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Os malakoi (homossexuais passivos) e os

arsenokoitai (homossexuais ativos)

Há poucos dias, ativistas do movimento gay disseram num debate que a tradução
Revista e Atualizada da Sociedade Bíblica do Brasil de 1 Coríntios, capítulo 6, verso 9
(“Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados,
nem sodomitas”) está errada à luz do original grego.

Mas eles se equivocaram. A palavra grega malakoi significa de fato homossexuais


passivos, que segundo Walter Bauer equivale a “homens e meninos que se permitem
serem usados sexualmente”. Também “conota passividade e submissão”. 1 Já
arsenokoitai significa o contrário: homossexuais ativos, homens que iniciam práticas
homossexuais. São também chamados de sodomitas, numa referência histórica ao
comportamento homossexual generalizado de Sodoma e Gomorra (Gn 19.6).

A primeira palavra (malakoi) é traduzida por “efeminados” nas seguintes versões:


Revista e Atualizada (RA) da SBB, Bíblia do Peregrino (BP), Tradução da CNBB,
Tradução Brasileira (TB), Figueiredo, Tradução Ecumênica da Bíblia (TEB), Edição
Pastoral (EP), Edição Pastoral-Catequética (EPC) e nas Cartas às Igrejas Novas (CIN).
Já na Bíblia de Jerusalém (BJ) e na tradução da Comunidade de Taizé (CT), malakoi é
traduzida como “depravados”.

A segunda palavra (arsenokoitai) é traduzida por “sodomitas” na RA, CNBB, EP, TB,
Figueiredo e na CIN; por “pessoas de costumes infames” na BJ; por “homossexuais”
na BP e CT; e por “devassos” na EPC. A Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH)
engloba os dois casos sob a classificação geral de “homossexuais”. Já a paráfrase da
Bíblia Viva (BV) diz que os adúlteros, os efeminados e os sodomitas cometem
“pecados sexuais”.

A tradução mais explícita é a da Nova Versão Internacional (NVI): “Não se deixem


enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou
ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem
trapaceiros herdarão o Reino de Deus” (1 Co 6.9-10).

Odayr Olivetti, um dos tradutores da NVI, explica que “a comissão procurou fazer
uma tradução clara, distinguindo bem os termos, e se respaldou não só na
abrangência geral dos termos gregos (que o pudor faz com que até os lexicógrafos
reduzam ao mínimo suas explicações), mas também no contexto geral das epístolas
paulinas. As expressões “passivos” e “ativos” salientam a abrangência dos que agem
como homens e dos que agem como mulheres no intercurso sexual não natural”. 2
Paulo não termina o assunto com a expressão “não herdarão o reino de Deus”, mas
com a espetacular notícia de que algumas de suas ovelhas em Corinto eram
homossexuais passivos ou ativos, mas deixaram de ser depois que foram alcançados
pela graça de Deus, o que pode acontecer também hoje em dia (1 Co 6.11).

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