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CURSO DE ZOOTECNIA
CAMPO GRANDE - MS
2010
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CURSO DE ZOOTECNIA
CAMPO GRANDE - MS
2010
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AGRADECIMENTOS
À Maria Isabel, por todo apoio, carinho e compreensão. Isto foi de grande
importância nesta reta final, na qual estamos sob muita pressão. Agradeço também a
todos os meus amigos, que por várias vezes compreenderam minha ausência.
Aos meus pais (Edson e Conceição), minha irmã (Bárbara) pela confiança que
depositam em mim, por todo o incentivo e pela educação que me deram. Vocês são o
meu principal exemplo de vida. Obrigado por fazerem parte de mais uma conquista.
“Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do
lugar. As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito”
(Chico Xavier)
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SUMARIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................01
2. DESCRIÇÃO DO LOCAL...........................................................................................03
3.1. Roedores.........................................................................................................06
3.2. Serpentes........................................................................................................17
4. CON S ID ER AÇÕ ES F IN AIS..... ..... .... ...... ........ ... .... ....... ....... ... .30
5 . R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R ÁF I C A S . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 1
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LISTA DE FIGURAS
Figura 22 – Sexadores..................................................................................................25
LISTA DE TABELAS
de forma irrefutável para o bem estar não só do homem como também dos animais.
Porém, as informações necessárias para o avanço de determinadas pesquisas não
podem ser obtidas somente pela observação e pelo registro daquilo que normalmente
acontece e, por isso, a experimentação científica é absolutamente necessária para que
o ciclo do conhecimento se efetue (Politi et.al., 2008).
Um dos motivos por ter escolhido este estágio, foi a curiosidade de saber como
um profissional de zootecnia pode atuar nesta área, buscando ampliar essa visão que
adquirimos durante os anos de faculdade. A visão de que os animais de produção são
aqueles que produzem subprodutos que terão uso direto pelos consumidores,
esquecendo que por trás disso, existe a área de experimentação que ajuda a construir
o conhecimento não só da área zootécnica, mas principalmente da área biológica, que
engloba a medicina, a biologia, a farmácia e as outras ramificações.
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2. DESCRIÇÃO DO LOCAL
O biotério em questão conta com três solares, uma sala de cirurgia, dois
depósitos de materiais, uma sala de quarentena para os roedores, quatro salas da área
limpa (área de reprodução de roedores), dois banheiros com chuveiro (masculino e
feminino), uma cozinha, duas salas com cobras peçonhentas, um laboratório para
manejo de toxinas, uma sala administrativa e um fosso.
Nas salas da área limpa (figura 1) são mantidos os roedores que estão em
reprodução, então há todo um cuidado com a biossegurança neste local, a fim de evitar
contaminações e diminuir o estresse aos quais estes animais são submetidos. Esta sala
possui duas portas, uma delas fica dentro do corredor da área limpa, onde somente os
estagiários responsáveis têm acesso. A outra porta fica no corredor de fora é através
dele que as caixas sujas e os animais que serão destinados à pesquisa ou alimentação
das serpentes. Estas portas não possuíam maçaneta pela parte de fora, a fim de evitar
a entrada de pessoas não autorizadas.
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O biotério possui um fosso (Figura 4), onde há um tanque com água, no qual
vivem dois jacarés-fêmea da espécie Caimam crocodilus yacare, conhecidos como
jacaré do pantanal e também dois cágados-fêmea.
3.1. Roedores
O estágio teve início na área dos roedores, onde são utilizados ratos (Rattus
norvegicus) da linhagem Wistar (Figura 5) e camundongos (Mus musculus domesticus),
das linhagens BALB/c, Swiss (Figura 6) e Black-C57 (Figura 7).
O ciclo estral dos camundongos tem duração de 4-5 dias e pode ser afetado
pelas condições de alojamento do animal. Fêmeas alojadas em gaiolas, em regime de
superpopulação, sem a presença de machos, exibiram uma fase chamada anestro,
caracterizada pela ausência de ciclos estrais. Quando expostas aos machos e seus
feromônios começam a ciclar em 48 horas. A este fenômeno se dá o nome de Efeito de
Whitten. Quando as fêmeas entram em gestação, se expostas a machos de outras
linhagens ou seus feromônios durante as primeiras 24 horas, ocorre uma reabsorção de
mais de 50% dos embriões. Esse fenômeno é conhecido como Efeito de Bruce. O
período de gestação vai de 19 a 21 dias; após o décimo dia, já se observa um aumento
do abdômen. A média de filhotes/parto é de 8-10 em linhagens outbred e em torno de
cinco filhotes/parto em linhagens inbred (Andrade, et. al., 2006).
É importante que se saiba qual o espaço necessário para cada espécie para
proporcionar melhor conforto aos animais, evitando principalmente problemas
comportamentais. O Quadro 1 demonstra a quantidade máxima de animais por caixa,
para os tipos de caixas mais utilizadas.
Pequena 30 x 20 x 13 5 - -
Grande retangular 49 x 34 x 16 20 8 4
Grande quadrada 41 x 34 x 16 20 8 4
Figura 9 - Maravalha antes de ser peneirada Figura 10 - Caixas forradas com maravalha
de trigo (Quadro 2). A ração era peneirada antes de ser fornecida aos roedores,
separando-se somente os peletes maiores, pois os menores poderiam passar pela
grade e cair dentro da caixa, ao fazer essa separação diminui-se a probabilidade de
que a ração caia dentro da caixa, seja contaminada pelas fezes e urinas e depois
ingerida pelo animal. O quadro 3 mostra as quantidades de ração e água necessários
para os animais/dia.
Níveis de Garantia
Após saírem da área limpa, os animais não podem mais voltar, então são
levados até uma sala conhecida por quarentena ou área suja, e são mantidos nela até
que sejam destinados aos seus objetivos, que podem ser alimentação de serpentes,
pedidos de acadêmicos ou para o experimento “Convert H” (Figura 11) conduzido pela
orientadora do estágio.
Figura 11 – Prateleira com camundongos “Convert-H” Figura 12 - Caixa com ração e barrilete de água
touca, luva de látex (troca de caixas), luva de borracha (higienização da sala) e colocar
máscara.
Retirar com auxilio da esponja e da piceta com álcool toda marcação deita com
caneta, existente nas caixas;
3.2 SERPENTES
A segunda parte do estágio se deu na área das serpentes, que é o principal foco
de pesquisa do biotério, contando com algumas espécies de serpentes peçonhentas,
todas da fauna brasileira. Havia também espécies não peçonhentas, as jibóias (Boa
constrictor), que eram mantidas no biotério para fins didáticos e de preservação. As
espécies peçonhentas do biotério eram as seguintes: cascavel (Caudisona durissa*),
jararaca caiçaca (Bothrops moojeni), urutu-cruzeiro (Rhinocerophis alternatus*) e boca-
de-sapo (Bothropoides neuwiedi*). (Figuras 13, 14, 15 e 16)
Pode-se dizer que todas as cobras são carnívoras, comendo pequenos animais
(incluindo lagartos e outras cobras), aves, ovos ou insetos. Algumas cobras têm uma
picada venenosa para matar as suas presas antes de as comerem. Outras matam as
suas presas por estrangulamento. As cobras não mastigam quando comem, elas
possuem uma mandíbula flexível, cujas duas partes não estão rigidamente ligadas,
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esse feito se dá graças ao osso quadrado que funciona como uma peça de encaixe,
que quando necessário ela desarticula sua mandíbula dependendo do tamanho de sua
presa (ao contrário da crença popular, elas não desarticulam as suas mandíbulas),
assim como numerosas outras articulações do seu crânio, permitindo-lhes abrir a boca
de forma a engolir toda a sua presa, mesmo que ela tenha um diâmetro maior que a
sua cabeça.
A pele desses répteis é coberta por escamas. A maioria das cobras usa escamas
especializadas no ventre para se mover, agarrando-se às superfícies. As escamas do
corpo podem ser lisas ou granulares. As suas pálpebras são escamas transparentes
que estão sempre fechadas. As cobras mudam a sua pele periodicamente. Pensa-se
que a finalidade primordial desta é remover os parasitas externos
O pulmão esquerdo das serpentes é muito pequeno ou mesmo ausente, uma vez
que o corpo em forma tubular requer que todos os órgãos sejam compridos e estreitos.
Para que caibam no corpo, só um pulmão funciona. Além disso, muitos dos órgãos que
são pares, como os rins ou órgãos reprodutivos estão distribuídos ao longo do corpo
em que um está à frente do outro, sendo um exemplo de exceção da simetria bilateral.
No caso das árvores, o tronco é agarrado pela parte posterior do corpo, ao passo
que a parte anterior é estendida. A porção anterior agarra o tronco em seguida e a
porção posterior é propelida para frente. Este ciclo pode ocorrer em várias secções da
cobra simultaneamente (este método originou a afirmação errônea de que as cobras
"andam nas próprias costelas"; na verdade as costelas não movem para frente e para
trás em nenhum dos quatro tipos de movimento).
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Áglifa (Figura 18) – é a dentição que, como a etimologia do termo indica, não
possui presas especializadas na inoculação de saliva tóxica ou veneno. Nesse estágio,
a glândula supra labial produz uma secreção destinada a lubrificar o alimento. Dentro
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A sexagem mais comum é pelo sexador (Figura 22), um objeto que é introduzido
na cloaca da serpente e dependendo do da profundidade que foi introduzida (Figura 23)
se define o sexo, mas isso varia de tamanho e espécie. No caso das espécies do
biotério, se o sexador fosse introduzindo mais profundamente o animal seria macho,
pois os machos possuem uma “bolsa”, onde o hemipênis fica guardado.
Figura 22 – Sexadores
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A alimentação ocorre a cada 15 dias para animais jovens e a cada 30 dias para
animais adultos, mas antes de alimentá-lo verifica-se o estado corporal e
comportamental do animal. Serpentes em período de troca de pele costumam ficar
estressadas e por isso não se alimentam. Há uma planilha de controle, onde são
anotados todos os dados referentes às rotinas de alimentação.
Havia uma sala com cascavéis, que faziam parte de um experimento com o
composto homeopático “Convert-H”. Este experimento consistia em testar os efeitos
desta substância sobre o estresse das serpentes e sempre que estas eram manejadas,
observava-se o seu comportamento. Dependendo do grau de agitação, era atribuído
um score, que quanto mais alto maior era o grau de estresse do animal.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse sentido, pode-se concluir que a zootecnia possui um grande campo a ser
explorado, desde que se abram oportunidades para novas idéias e tecnologias.
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5 . R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R ÁF I C A S