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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE DESPORTOS
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
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Disciplina: DEF 5132 - Medidas e Avaliações em Educação Física
Profª. Saray Giovana dos Santos

POSTURAL CORPORAL

Através da evolução, os seres humanos assumiram uma postura bípide, que


acabou acarretando uma sobrecarga sobre a coluna e membros inferiores, além de
dificuldades na respiração e no transporte sanguíneo (Magee, 2002). A posição ereta no
homem só foi possível pelas modificações surgidas na coluna, nas quais a cabeça teve
que se equilibrar na porção superior da coluna e assim permitir que os olhos pudessem
ficar voltados para frente; também juntamente com o tronco teve que equilibrar-se sobre
os membros inferiores por meio da cintura pélvica e o corpo todo teve que equilibrar-se
nas plantas dos pés, modificando dessa forma o centro de gravidade (Knoplich, 1986).
A postura é a posição do corpo que envolve o mínimo de sobrecarga das estruturas,
com o menor gasto de energia para o máximo de eficiência na utilização do mesmo
(Kendall, 1998). O termo postura pode ser entendido ainda, como a posição otimizada
mantida com característica automática e espontânea de um organismo em perfeita
harmonia com a força gravitacional, podendo também ser considerado o conjunto de
relações existentes entre um organismo como um todo, e o ambiente que o cerca
(Tribastone, 2001).
A postura é uma resposta neuromecânica que se relaciona com a manutenção do
equilíbrio e tem como objetivo manter a estabilidade músculo-esquelética, sendo definida
pela Academia Americana de Ortopedia como um inter-relacionamento relativo das
partes do corpo, caracterizada pelo equilíbrio entre os ossos, músculos, tendões,
ligamentos e estruturas que sustentam e protegem o corpo contra agentes externos ou
internos, que de uma forma ou de outra atuam na tentativa de quebrar a harmonia
estática e dinâmica deste equilíbrio (Horak e Nashner, 1986; Lianza, 2001; Wilson et al.,
2006).
A posição na qual um mínimo estresse é aplicado em cada articulação pode ser
considerada como postura correta (Magee, 2002), pois qualquer posição que aumente o
estresse sobre as articulações pode ser denominada postura defeituosa. Para o autor, se
um indivíduo possuir músculos fortes e flexíveis, as articulações adquirem capacidade de
mudar de posição facilmente, não permitindo que estresses se tornem excessivos.
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Má postura

A má postura é aquela em que ocorre um desequilíbrio das várias partes corporais,


induzindo a um aumento da agressão às estruturas de suporte (Knoplick, 2003), estando
ligada a fatores musculares inadequados e, provavelmente a problemas emocionais.
Dentre esses, existem fatores mecânicos de má postura, relacionados com posições
inadequadas e repetitivas que, com o passar dos anos, podem causar distúrbios
músculoesqueléticos e os fatores orgânicos que são doenças cujas dores obrigam a
pessoa a assumir uma postura viciosa, com alinhamento fora do normal, para aliviá-las.
Kisner & Colby (1998), aborda a disfunção postural como sendo um encurtamento
adaptativo dos tecidos moles por haver fraqueza muscular envolvida. Os desequilíbrios
de força e flexibilidade podem predispor a área a lesões ou síndromes de uso excessivo,
nas quais a causa pode ser por maus hábitos posturais prolongados, ou em resultado de
contrações e adesões formadas durante a cicatrização dos tecidos após trauma ou
cirurgia.

Desvio postural

É um desalinhamento na estrutura músculo-esquelética do indivíduo que surge devido a


maus hábitos de postura, doenças e exercícios físicos mal aplicados.

Tipos de desvios

Hiperlordose, hipercifose, retificação torácica, retificação lombar, hiperlordose cervical,


escoliose, geno varo, geno valgo, geno recurvato, geno flexo, pé plano, pé calvo, pé
valgo e pé varo.
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Alinhamento dos ombros


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alinhado varo valgo


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Como sabemos, a maioria dos desvios musculares é oriunda do desequilíbrio


muscular agonista-antagonista. Abaixo segue uma relação de desvios e a principal
musculatura envolvida nos problemas de postura.
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BIBLIOGRAFIA

MAGEE, D. J. Avaliação Musculoesquelética. 3ª ed. Manole, 2002.


KNOPLICH, J. Enfermidades da coluna vertebral: uma visão clínica e
fisioterapêutica. 3 ed., São Paulo: Robe, 2003.
KENDALL, F. P. ; Mc. CREARY, E. K. Músculos: provas e funções. 4º ed. São
Paulo: Manole, 1998.
TRIBASTONE, F. Tratado de exercícios corretivos aplicados à reeducação
motora postural. São Paulo: Manole, 2001.
LIANZA, S. Medicina de Reabilitação. 3º ed. Rio Janeiro: Guanabara Koogan,
2001.
WILSON, E. L.; MADIGAN, M. L.; DAVIDSON, B. S.; NUSSBAUM, M. A. Postural
strategy changes with fatigue of the lumbar extensor muscles. Gait & Posture.
23:348–354, 2006.
HORAK, F.B.; NASHNER, L.M. Central programming of postural movements:
adaptation to altered support-surface configurations. Journal of
Neurophysiology,Bethesda, v.55, n.6, p.1369-1381, 1986.
KISNER, C. ; COLBY, L. A. Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e técnicas.
3º ed. São Paulo: Manole, 1998.

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