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BAURU 1
ABSTRACT
The search objectify the study of the tertiary setor in Bauru, indicating the
decentralization’s phenomenon that is happening in the south region of the city. This
phenomenon is valued between social angle, historical and spatial.
Setor 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995
Primário 11,2 9,32 9,7 7,7 10,1 10,5 11,1 11,4 13,2 13,3
Secundário 43,7 40,9 40,0 36,6 37,0 35,9 34,8 34,7 34,7 34,4
Terciário 45,0 49,7 50,1 55,6 52,9 53,6 54,0 54,0 52,1 52,3
Instrumentos de Pesquisa
1
estabelecimentos por quadras nas lacunas e na parte de observações anotamos a
paisagem da área analisada e os tipos de fachadas. Por sua vez, o que chamamos
anotações, refere-se a aspectos particulares que se destacam em algum tipo de
estabelecimento e, por isso, denotando caráter singular. A representação das
atividade terciárias na planilha possibilitou uma visão quanto o tipo de
adensamento e, igualmente, fornecendo dados quantitativos.
Metodologia
Bauru está localizado entre as coordenadas geográficas de 48° 56’ e 49° 16’
Longitude Oeste no referencial de Greenwich e 22° 07’ e 22° 24’ Latitude sul.
Área total do município abrange 702Km2 , altimetria máxima de 526 metros.
O clima da cidade se inclui no sistema Cwa ( mesotérmico de inverno seco),
temperatura média de 25° e umidade do ar 60% - 75%.
Em termos de relevo, o ambiente urbano de Bauru encontra-se no grande
domínio morfoestrutural dos planaltos e chapadas da bacia do Paraná, aumentada
a escala de análise morfológica, a cidade então integra a região geomorfológica
2
do Planalto Ocidental Paulista existindo sobre unidades colinosas suavemente
convexas sob último estrato arenítico (arenito Bauru). Essa feição colinosa
comporta-se na cidade como interflúvios, ou seja, elevações topográficas
separando e dividindo a principal rede de drenagem da cidade (ribeirão Bauru) e
resultando na distribuição de vários fundos de vale.
Destacando o relevo da Zona Sul da cidade, está não só comporta-se como
um interflúvio, mas também, como um espigão topográfico em perfil de superfície
elevado e moderamente aplainado.
FIG1
FIG2
É uma avenida que corta a cidade no sentido de ligação das zonas Leste,
Oeste e a própria zona Sul. Também é a artéria que divide a zona Sul do centro
tradicional da cidade, cruza com todas as transversais de atividade terciária entre
as ruas Saint Martin e Azarias Leite.
Por fazer o papel de via de interligação de várias áreas da cidade, nela aflui
grande fluxo de automóveis e pedestres
Direcionamos o estudo para a parte da avenida que delimita a Zona Sul,
embora quase toda a sua extensão seja ocupada por estabelecimentos
comerciais, existindo pouca ocupação residencial, daí sua classificação de
corredor terciário.
A princípio são oito ruas transversais que partem da rua Azarias Leite a Saint
Martin e que cruzam as referenciais da Av. Duque de Caxias e com Av. Rodrigues
Alves, está última localizando-se no centro tradicional, também fazem parte dessa
área estudada o miolo de ruas e praças que fixa-se entre as transversais citadas.
Na carta de zoneamento da cidade , está área divide-se em zonas
predominantemente a estritamente residencial, nessa área ergue-se residências de
classe média e alta. O fluxo no trânsito tende a aumentar a partir da Azarias Leite
para a Gustavo Maciel e Av. Getulio Vargas .
Uma característica fundamental é o grau de animação que adquire a
Gustavo Maciel e seu prolongamento com Av. Getulio Vargas nas noites de Quinta-
feira a Domingo, constituindo ao longo dessas vias e principalmente entre a Praça
Portugal e Av. Getulio Vargas pontos de encontro da juventude bauruense.
Quanto a constituição do seu equipamento terciário observado na tabela 4,
os estabelecimentos ligados a escritórios particulares são a maioria com mais de
17% do total de estabelecimentos, sendo a rua Antônio Alves e Araújo Leite as
maiores depositárias desse gênero de serviço. Com 15% de estabelecimentos
prestando serviços na área da saúde particular, destaca-se as ruas Virgílio Malta e
Azarias Leite como ruas especializadas a esses serviços.
O gênero de produtos e serviços ligados a alimentação e refeição,
pulverizam-se em todo o miolo dessa área da zona Sul, por ora, as artérias
coligadas da Gustavo Maciel e Getulio Vargas concentram forte atividade de
bares e choperias , apresentando maior movimento nos períodos noturnos.
As lojas de roupa e calçados, no geral representam em torno de 17% das
atividades comerciais da área, apresentando vitrines e interiores sofisticados e
roupas geralmente de griffies . Não existem lojas de grande varejo ou lojas de
departamento, o que se encontra com facilidade no centro tradicional, são lojas
que atendem de forma personalizada.
A avenida N. Sra. de Fátima é uma via larga , que funciona como coletora
de tráfego das vias próximas e menos movimentadas, interliga os bairros extremos
da Zona Sul, como o Jardim Estoril, Jardim América e Jardim Europa. Em torno da
avenida existe a concentração de prédios residenciais , sendo uma das áreas da
cidade onde evidencia-se o processo de verticalização em locais residenciais.
É uma avenida com um longo período de atividade , tendo uma marca mais
comercial no período diurno e animação e entretenimento a noite, principalmente
nos dias de Quinta-feira a Domingo quando transforma-se em um espaço
nitidamente convergente, ou seja, pessoas de variadas partes da cidade
freqüentam seus bares , restaurantes, boates ou simplesmente passeiam de carro
avistando às luzes e movimento da avenida.
As atividades culturais e educacionais também imprimem maior
personalidade terciária para avenida, nela fixa-se um anfiteatro e o teatro
municipal, além de estabelecimentos de ensino técnico como SENAC (Serviço
Nacional de Aprendizagem do Comércio) , escolas de idiomas e tradicionais.
Por último o trecho localizado em área próxima ao centro tradicional apesar
da constante atividade terciário diurna não apresenta o mesmo grau de atividade
noturna que a extensão seqüencial da zona sul, onde a paisagem urbana e
estabelecimentos terciários são mais dinâmicos e em constante transformação.
Shopping Center e seu entorno terciário
O espaço do Shopping Center de Bauru e a área que está em sua volta, são
uma parte especial na descrição do aparato terciário da Zona Sul. PINTAUDI (1992)
oferece a seguinte definição para o que é um Shopping Center;
3
Tecidos, confecções e calçados 57 56.54
Alimentos e refeição 15 14.85
Art. presentes e conveniência 8 7.92
Art. de brinquedos 3 2.98
Estab. de jogos e entretenimento 3 2.98
Perfumaria 3 2.98
Ótica e relojoaria 3 2.98
Papelaria, livraria e similares 2 1.98
Art. caça e pesca 2 1.98
outros 5 4.95
Total 101 100%
Fonte : adaptação sobre Mix do Bauru Shopping, 1998
CONCLUSÕES
A análise do setor terciário na cidade de Bauru, especificando o fenômeno
de sua descentralização para a Zona Sul, fez com que se desse conta do estudo de
sua organização socioespacial, ou seja, como a historicidade de ocupação do
lugar e sua sociedade, relacionaram-se com o setor Terciário.
De igual forma, ao longo de nossa análise, descortinou-se várias conclusões
que encerram um arcabouço geral do estudo da descentralização terciária para a
Zona Sul, isto é, a maneira de como se estruturou e a maneira de como se
espacializou e por último, quais as conseqüências ultimadas.
Em tempo, a ocupação da Zona Sul foi marcada pela proximidade com o
centro comercial tradicional da cidade e da escolha de um sítio privilegiado, por
esses aspectos, essa área efetivou então sua ocupação por parte de uma
população de alta faixa de renda.
Em um segundo momento, as gestões administrativas determinaram maior
grau de diferenciação, tornando a Zona Sul melhor infra-estruturada em relação a
outras áreas.
Uma vez, que nessa área destacava grupos de moradores com maior poder
de consumo e uma área ao mesmo tempo próxima do centro tradicional, imprime-
se a fixação de alguns estabelecimentos terciários. Sendo que na verdade, a partir
dos anos oitenta, se comprovará o verdadeiro fenômeno de descentralização,
quando a quantidade e o grau de espacialização passa a ser maior.
A espacialização terciária da Zona Sul não acontece nucleada a um só
lugar, mas porém, de forma descontínua, seguindo padrão de algumas vias e
entornos, precisamente espacializando-se a partir de sete lugares e mantendo
interligações com o centro tradicional, descrevendo-se a seguir:
• Entorno terciário da vila Assunção: a maioria da atividades giram em torno do
clube e escola da SESI, lugar de grande concentração e movimentação de
pessoas, no entanto decadente, enquanto aspecto de sua paisagem e em
comparação as outras áreas da Zona Sul.
• Corredor terciário da avenida Duque de Caxias: via de interligação E–W,
apresenta atividades diversificadas, destacando-se estabelecimentos de
refeição e alimentação, escritórios de advocacia e imóveis, ocorrendo quadras
especializadas em informática, telefonia e telecomunicação, via de crescente
fluxo de trânsito.
• Corredores entre Azarias Leite e Saint Martin: vias transversais que são
prolongamentos das que saem do centro tradicional. Área de intensa animação
e tráfego. As atividades são muito diversificadas, especializando-se em sua
maioria por atividades ligadas a escritórios e corretoras, clínicas e consultórios.
São estabelecimentos com alto grau de sofisticação e paisagem que apresenta
prédios novos.
• Corredor Terciário da Avenida Nossa Senhora de Fátima: área de franca
expansão comercial, inserida em área estritamente residencial, direcionando
suas atividades ao comércio local.
• Avenida Octávio Pinheiro Brizola: via de crescente fluxo de trânsito,
evidenciando a fixação de atividades terciárias ligadas predominantemente a
consultórios e clínicas de psicologia e odontologia. Destaca-se nessa avenida o
Campus da USP, com seus vários departamentos.
• Corredor terciário da Avenida Nações Unidas: caracteriza-se pela volumosa
atividade terciária, grau de animação e pelo grande fluxo de trânsito. A maioria
dos estabelecimentos se especializa em atividades de gêneros de refeição,
alimentação e agências de veículos.
• Shopping Center e seu entorno terciário: o prédio do Shopping Center fixa-se em
área de perfeitas condições estratégicas e surgindo como polo de atração de
atividades comercias e prestação de serviços, o que se concretiza em seu
entorno com a recente fixação de grandes empresas. O Shopping é equipado
com 101 estabelecimentos, direcionados em sua maioria por lojas de
confecções e calçados, já em seu entorno aparece um grande hipermercado e
pequeno número de atividades, embora de sinais de crescimento.
O aumento das atividades terciárias e o processo de verticalização na Zona
Sul aumentou sua cota de demanda referente a serviços infra-estruturais (energia,
segurança, água, etc.). Com esse aumento de demanda, gera-se maiores
investimentos por parte da administração pública, afim de suprir está deficiência.
Com base nesse contexto, entende-se que a diferenciação espacial entre as
áreas da cidade pode-se acentuar ainda mais, tanto em relação a ocupação
espacial quanto econômica. Relaciona-se igualmente as conjunturas infra-
estruturais da Zona Sul, os problemas ambientais: poluição sonora e gasosa,
motivados principalmente pelo crescente fluxo de trânsito dessa área e das
atividades terciárias, que geram crescente animação.
A descentralização terciária para a Zona Sul, sugestiona estudo em nível de
organização do espaço, de forma a conciliar essa efervescência terciária, que
invariavelmente resulta em recursos econômicos para o município e por sua vez,
estudos ambientais e espaciais no sentido de viabilizar o crescimento sem distorção.
NOTAS
1
Este artigo, foi retirado de uma monografia, com isso muito do detalhamento da
pesquisa, bem como a maioria dos mapas foi suprimido, não obstante cremos que
a objetividade ficou assegurada.
2 O uso da planilha foi sobre uma adaptação da ficha de identificação terciária
da YUNOVSKY & TOBAR (1968)
3 O termo de corredor ,foi usado primeiramente por CAMPOS FILHO (1992), com a
idéia de vias de grande capacidade de tráfego. No entanto, aproveitamos a
idéia somando-a com a capacidade de instalação terciária.
BAVA, Silvio Caccia, org. Desenvolvimento local. São Paulo: Pólis. 160 p, 1996.
BERRY, Brian & BACKER, Alan. Análise espacial. Rio de Janeiro: Instituto Pan-
americano de Geografia e História – Comissão de Geografia , textos básicos 3 ,
1969.
CAMPOS FILHO, Cândido Malta. Cidades brasileiras : seu controle ou caos : o que os
cidadãos devem fazer para a humanização das cidades no Brasil. 2a ed. São
Paulo: Studio Nobel, 1992, ( coleção cidade aberta).
CARVALHO, Hilda. Bauru: duas décadas de urbanização 1960 –1980. Bauru: 71p.
Dissertação de mestrado. Universidade do Sagrado Coração. 1980.
LIPIETZ, Alain. O capital e seu espaço. Trad. Manoel Gonçalves Seabra.2a ed. São
Paulo: editora Nobel, 1987, ( coleção espaços).
PINTAUDI, Silvana Maria & FRUGOLI, Heitor Junior, org. Shopping Centers: espaço,
cultura e modernidade nas cidades brasileiras. São Paulo: Editora da
Universidade Paulista, 1992, (Prismas).
SANTOS, Milton. Manual de geografia urbana. Trad. Antônia Dea Erdens e Maria
Auxiliadora da Silva. 2a ed. São Paulo: editora Hucitec, 1989. 214 p.
SILVA, Armando Corrêa da. O espaço fora do lugar. 2a ed. São Paulo: editora
Hucitec, 1988. 128p.