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º ANO - I Semestre
INTRODUÇÃO AO DIREITO I
Unidade I
Índice
ESTRUTURA DA UNIDADE I
As quatro (4) unidades curriculares de Introdução ao Direito l
visam proporcionar uma formação em matérias básicas da Teoria
do Direito, da Metodologia do Direito e da Filosofia do Direito. Na
sua leccionação, teórica e prática, procura-se desenvolver e
aperfeiçoar no estudante as faculdades de análise, de abstracção e
de concretização que são próprias do raciocínio jurídico na
resolução de casos com relevância jurídica.
O objectivo das unidades curriculares é prosseguido mediante o
tratamento de temas que importam uma reflexão tanto sobre o
ordenamento jurídico considerado na sua globalidade, como sobre
as fontes das regras jurídicas e sobre os valores e a legitimação do
direito.
GEBARALIDADE DO CURSO
Caro Estudante,
Para ter sucessos na disciplina de Introdução ao Direito I em geral,
e nesta unidade, em particular, você precisa de estudar
cuidadosamente o material apresentado, aproveitar os recursos
auxiliares disponíveis e apresentar as suas dúvidas ao tutor.
RECURSOS
Se você estiver interessado em aprender mais acerca desta matéria,
nós providenciamos uma lista de recursos adicionais no fim desta
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4 ACERCA DESTA UNIDADE I
SEUS COMENTÁRIOS
Agradecíamos que após a conclusão desta unidade nos enviasse os
seus comentários sobre os seguintes aspectos:
Conteúdos e estrutura da unidade;
Materiais de leitura e recursos da unidade;
Trabalhos da unidade;
Avaliações da unidade;
Duração da unidade;
Apoio ao estudante (tutores atribuídos, apoio técnico, etc.);
Outros aspectos que achar pertinente.
Os seus comentários ajudar-nos-ão a melhorar e reforçar esta
unidade.
RESULTADOS DE APRENDIZAGEM DA
UNIDADE I
DURAÇÃO
TÉCNICAS DE ESTUDO
http://www.how-to-study.com/
http://www.ucc.vt.edu/stdysk/stdyhlp.html
http://www.howtostudy.org/resources.php
Bons Estudos!
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6 ACERCA DESTA UNIDADE I
PRECISA DE AJUDA?
TRABALHOS
AVALIAÇÕES
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8 UNIDADE I – A ORDEM JURÍDICA COMO FENÓMENO SOCIAL
OBJECTIVOS DO CAPITULO
Finda esta unidade o aluno será capaz de:
1. Estabelecer a diferença entre a ordem social e a ordem
natural;
2. Explicar a origem, formação e necessidade do Direito;
3. Elencar as ordens normativas da sociedade;
4. Definir o conceito de Direito; e
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10 UNIDADE I – A ORDEM JURÍDICA COMO FENÓMENO SOCIAL
Justiça Comutativa
Implica que não hajam situações de dependência ou desigualdade
inaceitáveis em relação as pessoas (é o exemplo da celebração de
um contrato).1
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Nos contratos de compra e venda que haja de ser celebrados as partes devem
durante todo o contrato agir em condições de igualdade e proporcionalidade ou
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12 UNIDADE I – A ORDEM JURÍDICA COMO FENÓMENO SOCIAL
Certeza Jurídica
As normas de Direito Natural não podem ser aplicadas, pois nem
todas elas têm dimensão global e indeterminada, e sendo por isso
incertas, tal já não se verifica em relação as normas do Direito
Positivo que são aplicadas em determinadas circunstâncias ou seja
cada conduta em si consubstancia certa infracção e tem o seu
tratamento em direito afastando-se assim situações que possam ser
consideradas desiguais dando assim ao direito uma certa certeza
jurídica.
Segurança do Direito
As revoluções maioritariamente invocam a primazia do Direito
Positivo sobre o Direito Natural e é nessa esteira que o direito
positivo é emanado de um órgão cuja competência é legislar e dai
que este seja mais equitativamente justo e assente nos ideais de
justiça e igualdade e por isso mais equitativa, justa e oferece grande
segurança ao tráfico jurídico.
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14 UNIDADE I – A ORDEM JURÍDICA COMO FENÓMENO SOCIAL
4. CONCEITO DE DIREITO
Todos nós temos uma vaga ideia do que seja o Direito.
Normalmente ligamos o Direito à lei. Ligamos Direito à conduta
correcta. Temos estado, por exemplo, a ouvir discursos que
apontam para o Estado de Direito. Mas nenhum principiante do
estudo do Direito tem a ideia certa do que seja com propriedade.
Pelo exposto podemos inferir que todos temos uma ideia do que
seja, grosso modo, o Direito. Examinaremos, de seguida, definições
de dois conceituados tratadistas da matéria.
O Professor CASTRO MENDES define o Direito como sendo um
"sistema de consuta social, assistido de protecção coactiva". Da
definição aqui apresentada há três elementos fundamentais a reter,
designadamente:
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16 UNIDADE I – A ORDEM JURÍDICA COMO FENÓMENO SOCIAL
1. Sistema
2. Norma
3. Protecção coativa
TRABALHO PRÁTICO
Desenvolva o tema: "Origem, formação e necessidade do direito".
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Estabelece o artigo 1305 do Código Civil: que "O proprietário goza de modo
pleno e exclusivo dos direitos de uso, fruicção e disposição das coisas que lhe
pertencem, dentro dos limites dalei e com observância das restrições por ela
impostas".
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18 UNIDADE I – A ORDEM JURÍDICA COMO FENÓMENO SOCIAL
QUADRO SINÓPTICO
A ORDEM SOCIAL
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20 UNIDADE I – A ORDEM JURÍDICA COMO FENÓMENO SOCIAL
ORDENS
Ordem religiosa – a que abrange qualquer que seja a
NORMATIVAS
DA religião e é caracterizada pelas relações entre o Homem
SOCIEDADE e a Divindade, relações e modo de vida que o Homem
deve ter perante a Deus.
OBJECTIVOS DO CAPÍTULO:
No final deste capítulo o estudante será capaz de:
1. Definir e diferenciar o Direito Positivo do Direito Vigente e
do Direito Natural;
2. Analisar qualquer lei que se lhe apresente do ponto de vista
da validade, vigência e justiça; e
3. Diferenciar o juspositivismo do jusnaturalismo.
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22 UNIDADE I – A ORDEM JURÍDICA COMO FENÓMENO SOCIAL
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24 UNIDADE I – A ORDEM JURÍDICA COMO FENÓMENO SOCIAL
5. NOÇÃO DE DIREITO
O direito é uma ordem normativa composta por normas jurídicas
gerais e abstractas, obrigatórias assistidas de protecção coactiva,
regulam a vida do homem nas suas relações sociais.
Castro Mendes o define como sendo um sistema de normas de
conduta social, assistidas de protecção coactiva e visa regular a
existência humana em sociedade e surge da necessidade de
colmatar os conflitos de interesse que emergem das relações entre
os homens.
Direito Objectivo
É o direito legalmente legislado, ou seja, o conjunto de normas jurídicas
que regulam as condutas dos homens.
Direito Subjectivo
Consiste no poder ou faculdade conferidas pelo direito a uma
pessoa de livremente exigir de outrem um comportamento positivo
(facere), que se reporta a uma acção ou um comportamento
negativo (non facere), consiste na omissão
Por exemplo:
O que se acha vertido no art.º 1305˚ CC, no que concerne ao direito
de propriedade, postula o seguinte “ o proprietário goza de modo
pleno e exclusivo dos direitos de uso, fruição e disposição das
coisas que lhe pertencem...”
Tendo em atenção as definições supra concluiremos que a norma
em análise constitui o direito objectivo, sendo que esta mesma
norma tem ainda o condão de conceder ao proprietário de certo
bem os direitos de uso, disposição e fruição das coisas que o
pertencem, compondo-se assim os direitos subjectivos.
O direito subjectivo tem uma relação de dependência com o direito
objectivo na medida em que só existirá se este o último o prever
TRABALHO PRÁTICO
Analise a Lei que permitia a escravatura do ponto de vista do
Direito Positivo, do Direito Vigente e do Direito Natural
OBJECTIVOS DO CAPÍTULO:
Findo este capítulo o estudante deverá ser capaz de:
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26 UNIDADE I – A ORDEM JURÍDICA COMO FENÓMENO SOCIAL
1. DIREITO E TÉCNICA
Alguns autores tomam a ordem técnica como sendo elemento das
ordens normativas da sociedade. Outros sustentam ser a ordem
normativa no seu todo que tem como suporte as normas técnicas e
normas éticas, sendo nesta última onde teriamos a ordem jurídica,
ou seja, o Direito.
Seja como for, a existir uma alguma ordem técnica como parte das
ordens normativas da sociedade, seria tal como a ordem jurídica,
expressa por leis.
Através de um exemplo podemos clarificar as diferenças entre o
Direito e à Técnica. É no domínio do conhecimento técnico em
física, que a composição do hidrogénio e oxigénio resulta em água
(H2O). No domínio das ciências matemáticas e exactas ensina-se
que a raíz quadrada de quatro é igual a dois. Ou a soma dos
quadrados dos catetos é igual a hipotenusa. Todas estas são regras
técnicas que, por não serem imperativas não podem ser impostas
com recurso à força pública, porque são regras de resultado, que
interessam à técnica.
Ninguém pode ser sancionado com recurso aos poderes e força
pública por não acertar a equação que resulte no ácido sulfúrico
(H2SO4). O que pode acontecer é que esse indivíduo, no caso de
errar, será tido por tecnicamente incompetente, salvo nos casos em
que essa incompetência tenha sido relevante para a verificação do
dano ou a lesão do bem jurídico.
Contrariamente, o Direito exprime-se por leis que não condicionam
o resultado. A lei estabelece no artigo 393 do Código Penal que
"quem estuprar mulher virgem, menor de 12 anos, contra sua
vontade será condenado na pena de oito a doze anos de prisão
maior".
O violador deste dispositivo legal, o estuprador, não será apenas
censurado pela sociedade, nem considerado tecnicamente
incompetente, será punido merecidamente, com a pena de prisão
maior de doze a dezasseis anos.
Todos nós nos recordamos de um dos pensadores primários
universais, Galileu Galilei, que teve de sucumbir à inquisição por
se recusar a negar a sua própria descoberta de ser a terra que gira à
volta do sol e não o contrário. No entanto, se se entendesse
tecnicamente não ser a terra que gira à volta do sol (por erro), tal
não daria lugar à sanção. Galileu não foi vítima de uma sanção pela
lei técnica mas sim de uma lei humana, no caso concreto, uma lei
religiosa que na altura se confundia com o Direito.
Podemos deste modo concluir que o Direito é dominado pela
necessidade e pela imperatividade, enquanto a técnica tem na
necessidade de um resultado em vista o seu suporte, podendo ser
imposta com recurso à força pública, sempre que possível e
INTRODUÇÃO AO DIREITO I
2. DIREITO E JUSTIÇA
Desde logo referir que o Direito é distinto da justiça porque esta é
uma das finalidadeS da ordem jurídica. O Direito prossegue
determinados fins que interessam à convivência sã entre os
cidadãos e esses fins são designadamente: o bem comum, a justiça,
a segurança e a harmonia social. Por outras palavras, a justiça
social é um dos produtos que o Direito tem em vista.
Não restam dúvidas que este fim do Direito muitas vezes se fica
por alcançar neste mundo cada vez mais comercial em detrimento
do elemento humano. Existem ainda Estados onde os indivíduos
têm convivido com leis injustas degfraudando este sagrado fim do
Direito, como é o caso flagrante do Zimbabué de Robert Mugabe.
Sendo a justiça um fim nobre que o Direito tem em vista alcançar
podemos inferir ser o este diferente daquele.
3. DIREITO E ESTADO
A distinção entre os conceitos de Direito e de Estado tem sido
largamente discutida na matéria relativa às caracteristicas das
normas jurídicas, que teremos oportunidade de aprofundar na
Unidade II desta disciplina.
Por hora vale clarificar que são dois os aspectos discutidos:
- O sentido de que o Estado e o Direito são uma e a mesma
realidade;
- O sentido de que o Direito, para o ser, há-de ter necessariamente
origem estadual.
Como se verá a frente, este entendimento não é defensável. Desde
logo, porque o Estado e o Direito na sua conceptualização têm
sentidos diversos e porque o Estado não é detentor do monopólio
de criação do Direito. As autarquias e as diversas organizações
sociais produzem leis, regulamentos ou posturas. As comunidades
socias produzem regras não contrárias à lei. As sociedades
produzem o costume, fonte do Direito de que nao depende da boa
vontade do Estado.
Para uma melhor compreensão passaremos ao detalhe começando
pela noção de Estado.
A mais vulgar definição seria considerar o Estado como um povo
politicamente organizado num dado território.
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28 UNIDADE I – A ORDEM JURÍDICA COMO FENÓMENO SOCIAL
TRABALHO PRÁTICO
Poderá ser responsabilizado o engenheiro responsável pela
construção de uma ponte se esta por ventura ceder e acabar por
perder a vida o servente que trabalhava na mesma, se ficar provado
que tal deveu-se a um erro de cálculo do engenheiro?
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30 UNIDADE I – A ORDEM JURÍDICA COMO FENÓMENO SOCIAL
DIREITO E TÉCNICA
DIREITO E JUSTIÇA
DIREITO E ESTADO
AVALIAÇÃO DE INTRODUÇÃO AO
DIREITO
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32 UNIDADE I – A ORDEM JURÍDICA COMO FENÓMENO SOCIAL
ll
Entretanto, o único espaço em que tal poderia ser feito era composto
em 50 % de vegetação de mangal que, no entanto, há muito que se
encontrava seca. Ignorando todos os apelos que foram feitos pelas
associações protectoras do ambiente, segundo o qual o local era
impróprio para a construção, uma vez que a qualquer altura o mangal
poderia voltar a estar coberto de água do mar, e sem ter, previamente,
elaborado uma avaliação de impacto ambiental, Mendes seguiu com a
sua obra.
Com efeito, nas raras vezes em que se fazia a rua, não respondia à
saudação dos seus vizinhos, ignorando-os por completo.
Bom Trabalho!
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