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Escola Superior de Enfermagem de Lisboa

A Dor na Criança em
Idade Pré-Escolar

Trabalho Realizado por:


 Ana Esteves nº 221
 Carla Cardiga nº 232
 Hugo Varela nº 757
 Marta Silva nº 266
 Marta Alexandre nº 268
 Nídia Santos nº 273
 Tatiana Glória nº 811
Turma A
9º CLE

Unidade Curricular de Enfermagem à Criança e ao Jovem


1
Teórico-Prática
 Salientar os princípios de abordagem da dor;
 Relacionar as respostas à dor com a cultura africana e
religião Islâmica;
 Identificar as escalas de dor adequadas para o Hilton;
 Identificar as intervenções de enfermagem para aliviar a
dor do Hilton e preparar a mãe para lidar com toda a
situação.

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• Hilton N’gala;
• 5 anos;
• Guineense, reside em Portugal desde os 3 anos;
• Vive com a mãe, Mª N’gala, e com a irmã Rosário,
de três anos, no Cadaval;

• Professam o Islamismo. 3
• Hilton, de 5 anos, deu entrada no serviço de urgência
pediátrica, por Dor Aguda.
• Vinha acompanhado pela mãe que se mostrava
aparentemente indiferente às manifestações de dor do filho,
com fácies inexpressivo e uma comunicação reduzida com este.
• O Hilton estava agitado, contorcia-se, apertava muito a coxa e
pedia à mãe para a apertar também, gritava, pedia ajuda e
chorava, dizendo que não aguentava.

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 A dor é multifactorial e têm como componentes aspectos sensoriais, afectivos,
comportamentais, cognitivos, socio-culturais e fisiológicos.

McCaffery e Pasero citado por HOCKENBERRY (p. 656, 1999)

… “a dor é aquilo que a pessoa que a sente diz que é, e existe


sempre que a pessoa assim o disser.”

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• A dor é concreta e relacionada a uma

 
experiência física;
• Pode ver a dor como castigo;

• A dor desaparece como que por magia;                

• Tende a responsabilizar alguém pela sua               


Leandro, 5
própria dor. anos

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 Choro alto e gritos;

 Agitação de braços e pernas;

 Geralmente não coopera;

 Expressões verbais de “ui”, “ai”, “isso dói”;

 Com a continuidade da dor pode ficar inquieta e irritável

 Pede para parar o procedimento;

 Tenta empurrar o estímulo para longe antes de ser aplicado;

 Agarra-se aos pais, enfermeiro ou pessoa significativa.

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Princípios a ter em conta:
• Questionar a criança:
• História de dor
• Definição de dor para criança
• Experiências anteriores de dor (identificar e quantificar)
• Utilizar as escalas de avaliação da dor;
• Avaliar as mudanças comportamentais e fisiológicas;
• Assegurar o envolvimento dos pais;
• Considerar a causa da dor;
• Iniciar as intervenções e avaliar os resultados

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Situacionais Inerentes à criança:
 Estímulo doloroso  Idade
 Ambiente  Sexo
 Personalidade
 Presença dos pais
 Mimos
 Estado Emocional
 Experiências anteriores
 Atitudes dos pais  Cultura
 Religião
 Origem Social

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Religião iniciada por Maomé

Monoteísta
Deus: Alá
5 Pilares:
• Fé
• Oração
• Caridade
• Jejum de Ramadão
• Peregrinação a Meca

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• Fé Global

40.000 muçulmanos
em Portugal

1.300.000.000
muçulmanos no
Mundo 150.000.000 muçulmanos
em África 11
Mulher
• Principais cuidadoras
• Responsáveis pela saúde dos filhos
• Preocupam-se com a vigilância da
saúde

Influenciam os comportamentos das


crianças

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 A doença é provocada por génios e Demónios que castigam os
seres humanos.
 O sofrimento é atribuído segundo a

vontade de Deus, não podendo ser

controlado pelos humanos.


 Acreditam que só Alá (Deus) é

que consegue curar.

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“Nos momentos de sofrimento o bom muçulmano não
deve desesperar da bondade de Deus, nem tornar-se com
amargura auto-destruidor ou nocivamente agressivo.”

“Tenta esperar pacientemente, com plena fé que a vontade


de Deus, finalmente corrija o erro e ponha de novo as coisas
na sua ordem.”

Arinze - A pedagogia do sofrimento nas diversas religiões. p. 320, S.A., Vol. N.º 45 – N.º 6; in: SERVIR

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“O Islamismo não é uma cultura, é uma religião. Os
Muçulmanos é que têm várias culturas, por exemplo
um Muçulmano de origem Africana traz consigo a
cultura africana. A cultura é ligada à pessoa, a
religião é mais ligada à Fé… é mais íntima.”
Sheik David Munir

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 Guiné Bissau

 População: 1,5 milhões habitantes


 Grupo étnicos mais abundante: Balantas (30%)
 Religião:
 animistas (55%)
 islamitas (40%)
 católicos e outros (5%)

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• Significa literalmente “aqueles que resistem”

• Ocupam principalmente a Guiné-Bissau mas também o Senegal e


o Gambia
• Acreditam que Deus está muito longe; os fiéis tentam alcançá-lo
através de espíritos e sacrifícios.
• A igualdade prevalece entre os balantas.

• O islamismo é forte e praticado juntamente com a veneração


espiritualista.

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Deve ter-se em conta:

 Localização;
 Intensidade;
 Duração/Frequência ;
 Factores alívio/agravamento

As crianças em idade pré-escolar conseguem localizar a dor e podem


usar escalas adequadas.
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Importante:
• Explicar de forma clara o significado de cada uma das caras;
• Perceber se a criança entendeu a escala;

Deve utilizar-se sempre a mesma escala de avaliação


de dor!
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 Medidas Não Farmacológicas

 Medidas Farmacológicas

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 Estimulação cutânea

 Distracção

 Imagem guiada  Auto-diálogo positivo

 Interrupção de pensamentos

 Relaxamento
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5 Certos

Pessoa Certa

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Em conjunto, aumentam o efeito analgésico, sem
aumentarem proporcionalmente os efeitos colaterais

Não Opióides
(AINE’S) Opióides

Dor ligeira a moderada Dor moderada a intensa


Actuam a nível Actuam a nível

Sistema Nervoso Periférico Sistema Nervoso Central

Existem outros medicamentos usados como Adjuvantes ou Coadjuvantes


- Aliviam a ansiedade
- Causam Sedação
- Amnésia
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Efeito Placebo...
 Prática de enfermagem injustificada e antiética;

 Não dá informações sobre a presença nem gravidade da dor;

 Podem provocar efeitos secundários semelhantes aos dos


opiáceos;
 Pode por em causa a confiança – cliente-enfermeiro; cliente equipa
médica, estabelecida ou em vias de se estabelecer seja
comprometida.

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• ...”controla a dor sem causar efeitos colaterais graves.”

HOCKENBERRY (2006, pag.673)

• Titulação
• Calculada de acordo com o peso da criança;
• Efeito teto
• Efeito de primeira passagem
• Possíveis erros
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• Será a que causar menor trauma possível à criança
Vias/Vant- Oral Sublingual Intra-Venosa (I.V.)- Subcutâne I.M. Intranasal Intradermica
Desv Bucal (I.V.)-Bolo Continuo a
Transmucosa

Vantagens Baixo custo Inicio de Controlo Maior efeito Quando via Absorção mais
acção+rápido rápido da dor que a oral e I.VV. rápida pelo
do que a oral intensa administraçã Não são deltóide, do
Menor efeito o intra- possíveis que pelo glúteo
de 1º muscular
passagem (I.M.)

Desvantagens Atraso no Deglutição da Precisa ser Administração Não deve ser Sensação de
tempo de forma repatido de dolorosa; usado em queimadura
acção sublingual hora a hora Efeito mais simultaneo
curto;Risco de com morfina
lesão dos ou
tecidos e semelhantes
nervos

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• Depende do tipo de dor;
• Possibilidade de prever a dor

Exemplo Não opiáceios Opiácios


Pico do Efeito Oral – 2h após I.V. – minutos
adminsitração depois de ser
adminsitrado

• Controlo temporário da dor


• SOS ( SQN “sempre que necessário”) > tempo de alivio da dor

> Das doses a administrar

Hiperdose – intoxicação medicamentosa


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• AINE´S

• Opióides

• Depressão do Sistema Respiratório

• Obstipação

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• Avaliar a dor;

• Preparar o Hilton para analgesia quando

prescrita;
• Administrar a analgesia pela via menos

traumática sempre que possível;


• Ajustar a dose para o alívio rápido da dor;

• Evitar combinar opióides com “potencializadores” ;

• Reforçar o efeito do analgésico;

• Fazer um plano de administração farmacológica de prevenção para o dia e para noite (SOS), para alívio

da dor.

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• Cada individuo vivencia a dor de acordo com as suas experiências
individuais e o contexto em que se insere.
• A cultura é um factor modelador da religião, alterando e influenciando as
suas crenças e formas de expressão.
• O enfermeiro deve saber adequar a escala de acordo com o
desenvolvimento da criança e com as suas

significações pessoais.
• Deve possibilitar-se a participação da família

no processo de alívio da dor.

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Bibliografia
• ARINZE, Cardeal Francis - A pedagogia do sofrimento nas diversas religiões. In: Servir.Lisboa.
vol 45, Nº6, s.a, p. 327 – 331.

• HOCKENBERRY, Marilyn J. – Wong Fundamentos de Enfermagem Pediátrica. 7ª ed. Rio de


Janeiro: Mosby Elsevier, 2006. ISBN 10-85-352-1918-8

• http://www.aped-dor.org/scid/apedWeb/defaultArticleViewOne.asp?
categoryID=400&articleID=272 Acedido em 6/11/2009.

• http://www.comunidadeislamica.pt/02b1.php?nivel_1=2&nivel_2=22&nivel_3=221 Acedido
em 7/11/2009

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Envolver a mãe nas potenciais distracções para o Hilton;
Envolver o Hilton em brincadeiras que não coloquem em causa
a integridade das suas articulações, por exemplo jogos de
computador ou de tabuleiro, puzzles;
Usar o humor, como ver desenhos animados, contar
histórias engraçadas de forma a que o Hilton
desloque a sua atenção do foco de dor para
o que ouve da história;

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Fazer com que o Hilton pense numa experiência real ou
imaginária muito agradável e se focalize nela;
 Pedir para ele nos contar como foi essa experiência,
solicitando o máximo de sensações vividas;
Incentivar a criança a basear-se nessa
experiência de forma a desviar a sua atenção
do foco de dor;

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Explicar ao Hilton a importância da respiração rítmica,
pedindo para ele inspirar e expirar;
Ajudar o Hilton a colocar-se numa posição confortável;
Começar o relaxamento pedindo para o
Hilton deixar cada parte do corpo ficar
mole, começando pelos dedos
dos pés;

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