Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ISBN: 978-989-20-2329-8
Alexandra Okada
alexandra.okada@gmail.com
(The Open University – Knowledge Media Institute)
Resumo
Este artigo visa apresentar alguns projetos internacionais com foco em Recursos
Educacionais Abertos (REA) e discutir sobre o conceito de Aprendizagem Aberta
Colaborativa na web 2.0 através do termo coaprendizagem (colearn 2.0). Os
conceitos apresentados neste artigo tem como base a revisão literária que vem
surgindo recentemente na área de “Open Educational Resources”, e são
fundamentados também em pesquisas e estudos compartilhados por estes projetos
internacionais.
Introdução
As tecnologias Web 2.0 estão transformando o modo como comunicamos com
outras pessoas, como podemos adquirir e assimilar informações, bem como a forma
como construímos conhecimento. Este universo colaborativo em rede possibilita a
sensação de "estarmos sempre em contato ou acessíveis" para a "partilha,
reconstrução e reutilização de informações". Usuários, sejam organizações ou
indivíduos, agora podem criar as suas próprias comunidades, construir
conhecimentos em conjunto e compartilharem conteúdos e experiências através da
aprendizagem aberta colaborativa via web 2.0 (Okada et al, 2011).
Com a expansão de diversas iniciativas acadêmicas e governamentais visando a
ampliação de Recursos Educacionais Abertos (REAs), diversos tipos de materiais
para ensino e aprendizagem com conteúdo aberto estão surgindo em diversos
formatos. Materiais pedagógicos interativos e mais atrativos podem ser remixados,
tais como: arquivos de texto, audio, slides, vídeo, imagem e som. Várias tecnologias
gratuitas para criação de REAs estão surgindo e permitindo que usuários possam
reconstruir e compartilhar novos REAs. Os REAs provenientes desta economia
mista de “conteúdos oficiais” disponibilizados por Instituições Acadêmicas e também
1
E-book: BARROS, D.M.V. et al. (2011) Educação e tecnologías: reflexão, inovação e práticas. Lisboa: [s.n.]
ISBN: 978-989-20-2329-8
O termo Recursos Educacionais Abertos foi criado pela UNESCO em 2002 (Caswell
et al, 2008) e abrange qualquer material educativo, tecnologias e recursos
oferecidos livremente e abertamente para qualquer um uso e, com algumas licenças
para remixagem, aprimoramento e redistribuição. O termo “conteúdo aberto” foi
usado inicialmente por David Wiley para se referir a todos os tipos de materiais
(músicas, vídeo, som e texto) que estão disponíveis para uso em um ambiente
aberto, com licença para utilização, adaptação e compartilhamento. Conteúdo
aberto podem não ter necessariamente uma finalidade educativa. O conceito de
REA surgiu para destacar a produção de conteúdo aberto com objetivos de
aprendizagem.
Nestes últimos anos vários repositórios de REAs (tabela 1) tem possibilitado amplo
acesso de materiais de aprendizagem e alguns deles também tem disponibilizado
tecnologias para aprendizagem colaborativa.
http://labspace.open.ac.uk
OpenCourseWare http://ocw.mit.edu/ MIT (USA)
2
E-book: BARROS, D.M.V. et al. (2011) Educação e tecnologías: reflexão, inovação e práticas. Lisboa: [s.n.]
ISBN: 978-989-20-2329-8
3
E-book: BARROS, D.M.V. et al. (2011) Educação e tecnologías: reflexão, inovação e práticas. Lisboa: [s.n.]
ISBN: 978-989-20-2329-8
4
E-book: BARROS, D.M.V. et al. (2011) Educação e tecnologías: reflexão, inovação e práticas. Lisboa: [s.n.]
ISBN: 978-989-20-2329-8
da web 2.0 como uma plataforma participativa diferente da web anterior – web1.0
denominada como uma interface de navegação. Com a web 2.0, os usuários podem
construir muito mais como criadores participativos do que apenas “navegarem” na
internet como leitores passivos. A tabela 3 apresenta um comparativo da web2.0
com a web 1.0. Com a web 2.0, várias produções são construídas e compartilhadas
por qualquer usuário em diversos formatos tais como textos, apresentações, vídeos,
audios e aplicativos.
Aplicativos da web 2.0 para rede sociais (Tabela 4) permitem a gravação de perfis,
com informações das mais diversas formas e tipos (textos, som, arquivos, imagens,
fotos, vídeos, etc.) que podem ser acessados e visualizados por outras pessoas e
seus contatos. Outra funcionalidade é a formação de grupos por afinidade para
discussões e troca colaborativa de informações, estudos de casos, práticas e teorias
visando aprendizagem social.
5
E-book: BARROS, D.M.V. et al. (2011) Educação e tecnologías: reflexão, inovação e práticas. Lisboa: [s.n.]
ISBN: 978-989-20-2329-8
6
E-book: BARROS, D.M.V. et al. (2011) Educação e tecnologías: reflexão, inovação e práticas. Lisboa: [s.n.]
ISBN: 978-989-20-2329-8
Com o amplo acesso não apenas para navegar, mas também para reutilizar e
remixar, o espaço colaborativo da web 2.0 tem crescido aceleradamente, A
facilidade de acessar, compartilhar, trocar e reconstruir na web 2.0 é uma das
grandes vantagens desta nova geração da internet na qual qualquer usuário – seja
docente, pesquisador, ou um aprendiz - pode participar ativamente sem precisar de
muitos conhecimentos técnicos.
7
E-book: BARROS, D.M.V. et al. (2011) Educação e tecnologías: reflexão, inovação e práticas. Lisboa: [s.n.]
ISBN: 978-989-20-2329-8
8
E-book: BARROS, D.M.V. et al. (2011) Educação e tecnologías: reflexão, inovação e práticas. Lisboa: [s.n.]
ISBN: 978-989-20-2329-8
9
E-book: BARROS, D.M.V. et al. (2011) Educação e tecnologías: reflexão, inovação e práticas. Lisboa: [s.n.]
ISBN: 978-989-20-2329-8
10
E-book: BARROS, D.M.V. et al. (2011) Educação e tecnologías: reflexão, inovação e práticas. Lisboa: [s.n.]
ISBN: 978-989-20-2329-8
O rápido avanço das interfaces abertas colaborativas da web 2.0 para construção
coletiva tem favorecido a rápida disseminação de conhecimento científico, materiais,
tecnologias e metodologias de aprendizagem – denominados Recursos
Educacionais Abertos (REAs), sejam estes de autoria institucional ou popular. O
conceito de REA – “open educational resources” (UNESCO, 2002) emerge com a
filosofia de abertura “openness” que reinforça outras diversas concepções, tais
como, ciência aberta – “open science” (O'MAHONY & FERRARO, 2003;
CEDERGREN 2003), universidade aberta – “open universities” (KAYE & RUMBLE,,
1991), educação aberta – “open education” (DOWNES, 2006) e democracia aberta
– “open democracy” (TZOURIS, 2002).
No entanto, apesar da evolução da web 1.0 para web 2.0 (REILLY, 2005), o simples
uso de interfaces desta segunda geração da web não garantem avanços ou
inovações nas práticas educacionais. Diversos estudos realizados indicam que
muitas interfaces da web 2.0 são subutilizadas quando os referenciais adotados são
baseados ainda na concepção adquirida da web 1.0, caracterizada pelas interfaces
de acesso e navegação, tecnologias de informação e comunicação, e aprendizagem
eletrônica (elearning) restrita ao “uso” e “consumo” de recursos digitais. A web 2.0
que surge para romper este velho paradigma de “transmissão” e “passividade”, é
caracterizada por tecnologias do conhecimento e de redes sociais com interfaces
abertas para colaboração, co-construção, co-autoria, co-parceria, e conhecimento
coletivo. No entanto, para efetivar a quebra da educação focada no instrucionismo
destacamos a importância de inovar o conceito de aprendizagem eletrônica
(elearning) através do conceito co-aprender via web 2.0 (colearn 2.0) – referência
seminal de nossas pesquisas (OKADA, CONNOLY and SCOTT, 2010).
Nossos atuais estudos focam a co-aprendizagem via REAs, na qual usuários podem
atuar como “co-autores críticos”, expandir suas redes sociais e integrar
aprendizagem, pesquisa e formação de forma colaborativa. Através de vários
projetos internacionais nossas pesquisas baseiam-se na integração de referenciais
teóricos e práticos para ampliação e inovação de REAs visando a ampla
participação na construção coletiva de conhecimentos através das interfaces da web
2.0.
A co-aprendizagem , As práticas educacionais abertas via REA , o conhecimento é
uma construção social entre os membros de uma comunidade (Bruffee, 1999).
11
E-book: BARROS, D.M.V. et al. (2011) Educação e tecnologías: reflexão, inovação e práticas. Lisboa: [s.n.]
ISBN: 978-989-20-2329-8
Esta construção social ocorre por meio da interação entre parceiros. FREIRE
(1992) partilha da concepção de cosntrução social do conhecimento através das
múltiplas relações sujeito-objeto-sujeito.
12
E-book: BARROS, D.M.V. et al. (2011) Educação e tecnologías: reflexão, inovação e práticas. Lisboa: [s.n.]
ISBN: 978-989-20-2329-8
13
E-book: BARROS, D.M.V. et al. (2011) Educação e tecnologías: reflexão, inovação e práticas. Lisboa: [s.n.]
ISBN: 978-989-20-2329-8
Para enfrentar estes desafios, compreender como REAs podem ser utilizados com
base na aprendizagem aberta colaborativa e com o apoio da web 2.0 é o referencial
diferenciador do processo educativo online aberto. A aprendizagem aberta se
transforma com as interações pedagógicas múltiplas nas quais os aprendizes como
sujeitos críticos podem contribuir tanto com o processo de aprendizagem, como
também de ensino.
14
E-book: BARROS, D.M.V. et al. (2011) Educação e tecnologías: reflexão, inovação e práticas. Lisboa: [s.n.]
ISBN: 978-989-20-2329-8
Referenciais
URLs
Projeto OpenLearn open.ac.uk/openlearn
Projeto Olnet olnet.org
Projeto OpenScout openscout.net
Projeto Icoper icoper.org
Comunidade Colearn colearn.open.ac.uk
Livro Colearn 2.0 books.kmi.open.ac.uk/cl2oer/
Alexandra Okada http://www.knowledgecartography.com/blog/
REFERÊNCIAS
Atkins, D. E.; Brown, J. S. & Hammond, A. L. A Review of the Open Educational Resources (OER)
Movement: Achievements, Challenges, and New Opportunities. The William and Flora Hewlett
Foundation, http://www.oerderves.org/wp-content/uploads/2007/03/a-review-of-the-open-educational-
resources-oer-movement_final.pdf (2007)
Barker,E.; James, H.; Knight, G; Milligan, C; Polfreman, M. & Rist, R. Long-Term Retention and
Reuse of E-Learning Objects and Materials. Report Commissioned by the Joint Information Systems
Committee JISC [3] (2004)
Caswell, T, Henson, S, Jensen, M. and Wiley, D (2008) „Open Educational Resources: Enabling
universal education‟, The International Review of Research in Open and Distance Learning, Vol. 9,
No. 1, 11 pp. Available from http://www.irrodl.org/index.php/irrodl (Accessed 17 April 2008).
CEDERGREN, Magnus. Open content and value creation. First Monday, 8,(8,), 2003.
http://www.firstmonday.dk/issues/issue8_8/cedergren/. Acessado em Janeiro 2008.
15
E-book: BARROS, D.M.V. et al. (2011) Educação e tecnologías: reflexão, inovação e práticas. Lisboa: [s.n.]
ISBN: 978-989-20-2329-8
UNESCO 2002.
JOHNSTONE, Sally. Open educational resource serve the world. EDUCAUSE Quarterly
Magazine, Volume 28, Number 3, 2005. Disponível em:
http://www.educause.edu/EDUCAUSE+Quarterly/EDUCAUSEQuarterlyMagazineVolum/OpenEducati
onalResourcesServet/157357
HASE, Stewart & KENYON, Chris. Heutagogy: a child of complexity theorySouther Cross University
Australia
http://www.complexityandeducation.ualberta.ca/complicity4/documents/complicity_41k_hasekenyon.p
df /. Acessado em Janeiro 2010.
KAYE, Tony & RUMBLE, Greville. Open Universities – a comparative approach. Prospects Journal,
Springer. Vol. 21, Nr. 2, June, 1991
Lane, A.; Connolly, T.; Ferreira, G.; McAndrew, P. &Wilson, T. Reusing, Reworking and Remixing
Open Educational Resources. Cases ‟n‟ Places: Global Cases in Educational and Performance
Technology, pages 311–319. (2009)
Littlejohn, A. Reusing online resources: a sustainable approach to E-learning. Open and flexible
learning. London, UK: Kogan Page. (2003)
O'MAHONY, Siobhán. & FERRARO, Fabrizio. Managing the boundary of an 'Open' project, 2003.
http://opensource.mit.edu/papers/omahonyferraro.pdf Acessado em Janeiro 2009.
OKADA, Alexandra. Knowledge Media Technologies for Open Learning in Online Communities.
IJTKS International Journal of Technology, Knowledge and Society, 3 (5). pp. 61-74. ISSN 1832-
3669, 2007
OKADA, Alexandra; CONNOLY, Teresa & SCOTT, Peter Collaborative Learning 2.0: Open
Educational Resources, Hershey PA: Information Science Reference IGI Global in mimeo
OKADA, A.; BUCKINGHAM SHUM, S.; BACHLER, M. TOMADAKI, E., SCOTT, P., LITTLE A. and
EISENSTADT, M.. Knowledge media tools to foster social learning. In: Hatzipanagos,S. and
Warburton, S., Social Software and developing Community Ontology, Hershey PA: Information
Science Reference IGI Global 2009.
O´REILLY, Tim. What is Web 2.0. Design Patterns and Business Models for the Next Generation of
Software, 2007 http://mpra.ub.uni-muenchen.de/4580/1/ MPRA_paper_4580.pdf Acessado em
Janeiro 2009.
PERKINS, David. Smart Schools: Better Thinking and Learning for Every Child. New York: The free
Press, 1992
16
E-book: BARROS, D.M.V. et al. (2011) Educação e tecnologías: reflexão, inovação e práticas. Lisboa: [s.n.]
ISBN: 978-989-20-2329-8
PERKINS, David. Learning as “Knowing Your Way Around The Neighborhood 2009
http://www.bellowsfoundation.org/interesting-riffs/learning-as-knowing-your-way-around-the-
neighborhood/ Acessado em Janeiro 2010.
Thorpe, M.; Kubiak, C. &Thorpe, K. M. Designing for reuse and versioning. In: Littlejohn, Allison ed.
Reusing online resources: a sustainable approach to E-learning. Open and flexible learning. London,
UK: Kogan Page. (2003)
Totschnig, M; Klerkx, J.; Klobučar,T.; Law, E. ; Simon, B.and Ternier, S (eds.) : ICOPER Deliverable
D1.1: Open ICOPER Content Space Implementation of 1st Generation of Open ICOPER Content
Space including Integration Mini Case Studies. http://www.icoper.org/deliverables/ICOPER_D1.1.pdf
(2010)
Totschnig, M; Klerkx, J.; Derntl, M.; Najjar, J.; Parra, G.; Robertson, J.; Prenner, P.; Cibulskis, G.;
Karazinas E.; Franco A., Rojas I.;Leony D. Karlsson M.; Eriksson H.; Sillaots M.; Madisson A.;
Savitski P.; Bubak J.; Parodi E.; Tenerini P; Klemke R.; Unruh S.; Pekczynski P.and Müller D. (eds.) :
ICOPER Deliverable D1.2: Open ICOPER Content Space Implementation of 2nd Generation of Open
ICOPER Content Space including Integration Mini Case Studies .
http://www.icoper.org/deliverables/ICOPER_D1.2.pdf (2010)
TZOURIS, Menelaos. Software freedom, open software and the participant's motivation - a
multidisciplinary study. http://opensource.mit.edu/papers/tzouris.pdf. Acessado em Janeiro 2008.
UNESCO - Forum on the Impact of Open Courseware for Higher Education in Developing
Countries. Paris, 1-3 July 2002 http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001285/128515e.pdf
UNESCO – Forum Theme: Taking OER beyond the OER Community: Policy and Capacity. 23 - 29
September 2010 . Disponível em:
http://oerworkshop.weebly.com/uploads/4/1/3/4/4134458/forum_summary.pdf
WILLINSKY, John. The access principle: the case for open access to research and scholarship.
Cambridge: MIT Press, 2006.
Wiley, D. A. The Instructional Use of Learning Objects: Online Version. Accessed April 2009:
http://reusability.org/read/chapters/wiley.doc (2000)
17
E-book: BARROS, D.M.V. et al. (2011) Educação e tecnologías: reflexão, inovação e práticas. Lisboa: [s.n.]
ISBN: 978-989-20-2329-8
18