I
Comente a seguinte afirmação: Caracterize e relacione:
Os direitos, liberdades e garantias têm um carácter inalienável. (3,5V) Sistema eleitoral e sistema de partidos em Portugal desde 1 976. (4,5V)
II II
Comente a seguinte afirmação: Comente a seguinte afirmação:
Na Constituição portuguesa, há que considerar os denominados direitos No âmbito dos actos legislativos, ganham particular relevância os prin
:fundamentais dispersos. (3,5V) cípios da tipicidade, paridade e superioridade. (3,5V)
III m
Comente a seguinte afirmação: Caracterize e relacione:
O direito à reserva da intimidade da vida privada no local de trabalho O controlo abstracto e concentrado pelo Tribunal Constitucional e os
reveste uma particular importância. (4V) efeitos temporais da declaração de inconstitucionalidade com força obrigatória
IV geral. (4V)
Caracterize: IV
A posição da Assembleia da República no sistema político e constitu Comente a seguinte afirmação:
cional português. (4,5V) Para haver uma revisão constitucional em Portugal é necessário que
V estejam preenchidos determinados requisitos de qualificação. (4V)
Comente a seguinte afirmação: V
O Tribunal Constitucional e os tribunais têm um papel central no sistema Comente a seguinte afirmação:
constitucional português. (4,5V) Em sede de revisão constitucional, a distinção entre limites materiais
de 1 .º grau e limites materiais de 2.0 grau é muito importante. (4V)
1 AA 11':0
CIÊNCIA POLITICA E DIREITO CONSTITUCIONAL TESTES
171
CIÊNCIA POLITICA E E>IREITO CONSTITUCIONAL TESTES
I
I
Comente a seguinte afirmação:
Relacione, caracterize, exemplificando:
Os direitos fundamentais podem ser protegidos de várias formas. (3V)
Princípio da concordância prática e resolução de casos de colisão de
direitos fundamentais. (4V) II
Caracterize:
II
Objecto e Regime Jurídico das leis orgânicas. (3V)
Comente:
A Assembleia da República tem vários tipos de competências. (3V) m
Comente a seguinte afirmação:
m O nosso Sistema de fiscalização da constitucionalidade é misto. (4V)
Enuncie e caracterize:
Regime e natureza das autorizações legislativas. {3V) IV
Enuncie e caracterize:
IV
Requisitos de qualificação de Revisão constitucional. (3V)
Enuncie e caracterize:
Tipos de fiscalização da constitucionalidade em Portugal. (4V) V
Visando uma maior coerência com o sistema de governo semipresi
V
dencialista e a independência dos juízes do Tribunal Constitucional relativa
Imagine que a Assembleia da República por 132 votos a favor, 60 contra mente à Assembleia da República, este último órgão aprovou por 120 votos
e 1 2 abstenções, elaborou um decreto em que são estabelecidos os parâmetros a favor, 28 abstenções e 72 votos contra, a possibilidade do Presidente da
que passarão a reger a Federação Portuguesa de Andebol. República poder escolher 5 juízes para o Tribunal Constitucional.
O Presidente da República enviou o referido decreto para o Tribunal Face a dúvidas suscitadas, o PR requereu a apreciação do mesmo ao
Constitucional, tendo-se este órgão pronunciado pela inconstitucionalidade. TC, tendo-se este tribunal pronunciado pela inconstitucionalidade.
Subsequentemente, o mencionado decreto foi devolvido à Assembleia Posteriormente, a AR reaprovou o decreto por 128 votos a favor, 45
pelo Chefe de Estado. contra e 25 abstenções, determinando que em vez de 5 juízes escolhidos
AAR reaprovou o citado diploma por 150 votos a favor, 35 contra e 28 pelo PR seriam apenas 3.
abstenções.
Em consequência, o PR voltou a solicitar a intervenção do Tribunal
O PR não promulgou o diploma. (6V) Constitucional, tendo-se este orgão de soberania novamente se pronunciado
QuidJuris? pela inconstitucionalidade.
O PR devolveu o diploma à AR, ao que esta por 1 1 4 votos a favor, 20
contra e 35 abstenções aprovou o diploma. (7V)
Quid Juris?
'17'l
CIÊNCIA POúTICA E DIREITO CONSTITUCIONAL TESTES
I I
Enuncie e caracterize: Distinga quanto à natureza e regime jurídico:
Leis de valor reforçado. (3V) Direitos, liberdades e garantias e direitos económicos sociais e culturais.
(4V)
II
Caracterize: II
O Sistema de Governo português. (5V) Caracterize:
Tipos e regime juridico dos regulamentos governativos. (3V)
III
Comente a seguinte afirmação: m
Não obstante o regime regra ser a maioria relativa, há vários tipos de Comente a seguinte afirmação:
maiorias qualificadas ou agravadas previstas na Constituição. (3V) A Assembleia da República é o órgão legislativo por excelência. (3V)
IV IV
Comente a seguinte afirmação: Caracterize:
Há vários tipos de inconstitucionalidade. (3V) Regras do processo de revisão da Constituição portuguesa. (3V)
V V
Com os votos favoráveis de 1 1 8 Deputados, 30 abstenções e 24 votos Com os votos favoráveis de 1 19 Deputados, 25 contra e 30 abstenções,
contra, a Assembleia da República legislou no sentido do Presidente da a Assembleia da República legislou sobre a alteração ao período de exercício
República exonerar o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, dos juízes do Tribunal Constitucional, estipulando a possibilidade de os mesmos
ouvido o Conselho de Estado. poderem fazer dois mandatos de 9 anos.
Face a dúvidas suscitadas, o PR requereu a apreciação do mesmo ao Requerida a apreciação do decreto pelo Primeiro-Ministro e tendo-se
Tribunal Constitucional, tendo-se este órgão pronunciado pela inconstitucio o Tribunal Constitucional pronunciado pela inconstitucionalidade, o decreto
nalidade. da Assembleia foi devolvido à AR pelo Presidente da República.
Posteriormente, a AR reaprovou o decreto por 148 votos a favor, 40 AAR veio a confirmar o diploma por 1 30 votos a favor, 36 votos contra
contra e 23 abstenções. (6V) e 29 abstenções.
QuidJuris? O Chefe de Estado promulgou o diploma, tendo mais tarde o Provedor
de Justiça suscitado a fiscalização sucessiva abstracta. (7V)
Quidjuris?
1 7.11
CIÊNCIA POLITJ CA E DIREITO CONSTITUCIONAL TESTES
◄"7C
177
CIÊNCIA POLITICA E DIREITO CONSTITUCIONAL TESTES
I I
Caracterize e refira: Comente a seguinte frase:
As fases do processo parlamentar legislativo comum, bem como os Em sede de direitos, liberdades e garantias, o direito à reserva da inti
procedimentos possíveis da Assembleia da República após o veto político midade da vida privada e familiar ganha particular relevância. (3, 5V)
ou jurídico do Presidente da República. (5V) II
II Enuncie:
Caracterize e exemplifique: Quadro dos órgãos legislativos, actos legislativos e hierarquia das normas.
Tipos de competência legislativa do Governo, mandato livre e mandato (3,5V)
imperativo dos Deputados. (4V) III
III Caracterize e Distinga:
Caracterize: Veto político e veto jurídico do Presidente da República, veto político
Sistema de governo das regiões autónomas. (3V) e jurídico do Representante da República para as Regiões Autónomas e veto
resolutivo da Assembleia da República associado ao Instituto da apreciação
IV parlamentar dos decretos-leis . (3,5V)
Caracterize:
IV
O Referendo nacional face à Lei Fundamental: regime jurídico e Comente:
tramitação. (2V) As normas constitucionais dedicadas à garantia da Constituição regulam
V também a fiscalização de certas formas de legalidade. (3, 5V)
A o abrigo de uma autorização legislativa, o Governo, em 28 de V
Setembro, legislou sobre matéria atinente a organizações de moradores. O Governo aprovou um decreto, reduzindo para um terço o número de
Em 10 de Outubro, a requerimento de 38 Deputados, a Assembleia da deputados da Assembleia Legislativa da Madeira.
República com vista à elaboração de uma futura lei, apresentou várias Face a dúvidas suscitadas, o Presidente da República requereu a apre
propostas de alteração. ciação do mesmo ao Tribunal Constitucional, tendo-se este órgão de soberania
Pergunta-se: pronunciado pela inconstitucionalidade.
a) O Governo legislou no âmbito das suas competências? Subsequentemente, o Governo fez uma proposta de lei à Assembleia
b) Poderá a Assembleia da República fazer alguma coisa até à publi da República exactamente com idêntico conteúdo.
cação da respectiva lei? Porquê?
Em consequência, o PR solicitou a apreciação preventiva do mesmo
e) Nesta última hipótese, qual a forma do acto da AR? ao Tribunal Constitucional, tendo-se este tribunal pronunciado pela inconsti
d) Quais serão os efeitos do acto legislativo que a AR vier a aprovar? tucionalidade.
(6V)
170 1 7Çl
CIÊNCIA POúTJCA E DIREITO CONSTJTIJCIONAL
TESTES
O PR devolveu o diploma à AR, tendo esta reaprovado o decreto por Teste n.0 25
100 votos a favor, 30 contra e 28 abstenções.
Face ao antecedente, o PR promulgou o diploma. (6V) I
QuidJuris? Comente a seguinte afirmação:
O Instituto da apreciação parlamentar dos decretos-leis é uma das
formas de controlo do Governo pela Assembleia da República. (3V)
II
Comente a seguinte afirmação:
Os poderes dos juízes estão balizados por uma série de limites. (3V)
m
Caracterize:
Tipos de competências legislativas e regulamentares das Regiões
Autónomas. (4V)
IV
Distinga:
A inconstitucionalidade como invalidade, inexistência, ineficácia e
irregularidade. (4V)
V
Ao abrigo de urna autorização legislativa, o Governo legislou sobre
matéria atinente aos serviços sociais dos funcionários públicos.
O Presidente da República vetou o supracitado decreto, tendo em
consequência o Governo feito uma proposta de lei à Assembleia da República
exactamente nos mesmos termos.
Face ao antecedente, a AR aprovou o referido decreto por 140 votos a
favor, 25 abstenções e 14 votos contra.
Subsequentemente, o PR devolveu o diploma à AR em mensagem
fundamentada.
A AR nada fez. (6V)
Quid Juris?
1 80
181
CIÊNCIA POLITICA E DIREITO CONSTITUCIONAL TESTES
I I
Defina: Comente a seguinte afirmação:
Em sede de direitos, liberdades e garantias, reserva de lei, princípio da Ainda que não seja como hoje a conhecemos, a consagração do princípio
proporcionalidade e princípio da autorização expressa para a restrição de da igualdade há muito que faz parte da tradição do direito constitucional
direitos, liberdades e garantias. (4V) comparado. (4V)
II II
Relacione: Relacione:
Estrangeiros e direitos fundamentais. (4V) Em sede de direitos fundamentais, diferenciação, discriminação juridi
m camente inadmissível e discriminação positiva. (4V)
Relacione: m
Estado de necessidade constitucional e suspensão colectiva de Direitos, Comente a seguinte afirmação:
liberdades e garantias. {4V) Revestem particular importância os designados direitos fundamentais
IV
dos trabalhadores. (4V)
Comente a seguinte afirmação: IV
Em termos de direito constitucional comparado, os direitos sociais há Comente a seguinte afirmação:
muito que são contemplados. {4V) As liberdades de comunicação são tratadas de forma desenvolvida pela
V Constituição. (4V)
Comente a seguinte afirmação: V
Em termos de direito constitucional comparado, os direitos funda Comente a seguinte afirmação:
mentais há muito que são contemplados. {4V) Em termos de direito constitucional comparado, o direito de necessidade
do Estado é tratado de forma diversa. (4V)
1 82 1 83
CIÊNCIA POúTICA E; DIREITO CONSTITUCIONAL
Teste n.0 28
I
Comente a seguinte afirmação:
O princípio da igualdade é um princípio norteador da ordem constitu
cional. (4V)
II
Distinga:
Colisão de direitos fundamentais e concorrência de direitos funda
mentais. (4V)
m Anexo
Comente a seguinte afirmação:
O princípio da proibição da retroactividade das normas tem várias mani
festações no texto constitucional. (4V)
IV
Relacione:
Estrangeiros e direitos políticos. (4V)
V
Comente a seguinte afirmação:
São conhecidas várias restrições ao exercício de direitos fundamen
tais. (4V)
1 R4
Regimento da Assembleia da República n.º 1/2007 <1 >
TÍTULO I
Deputados e grupos parlamentares
CAPÍTULO I
Deputados
SECÇÃO !
Mandato dos Deputados
ARTIG0 3.º
Perda do mandato
1 - A perda do mandato verifica-se:
a) Nos casos previstos no Estatuto dos Deputados;
b) Quando o Deputado não tome assento na Assembleia até à quarta reunião
ou deixe de comparecer a quatro reuniões do Plenário por cada sessão
legislativa, salvo motivo justificado.
( . . .)
1 87
CIÊNCIA POLITJCA E DIREITO CONSTITUCIONAL REGIMENTO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA N. o 1 /2007
SECÇÃO II CAPÍTULO II
Poderes Grupos parlamentares
188 1 89
CIÊNCIA POLITICA E El!REITO CONSTITU CIONAL REGIMENTO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA N.º 1/2007
e) Ser ouvido na fixação da ordem do dia e interpor recurso para o Plenário da ARTIGO 14.º
ordem do dia fixada; Mandato do Presidente da Assembleia
d) Solicitar à Comissão Permanente a convocação do Plenário; 1 - O Presidente da Assembleia é eleito por legislatura.
e) Produzir declarações políticas em Plenário, nos termos do artigo 71 .º; ( ... )
j) Requerer a interrupção da reunião plenária, nos termos do artigo 69.º;
g) Ser informado, regular e directamente, pelo Governo, sobre o andamento
dos principais assuntos de interesse público;
h) Dispor de locais de trabalho na sede da Assembleia, bem corno de pessoal DIVISÃO II
técnico e administrativo da sua confiança, nos termos da lei. Competência do Presidente da Assembleia
ARTIGO 16.º
TÍTULO II Competência quanto aos trabalhos da Assembleia
Organização da Assembleia 1 - Compete ao Presidente da Assembleia quanto aos trabalhos da Assembleia
da República:
a) Representar a Assembleia e presidir à Mesa;
CAPÍTULO I b) Marcar as reuniões plenárias e fixar a ordem do dia de harmonia com o dis
Presidente da Mesa posto nos artigos 59. 0 e seguintes;
e) Admitir ou rejeitar os projectos e as propostas de lei ou de resolução, os
SECÇÃO ! projectos de deliberação e os requerimentos, verificada a sua regularidade
Presidente regimental, sem prejuízo do direito de recurso para a Assembleia;
d) Submeter às comissões parlamentares competentes, para efeito de apreciação,
o texto dos projectos ou propostas de lei e dos tratados ou acordos, indicando,
DIVISÃO I se o tema respeitar a várias, qual de entre elas é responsável pela preparação
Estatuto e eleição do parecer referido no n.º 1 do artigo 129.º, cabendo à outra ou outras habilitar
aquela com os respectivos contributos;
e) Promover a constituição das comissões parlamentares, acompanhar e incen
tivar os respectivos trabalhos e velar pelo cumprimento dos prazos que lhes
ARTIGO 13.º forem fixados pela Assembleia;
Eleição do Presidente da Assembleia j) Promover a constituição das delegações parlamentares, acompanhar e incen
tivar os respectivos trabalhos e velar para que contribuam para a visibilidade
1 - As candidaturas para Presidente da Assembleia da República devem ser
externa e para o prestígio da Assembleia e do País;
subscritas por um mínimo de um décimo e um máximo de um quinto do número de
Deputados. g) Dinamizar a constituição dos grupos parlamentares de amizade, das comis
( .. . ) sões mistas interparlarnentares e de outros organismos que se ocupem do
4 - É eleito Presidente da Assembleia o candidato que obtiver a maioria absoluta diálogo da Assembleia com os países amigos de Portugal, acompanhar e
dos votos dos Deputados em efectividade de funções. incentivar os respectivos trabalhos e velar pelo cumprimento dos regula
mentos sobre a matéria;
5 - Se nenhum dos candidatos obtiver esse número de votos, procede-se imedia
tamente a segundo sufrágio, ao qual concorrem apenas os dois candidatos mais votados h) Convocar os presidentes das comissões parlamentares e das subcomissões
que não tenham retirado a candidatura. para se in�eirar dos respectivos trabalhos;
i) Receber e encaminhar para as comissões parlamentares competentes as repre
6 - Se nenhum candidato for eleito, é reaberto o processo . sentações ou petições dirigidas à Assembleia;
j) Propor suspensões do funcionamento efectivo da Assembleia;
A r, .(
N.º 1 /2007
CIÊNCIA POúTICA REGIMENTO DA ASSEMBLEIA-DA REPÚBLICA --
E DIREITO CONSTITUCIONAL
2 - Compete ao Presidente da Assembleia, ouvida a C onferência de Líderes: j) Autorizar as deslocações de carácter oficial.
a) Promover a criação de gabinetes de atendimento aos eleitores a funcionar
nos círculos eleitorais;
b) Estabel ecer protoc olos de acordo e de assistência com as universidades; ARTIGO 19.º
e) Superintender o portal da Assembleia da República na Internet e o Canal Competência relativamente a outros órgãos
e a outros órgãos:
Parlamento; Compete ao Presidente da Assembleia relativament
d) Convidar, a título excepcional, individualidades nacionais e estrangeiras a a) Enviar ao Presidente da República, para o
s efeitos da alínea b) do artigo
ia da República;
tomar lugar na sala das reuniões plenárias e a usar da palavra. 134.º da Constituição, os decretos da Assemble
os efeitos da alínea b) do artig
o
3 - O Presidente da Assembl eia pode delegar n os Vice-Presidentes o exercíci o b) Enviar ao Presidente da República, para is d aprovados;
ais, depo
135 .0 da Constituição, os tratados internacion
e
dos seus poderes e competências, por despacho publicado no Diário .
f itos pr visto s no artig o 195.0 da C onstituição , ao
e) Comunicar, para os e e e
istro os resultados das votações
Presidente da República e ao Primeiro-Min es
erno, bem como sobre moçõ
ARTIGO 17.º sobre moções de rejeição do programa do Gov
Competência quanto às reuniões plenárias de confiança e de censura ao Governo;
uniões plenárias em que os seus
1 - Compete ao Presidente da Assembleia quanto às reuniões plenárias: d) Marcar, de acordo com o Governo , as re rguntas e pedidos de esclare-
pe
a) Presidir às reuniões plenárias, declarar a sua abertura, suspensão e encer membros estão presentes para responder a
ramento, e dirigir os respectivo s trabalhos; cimento dos Deputados;
e da Assembleia;
b) Conceder a palavra aos Deputados e aos membros do Governo e assegurar e) Assinar os documentos expedidos em nom
a ordem dos debates; j) Chefi ar as delegações da Assembleia
de que faça parte .
e) Dar oportuno conhecimento à Assembl eia das mensagens, informações,
explicações e convites que lhe sejam dirigidos;
d) Pôr à discussão e votação as propostas e os requerimentos admitidos.
2 - O Presidente da Assembleia pode pedir esclarecimentos e tomar a iniciativa
193
1 92
CIÊNCIA POLITICA E !:>IREITO CONSTITUCIONAL
REGIMENTO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA N.º 1/2007
ARTIGO 57.º ção da sua aplicação no s termos da alínea b) do artigo 162 .º da Constituição;
Organização e funcionamento dos trabalhos parlamentares e) Apreciação do programa do Gov erno;
( . . .) d) Votação de moções de confiança ou d e censura ao Governo;
4 - As reuniões pl enárias têm lugar nas tardes
de quarta-feira e quinta-feira e na e) Aprovação das l ei s das grandes opções dos plano s n acionais e do Orçamento
manhã de sexta-feira. do E stado;
5 - As reuniões plenári as inic iam-se às I O hor f) Debates sobre po lít ica g eral provocados por ínterpelação ao Governo, no s
as, s e tive rem lugar de manhã, e às
1 5 horas, se tiverem lugar à tarde termos da alínea d) do n.º 2 do artigo 1 80.º da Constituição.
.
6 - As reuniões das c omissõe s parlamenta 3 - Constitu em matérias de prioridade relativa:
res têm lugar à terça-feira e na parte
da manhã de quarta-feira, a) Reapreciação em caso de veto do Presidente da Repúbl ica, nos casos do
e , s endo necessário, na parte da tarde de quarta-feir de
quinta-feira e de sexta-fei ra, após fina a,
o l das reuniões plenárias . artigo 136 . º da Constituição ;
7 - H avendo conveniênc ia para os traba b) Aprovação de lei s e tratados sob re matérias que constituam reserva absoluta
da Assembleia, as co
lho s . mediante autorização do Pres idente
missões parl amentares podem reunir em qualquer local do território de compe tência legis lativa da As sembl eia da República;
nacional , bem corno aos sábados , d União
omingos e feri ados . e) Aprec ia.,_ão da participação de Portugal no processo de construção da
8 - O contacto dos D eputados com os Europ e ia;
e le itores ocorre à s egunda-feira.
lizar
9 -A manhã de quinta-feira é reservada para
as reuniões dos grupos parlamentares . d) Autorização ao Governo para contrair e conceder empréstimos e rea
m de dívid flutuan e, ta l ecer
( ...) outras operaçõe s de crédito que não s eja a t e e s be
o limite máximo dos avales a con ced er em cad a ano pel o Governo;
1 0A
195
CIÊNCIA POLITICA E DIREITO CONSffiUCIONAL REGIMENTO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA N.º 1/2007
e) Apreciação das contas do E stado e das demais entidades públicas que a lei mentares ou o Governo podem propor, à Conferência de Líderes, a realização de um
determinar; debate sobre um tema específico.
j) Apreciação de decretos-leis aprovados no uso de autorização legislativa; ( .. .)
g) Debate e votação dos estatutos político-administrativos das regiões autónomas;
h) Concessão de amnistias e perdões genéricos; ARTIGO 74.º
i) Aprovação de leis e tratados sobre matérias que constituam reserva relativa Debates de urgência
da competência legislativa da Assembleia da República; 1 - Os grupos parlamentares e o Governo podem requerer fundamentadamente
j) Apreciação dos relatórios de execução anuais e finais dos planos; ao Presidente da Assembleia a realização de debates de urgência.
/) Apreciação de decretos-leis; ( .. .)
m) Aprovação de leis e tratados sobre as restantes matérias .
( . . .)
ARTIGO 75.º
Emissão de votos
1 - Os votos de congratulação, protesto, condenação, saudação ou pesar podem
ser propostos pelos Deputados, pelos grupos parlamentares ou pela Mesa.
(.. .)
CAPÍTULO III
Reuniões plenárias
SECÇÃO II
Uso da palavra
SECÇÃO I
Realização das reuniões
ARTIGO 76.º
Uso da palavra pelos Deputados
1 - A palavra é concedida aos Deputados para:
a) Fazer declarações políticas;
ARTIGO 7 1 .º b) Apresentar projectos de lei, de resolução ou de deliberação;
Declarações políticas e) Exercer o direito de defesa, nos casos previstos nos artigos 2 .0 e 3.0;
1 - Cada grupo parlamentar tem direito a produzir, semanalmente, uma declaração d) Participar nos debates;
política com a duração máxima de seis minutos. e) Fazer perguntas ao Governo sobre quaisquer actos deste ou da Administração
( .. .) Pública;
J) Invocar o Regimento ou interpelar a Mesa;
g) Fazer requerimentos;
ARTIGO 72.º
h) Formular ou responder a pedidos de esclarecimento;
Debate de actualidade
1 - Em cada quinzena pode realizar-se um debate de actualidade a requerimento i) Reagir contra ofensas à honra ou consideração ou dar explicações nos termos
potestativo de um grupo parlamentar. do artigo 84.0;
j) Interpor recursos:
( . . .)
l) Fazer protestos e contraprotestos;
m) Produzir declarações de voto.
ARTIGO 73. 0 2 - Sem preju:zo do que se dispõe do número anterior, cada Deputado tem
direito a produzir uma inter enção por cada sessão legislativa, pelo período máximo
v
Debate temático
1 - O Presidente da Assembleia, as comissões parlamentares, os grupos parla- de 1 O minutos, não contabilizável nos tempos do seu grupo parlamentar.
( ...)
� na 1 97
CIÊNCIA POLITJCA E DIREITO CONSTITUCIONAL REGIMENTO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA N.º 1/2007
ARTIGO 98.º
Votação nominal e votação sujeita a contagem
1 - A requerimento de um décimo dos Deputados, a votação é nominal quando
SECÇÃO III incida sobre as seguintes matérias:
Deliberações e votações a) Autorização para declarar a guerra e para fazer a paz;
b) Autorização e confirmação da declaração do estado de sítio ou de estado de
ARTIGO 92.º emergência;
Requisitos e condições da votação e) Acusação do Presidente da República;
1 - As deliberações são tomadas à pluralidade de votos, com a presença da maioria d) Concessão de amnistias ou perdões genéricos;
legal de Deputados em efectividade de funções, previamente verificada por recurso e) Reapreciação de decretos ou resoluções sobre os quais tenha sido emitido
ao mecanismo electrónico de voto e anunciada pela Mesa, salvo nos casos especialmente veto presidencial .
previstos na Constituição ou no Regimento. 2 - Pode ainda ter lugar votação nominal sobre quaisquer outras matérias, se a
2 - As abstenções não contam para o apuramento da maioria. Assembleia ou a Conferência de Líderes assim o deliberarem .
( . . .) 3 - A votação nominal é feita por chamada dos Deputados, segundo a ordem
alfabética, sendo a expressão do voto também registada por meio electrónico.
ARTTGO 93.º ( ... )
Voto
1 - Cada Deputado tem um voto. ARTIGO 99.º
Empate na votação
2 - Nenhum Deputado presente pode deixar de votar sem prejuízo do direito de
abstenção. 1 - Quando a votação produza empate, a matéria sobre a qual ela tiver recaído
3 - Não é admitido o voto por procuração ou por correspondência. entra de novo em discussão.
4 - O Presidente da Assembleia só exerce o direito de voto quando assim o 2 - Se o empate se tiver dado em votação não precedida de discussão, por não
entender. ter sido pedida a palavra, a votação repete-se na reunião imediata, com possibilidade
de discussão .
3 - O empate na segunda votação equivale a rejeição .
ARTIGO 94.º
Forma das votações
1 - As votações são realizadas pelas seguintes formas: CAPÍTULO IV
a) Por levantados e sentados, que constitui a forma usual de votar; Reuniões das comissões parlamentares
b) Por recurso ao voto electrónico;
e) Por votação nominal;
d) Por escrutínio secreto.
( . . .) ARTIGO 1 02.º
Participação de membros do Governo e outras entidades
1 - Os membros do Governo podem participar nos trabalhos das comissões
parlamentares a solicitação destas ou por sua iniciativa.
ARTIGO 97.º 2 -As comissões parlamentares podem solicitar a participação nos seus trabalhos
Escrutínio secreto de quaisquer cidadãos, e designadamente:
Fazem-se por escrutínio secreto: a) Dirigentes e funcionários da administração directa do Estado;
a) As eleições; b) Dirigentes, funcionários e contratados da administração indirecta do Estado
b) As deliberações que, segundo o Regimento ou o Estatuto dos Deputados, e do seccor empresarial do Estado.
devam observar essa forma . 3 - As comissões parlamentares podem admitir a participação nos seus trabalhos
1 QA 1%
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CIÊNCIA POÚTICA E DIREITO CONSTITUCIONAL REGIMENTO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA N.º 1/2007
das entidades referidas na alínea a) do número anterior, desde que autorizadas pelos 2 - As comissões parlamentares podem, excepcionalmente, reunir à porta fechada,
respectivos ministros. quando o carácter reservado das matérias a tratar o justifique.
( ...)
ARTIGO 1 03.º
Poderes das comissões parlamentares ARTIGO 112.º
1 - As comissões parlamentares podem requerer ou proceder a quaisquer dili- Diário da Assembleia da República
gências necessárias ao bom exercício das suas funções, nomeadamente: 1 - O jornal oficial da Assembleia é o Diário da Assembleia da República.
a) Proceder a estudos; 2 - A Assembleia aprova através de resolução, designadamente, a organização
b) Requerer informações ou pareceres; do Diário, o seu conteúdo, a sua elaboração e o respectivo índice.
e) Solicitar depoimentos de quaisquer cidadãos; 3 - As séries do Diário são publicadas integralmente no portal da Assembleia da
d) Realizar audições parlamentares; República na Internet.
e) Requisitar e contratar especialistas para as coadjuvar nos seus trabalhos;
j) Efectuar missões de informação ou de estudo .
( .. .)
CAPÍTULO V
Publicidade dos trabalhos e actos da Assembleia
ARTIGO 120.0
Limites da iniciativa
SECÇÃO ! 1 - Não são admitidos projectos e propostas de lei ou propostas de alteração
Publicidade dos trabalhos da Assembleia que:
a) Infrinjam a Constituição ou os princípios nela consignados;
ARTIGO 1 1 0.º b) Não definam concretamente o sentido das modificações a introduzir na ordem
Publicidade das reuniões legislativa.
1 - As reuniões plenárias e das comissões parlamentares são públicas. (...)
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ARTIGO 1 3 1 .º
Nota técnica
1 - Os serviços da Assembleia elaboram uma nota técnica para cada um dos
ARTIGO 123.º projectos e propostas de lei.
Exercício da iniciativa 2 - Sempre que possível, a nota técnica deve conter, designadamente:
1 - Nenhum projecto de lei pode ser subscrito por mais de 20 Deputados. a) Uma análise da conformjdade dos requisitos formais, constitucionais e
(.. .) regimentais previstos;
b) Um enquadramento legal e doutrinário do tema, incluindo no plano europeu
e internacional;
ARTIGO 124.0 e) A indicação de outras iruciativas pendentes, nacionais e comunitárias, sobre
Requisitos formais dos projectos e propostas de lei idênticas matérias;
1 - Os projectos e propostas de lei devem: d) A verificação do cumprimento da lei formulário;
a) Ser redigidos sob a forma de artigos, eventualmente divididos em números e e) Uma análise sucinta dos factos, situações e realidades que lhe respeitem;
alíneas; j) Um esboço hjstórico dos problemas suscitados;
b) Ter uma designação que traduza sinteticamente o seu objecto principal; g) Apreciação das consequências da aprovação e dos previsíveis encargos com
e) Ser precedjdos de uma breve justificação ou exposição de motivos. a respectiva aplicação;
2 - O requisito referido na alínea e) do número anterior implica, no que diz h) Referências a contributos de entidades que tenham interesse nas matérias a
respeito às propostas de lei e na medida do possível, a apresentação, de modo abreviado, que respeitem, designadamente os pareceres por elas emitidos.
dos seguintes elementos: .
( .. )
a) Uma memória descritiva das situações sociais, económicas, financeiras e
políticas a que se aplica;
b) Uma informação sobre os benefícios e as consequências da sua aplicação;
e) Uma resenha da legislação vigente referente ao assunto.
. ARTIGO 134.º
( . .)
Legislação do trabalho
1 - Tratando-se de legislação do trabalho, a comissão parlamentar promove a
apreciação do projecto ou proposta de lei, para efeitos da alínea d) do n.º 5 do artigo
54.º e da alínea a) do n.º 2 do artigo 56.º da Constituição.
DTVISÀO II
Apreciação de projectos e propostas de lei em comissão parlamentar ( ... )
DMSÀO III
ARTIGO 130.º Audição dos órgãos de governo próprio das regiões autónomas
Determinação da comissão parlamentar competente
Quando uma comissão parlamentar discorde da decisão do Presidente da
Assembleia de determinação da comissão competente, deve comunicá-lo, no prazo de ARTIGO 142.º
cinco dias úteis, ao Presidente da Assembleia para que reaprecie o correspondente Audição dos órgãos de governo próprio das regiões autónomas
despacho . Tratando-se de iniciativa que verse matéria respeitante às regiões autónomas, o
Presidente da Assembleia promove a sua apreciaçiio pelos órgãos de governo próprio
das regiões autónomas, para os efeitos do disposto no n. º 2 do artigo 229 . º da
Constituição.
'JO".I.
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DIVISÃO IV DMSÀO V
Discussão e votação de projectos e de propostas de lei Redacção final de projectos e de propostas de lei
ARTIGO 156.º
Redacção final
SUBDfVISÃO III
Discussão e votação de projectos e propostas de lei na especialidade
1 - A redacção final dos projectos e propostas de lei aprovados incumbe à
comissão parlamentar competente.
2 - A comissão parlamentar não pode modificar o pensamento legislativo,
ARTIGO 150.º devendo limitar-se a aperfeiçoar a sistematização do texto e o seu estilo, mediante
Regra na discussão e votação na especialidade deliberação sem votos contra.
1 - Salvo o disposto nos n. 4 e 5 do artigo 168.º da Constituição, e no Regimento,
05
3 - A redacção final efectua-se no prazo que a Assembleia ou o Presidente
a discussão e votação na especialidade cabem à comissão parlamentar competente em estabeleçam ou, na falta de fixação, no prazo de cinco dias.
razão da matéria. 4 - Concluída a elaboração do texto, este é publicado no Diário.
( ... )
DIVISÃO V1
ARTIGO 1 52.°
Promulgação e reapreciação dos decretos da Assembleia
Objecto da discussão e votação na especialidade
1 - A discussão na especialidade versa sobre cada artigo, podendo a Assembleia ARTIGO 159.º
deliberar que se faça sobre mais de um artigo simultaneamente, ou, com fundamento Decretos da Assembleia da República
na complexidade da matéria ou das propostas de alteração apresentadas, que se faça Os projectos e as propostas de lei aprovados denominam-se decretos da Assembleia
por números. da República e são enviados ao Presidente da República para promulgação.
2 - A votação na especialidade versa sobre cada artigo, número ou alínea.
ARTIGO 1 60.º
Reapreciação de decreto objecto de veto político
SUBDfVISÃO IV 1 - No caso de exercício do direito de veto pelo Presidente da República, nos
Votação final global termos do artigo 1 36.º da Constituição, a nova apreciação do diploma efectua-se a
partir do décimo quinto dia posterior ao da recepção da mensagem fundamentada, em
reunião marcada pelo Presidente da Assembleia, por sua iniciativa ou de um décimo
ARTIGO 155.º dos Deputados.
Votação final global e declaração de voto oral ( ...)
1 - Finda a discussão e votação na especialidade, procede-se à votação final
global .
2 - Se aprovado em comissão parlamentar, o texto é enviado ao Plenário para ARTIGO 161.º
votação final global na segunda reunião posterior à sua publicação no Diário Efeitos da deliberação
ou à sua
distribuição em folhas avulsas aos grupos parlamentares. 1 - Se a Assembleia confirmar o voto, nos termos dos n. 2 e 3 do artigo 1 36. º
05
204 205
CIÊNCIA POLÍTICA E DIREITO CONSTITUCIONAL REGIMENTO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA N. 0 1/2007
ARTIGO 1 62.º
Reapreciação de decreto objecto de veto por inconstitucionalidade ARTIGO 1 94.º
1 - No caso de veto pelo Presidente da República, nos termos do artigo 279.º da Cessação de "igência
Constituição, é aplicável o artigo 160.º, com as excepções constantes do presente No caso de cessação de vigência, o decreto-lei deixa de vigorar no dia da publicação
artigo. da resolução no Diário da República, não podendo voltar a ser publicado no decurso
2 - A votação pode versar sobre o expurgo da norma ou normas por cuja da mesma sessão legislativa.
inconstitucionalidade o Tribunal Constitucional se tenha pronunciado, sobre a refor
mulação do decreto ou sobre a sua confirmação .
( ...) ARTIGO 195.º
Repristinação
A resolução deve especificar se a cessação de vigência implica a repristinação
ARTIGO 163.º das normas eventualmente revogadas pelo diploma em causa.
Envio para promulgação
1 - Se a Assembleia expurgar as normas inconstitucionais ou se confirmar o
decreto por maioria de dois terços dos Deputados presentes, desde que superior à ARTIGO 196.º
maioria absoluta dos Deputados em efectividade de funções, o decreto é enviado ao Alteração do decreto-lei
Presidente da República para promulgação. (...)
( ...) 3 - Se forem aprovadas alterações na comissão parlamentar, a Assembleia decide
em votação final global, que se realizará na reunião plenária imediata, ficando o decreto
SECÇÃO II -lei modificado nos termos da lei na qual elas se traduzam.
Processos legislativos especiais ( ... )
DIV1SÃO V
Autorizações legislativas CAPÍTULO V
Processos de orientação e fiscalização política
SECÇÃO I
ARTIGO 188.º Apreciação do programa do Governo
Iniciativa das autorizações legislativas e informação
1 - Nas autorizações legislativas, a iniciativa originária é da exclusiva competên
cia do Governo.
2 - O Governo, quando tenha procedido a consultas públicas sobre um ARTIGO 217.0
anteprojecto de decreto-lei, deve, a título informativo, juntá-lo à proposta de lei de Rejeição do programa do Governo e voto de confiança
autorização legislativa, acompanhado das tomadas de posição assumidas pelas 1 - Até ao encerramento do debate, e sem prejuízo deste, pode qualquer grupo
diferentes entidades interessadas na matéria.
206 207
CIÊNCIA POÚTICA E DIREITO CONSTITUCIONAL REGIMENTO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA N.º 1/2007
SECÇÃO III
Moções de censura
ARTIGO 257.º
Audição dos candidatos a titulares de cargos exteriores à Assembleia
A Assembleia da República promove a audição prévia dos candidatos a titulares
dos seguintes cargos exteriores à Assembleia cuja designaç ão lhe compete, designada
ARTIGO 223.º mente:
Votação de moção de censura a) Os membros do Conselho Superior do Ministério Público ;
(. . . ) b) l O juízes do Tribunal Constitucional;
2 - A moção de censura só se c onsidera aprovada quando ti\·er obtido os votos e) O Provedor de Justiça;
da maioria absoluta dos Deputados em efectividade de funções. d) O Presidente do C onselho Económico e Social;
3 - Se a moção de censura não for aprovada, os seus signatári os não poderão e) Sete vogais do Conselho Superior da Magistratura .
apresentar outra durante a mesma sessão legislativa.
( ...)
ARTIGO 258.º
Sufrágio na eleição de titulares de cargos exteriores à Assembleia
SECÇÀO IV 1 - Sem prejuízo do disposto na Constituiç ão, c onsidera-se eleito o candidato
Debates com o Governo que obtiver mais de metade dos votos validamente expressos.
2 - Se nenhum dos candidatos obtiver esse número de votos, procede-se a segundo
ARTIGO 224.º sufrágio, ao qual concorrem apenas os dois candidatos mais votados cuja candidatura
Debate com o Primeiro-:\-linistro não tenha sido retirada.
1 - O Primeiro-Ministro comparece quinzenalmente perante o Plenário para
uma sessão de perguntas dos Deputados, em data fixada pelo Presidente da Assembleia, ARTIGO 259.º
ouvidos o Governo e a Conferência de Líderes. Sistema de representação proporcional
2 - A sessão de perguntas desenvolve-se em dois formatos alternados: 1 - Sempre que se aplique o sistema de representaç ão proporcional, a eleição é
a) No primeiro, o debate é aberto por uma intervenção inicial do Primeiro por lista completa, adoptando-se o método da média mais alta de H ondt.
-Ministro, por um período não superior a l O minutos, a que se segue a fase
de perguntas dos Deputado s desenvolvida numa única volta; (. ..)
b) No segundo, o debate inicia-se com a fase de perguntas dos Deputados
desenvolvida numa única vo lta .
( .. . )
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA CITADA
?1�
ÍNDICE GERAL
Th'DICE GERAL
Caso n.º 12: Princípio da igualdade e liberdade negocial das entidades privadas ... 42 Caso n.º 30: Competências das Regiões Autónomas,
poderes do Representante da República
Caso n.º 13: Princípio da igu aldade e entidades privadas 44 e bases do património cultural 91
Caso n.º 14: Colisão de direitos, princípio da concordância prática Caso n . 3 1 : Processo legislativo e progressão nas carreiras profissionais
0
47 94
e património cultural
Caso n .º 32: Empate na Assembleia da República 97
Caso n.º 1 5 : Subsídio de desemprego e inconstitucionalidade por omissão .. .. ........ 50
Caso n .º 33: Relações internacionais e declaração de guerra 101
Caso n.º 16: Processo legislativo e associações políticas 53
Caso n .º 34: Revogação de decretos-leis autorizados e uniformização
Caso n.º 17: Processo legislativo e criação de jornais 56 de dias de férias 1 04
Caso n . º 1 8 : Direito à reserva da intimidade da \·ida privada Caso n . º 35: Processo legislativo e cláusula barreira 1 07
no local de trabalho 59
Caso n . 36: Referendos
0
1 10
Caso n.º 19: Competência exclusiva do Governo e veto do Chefe de Estado ......... 62
Caso n.º 37: Diplomacias paralelas, e direito de informação 1 14
Caso n.º 20: Apreciação parlamentar dos decretos-leis e contratos de tarefa
e avença 64 Caso n.º 38: Dissolução da Assembleia da República e demissão do Governo . . .. 1 1 6
Caso n.º 2 1 : Apreciação parlamentar dos decretos-leis Caso n.º 39: Discrimínação positiva, quotas para senhoras
e aumento dos arrendamentos habitacionais 66 e inconstitucionalidade por omissão 119
Caso n.º 22: Regime constitucional dos regulamentos governativos Caso n . º 40: Revisão Constitucional e nomeação de titulares
e pensões por motivo de acidentes de trabalho 68 de órgãos políticos 121
Caso n. 0 23: Regime constitucional dos regulamentos governativos,
laboratórios e Serviço Nacional de Saúde 71
Caso n.º 29: Fiscalização sucessiva mista da constitucionalidade e expropriações ... 88 Hipótese V: Direitos fundamentais de natureza análoga
e subsídio de desemprego 131
---......,; --=