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Metodologia da pesquisa científica

Prof. Ms. Thiago Vilela Lemos


O homem é um ser curioso.

Como explicar o universo?


Como explicar o universo?
1 - Sem explicação

espanto, medo
Como explicar o universo?
2 - O pensamento mágico

misticismo, crenças, superstições


Como explicar o universo?
3 - A investigação científica

grupo, lógica, método


Evolução da ciência
 Ciência antiga: baseada na autoridade (por exemplo
Aristóteles) e no uso da lógica.

 Ciência moderna: surgiu no século XVII, com a observação


e a experimentação objetiva (física, astronomia e química)

 Ciência moderna: princípios filosóficos básicos firmaram-se


nos séculos XVIII e XIX lógica associada ao método
científico.
Ciência
(Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

 “Ciência: conjunto organizado de


conhecimentos relativos a um determinado
objeto, especialmente os obtidos mediante
a observação, a experiência dos fatos e um
método próprio.”
 Parte I
 A ciência atual: metodologia científica

 Parte II
 Qual o valor das respostas que a ciência

atual nos dá?


Parte I
A ciência atual:
metodologia científica
G IA
O L O
T O D
ME
Como fazer pesquisa?
realizar a pesquisa interpretar resultados

divulgar resultados

formular a pergunta
Como fazer pesquisa?
realizar a pesquisa interpretar resultados

posição CNPq
produtividade
FINEP
formaçãoPADCT
de recursos humanos
formular a perguntaFAPs divulgar resultados
etc
Metodologia científica: definição
É um conjunto de abordagens,
técnicas e processos utilizados
pela ciência para formular e
resolver problemas de aquisição
objetiva do conhecimento, de uma
maneira sistemática.
Metodologia científica: adaptações
 Considerar:

 natureza do conhecimento: científico, filosófico,


artístico, místico, etc
 ciência pura (aquisição do conhecimento sem
finalidades de utilização prática) x aplicada
(utilização dos conhecimentos da ciência pura
e da tecnologia em aplicações práticas)
Metodologia científica: adaptações
 Considerar:
 operações lógicas no conhecimento científico

indução, dedução, inferência


 o método científico hipótese (afirmação ainda não
comprovada sobre algum fenômeno) x tese
(afirmação comprovada sobre algum fenômeno) x
teoria (conjunto de teses que explicam o fenômeno) x
modelo (descrição formal de um fenômeno, que pode
ser utilizado para testar novas hipóteses e fazer
predições)
Metodologia científica: adaptações
 Considerar:
 estudo observacional (coleta de dados sem
influenciar os eventos) x experimental (influência
deliberada nos eventos, buscando verificar os efeitos
da intervenção)
 estudo transversal (coleta dos dados num único

instante no tempo, obtendo um recorte momentâneo


do fenômeno investigado) x longitudinal (coleta dos
em dois ou mais momentos, havendo um
acompanhamento do desenrolar do fenômeno
considerado)
Metodologia científica: adaptações
 Considerar:
 dados e análises
qualitativos x quantitativos
 o papel da estatística
descrição da variabilidade e
tendências centrais dos
resultados, para entender o
fenômeno.
Etapas da investigação científica
1 - Escolha do tema Redação do projeto
2 - Planejamento da investigação de pesquisa
Redação do projeto de pesquisa
 Título / participantes / local / (financiamento)
 Introdução: exposição do tema, de aspectos gerais até
específicos; bibliografia adequada e atualizada
 Objetivos: gerais e específicos; justificativa
 Materiais e métodos: detalhados ou com referências
bibliográficas
 Cronograma de execução: referenciais de acompanhamento
 Exequibilidade
 Referências bibliográficas
Etapas da investigação científica
1 - Escolha do tema
2 - Planejamento da investigação
3 - Coleta e armazenamento de informações (observação,
experimentação)
4 - Análise dos resultados, elaboração das conclusões
5 - Divulgação dos resultados
1 - Escolha do tema
 Pesquisas originais, ou de confirmação ou ainda de
repetição para aprendizado
 Derivado de conhecimento/investigações anteriores do
tema
 Derivado de idéias dadas pelo orientador ou colegas, ou
de idéias totalmente originais (insight)
 Derivado da literatura científica, pesquisa bibliográfica

Objetivos parciais e finais da pesquisa


1 - Escolha do tema
 Pesquisa bibliográfica
 levantamento de trabalhos já realizados sobre o

mesmo tema, num determinado período - nível


geral x nível específico
 levantamento dos métodos e técnicas a serem

utilizadas na investigação
 realizada com metodologia específica e utilizando

publicações e bancos de dados especiais (índices)


 utilização da Internet
1 - Escolha do tema
 O tema escolhido deve
 representar uma questão relevante, cujo melhor

modo de solução se faz por meio de uma pesquisa


científica
 ser factível em relação à competência dos

pesquisadores, à infraestrutura do laboratório e ao


tempo e recursos disponíveis
 (apresentar um alto grau de interesse/satisfação ao
pesquisador).
2 - Planejamento da investigação
 Pesquisadores, técnicos e suas atribuições no projeto
 Materiais a serem utilizados: equipamentos, material
de consumo, veículos etc estão ou serão
disponíveis ao longo do projeto?
2 - Planejamento da investigação
 Métodos a serem utilizados: identificação e seleção de
todos os métodos e técnicas (inclusive computacionais
e estatísticas) a serem usadas na pesquisa;
treinamento e validação da metodologia através de
projeto piloto ou protótipo ANTES de iniciar o projeto.
 ou: Desenvolvimento ou aperfeiçoamento de técnicas
e métodos (pesquisa metodológica)
2 - Planejamento da investigação
 Como serão coletados, armazenados e
analisados os dados: tamanho da
amostra, formas de tabulação e
tratamento dos dados, testes estatísticos a
serem utilizados.
 Cronograma de desenvolvimento: quais
metas serão atingidas em que momentos
ao longo do projeto?
3 - Coleta e armazenamento de
informações
 Realização de estudos observacionais (aplicação de
questionários, estudos de campo, registro de dados
exploratórios, etc.)
 Realização de estudos experimentais (manipulação
das variáveis de estudo, coleta de resultados)
 Mensuração e comparação de dados de desempenho,
uso, impacto, etc (quando for pesquisa metodológica)
Estudos observacionais
 Questionário: instrumento ou programa de coleta de
dados
 confecção pelo pesquisador, preenchimento pelo

informante
 linguagem simples e direta

 etapa de pré-teste, num universo reduzido

 Entrevista
 plano

 caráter exploratório ou coleta de

informações
Estudos observacionais
 Observação
 conhecimento prévio do que observar

 planejamento de um método de registro

 fenômenos não esperados


 registro fotográfico ou vídeo

 relatório.
Estudos experimentais
 Sujeitos ou objetos a serem estudados no
experimento: grupos controle e experimental
 grupo controle não recebe a influência da
variável independente
 grupo experimental recebe a variável
independente
 Relação causa-efeito determinada pela
comparação estatística entre os grupos
 Observação dos resultados.
Estudos experimentais

 Perigo do viés (bias): influência inconsciente ou


consciente por parte dos sujeitos ou pesquisadores
sobre o resultado da pesquisa
 Eliminação ou redução do viés:
 atribuição aleatória dos sujeitos aos grupos

 sujeitos ignoram a que grupo pertencem (estudo

cego)
 pesquisadores também ignoram (estudo duplo-

cego)
4 - Análise dos resultados, elaboração das
conclusões
 Dois tipos de dados e análises:
 Qualitativos

 Quantitativos

 Classificação, codificação e tabulação dos resultados.


Tabulação
 Disposição gráfica dos dados obtidos.
O papel da estatística
 Os resultados quase sempre são variáveis,
principalmente em biologia e medicina
 É necessário descrever a variabilidade e as tendências
centrais, para entender o fenômeno
 Para comprovar diferenças entre situações
observacionais e experimentais, é necessário usar
métodos estatísticos.
Descrição e análise dos dados
 O que os dados significam para a nossa pesquisa?
 o que é típico no grupo (média, mediana e moda)?

 até que ponto variam os indivíduos no grupo

(amplitude, desvio médio e desvio padrão)?


 como os indivíduos se distribuem com relação à

variável que está sendo medida (distribuição é


normal ou não)?
 qual a relação entre as diversas variáveis (na

estatística há vários métodos, mas nenhum deles


garante a existência de um nexo causal)?
5 - Divulgação dos resultados
 Seminário / journal club
 Apresentação em congresso (resumo, poster,
comunicação oral)
 Relatório
 Dissertação / tese
 Artigo científico
 Livro / capítulo de livro
 Internet
variam regras, finalidade, público atingido, etc
Parte II
Qual o valor das respostas que a
ciência atual nos dá?
1a - A magnetoterapia como pseudociência

A MAGNETOTERAPIA é a ciência e a arte de cura através


de ímãs. Sistema natural de tratamento, baseia-se na
aplicação externa de ímãs e na ingestão de água imantada,
estimulando os canais de energia da pessoa, sem danificar
seu organismo. A técnica segue os princípios e leis do
eletromagnetismo universal.
No antigo Egito, Cleópatra enfeitava seu rosto com
pequenos ímãs (magnetos) para manter a beleza. Na
Índia, a utilização de magnetos, na prática da medicina
alternativa, é comum há mais de dois mil anos. O mundo
atual parece ter retomado este antigo sistema de
tratamento e confirmado seus resultados clínicos
benéficos, em quase todas as doenças funcionais do corpo
humano.
http://209.182.24.141/
2a - A reflexoterapia como pseudociência

REFLEXOTERAPIA

Como ustedes saben la Reflexoterapia es una medicina alternativa que se


practicaba ya en el antiguo egipcio, pues en una de las pirámides hay varias
inscripciones talladas en piedra donde se refleja la práctica de la Reflexoterapia
en las manos y en los pies. Por que en los Pies y en las Manos ?
Como todos sabemos el cuerpo está gobernado por el Sistema Nervioso. Todos
los Organos del cuerpo humano tienen terminales nerviosos en pies y manos de
manera que actuando sobre estos terminales Nerviosos llegamos a los distintos
Organos Internos del Cuerpo Humano. Esta es la misión de la Reflexoterapia,
llegar a los distintos órganos para lograr el equilibrio del Cuerpo y Mente del
enfermo.
http://www.readysoft.es
3a - A urinoterapia como pseudociência

O padre Dillon com um copo de urina: "água da vida"

Elixir de água do joelho


A crença popular é algo que não se
controla. O exemplo é a urinoterapia,
prática que aconselha ao paciente tomar a
própria urina. O líquido, garantem os seguidores, seria o melhor remédio
contra alergias, micoses e distúrbios gastrointestinais e renais. "É a água
da vida", define o padre Joseph Dillon, 53 anos, da Paróquia Nossa
Senhora Aparecida, em São Paulo. ... "A urina serve para reequilibrar o
sistema hormonal e fortalecer as defesas do organismo", garante o padre.
A convicção do religioso é rebatida pela ciência. "A urina serve para
expelir substâncias tóxicas. Tanto que se um indivíduo ficar sem urinar
ele morre", afirma o urologista Miguel Srougi.
IstoÉ, 28 de maio de 1997
1b - A magnetoterapia como ciência

Coll Antropol 1997 Jun;21(1):139-50

Anthropometric and quantitative EMG status of femoral quadriceps before


and after conventional kinesitherapy with and without magnetotherapy.

Graberski Matasovic M, Matasovic T, Markovac Z


2b - A reflexoterapia como ciência

Rev Neurol 1996 Jan;24(125):81-3

Somatosensory evoked potentials by acupunctural stimulus and cortical


functional projection.

Abad-Alegria F, Prieto M, Perez-Trullen JM


3b - A urinoterapia como ciência

Nat Med 1998 Apr;4(4):428-34


Effects of a urinary factor from women in early pregnancy on HIV-1, SIV and associated
disease.
Lunardi-Iskandar Y, Bryant JL, Blattner WA, Hung CL, Flamand L, Gill P, Hermans P,
Birken S, Gallo RC

Os efeitos de preparações de grau clínico da gonadotrofina coriônica humana (hCG) sobre


sarcoma de Kaposi, HIV, SIV e hematopoiese foram examinados in vitro e in vivo. ...
encontramos que a atividade antiviral de fatores associados a hCG não é devida ao
heterodímero hCG nativo, incluindo sua subunidades purificadas ou seu principal produto
de degradação, o núcleo-beta. Utilizando cromatografia de filtragem em gel de hCG de
grau clínico e de concentrados de urina de mulheres grávidas, demonstramos que um fator
associado ao hCG (HAF), ainda não identificado e com atividades anti-HIV, anti-SIV, anti-
KS e pró-hematopoiética, elui como dois picos correspondendo a 15-30 kDa e 2-4 kDa.
2 - UMA NOVA CIÊNCIA
Referências consultadas
http://www.nib.unicamp.br/slides/etapas/sld001.htm

http://www.vademecum.com.br/iatros/science.htm

http://www.angelfire.com/sk/alequadros/metcient.html
http://www.nib.u nicamp.br/slid es/etapas/sld001.htm

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