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Sumário

FICHA DO CURSO 2

OBJETIVO 2
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 2
METODOLOGIA 4
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 4
CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR 4

Unidade I – Noções Preliminares 5

Unidade II – Estática Patrimonial 6

Unidade III – Procedimentos Contábeis Básicos 11

Unidade IV – As Variações do Patrimônio Líquido e a Formação do Resultado 16

Unidade V – Balanço Patrimonial 21

Unidade VI – Operações com Mercadorias 32

Unidade VII – Estrutura das Demonstrações Contábeis 40

Unidade VIII – Princípios e Convenções Contábeis 43

Anexos: Lei n 11.638, de 28-12-2007 ............49


Extrato da Lei 6.404/76 ............55

Exercícios de Fixação (Serão entregues pelo professor)


OBJETIVO:
Apresentar aos alunos as técnicas de elaboração das demonstrações contábeis visando a análise
e tomada de decisão.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

Unidade I - NOÇÕES PRELIMINARES

1.1 – Conceitos
1.2 – Principais Usuários
1.3 – Especializações da Contabilidade
1.4 – Técnicas da Contabilidade

Unidade II - ESTÁTICA PATRIMONIAL

2.1 – Componentes Patrimoniais Básicos


2.2 – Representações do Patrimônio
2.3 – Bens
2.4 – Direitos
2.5 – Obrigações
2.6 – Configurações do Capital e Situações Líquidas
2.7 – Denominações do Capital
2.8 – Origem e Aplicações de Recursos

Unidade III - PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS BÁSICOS

3.1 – Contas
3.2 – Plano de Contas
3.3 – Livros Contábeis e Fiscais
3.4 – Débito e Crédito
3.5 – Mecanismo de Débito/Crédito
3.6 – Método das Partidas Dobradas
3.7 – Partidas de Diário
3.8 – Balancete de Verificação
3.9 – Atos e Fatos Contábeis

Unidade IV - AS VARIAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO E A FORMAÇÃO DO


RESULTADO

4.1 – Causas
4.2 – Período Contábil
4.3 – Formação do Resultado
4.4 – Receitas e Despesas
4.5 – Regime de Competência
4.6 – Mecanismo de Débito/Crédito no Resultado
4.7 – Demonstração do Resultado do Exercício/DRE

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Unidade V - BALANÇO PATRIMONIAL

5.1 – Conceito
5.2 – Critérios de Classificação de Ativos
5.3 – Critérios de Classificação de Passivos
5.4 – Critérios de Classificação dos Resultados de Exercícios Futuros
5.5 – Critérios de Classificação do Patrimônio Líquido de acordo com a Lei das S/A
5.6 – Reservas
5.7 – Provisões
5.8 – Procedimentos para Levantamento do Balanço Patrimonial

Unidade VI – OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

6.1 – Sistemas de Inventário


6.2 – Sistemas de Inventário Periódico
6.3 – Sistemas de Inventário Permanente
6.4 – Outros Elementos de Operações com Mercadorias
6.5 – Considerações Adicionais sobre o Inventário
6.6 - Análise da Área Fiscal

Unidade VII - ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

7.1 – Relatório da Diretoria


7.2 – Demonstrações Financeiras
7.3 – Notas Explicativas
7.4 – Parecer dos Auditores

Unidade VIII – PRINCÍPIOS E CONVENÇÕES CONTÁBEIS

8.1 – Princípios Contábeis (Resolução CFC N 750/93)


8.2 – Convenções Contábeis
8.3 – Quadro Comparativo

METODOLOGIA

Exposição dos temas com debates abertos. Apresentação de embasamento teórico dos assuntos
seguidos da aplicação de Exercícios.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

Iudícibus, Sérgio e outros. Contabilidade Introdutória. São Paulo: Atlas, 9ª Edição, 1.998.

Iudícibus, Sérgio e outros. Curso de Contabilidade para não contadores . São Paulo: Atlas,
2ª Edição, 1.999.

Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras/FIPECAFI. Manual de


Contabilidade das Sociedades por ações, aplicável às demais sociedades. São Paulo: Atlas,
5ª Edição, 2.000.

Normas Brasileiras de Contabilidade. CFC.


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CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR:

SERGIO BARBOSA é Contador, Administrador, Professor Universitário, Pós-Graduado


em Contabilidade Empresarial e Gerência de Recursos Humanos e Mestrando em
Economia Empresarial pela Universidade Cândido Mendes. Experiência profissional de
mais de 25 anos em empresa de grande porte, além de reunir experiência como perito-
contábil na área judicial e extrajudicial e Auditoria. Sócio-Gerente e Responsável Técnico
da empresa Sergio Barbosa Assessoria Contábil Ltda.
E-mail:sergiocbarbosa@globo.com; sergiobarbosal@sbcontabil.com.br
site: www.sbcontabil.com.br

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UNIDADE I – NOÇÕES PRELIMINARES

1.1 Conceito

A Contabilidade representa uma técnica ou procedimento que tem por objetivo


registrar, captar, acumular e interpretar os fenômenos econômicos e financeiros que afetam o
patrimônio de uma entidade, com o objetivo de fornecer informações úteis aos diversos
usuários da informação contábil. Este conceito pode divergir entre outros autores e estudiosos
da classe contábil que adotam a conceituação de “Arte” ou “Ciência”.

1.2. Principais Usuários

São usuários da informação contábil todos aqueles interessados em preservar uma


informação, mantendo o registro desta, optando por uma maior segurança e facilidade de
gestão de seus recursos.
Os usuários serão grupados em indivíduos, governos, bancos, acionistas e outros
tratados como usuários externos ou no grupamento denominado de usuários internos em que
estão inseridos aqueles cujo interesse restringem-se ao universo da entidade como Gerentes,
Sócios, Administradores e outros de interesse direto na entidade em questão.

1.3 Especialização de Contabilidade

As atividades profissionais abrangidas pela Contabilidade estendem-se do Contador ao


Diretor de Controladoria. As funções mais conhecidas além das de Contador são as de Técnico,
Analista, Controller, Gerente, Auditores, Peritos e todas atividades que utilizam-se de
conhecimentos contábeis.

1.4 Técnicas da Contabilidade

Para o desenvolvimento de suas atividades a Contabilidade utiliza-se das técnicas de:


 Escrituração – Formado pelo registro dos fatos de ordem econômica e financeira
relacionados à entidade. Esta técnica é formalizada pelas “partidas de diário” em livros
contábeis;
 Demonstrações Contábeis – Demonstração expositiva dos fatos contábeis executados pela
técnica de Escrituração, resultando em Balanços Patrimoniais e outras demonstrações
contábeis;
 Auditoria – Técnica concebida para atestar a fidedignidade do conteúdo das demonstrações
contábeis;
 Análise de Balanços – Considerada a técnica mais refinada da Contabilidade, é
representada pela análise interpretativa das demonstrações contábeis.

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UNIDADE II – ESTÁTICA PATRIMONIAL

2.1 Componentes Patrimoniais Básicos


O patrimônio, do ponto de vista contábil, é formado pelos bens e direitos pertencentes a
entidade, além das obrigações assumidas por esta, que são colocados em operação com a
finalidade de gerar renda. Podemos, então, afirmar que o patrimônio é o conjunto de bens,
direitos e obrigações.

Na contabilidade, o patrimônio é apresentado num relatório contábil denominado


balanço patrimonial, que é estruturado nos seguintes componentes básicos:

 Ativo – Componente que representa a “parte positiva” do Patrimônio, formado pelos bens e
direitos da entidade, apresentados no lado esquerdo do Balanço Patrimonial.
 Passivo – Representa a “parte negativa” do Patrimônio, formado pelas obrigações
assumidas pela entidade, ou seja, suas dívidas, em regra geral, este componente é
apresentado no lado direito do Balanço Patrimonial.
 Patrimônio Líquido (PL) – É o Componente Patrimonial que representa a diferença entre o
Ativo e o Passivo1 da entidade. As contas a serem registradas no PL se caracterizam por
não reunirem condições de classificação nos componentes do Ativo ou Passivo da
entidade. Neste componente está registrado o Capital Social, que representa o montante de
recursos dos sócios inserido no negócio.

2.2 Representações do Patrimônio

O Patrimônio da entidade, formado pelos bens, direitos e obrigações da entidade, pode


ser representado de forma matemática ou gráfica como a seguir:
Graficamente:
Matematicamente: BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo Passivo
PL = A - P
(Bens+Direitos) (Obrigações)

Parimônio Líquido

(AxP)

2.3 Bens

Os bens se classificam em:

Quanto à substância
Tangíveis - aqueles que possuem forma física, são palpáveis, ocupam espaço.
Ex.: mesas, cadeiras, veículos, etc.

1
Do ponto de vista da teoria contábil o lado direito do balanço patrimonial é subdividido em dois componentes
básicos: o Passivo e Patrimônio Líquido. No entanto, a Lei das S/A  6404/76  no parágrafo 2o. do artigo 178,
nomeia o lado direito como Passivo, gerando desta forma uma confusão com a nomenclatura utlizada nesta
demonstração contábil.
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Intangíveis - são aqueles que não possuem forma física, são incorpóreos, não ocupam espaço.
Ex.: Marcas, patentes, direitos autorais.

Quanto a Mobilidade
Móveis – Aqules que podem ser removidos sem risco de danos e avarias.
Ex.: Veículo, Máquinas, Equipamentos, Dinheiro, Gado, etc.

Imóveis – Aqueles que não podem ser removidos sob risco de danos ou destruição.
Ex.: edifícios, construções, reservas florestais, etc ...

Obs.: Por exceção prevista em Lei, os navios e aviões de bandeira estrangeira são considerados
bens imóveis, uma vez que são tratados como parte de território nacional.

2.4 Direitos

São os valores de propriedade da empresa que estão na posse de terceiros, como


dinheiro depositado em bancos, valores a receber de terceiros por vendas ou prestação de
serviços efetuadas a prazo, etc.
Ex.: Bancos Conta Movimento; Duplicatas a Receber; Clientes; Promissórias a Receber;
Carnês a Receber, etc.

2.5 Obrigações

São os valores que estão na posse da empresa, mas que são de propriedade de terceiros,
ou seja, as dívidas assumidas pela empresa, como os empréstimos bancários, os impostos a
pagar, os valores a pagar referente a compras e serviços recebidos a prazo.
Ex.: Bancos Conta Empréstimos; Duplicatas a Pagar; Fornecedores; Impostos a Pagar;
Impostos a Recolher; etc.

2.6 Configuração do Capital do Estado Patrimonial e Representações Gráficas – Situação


Líquida

A Situação Líquida de uma Entidade representa a configuração básica da diferença


obtida entre as contas do Ativo e do Passivo, podendo resultar nos seguintes casos:

 A > P - Situação Líquida Positiva, Favorável, Ativa ou Superavitária.

Ex.:

Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Caixa $ 20.000 Contas a Pagar $ 70.000
Contas a Receber $ 80.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social $ 30.000
Total do Ativo $ 100.000 Total do Passivo ($ 100.000)

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 A = P - Situação Líquida Nula ou Compensada.

Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Caixa $ 20.000 Contas a Pagar $ 70.000
Contas a Receber $ 80.000 Fornecedores $ 30.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social $ 50.000
Prejuízos Acumulados ($ 50.000)

Total do Ativo $ 100.000 Total do Passivo ($ 100.000)

 A < P - Situação Líquida Negativa, Deficitária, Passiva ou Desfavorável.

Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Caixa $ 20.000 Contas a Pagar $ 70.000
Contas a Receber $ 70.000 Fornecedores $ 30.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO2
Capital Social $ 50.000
Prejuízos Acumulados ($ 60.000)

Total do Ativo $ 90.000 Total do Passivo ($ 90.000)

2.7 As Denominações do Capital

O termo “Capital” denota recursos. Estes podem ser financeiros (dinheiro) ou


materiais (imóveis, veículos ou outros). A sua avaliação será modificada se interpretada pelo
aspecto ‘financeiro/monetário’ ou sob a ótica da sua classificação contábil como se segue:

 Capital Social, Capital Nominal ou Capital:


Classificação contábil atribuída a conta que registra o montante dos recursos dos sócios
inserido no negócio. Esta conta está representada no Patrimônio Líquido.

 Capital Próprio:
Parcela de recursos que representa o montante da própria entidade, descrito no P.L.

 Capital de Terceiros:
Representa a parcela de recursos que pertence a grupos alheios à sociedade, está demonstrado
no Balanço Patrimonial no Passivo Exigível

 Capital Total a Disposição da empresa:

2
Conforme as normas brasileiras de contabilidade (NBCT 3.2.2.13), implantadas pela Resolução CFC 686, –
onde houver Passivo a Descoberto, devido à sua excepcionalidade, a Entidade deverá modificar a forma habitual
da equação patrimonial, apresentando, de forma vertical, o ativo diminuído do passivo, tendo como resultado o
Passivo a Descoberto. O referido normativo esclarece que “Na hipótese do passivo superar o ativo, a diferença
denomina-se "Passivo a Descoberto"”.
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Representa a parcela de recursos de terceiros e da própria entidade que está inserida no
patrimônio, está demonstrado no Ativo.

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO CAPITAL

Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
( Bens + direitos) (Obrigações)
Capital Total a disposição $ 100.000 Capital de Terceiros $ 30.000
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
(A - P)
Capital Próprio $70.000

EQUACÃO PATRIMONIAL

O Balanço Patrimonial, que lembra uma Balança de dois pratos, reflete a equação
patrimonial, tanto assim que podemos traduzir este termo por “igualdade patrimonial”, ou seja,
a representação do patrimônio sob a forma de uma igualdade, que é a equação patrimonial
expressa da maneira por “Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido”. Note-se que sempre a
balança deverá ter seus pratos em equilíbrio

ATIVO PASSIVO
+ + +
PATRIMÔNIO LÍQUIDO

2.8 Origens e Aplicações de Recursos

Você pode visualizar as origens e as aplicações de recursos no Balanço Patrimonial. O


lado Passivo mostra de onde a empresa obteve os recursos. O lado Ativo mostra onde ela
aplicou os referidos recursos. Logo:

1. PASSIVO = ORIGENS DOS RECURSOS.

Os recursos totais que estão à disposição da empresa podem originar-se de duas fontes:

a. Capitais de Terceiros: Também conhecido como capital externo, capital alheio ou recurso
de terceiros. Corresponde as obrigações que a empresa utiliza no seu giro normal. Estes
recursos são oriundos de duas fontes:

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 DÉBITO DE FUNCIONAMENTO – Obrigações que surgem em decorrência da
gestão normal da empresa.
Ex.: Fornecedores, Impostos a Recolher, Salários a Pagar, etc.

 DÉBITO DE FINANCIAMENTO – Recursos que a empresa obtém junto a terceiros


em forma de empréstimo.
Ex.: Bancos Conta Empréstimo, Promissórias a Pagar, Debêntures, Leasing, etc.

b. Capitais Próprios: Também conhecido como Capital Interno e Recursos Próprios.


Também podem provir de duas fontes:

 PROPRIETÁRIOS OU SÓCIOS – Parcela do capital que foi investida na empresa pelo


titular ou pelos sócios/acionistas. Este recurso representa uma fonte de recursos do
capital próprio de origem externa.

 GIRO NORMAL – Acréscimos ocorridos no PL em decorrência da gestão normal da


empresa. Esses acréscimos são obtidos pelos lucros (lucros acumulados e reservas).

2. ATIVO – APLICAÇÕES DOS RECURSOS.

Este lado do gráfico (Balanço Patrimonial) mostra onde a empresa aplicou os recursos que
têm a sua disposição. Vejamos:

BALANÇO PATRIMONIAL

APLICAÇÕES DE RECURSOS ORIGENS DE RECURSOS

ATIVO PASSIVO

BENS OBRIGAÇÕES:
Capitais de Terceiros
DIREITOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO:
Capitais Próprios

TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO

OBS.: A soma dos capitais de terceiros (obrigações) com os Capitais Próprios (Patrimônio
Líquido) representará o Capital Total à disposição da empresa ou Patrimônio Bruto
(total do Passivo).

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UNIDADE III – PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS BÁSICOS

3.1 Conta

Local onde são fisicamente registrados os fatos contábeis. Basicamente existem dois
tipos de contas: as contas Patrimoniais ou Integrais – as que existem nos Componentes
Patrimoniais Básicos (Ativo, Passivo e PL) e as contas de Resultado ou Diferenciais –
formadas apenas por Receitas e Despesas.

3.2 Plano de Contas

Elenco de contas, organizado de modo específico à Contabilidade da entidade. Ex.:

1. Ativo
1.1. Circulante
1.1.1. Disponível
1.1.1.1 Caixa
1.1.1.1.0001 Caixa / RJ
1.1.1.1.0002 Caixa / SP

O Plano de Contas é largamente utilizado como instrumento de controle interno na área


de fiscalização pelo Banco Central – através do COSIF – e da Receita Federal que institui um
modelo de demonstrações contábeis com as contas previamente definidas para fins de
elaboração da Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (DIPJ).

A correta elaboração do Plano de Contas pode auxiliar a se evitar erros e fraudes


contábeis, especialmente evitando-se a nomenclatura de contas semelhantes (Salários/Despesa
e Salários/Passivo por exemplo).

3.3 Livros

As atividades desempenhadas pela contabilidade de uma entidade, em regra, utiliza os


seguintes livros:

 Contábeis
Diário - livro que registra as operações contábeis em ordem seqüencial, diária;
Razão - livro em folhas soltas, que registra os aumentos e diminuições das contas de forma
individual.

 Auxiliares
São livros de características fundamentalmente administrativas, cuja finalidade é o de auxiliar a
Contabilidade no detalhamento de determinadas informações.
Ex.: Livro de Controle de Cobranças, Livro de Controle de Aplicações Financeiras, etc.

 Fiscais
São livros que existem com o objetivo de atender as exigências dos órgãos fiscalizadores.
Ex.: Livro de Apuração do ICMS, Livro de Registro de Empregados, etc.

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3.4 Débito e Crédito

São termos utilizados pela Contabilidade para o registro dos aumentos e diminuições
nos componentes patrimoniais. O débito é registrado sempre ao lado esquerdo do razonete
enquanto o crédito do lado direito. Ex.:

QUALQUER CONTA
Débitos Créditos
( lado esquerdo) (lado direito)

Razonete ou conta ‘T’

3.5 Mecanismo do Débito e Crédito

 Contas do Ativo - aumentarão com débitos e diminuirão com créditos;

 Contas do Passivo e do PL - aumentarão com créditos e diminuirão com débitos.

RESUMO DO MECANISMO DE DÉBITO E CRÉDITO

Quaisquer contas de:


Aumentarão com: Diminuirão com:
Ativo – Ex.: Caixa DÉBITOS CRÉDITOS
Passivo – Ex.: Ctas. a pagar CRÉDITOS DÉBITOS
Patrimônio Líquido – Ex. Capital CRÉDITOS DÉBITOS

*Macete 1: Memorize que a conta “Caixa” (Dinheiro=Bens=ATIVO)possui um


funcionamento contrário à lógica comercial (aumenta com débito e diminui com crédito).

3.6 Método das Partidas Dobradas

É um método que determina em caráter universal que, em cada operação, no seu


registro, o total de débitos deve corresponder ao mesmo valor em créditos, em uma ou mais
contas e vice-versa.

Ex.: Retiraram $ 10.000 do cofre: depositou $ 5.000, na conta bancária; comprou mesas e
cadeiras, à vista, com $ 5.000, conforme NF no. 002.

D = Bco. Cta. Mov. $ 5.000


D = Móveis e Utensílios $ 5.000
C = Caixa $ 10.000

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3.7 Partidas de Diário

Representa o registro das operações no Livro Diário sob uma forma padronizada.
As partidas de Diário devem conter, obrigatoriamente, as seguintes informações apresentadas
no formato a seguir.

DATA DA OPERAÇÃO

CONTA (S) DEBITADA (S)


a CONTA (S) CREDITADA (S) ___ $ VALOR
HISTÓRICO DESCRITIVO DA OPERAÇÃO

Indicativo da (s) Conta (s) Creditadas (s)

As partidas de Diário representam o modo de se formalizar o registro das operações sob


a ótica da Contabilidade e se classificam nas seguintes fórmulas de lançamento:

 1a. Fórmula ou Partida Simples: Uma conta debitada para uma conta creditada.
Ex.: 11/08

Estoques
a Banco conta movimento $ 1.000
HIST. Valor ref. A compra de matéria
prima à vista pelo cheque 004 e NF0020.

 2a. Fórmula : Uma conta a débito e duas ou mais a crédito.


Ex: 11/08

Estoques
a Diversos
a Caixa $ 200
a Bancos cta. mov. $ 800
HIST. xxxxx

 3a. Fórmula : Duas ou mais contas debitadas para uma conta creditada.
Ex: 11/08
Diversos
a Caixa
Móveis e Utensílios $ 800
Máquinas e Equiptos. $ 1.200
HIST. xxxxx

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 4a. Fórmula : Duas ou mais contas debitadas para duas ou mais contas creditadas.
Ex: 11/08

Diversos
a Diversos
Móveis e Utensílios $ 800
Máquinas e Equiptos $ 1.200
a Caixa $ 200
a Duplic. a Pagar $1.800
HIST. xxxxx

*Macete 2: Memorize a tabela:

FÓRMULAS D C Nº
1ª Fórmula 1 1 = 11
2ª Fórmula 1 2 = 12
3ª Fórmula 2 1 = 21
4ª Fórmula 2 2 = 22

3.8 Balancete de Verificação

Representa um relatório extra-contábil que tem por objetivo identificar os saldos


devedores e credores de lançamentos contábeis, dentro de determinado período contábil:

Ex.:
Viação Aérea Vá-se S/A
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO EM 31/12/X9

CONTAS SALDOS
DÉBITOS CRÉDITOS
Imóveis 30.000 ---
Veículos 20.000 ---
Ctas. a pagar --- 30.000
Bco. cta. movimento 20.000 ---
Capital Social --- 40.000
Totais $ 70.000 $ 70.000

3.9 Atos e Fatos Contábeis

 Atos Administrativos: São eventos que não provocam alteração do patrimônio.


Ex.: Admissão de um empregado.

 Fatos Contábeis: São eventos que provocam alterações no patrimônio da entidade.


Ex: Pagamento de aluguel do mês.

Os Fatos Contábeis classificam-se em :

 Permutativos: São Fatos Contábeis que ocorrem entre contas patrimoniais.


Ex: Compra de um veículo à vista.

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 Modificativo Aumentativo: São Fatos Contábeis que ocorrem aumentando o patrimônio
da empresa.
Ex: Venda de um serviço à vista.

 Modificativo Diminutivo: São Fatos Contábeis que ocorrem diminuindo o patrimônio da


entidade.
Ex: Pagamento dos salários do mês.

 Misto aumentativo e diminutivo: São Fatos Contábeis que combinam fatos permutativos e
aumentativos aumentando ou diminuindo o patrimônio da entidade.
Ex: Venda de um veículo por $ 20.000, recebendo 50 % à vista, em espécie, 50 % na conta
bancária, sabendo que seu custo fora $ 18.000.

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UNIDADE IV – AS VARIAÇÕES DO PL E A FORMAÇÃO DO RESULTADO

4.1 Principais causas:

O Patrimonio Líquido pode se alterar, basicamente por:

 Aumento e Diminuição no Capital Social por parte dos sócios;


 Através da capitalização do Resultado obtido do confronto entre as Receitas e as Despesas
em determinado Período Contábil.

4.2 Período Contábil

Espaço de tempo definido pela Contabilidade de uma entidade para apuração do


Resultado. No Brasil este período segue o Exercício Fiscal ou Ano-calendário, iniciando-se em
1º de janeiro e encerrando-se em 31 de dezembro de cada ano.

4.3 Resultado:

Produto resultante do confronto das Receitas e Despesas de determinado Período


Contábil podendo apresentar:

Receita > Despesa = LUCRO


Receita < Despesa = PREJUÍZO

4.4 Receitas e Despesas

Receitas são aumentos de ativo decorrentes de uma operação de:

 Venda de produtos;
 Venda de mercadorias;
 Vendas de serviços;
 Ganhos financeiros;
 Ganhos eventuais.

As Receitas devem ser registradas de acordo com o princípio contábil da Realização da


Receita, ou seja, quando forem realizadas, no momento em que ocorrer a entrega do bem ou
serviço em troca de um Ativo.

*Macete 3: As cinco operações lembram uma “mão”, com cinco dedos.

Despesas são gastos que reduzem o PL, o consumo de ativos ou aumento de passivos que
objetivam direta ou indiretamente provocar um aumento do Patrimônio Líquido, superior a
diminuição que a Despesa provoca.
Ex.: salários, energia, treinamento, etc.

4.5 Regime de Competência

Princípio contábil representado pelos princípios contábeis da Realização das Receitas


(citado anteriormente) e do Confronto das Despesas que determina em caráter universal que as

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Receitas, Custos e Despesas serão registradas em função da ocorrência do fato gerador que
motivou a despesa, independente do seu pagamento ou liquidação financeira.

Difere, portanto, do regime de caixa, em que são consideradas receitas e despesas do


exercício, as que efetivamente são recebidas e pagas dentro desse período no ato da
movimentação financeira.
Ex.: Salários de Setembro, pagos em Outubro, no valor de R$ 15.000

O registro da Despesa em Setembro (mediante o fato gerador):


Despesa de salários
a Salários a pagar R$ 15.000

O registro do Pagamento em Outubro (mediante o desembolso financeiro):


Salário a pagar
a Banco Conta Movimento R$ 15.000

4.6 Mecanismo de Débito e Crédito

As Receitas aumentarão com Créditos e diminuirão com Débitos enquanto que as


Despesas, aumentarão com débitos e diminuirão com créditos.

 Lógica de Receitas X Despesas


Receita > Despesa = LUCRO  PL  + CR
Receita < Despesa = PREJUÍZO  PL  + DB

Observe como isto funciona pelos exemplos a seguir:

 Em 01/11 efetuaram o pagamento do IPTU no valor de $ 1.200 em cheque:


01/11 Despesas c/ Impostos
a Bco. Cta. Mov. $ 1.200

 Em 02/11 receberam o boleto do aluguel para pagamento no próximo dia 05 no valor de $


3.000:
02/11 Despesa de Aluguel
a Aluguéis a pagar $ 3.000

 Em 10/11 efetuaram o resgate de uma aplicação financeira no valor de $ 8.000 acrescida de


rendimento de 10%:
10/11 Bco. Cta. Mov.
a Diversos
a Aplicações Financeiras $ 8.000
a Receita Financeira $ 800 $ 8.800

 Em 20/11 prestaram serviços, recebendo pelo mesmo o valor de $ 2.000 depositados na


conta bancária.
20/11 Banco Conta Movimento
a Receita com Serviços $ 2.000

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4.7 Demonstração do Resultado do Exercício
É a demonstração contábil que tem por objetivo discriminar a composição das Receitas
e Despesas ocorridas em determinado período contábil, detalhando a formação do Lucro ou do
Prejuízo ocorrido no período:

Companhia ABC CNPJ Nº. 00.000.000/0000-00


Demonstração do Resultado do Exercício Findo em 31 de dezembro
Em $ mil, exceto lucro por ação.
19X2
Receita Bruta de Vendas $ 21.205
Vendas $ 19.050
Serviços $ 2.155

Deduções da Receita Bruta (Abat.Imp.s/Vendas, Ded.) ($ 3.130)


Receita Líquida de Vendas $ 18.075
Custo Mercadorias e Serviços Vendidos (CMV/CSV) ($ 14.087)
Lucro Bruto $ 3.988
Despesas Operacionais
Despesas com Vendas ($ 993)
Despesas Administrativas ($ 606)
Despesas Financeiras Líquidas ($ 525)

Outras Receitas e Despesas Operacionais


Resultado de Participações Societárias ($ 125)

Resultado Operacional $ 1.739

Resultado não Operacional


Ganhos não Operacionais $ 48
Perdas não Operacionais ($ 10)

Resultado antes do Imposto de Renda $ 1.777


Imposto de Renda e Contribuição Social ($ 586)
Participações no Resultado
Dos Empregados ($ 119)
Dos Administradores ($ 59)

R E S U L T A D O:
Lucro Líquido $ 1.013
Lucro por Ação $ 2,25

Como o saldo final da conta Resultado é credor, o resultado do exercício é um Lucro e


deverá ser transferido para Lucros ou Prejuízos Acumulados, encerrando-se, pois, a conta
Resultado.
Os principais grupamentos de contas dessa demonstração são os seguintes:

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 Receita Bruta das Vendas de Bens e Serviços

São classificadas nesse grupo de contas as receitas relacionadas com o objetivo social da
empresa. Por exemplo, se a empresa é uma fabricante de máquinas de lavar, as receitas
provenientes das vendas das máquinas de lavar são classificadas nesse grupo de contas.

 Deduções de vendas, abatimentos e impostos

São classificadas nesse grupo de contas as devoluções de vendas, abatimentos em função


do valor ter sido faturado a maior, os impostos incorridos sobre vendas, tais como, ICMS, PIS,
COFINS e ISS.

 Custo das mercadorias e serviços vendidos (CMV/CSV)

São classificados nesse grupo de contas os custos efetivamente incorridos para realizar a
receita bruta. No caso de uma empresa que vende bens, esses custos representam transferências
da conta de produtos acabados do balanço patrimonial. No caso de uma empresa prestadora de
serviços, esses custos compreendem todos os gastos incorridos na prestação do serviço, tais
como: salários e encargos sociais do pessoal que prestou o serviço, etc.

 Despesas com vendas

São registradas nesse grupo de contas todas as despesas incorridas necessárias para se
efetuar a venda, tais como: propaganda, comissão dos vendedores, frete dos produtos vendidos,
etc.

 Despesas financeiras - Receitas financeiras

No grupo das despesas financeiras, são classificadas as despesas incorridas com a


utilização de recursos de terceiros, tais como: juros, correção monetária, variação cambial,
comissão bancária na abertura de financiamentos, impostos sobre operações financeiras, etc.
No grupo das receitas financeiras, são classificadas as receitas auferidas em função de terceiros
utilizarem os recursos da empresa, como, por exemplo: juros sobre duplicatas de clientes pagas
em atraso, rendimentos provenientes de aplicações em RDB, CDB e etc.

 Despesas gerais e administrativas

São registradas nesse grupo de contas as despesas com a "manutenção da máquina"


administrativa da empresa, como por exemplo: salários e encargos sociais do pessoal
administrativo, luz, água, telefone, limpeza, segurança e depreciação do imobilizado
administrativo.

 Outras receitas e despesas operacionais

São classificadas, nesse grupo de contas, as receitas e despesas operacionais que não se
enquadram como receita bruta e financeira, despesas de vendas, financeiras, gerais e
administrativas, como por exemplo: amortização de despesas pré-operacionais e resultado
negativo ou positivo na avaliação de investimentos por equivalência patrimonial.

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 Receitas não-operacionais

São classificadas, nesse grupo de contas, as receitas auferidas fora do objetivo social da
empresa, como por exemplo: receita na venda de bens do ativo imobilizado e receita na venda
de participações permanentes.

 Despesas não-operacionais

São registradas, nesse grupo de contas, as despesas incorridas fora do objetivo social da
empresa, tais como valor contábil de bens do ativo imobilizado baixados, despesas com multas,
etc.

 Provisão para o imposto de renda

É registrada nesse grupo de contas a participação do fisco no lucro da empresa, que é


atualmente de 15% do lucro real (lucro contábil ajustado para fins de imposto de renda), mais
10% sobre o valor que ultrapassar 240.000,00 (20.000 p/mês).

 Provisão para Contribuição Social

É registrada nesse grupo de contas a parte da Contribuição Social que é atualmente de


9% do lucro real.

 Participações e contribuições

Nesse grupo de contas, são classificadas as participações dos empregados,


administradores, debenturistas, etc. no lucro da empresa e também as contribuições para
instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados.

 Lucro por ação do capital social

Representa o valor do lucro líquido do exercício dividido pela quantidade de ações.

Algumas empresas fazem o cálculo com base na quantidade de ações no fim do ano,
enquanto outras o fazem com base na quantidade média de ações em circulação durante o
exercício social. Evidentemente, o segundo cálculo dá uma posição mais real em função de
ponderar o tempo de utilização do recurso para apurar a sua efetiva rentabilidade.

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UNIDADE V - BALANÇO PATRIMONIAL

5.1 Conceito

Demonstração contábil que apresenta a situação patrimonial e financeira da empresa em


dado momento, ou seja, de forma estática.
A Lei no. 6.404/76, Lei das Sociedades por Ações (S/A), dita normas e princípios
contábeis, inclusive na forma e conteúdo do Balanço. Determina que no Ativo as contas devem
estar dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nela registrados e no
Passivo as contas devem estar dispostas em ordem decrescente de grau de exigibilidade.
 Conteúdo do Balanço
As contas do Balanço classificam-se em vários grupos e subgrupos, no seguinte esquema:

Conteúdo do Balanço
ATIVO PASSIVO

Obrigações
Ativo Circulante Passivo Circulante
Ativo Realizável a Longo Prazo Passivo Exigível a Longo Prazo
Ativo Permanente dividido em: Resultado de Exercícios Futuros
- Investimentos
Bens e Direitos

- Imobilizado
- Intangível Patrimônio Líquido, dividido em:
- Diferido Capital Social

Patrimônio
Reservas de Capital

Líquido
Ajustes de Avaliação Patrimonial
Reservas de Lucro
Ações em Tesouraria
Prejuízos Acumulados

Total do Ativo Total do Passivo

5.2 Critérios de Classificação do Ativo

De acordo com a Lei n.º 6.404 de 15-12-1976, no Ativo as contas devem estar dispostas
em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nela registrados, nos seguintes
grupos:

1º) Ativo Circulante


 As disponibilidades
Exemplos: Caixa, Banco c/ Movimento, Aplicações de Liquidez Imediata.

 Os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente.


Exemplos: Duplicatas a Receber, Duplicatas Descontadas, Provisão p/ Créditos Duvidosos,
Títulos a Receber, Bancos c/ Vinculada, Estoques etc.

 As aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.


Exemplo: Despesas de Seguro a Apropriar.

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2º) Ativo Realizável a Longo Prazo:
As contas representativas dos bens e direitos realizáveis após o término do exercício
seguinte e as dos bens e direitos oriundos de negócios não operacionais realizados com
coligadas, controladas, proprietários, sócios, acionistas e diretores.
Exemplos: Conta a Receber a Longo Prazo, Empréstimos a Controladas, Depósitos Judiciais
etc.

3º) Ativo Permanente


 Em Investimento, as contas representativas dos bens e direitos por participações
permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza não classificáveis no
Ativo Circulante, que não se destinem à manutenção da atividade da sociedade.
Exemplos: Participações em Coligadas, Provisões para perdas, Obras de Arte, Imóveis não de
Uso etc.

 No Ativo Imobilizado, as contas representativas dos direitos que tenham por objeto
bens destinados à manutenção das atividades da empresa, ou exercidos com essa finalidade,
inclusive os de propriedade industrial ou comercial.
Exemplos: Imóveis, Veículos, Instalações, Móveis e Utensílios, Benfeitorias em Propriedade
de Terceiros, Depreciação, etc.

. No Ativo Intangível, as contas representativas dos bens incorpóreos destinados à


manutenção da atividade básica da empresa.
Exemplo: Marcas e Patentes

 No Ativo Diferido, as contas representativas das aplicações de recursos em despesas


que contribuirão para a formação do resultado de exercício (s) futuro (s).
Exemplo: Despesas de Pré-Operação.

5.3 Critérios de Classificação do Passivo

De acordo com a Lei n.º 6.404/76, no Passivo as contas devem estar dispostas em
ordem decrescente de grau de exigibilidade dos elementos nela registrados, nos seguintes
grupos:

1º) Passivo Circulante


As contas representativas das obrigações da sociedade que vencerem no exercício
social seguinte.
Exemplos: Fornecedores, Salários e Encargos a Pagar, Empréstimos, Debêntures, Encargos
Financeiros a Pagar, Impostos a recolher, Provisão para Imposto de Renda etc.

2º) Exigível a Longo Prazo


As contas representativas das obrigações com vencimentos após o término do exercício
social seguinte.
Exemplos: Financiamentos, Debêntures, Encargos Financeiros a Pagar, Retenções Contratuais
etc.

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5.4 Critérios de Classificação dos Resultados de Exercícios Futuros

De acordo com a Lei n.º 6.404/76, são classificadas como Resultado de Exercícios
Futuros as receitas de exercícios futuros, diminuídas dos custos e das despesas a elas
correspondentes. É preciso não confundir antecipações de clientes. Neste grupo ficam valores
que não mais representam obrigações de entregar bens e serviços. No fundo são lucros que, por
algum problema de competência, só irão ao resultado mais à frente.
As principais características deste grupo de contas são:

 A inexigibilidade para com terceiros.


 Ser considerado como lucro de exercícios futuros, em função do princípio contábil do
“Regime de Competência de Exercícios”.

Este grupo é muito pouco utilizado na prática. No Brasil, seu uso é significativo apenas na
atividade imobiliária.

5.5 Critérios de Classificação do Patrimônio Líquido

De acordo com a Lei n.º 6.404/76, são classificadas no Patrimônio Líquido as contas
representativas:
 Dos investimentos dos proprietários na sociedade;
 Das reservas oriundas de lucros; e

As contas pertencentes ao Patrimônio Líquido estão distribuídas nos seguintes grupos:

1º) Capital Social – As contas representativas do Capital subscrito e, por dedução, a parcela
ainda não realizada. As principais contas pertencentes a este grupo são: Capital e Capital a
Integralizar (esta como redutora daquela).

2º) Reservas de Capital – As contas que registrarem:


 Os valores recebidos, a título de ágio na subscrição de ações, que ultrapassarem a
importância destinada à formação do Capital Social;
 produto de alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

Com a nova Lei 11.638/07, as doações e subvenções para investimentos agora podem integrar
o resultado, como receitas. O prêmio recebido na emissão de debêntures também deixa de ser
reserva de capital podendo ser classificado como resultado.

3º) Ajuste de Avaliação Patrimonial – Serão computados enquanto não registrados no resultado
do exercício em obediência ao princípio da competência, as contrapartidas de aumentos e
diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e passivo, em decorrência de sua avaliação
a preço de mercado (Parágrafo 5° do art. 177, Inciso I do caput do art 183 e Parágrafo 3° do art.
266, da Lei 11.638/2007)

4º) Reservas de lucros – As contas constituídas pela apropriação de lucros da empresa. Essas
reservas podem ser constituídas por imposição legal (Reserva Legal), por determinação
estatutária (Reservas Estatutárias) e por propostas aprovadas pelos proprietários – sócios e
acionistas – com finalidades específicas (Reservas para Contingências, Reservas para
Expansão etc).

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5º) Prejuízos Acumulados – Os prejuízos do exercício são transferidos para a conta Prejuízos
Acumulados e aí permanecem até a obtenção de lucro para compensação do prejuízo de acordo
com a legislação em vigor.

6º) Ações em Tesouraria – As contas representativas de Ações em Tesouraria (Ações emitidas


pela própria empresa e por ela readquiridas) são destacadas no Balanço Patrimonial como
redutoras das contas do Patrimônio Líquido que registrarem a origem dos recursos aplicados
em sua aquisição.

5.6 Reservas

Reservas  Representam os recursos contabilizados ou contas do Patrimônio Líquido, que


visam manter a integralidade do capital social ou garantir a realização de investimentos com
recursos próprios.

Tipos de Reservas

Lucros RESERVAS Capital

RESERVAS DE LUCROS  Representa a parcela extraída do lucro líquido do exercício e


podem ser:

a. Reserva Legal: Exigida através do art. nº 193 da Lei 6.404/76. Esta reserva é obtida
através da alíquota de 5% sobre o lucro líquido antes de qualquer outra destinação e o seu
acúmulo não poderá exceder a 20% do capital social.

b. Reservas Estatutárias: São reservas criadas em virtude de disposições contidas nos


estatutos da companhia, os quais fixarão sem limites.

c. Reservas Livres: São reservas criadas nas Assembléias Gerais, com fins específicos, tais
como:

c.1. Reserva para Contingência: art. 195 da Lei 6.404/76. Em contabilidade,


contingência representa uma situação de risco já existente, que poderá ou não se
caracterizar como perda ou ganho para a empresa em decorrência de eventos futuros;

c.2. Reserva de Lucros a Realizar: art. 197 da Lei 6.404/76. Em exercícios em que os
lucros a realizar ultrapassarem o total deduzido nos termos dos art. 193 e 196, a
assembléia geral poderá propor a destinar o excesso à constituição de Reserva de Lucro a
Realizar;

RESERVAS DE CAPITAL  Representa as parcelas que originam-se de atividades não-


operacionais da empresa, representando aumentos no PL que não devem transitar pelas contas
de Receitas normais da empresa.

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5.7 Provisões

São reduções de ativo ou acréscimo de exigibilidade que reduzem o Patrimônio


Líquido, e cujos valores não são ainda totalmente definidos. Representam, assim, expectativas
de perdas de ativos ou estimativas de valores a desembolsar que, apesar de financeiramente
ainda não efetivadas, derivam de fatos geradores contábeis já ocorridos; isto é, dizem respeito a
perdas economicamente incorridas (como a depreciação, a perda de valores de investimentos
etc.) ou prováveis valores a desembolsar, originados de fato já acontecidos (como o risco por
garantias oferecidas em produtos já vendidos, estimativas de valores a pagar a título de
décimo-terceiro salário, férias e indenizações relativas a tempo de serviços já transcorridos,
probabilidade de ônus futuro em função de problemas fiscais já ocorridos, imposto de renda
estimado a pagar no próximo exercício, etc.)

As provisões são classificadas em:

a) Provisões para Perdas

b) Provisões para Pagamentos

Provisões para perdas:


As provisões para perdas são constituídas visando cobrir perdas diversas que poderão
ocorrer.
São consideradas Provisões para Perdas:

Provisão para Devedores Duvidosos ou Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa;


Provisão para Ajuste de Estoque ao Valor de Mercado;
Provisão para Perdas em Investimentos;
Provisão para pagamentos

PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS (Provisão para Crédito de Liquidação


Duvidosa):
As contas a receber representam, normalmente, um dos mais importantes ativos das
empresas em geral. São valores a receber decorrentes de vendas a prazo de mercadorias e
serviços a clientes, ou oriundos de outras transações. Essas outras transações não representam o
objetivo principal da empresa, mas são normais e inerentes a suas atividades.
Por esse motivo, é importante a segregação dos valores a receber, relativos a seu
objetivo principal (CLIENTES), das demais contas, que podemos denominar OUTROS
CRÉDITOS. Essas contas são normalmente realizadas no decurso do exercício seguinte à data
do balanço e fazem parte, portanto, do ATIVO CIRCULANTE. Todavia, podem também ter
vencimentos a longo prazo, em casos especiais de vendas a prestação etc., quando, então, as
parcelas recebíveis após o exercício seguinte devem ser classificadas no REALIZÁVEL A
LONGO PRAZO.
A Provisão para Devedores Duvidosos é feita visando absorver as perdas que
provavelmente ocorrerão no recebimento de créditos existentes no fechamento do Balanço
Patrimonial na conta de Duplicatas a Receber.
A constituição desta Provisão é regulamentada pela Legislação do Imposto de Renda (Lei
n° 9.430/96).

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Lançamentos contábeis da Provisão p/Devedores Duvidosos:

Pela Constituição:
Despesas c/Constituição de Provisão p/ Devedores Duvidosos
a Provisão p/Devedores Duvidosos $$$$

Pela baixa dos Créditos considerados incobráveis:


Provisão p/Devedores Duvidosos
a Duplicatas a Receber $$$$
Pela Reversão da Provisão p/Devedores Duvidosos:

Provisão p/Devedores Duvidosos


a Resultado do Exercício
Outras Receitas Operacionais $$$$
Histórico

Conforme determina a Lei n° 9.430/96, as perdas ocorridas dentro do limite


estabelecido poderão ser baixadas diretamente através de débito da conta de resultado e a
crédito da conta que registra os Direitos a Receber da empresa.

Exemplo:
Resultado do Exercício
- Outras Despesas Operacionais
a Duplicatas a Receber $$$$

PROVISÃO PARA AJUSTES DO ESTOQUE AO VALOR DE MERCADO:

Conforme o Princípio da Prudência, os estoques serão avaliados pelo critério Custo ou


Mercado, dos dois o menor.

Exemplo:

Produtos Quant. Custo Unit. Custo Total Valor de


Mercado/Unid.
X 500 3,00 1.500,00 2,30
Y 1.000 2,00 2.000,00 2,50
Z 1.500 2,50 3.750,00 2,80

Verificamos, neste caso, que o produto X é o único que possui valor de mercado inferior
ao custo contábil. De conformidade com o Princípio da Prudência consideraremos o menor
valor. Então, para ajustar o estoque ao valor de mercado, deve-se constituir uma Provisão para
Ajuste de Estoque ao Valor de Mercado.

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No exemplo acima a diferença é a seguinte:

Valor de aquisição: 500 x $ 3,00 =$1.500,00


menos
Valor de Mercado: 500 x $ 2,30 =$1.150.00
$ 350,00

Logo, deve ser feita a Provisão no valor de $ 350,00, através do lançamento:

Despesa com constituição de Provisão para Ajuste de Estoque ao Valor de mercado


a Provisão para Ajuste de Estoque ao Valor de Mercado R$ 350,00

No Razão:

Despesas c/Constituição de Provisão p/


Ajuste de Estoques ao Valor de Mercado Conta de Resultado

350,00

Provisão p/Ajustes de Estoques


ao Valor de Mercado retificadora do Ativo Conta Patrimonial
Circulante ___________

350,00

No Balanço Patrimonial, quando da apresentação do Ativo Circulante tem-se:

Ativo Circulante
Estoque 7.250
(-) Prov. p/Ajuste do Estoque ao Valor de Mercado (350)

PROVISÃO PARA PERDAS (PERMANENTES) EM INVESTIMENTOS:


É uma provisão que visa a cobrir perdas de caráter permanente nos Investimentos efetuados
pela empresa e será classificada, no balanço patrimonial, como retificadora da conta de
investimentos.

Exemplo:
A Cia. MFG investidora na Cia. Guimarães & Irmãos com uma participação no valor de $
6.000,00 constata que devido a má administração da Cia. Investida, terá uma perda na ordem
de 30% do seu investimento (perda não recuperável). Então, constituiu a Provisão para Perdas
em Investimentos no valor correspondente a $ 1.800,00 (30% de $ 6.000,00 = $1.800,00).

Contabilização:
Despesas não Operacionais
a Provisão p/Perdas em Investimentos $1.800,00

Obs.: A constituição da Provisão p/Perdas em Investimentos será a débito de uma Despesa não
Operacional.

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No Balanço Patrimonial da Cia. MFG teremos, então:

Ativo Permanente
Investimentos
Participações Societárias Cia. Guimarães & Irmãos $ 6.000,00
(-) Provisão p/Perdas em Investimentos ($1.800.00)
$ 4.200,00

Obs.: O valor correspondente a esta provisão só será baixado quando da alienação do


investimento, que foi o objeto da constituição de tal Provisão.

Provisões para Pagamentos:


As provisões para pagamentos são facultativas, pois depende da decisão da empresa em
constituí-las ou não.
As provisões para pagamentos podem ser:
Provisão p/13° Salário;
Provisão p/Férias;
Provisão p/Comissões;
Provisões p/Causas Trabalhistas, etc.

As Provisões para pagamentos são efetuadas quando a empresa sabe que tem ou terá
alguma obrigação a cumprir mais desconhece o seu montante. No Balanço Patrimonial os
valores das Provisões p/ Pagamentos serão classificados no grupo do Passivo Circulante.

Exemplo:
Provisão p/13° Salário.
Mensalmente a empresa deverá fazer um lançamento, com valor correspondente a 1/12 do
valor da folha de pagamentos.

Contabilização:
Despesas com 13° Salário
a Provisão p/13° Salário $$$$

Obs.: Como são valores previstos anteriormente, as provisões serão ajustadas quando do
momento do pagamento da despesa, podendo ser complementada ou revertida.

A constituição de Provisões será efetuada a débito de uma conta de Resultado.

5.8 Procedimentos para levantamento do Balanço Patrimonial:

Ajustes - Devem ser executados ajustes em determinadas contas do Balanço Patrimonial com o
objetivo de adequar a demonstração contábil aos princípios e convenções contábeis, como por
exemplo, o Regime de Competência.

Os principais ajustes seriam:


 Estoques – os estoques registrados pela contabilidade devem ser ajustados aos apurados
fisicamente pelo inventario final ou deve ser criada uma provisão específica caso ocorram
diferenças para o preço de mercado:

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Ex.: Diferença de Inventário:
- Valor contábil dos Estoques, $ 30.000
- Valor apurado pelo Inventario de Estoques $ 27.000

Ajuste:
Despesa com Inventario
a Estoque $ 3.000

Ex.: Diferença de Mercado:


- Valor contábil dos Estoques: $ 40.000
- Valor de Mercado dos Estoques: $ 35.000

Ajuste:
Despesa com Provisões de desvalorização de Estoques
a Provisão para Desvalorização de Estoques $ 3.000

 Depreciação – O valor apurado de depreciação dos ativos imobilizados devem ser


ajustados.

Ex.: Valor de Custo de Veículos $ 120.000, adquiridos em 31/ABR, com Depreciação à taxa de
20%. a. a.

Calculo da Depreciação:
0,2 - 12 meses 0,2 X 8 = 0,1333 = 13,33%
X - 8 meses 12

VLR. CUSTO X 13,33% = $ 15.996,00 = VLR. DA DEPRECIAÇÃO

Ajuste:
Despesas com Depreciação
a Depreciação Acumulada de Veículos $ 15.996

 Seguros e Aluguéis Antecipados – Os valores de despesas pagas antecipadamente devem


ser ajustados de forma que seja respeitado a ocorrência do fato gerador.

Exemplo: Uma empresa contratou em 1º de Março de 19X7 um seguro no valor de $ 1.200


para 12 meses. Veremos como fica o ajuste da Despesa de Seguros em Dezembro de 19X7:

Pela contratação do Seguro em 1º de Março:


Despesas Antecipadas de Seguros ou Seguros a Vencer (AC)
a Caixa $ 1.200

Cálculo da Despesa de Seguro incorrida até 31 de Dezembro de 19X7:


Vr. do Prêmio de Seguro pago em 1º de Março: $ 1.200
Nº de meses de cobertura do Seguro: / 12
Vr. da Despesa mensal de Seguro = $ 100
Nº de meses de Seguro consumido (Mar/Dez) = 10 meses
Desp.de Seguros até Dez./X7 = $ 100 x 10 meses = $ 1.000

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Pelo ajuste da despesa de Seguros efetivamente incorrida até Dezembro de 19X7
Despesas de Seguros (CONTA DE RESULTADO) (DRE)
a Despesas Antecipadas de Seguros ou Seguros a Vencer (AC)____$ 1.000

Provisão para Devedores Duvidosos – é feita visando absorver as perdas que provavelmente
ocorrerão no recebimento de créditos existentes no fechamento do Balanço Patrimonial na
conta de Duplicatas a Receber.

Lançamentos contábeis da Provisão p/Devedores Duvidosos:

Pela Constituição:
Despesas c/Constituição de Provisão p/ Devedores Duvidosos
a Provisão p/Devedores Duvidosos $ 2.000

Pela baixa dos Créditos considerados incobráveis:


Provisão p/Devedores Duvidosos
a Duplicatas a Receber $ 500

 Encerramento do Resultado do Exercício - As contas de Resultado devem ser encerradas,


sendo o Resultado do período transferido para conta especifica.

Contas de Receita:
Receitas
a Resultado do Exercício

Contas de Despesas:
Resultado de Exercício
a Despesas

 Ajuste das Provisões para CSLL e IR - Após o cálculo da CSLL e IR sobre o lucro do
exercício apurado, seguirá o seguinte ajuste:

Resultado do Exercício
a Diversos
a Provisão para IR
a Provisão para CSSL

 Distribuição do Resultado do Exercício - Após a constituição da Provisão para IR e CSLL e


das Participações e Contribuições com base no lucro deve o Resultado ser transferido para
o grupo do Patrimônio Liquido na conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Ex.: Lucro Líquido do Exercício de $ 100.000, com distribuição de 50% aos sócios:

Distribuição Lucros aos Sócios:


Resultado do Exercício (lucro)
a Dividendos Propostos ou Lucros a Distribuir (PC) _________ $ 50.000

Resultado do Exercício
a Lucros acumulados e/ou Reserva de Lucros _____________ $ 50.000

Em seguida são elaboradas as Demonstrações Contábeis finais de:


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 Balanço Patrimonial;
 Demonstração do Resultado do Exercício;
 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados ou, se companhia aberta, por exigência
da CVM, Demonstração das Mutações do Patrimônio Liquido;
 Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC , exceto no caso de companhia fechada co
patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2 milhões;
 Se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado – DVA.
 Notas Explicativas

A Lei 11.638/07 substituiu a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR,


que passa a ser facultativa) pela Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC, acompanhando
uma tendência internacional e em atendimento aos interesses dos analistas de mercado e
investidores institucionais.

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UNIDADE VI – OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

6.1 Sistemas de Inventário

Com a finalidade de se identificar o valor do Custo da Mercadoria Vendida (CMV), o


valor de seus estoques e o Resultado obtido com as suas operações de compra e venda de
mercadorias (RCM) ou Resultado Bruto com Mercadorias (RBM), podem ser adotados os
Sistemas de Inventário Periódico e o Sistema de Inventário Permanente.

6.2 Sistema de Inventário Periódico

Este sistema de inventário é assim chamado porque a sua realização depende da


apuração do estoque final através de um inventário para fins de avaliação do CMV, fato que
ocorre periodicamente. Neste sistema a identificação do CMV ocorre com levantamento do
Inventário Final, aplicando-se a seguinte equação matemática:

CMV = EI + C – EF
Onde:
CMV = Custo da Mercadoria Vendida
EI = Estoque Inicial
C = Compras
EF = Estoque Final

6.3 Sistema de Inventário Permanente

Neste sistema de avaliação de estoques, o CMV é apurado permanentemente com o


auxílio de uma “ficha de controle de estoques”. Este sistema de inventário pode utilizar os
métodos PEPS (ou FIFO) – “Primeiro que entra é o primeiro que sai” (First-In-First-Out),
UEPS (ou LIFO) – “Último que entra é o último que sai” (Last–In–First–Out) ou CUSTO
MÉDIO ou Média Ponderada Móvel.

 Método PEPS:
Nesse método o CMV é identificado tomando-se por base de custos o preço mais antigo
da mercadoria mais antiga a ingressar nos estoques.

 Método UEPS
Neste método o CMV é identificado tomando-se por base de custos o preço mais
recente da mercadoria que ingressou por último nos estoques.

 Método do Custo Médio:


Neste método o CMV é identificado com base na média aritmética dos custos de
aquisição dos itens que ingressaram nos estoques.

A combinação entre os dois métodos e os dois sistemas resulta em três maneiras


diferentes que podem ser adotadas para se registrar e controlar as operações com
mercadorias:
= Conta Mista com Inventário Periódico;
= Conta Desdobrada com Inventário Periódico; e
= Conta Desdobrada com Inventário Permanente.

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6.4. Outros elementos de operações com mercadorias

Todos os gastos necessários à compra de um item de estoques devem ingressar à base


de custos, somando-se ao valor das compras. Exemplos: Fretes, Seguros, Tarifas alfandegárias,
etc . Os abatimentos obtidos sobre compra, bem como as devoluções, devem ser adicionadas
ou subtraídas das compras, sendo o mesmo raciocínio aplicado às vendas. Os descontos obtidos
por conta de pagamento de faturas de compras antes do vencimento são denominados
“Descontos Financeiros”, tratados como receitas, não sendo componente do CMV.

Exemplo: Estoque inicial de 10 peças de $ 1.000, cada, num total de $ 10.000 em 01/OUT.

MOVIMENTAÇÃO:
Em 02/OUT – Compra de 10 peças a $ 1.200, cada;
Em 05/OUT – Venda de 15 peças a $ 3.000, cada;

FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES

MÉTODO PEPS

ENTRADA SAÍDAS SALDOS


DATA VALOR VALOR VALOR
Qtd. Qtd. Qtd.
Unit. Total Unit. Total Unit. Total
01/out - - - - - - 10 1.000 10.000
02/out 10 1.200 12.000 - - - 10 1.000 10.000
10 1.200 12.000
05/out - - - 10 1.000 10.000
5 1.200 6.000
15 - 16.000 5 1.200 6.000

MÉTODO UEPS
ENTRADA SAÍDAS SALDOS
DATA VALOR VALOR VALOR
Qtd. Qtd. Qtd.
Unit. Total Unit. Total Unit. Total
01/out - - - - - - 10 1.000 10.000
02/out 10 1.200 12.000 - - - 10 1.000 10.000
10 1.200 12.000
05/out - - - 10 1.200 12.000
5 1.000 5.000
15 17.000 5 1.000 5.000

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CUSTO MÉDIO

ENTRADA SAÍDAS SALDOS


DATA VALOR VALOR VALOR
Qtd. Qtd. Qtd.
Unit. Total Unit. Total Unit. Total
01/out - - - - - - 10 1.000 10.000
02/out 10 1.200 12.000 - - - 10 1.200 12.000
20 1.100 22.000
05/out - - - 15 1.100 16.500 5 1.100 5.500

RESUMO COMPARATIVO DOS MÉTODOS

PEPS UEPS C. MÉDIO


VENDAS: 05/OUT : 15 X $ 3.000 = 45.000 45.000 45.000
(-) CMV: 15 PEÇAS (16.000) (17.000) (16.500)
LUCRO BRUTO 29.000 28.000 28.500

6.5 Considerações Adicionais Sobre o Inventário

O inventário deve abranger odas as mercadorias de propriedade da empresa, quer


estejam em seu poder, quer sob custódia de terceiros, excluídas, porém, as mercadorias de
propriedade de terceiros que estejam em poder da empresa. Portanto, a inclusão de mercadorias
no inventário deve basear-se, como regra geral, no critério da propriedade e não no da posse.
Atenção também deve ser dada, por ocasião dos inventários, à mercadoria que está em
trânsito da empresa para o comprador. Nestes casos, as condições contratuais e o momento
exato da liberação e despacho é que vão determinar a inclusão ou não da mercadoria no
inventário da empresa.
Na operação de Consignação, o consignante mantém a propriedade da mercadoria até
que o consignatário a venda.Assim, quando aquele remete a mercadoria para este, não há
registro de venda no consignante nem de compra no consignatário. O estoque, apesar de
fisicamente nas mãos de um, está no balanço de outro. Quando o consignatário vender a
mercadoria, aí sim este fará seu registro de venda. Tudo porque o consignatário pode devolver
a mercadoria e nada lhe poderá ser cobrado pelo consignante.

6.6 Impostos a recuperar - Análise de ICMS e de IPI

Tanto o ICMS (Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e


sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação)
quanto o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) são impostos não-cumulativos,
compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores
pelo mesmo ou por outro Estado.
É assegurado ao sujeito passivo do ICMS o direito de creditar-se do imposto
anteriormente cobrado em operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, real ou
simbólica, no estabelecimento, inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo
permanente, ou o recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ou de
comunicação (art. 20 da Lei Complementar 87/96).
O ICMS é um imposto de competência estadual e é considerado um imposto por dentro,
o que significa dizer que seu valor está incluso no valor das mercadorias. Assim, ao adquirir
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uma determinada mercadoria por R$ 1.000,00 com ICMS incidente pela alíquota de 18%,
significa que o custo da mercadoria corresponde a R$ 820,00 e o ICMS a R$ 180,00. Neste
caso o total da Nota Fiscal será igual a R$ 1.000,00.
O imposto sobre produtos industrializados (IPI) incide sobre produtos industrializados,
nacionais e estrangeiros. Suas disposições estão regulamentadas pelo Decreto 4544 de 2002
(RIPI/2002).
O campo de incidência do IPI abrange todos os produtos com alíquota, ainda que zero,
relacionados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI), observadas as disposições contidas nas
respectivas notas complementares, excluídos aqueles a que corresponde a notação "NT" (não-
tributado).
O IPI é um imposto de competência federal e é considerado um imposto for fora, o que
significa que seu valor é calculado aplicando-se uma alíquota sobre o preço dos produtos;
depois os dois valores são somados. Ao adquirirmos um determinado produto por R$ 600,00,
com IPI incidente de R$ 60,00, pagaremos a importância de R$ 660,00, sendo R$ 600,00
relativos ao custo do produto e R$ 60,00, ao IPI. Neste caso, o valor total da Nota Fiscal será
de R$ 660,00.

Principais operações contábeis com ICMS


A atividade principal de uma empresa comercial se concentra em duas operações:
compra e venda.
Quando uma empresa compra mercadorias, paga ao fornecedor, juntamente com o custo
dessas mercadorias, uma parcela correspondente ao ICMS; quando a empresa vende
mercadorias, recebe do cliente, juntamente com o valor da venda, uma parcela correspondente
ao ICMS, que terá de ser repassada ao Governo do Estado. Antes de repassar ao Governo
Estadual a parcela do ICMS recebida do cliente, a empresa poderá compensar, desse total, o
valor do ICMS que pagou ao fornecedor por ocasião da compra da mercadoria que está sendo
vendida.
As operações com ICMS envolvendo direitos e obrigações junto ao Governo do Estado
podem ser apuradas mensalmente da seguinte maneira:
o No final do mês, somam-se os valores do ICMS incidentes em todas as compras
efetuadas durante o mês (direito da empresa);
o Da mesma forma, somam-se os valores do ICMS incidentes em todas as vendas
efetuadas no mesmo mês (obrigações da empresa), ainda que essas mercadorias
vendidas não correspondam àquelas compradas no mesmo mês;
o Se o total do ICMS incidente nas compras for superior ao total do ICMS
incidente nas vendas, a diferença representará direito da empresa junto ao
governo estadual em relação às operações realizadas naquele mês. Se, por outro
lado, o valor do ICMS incidente nas vendas for superior ao valor do ICMS
incidente nas compras, a diferença representará obrigação da empresa, devendo
ser recolhida no Estado no mês seguinte.

Tratamento contábil
Adoção da conta corrente do ICMS:

- Pela compra de mercadorias:


Diversos
a Caixa
Compra de mercadorias, conf........
Compras de Mercadorias R$ 8.200,00
ICMS a Recuperar R$ 1.800,00 R$ 10.000,00

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- Pela venda de mercadorias:
Caixa
a Vendas de mercadorias
Nossas Notas Fiscais nºs ................ R$ 30.000,00

ICMS sobre Vendas


a ICMS a Recuperar
Imposto incidente sobre ...... R$ 5.400,00

- Pelo ajuste da conta:


ICMS a Recuperar
a ICMS a Recolher
Saldo credor apurado no mês. R$ 3.600,00

Adoção de contas distintas para contabilização do ICMS:

- Pela compra de mercadorias:


Diversos
a Caixa
Compra de mercadorias, conf........
Compras de Mercadorias R$ 8.200,00
ICMS a Recuperar R$ 1.800,00 R$ 10.000,00

- Pela venda de mercadorias:


Caixa
a Vendas de mercadorias
Nossas Notas Fiscais nºs ................ R$ 30.000,00

ICMS sobre Vendas


a ICMS a Recolher
Imposto incidente sobre ...... R$ 5.400,00

- Para apuração do saldo no final do mês:


ICMS a Recolher
a ICMS a Recuperar
Registro que se processa, pelo menor saldo..... R$ 1.800,00

Seja qual for a opção adotada, ocorrendo devoluções de compras e de vendas, a


contabilização desses eventos será feita invertendo-se os lançamentos originais – como se
fossem estornos.

Linguagem Contábil x Linguagem Fiscal


O ICMS incidente nas compras representa direito da empresa. Na linguagem contábil,
esse direito representa débito na conta de ICMS a Recuperar; na linguagem fiscal, crédito da
empresa junto ao Governo do Estado.
O ICMS incidente nas vendas corresponde à obrigação da empresa. Na linguagem
contábil, essa obrigação representa crédito na conta de ICMS a Recolher; na linguagem fiscal,
débito para com o Governo do Estado.

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Principais operações contábeis com IPI
A atividade principal de uma empresa industrial tradicional concentra-se nas seguintes
operações: compra, transformação e venda.
A empresa industrial compra mercadorias, transforma-os em novos produtos e os
vende. Assim, o IPI incidente nas compras de materiais cujos valores foram pagos aos
fornecedores será compensado do valor do IPI incidente na venda dos produtos fabricados com
esses materiais.
Como ocorre com o ICMS, o IPI também é apurado periodicamente, sendo mais
comum sua apuração mês a mês.

Tratamento contábil
Adoção da conta corrente do IPI:

- Pela compra de matérias-primas:


Diversos
a Caixa
Compra de matérias-primas, conf........
Compras de Matérias-Primas R$ 2.000,00
IPI a Recuperar R$ 200,00 R$ 2.200,00

- Pela venda de produtos:


Caixa
a Diversos
Nossas Notas Fiscais ...........
a Vendas de produtos
Valor da Receita Bruta ................ R$ 7.000,00
a IPI a Recuperar
Imposto incidente sobre ...... R$ 700,00 R$ 7.700,00

- Pelo ajuste da conta:


IPI a Recuperar
a IPI a Recolher
Saldo credor apurado no mês. R$ 500,00

Adoção de contas distintas para contabilização do IPI:

- Pela compra de matérias-primas:


Diversos
a Caixa
Compra de matérias-primas, conf........
Compras de Matérias-Primas R$ 2.000,00
IPI a Recuperar R$ 200,00 R$ 2.200,00

- Pela venda de produtos:


Caixa
a Diversos
a Vendas de Produtos
Valor da Receita Bruta ................ R$ 7.000,00
a IPI a Recolher
Imposto incidente sobre ...... R$ 700,00 R$ 7.700,00
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- Para apuração do saldo no final do mês:
IPI a Recolher
a IPI a Recuperar
Registro que se processa, pelo menor saldo..... R$ 200,00

ICMS nas operações com produtos sujeitos ao regime de substituição tributária


Em determinados produtos, a legislação do ICMS atribui ao próprio fabricante,
importador, etc. a obrigação de reter e recolher o imposto devido nas operações subseqüentes.
É a chamada Substituição Tributária.
Exemplo: A indústria A vende, a prazo, produtos de sua fabricação sujeitos ao regime
de Substituição Tributária para a Empresa Comercial Y (que vai revende-los dentro do Estado),
cuja nota fiscal apresenta os seguintes dados:

Valor das Mercadorias com ICMS incluso R$ 1.000,00


ICMS s/ operação própria (18%) R$ 180,00
IPI destacado na NF (10%) R$ 100,00
ICMS por Substituição Tributária (retida na fonte) R$ 90,00
Total da NF (valor mercadorias + IPI + ICMS s/ Subst. Trib) R$ 1.190,00

Tratamento Contábil pela Empresa Vendedora


Pela venda, IPI incidente e ICMS por Substituição Tributária

Clientes – Empresa Comercial Y R$ 1.190,00


a Vendas de Produtos R$ 1.000,00
a IPI a Recolher R$ 100,00
a ICMS p/ Subst. Tributária a Recolher R$ 90,00

Pelo registro do ICMS normal incidente na operação

ICMS s/ vendas R$ 180,00


a ICMS a Recolher R$ 180,00

Tratamento Contábil pela empresa que adquiriu os produtos

Estoques de Mercadorias p/ revenda R$ 1.190,00


a Fornecedor Indústria A R$ 1.190,00

No exemplo dado, o adquirente dos produtos sujeito ao regime de substituição tributária


não faz jus ao crédito do ICMS, tendo em vista que este imposto já foi pago antecipadamente
pelo próprio fabricante (ou importador) dos produtos. Da mesma forma, por ocasião da venda,
também não será devida qualquer parcela a título desse imposto.
Quando o adquirente (Empresa Comercial Y) revender essas mercadorias a outra
empresa, teremos os seguintes lançamentos:

Pela Empresa Comercial Y (vendedora)

Caixa (ou Bancos ou Clientes) R$ 2.000,00


a Receita de Vendas R$ 2.000,00

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Pela Empresa Adquirente (varejista)

Estoque (ou compras) R$ 2.000,00


a Caixa (ou Bancos ou Fornecedores) R$ 2.000,00

Na venda da mercadoria ao consumidor final, pelo varejista, a contabilização será feita


conforme abaixo:

Caixa R$ 2.200,00
a Receita de Vendas R$ 2.200,00

Casos Práticos
a) Compra de mercadorias para aplicação no processo de fabricação (matéria-prima):
Neste caso, o ICMS e o IPI incidirão na venda do produto fabricado, sendo ambos
recuperáveis.

Diversos
a Caixa
Compra de matérias-primas......
Estoque de Matérias-Primas
Valor das matérias-primas ..... R$ 820,00
ICMS a Recuperar
Conf. nota fiscal....... R$ 180,00
IPI a Recuperar
Conf. nota fiscal ...... R$ 100,00 R$ 1.100,00

a) Compra de mercadorias para revenda:


Neste caso, somente o ICMS incidirá na venda de mercadorias; logo, ele será
recuperável, e o IPI integrará o custo de aquisição.

Diversos
a Caixa
Compra de mercadorias .....
Estoque de Mercadorias (ou Compras)
Valor das mercadorias, incluso IPI .... R$ 920,00
ICMS a Recuperar
Conforme nota fiscal ...... R$ 180,00 R$ 1.100,00

c) Compra de mercadorias para consumo ou para integrar o Ativo Permanente:


Neste caso, tanto o ICMS quanto o IPI não serão recuperados; logo, ambos integrarão o
custo de aquisição.

Móveis e Utensílios (ou Materiais de Consumo)


a Caixa
Compra de materiais ...... R$ 1.100,00

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UNIDADE VII – ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

7.1 Relatório da Diretoria

Através desse relatório, a Diretoria presta informação aos acionistas sobre diversos
aspectos do desempenho e de perspectivas da sociedade relativas a estratégias de vendas,
compras, produtos, expansão, efeitos conjunturais, legislação, política financeira, de recursos
humanos, resultados alcançados, planos, previsões etc.
É uma forma de manter os acionistas e terceiros a par do que se realiza na empresa. O
Relatório da Diretoria é uma peça em que se relata livremente aquilo que se julga importante e,
invariavelmente, "doura a pílula".

7.2 Demonstrações Financeiras

 Balanço Patrimonial;
 Demonstração do Resultado do Exercício;
 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados ou, se companhia aberta, por exigência
da CVM, Demonstração das Mutações do Patrimônio Liquido;
 Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC , exceto no caso de companhia fechada com
patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2 milhões;
 Se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado – DVA.
 Notas Explicativas

A Lei 11.638/07 substituiu a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR,


que passa a ser facultativa) pela Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC, acompanhando
uma tendência internacional e em atendimento aos interesses dos analistas de mercado e
investidores institucionais.

7.3 Notas Explicativas

São dados e informações que ora complementam as demonstrações financeiras (como


por exemplo, taxas de juros, vencimentos e garantias de obrigações de longo prazo), ora
fornecem critérios contábeis (como os de avaliação de estoques, depreciação e demais
provisões) ou ainda acrescentam informações (como garantias prestadas a terceiros, espécies de
ações do capital social, eventos subseqüentes à data do balanço que tenham efeitos relevantes
sobre a situação financeira da companhia etc).
Enfim, as Notas Explicativas contêm um conjunto de elementos que auxiliam a fazer
avaliação mais ampla da empresa.
A seguir damos alguns exemplos de informações divulgadas em notas explicativas:

- Critérios de avaliação dos elementos patrimoniais:

Os estoques estão avaliados ao custo médio de aquisição ou fabricação, que não excede
ao valor de mercado.

As aplicações financeiras estão registradas ao custo de aquisição, acrescido de juros e


correção monetária auferidos até a data de encerramento do exercício social.

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Os investimentos em sociedades controladas e coligadas estão avaliados ao custo de
aquisição mais correção monetária e foram ajustados pelo método de equivalência
patrimonial.

O ativo imobilizado está avaliado ao custo de aquisição corrigido monetariamente e


deduzido das respectivas depreciações acumuladas, também corrigidas. A depreciação
do custo corrigido é computada pelo método linear e calculada às seguintes taxas
anuais: edifícios, 4%; máquinas e equipamentos, instalações e móveis e utensílios -
10%; veículos - 20%.

- Ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, garantias prestadas a terceiros e


outras responsabilidades eventuais ou contingentes:

Parte do edifício administrativo, de valor contábil de R$7.100.000, está em litígio junto


às autoridades municipais para desapropriação.

- Taxa de juros, datas de vencimento e garantias das obrigações a longo prazo:

Em 31 de dezembro de 19X1, os empréstimos a longo prazo tinham os seguintes vencimentos:

Vencimento R$
19X3 35.000
19X4 25.000
19X5 45.000
Total 105.000
Nos empréstimos incidirão juros de 6% mais correção monetária com base na variação das
Obrigações do Tesouro Nacional – OTN e estão garantidos por estoques e bens do ativo
imobilizado nos montantes de R$ 80.000.000 e R$ 25.000.000, respectivamente.

- Número, espécie e classes das ações do capital social:

O capital social, totalmente integralizado, está composto de 5.000.000.000 de ações ordinárias


de Cz$ 3,00 cada, sendo 2.500.000.000 ao portador e 2.500.000.000 nominativas.

- Eventos subseqüentes à data do encerramento do exercício que tenham, ou


possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados da
companhia:

Subseqüente à data de encerramento das demonstrações financeiras, o acionista principal


informou sua intenção de negociar sua participação na empresa com Máquinas Ibéria S.A.

Subseqüente à data de encerramento das demonstrações financeiras, a fábrica da empresa


localizada em Recife se incendiou; entretanto, a empresa não incorrerá em prejuízos já que
todos os bens estão segurados e existe seguro também de lucros cessantes.

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Cumpre salientar que as notas explicativas devem ser comparativas, ou seja, devem
abranger dois exercícios sociais.

7.4 Parecer dos Auditores:

É obrigatório apenas para as companhias abertas, ou seja, aquelas que têm papéis
negociáveis - ações ou debêntures - colocados junto ao público.
Os auditores independentes são contadores que, sem manter vínculo empregatício, são
contratados para emitir opiniões sobre a correção e veracidade das demonstrações financeiras.
Verificam os controles internos da empresa, conferem lançamentos e conciliações contábeis e
checam os saldos com os bancos, clientes e fornecedores, tudo por amostragem. Em função
disso, a opinião dos auditores tem satisfatória probabilidade de estar correta e pequena
probabilidade de falhar.
As verificações por amostragem não necessariamente detectam todos os erros e fraudes.
Por isso, fala-se em Parecer dos Auditores e não em Certificado dos Auditores.

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UNIDADE VIII – PRINCÍPIOS E CONVENÇÕES CONTÁBEIS

8.1 Princípios Contábeis

RESOLUÇÃO CFC Nº 750(1)


de 29 de dezembro de 1993

Dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC).

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições


legais e regimentais.
CONSIDERANDO que a evolução da última década na área da Ciência Contábil reclama
a atualização substantiva e adjetiva dos Princípios Fundamentais de Contabilidade a que se
refere a Resolução CFC 530-81.

RESOLVE:

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA

Art.1° Constituem PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE (PFC) os


enunciados por esta Resolução.

§ 1° A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é obrigatória no


exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de
Contabilidade (NBC).
§ 2° Na aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade a situações concretas, a
essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.

CAPÍTULO II
DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO

Art. 2° Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas


e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos
universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu
sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades.
Art. 3° São Princípios Fundamentais de Contabilidade:
I. o da ENTIDADE;
II. o da CONTINUIDADE;
III. o da OPORTUNIDADE;
IV. o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;
V. o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA;
VI. o da COMPETÊNCIA e
VII. o da PRUDÊNCIA.

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Seção I
O PRINCÍPIO DA ENTIDADE

Art. 4° O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade


e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular
no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um
conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou
sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com
aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
Parágrafo único. O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é
verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova
ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.

Seção II
O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

Art. 5° A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou


provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações
patrimoniais, quantitativas e qualitativas.
§ 1° A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o
valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem
prazo determinado, previsto ou previsível.

§ 2° A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta aplicação


do Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação dos
componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de constituir dado importante para
aferir a capacidade futura de geração de resultado.

Seção III
O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE

Art. 6° O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e


à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito
de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.
Parágrafo único. Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE:
I - desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito
mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;
II - o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os
aspectos físicos e monetários;
III - o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no
patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar
informações úteis ao processo decisório da gestão.

Seção IV
O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL

Art. 7° Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das
transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão
mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem
agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE.
Parágrafo único. Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta:
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I - a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de
entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da
imposição destes;
II - uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter
alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em elementos
e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais;
III - o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do
patrimônio, inclusive quando da saída deste;
IV - os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALOR
ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e
mantém atualizado o valor de entrada;
V - o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui
imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.

Seção V
O PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA

Art. 8° Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser


reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores
dos componentes patrimoniais.
Parágrafo único. São resultantes da adoção do Princípio da ATUALIZAÇÃO
MONETÁRIA:
I - a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade
constante em termos do poder aquisitivo;
II - para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais
(art. 7°), é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que
permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por
conseqüência, o do patrimônio líquido;
III - a atualização monetária não representa nova avaliação, mas, tão-somente, o
ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores,
ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um
dado período.

Seção VI
O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

Art. 9° As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período


em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de
recebimento ou pagamento.
§ 1° O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no
passivo resultam em aumento ou diminuição no
patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais,
resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE.
§ 2° O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é
conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.
§ 3° As receitas consideram-se realizadas:
I - nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem
compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente
pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados;
II - pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;
III - pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.
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Seção VII
O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA

§ 1° O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor


patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais
Princípios Fundamentais de Contabilidade.
§ 2° Observado o disposto no art. 7°, o Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às
mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do
Princípio da COMPETÊNCIA.
§ 3° A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos
valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem
incertezas de grau variável.
Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os
componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem
alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o
patrimônio líquido.
Art. 11. A inobservância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade constitui infração
às alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto-Lei n° 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando
aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista.
Art. 12. Revogada a Resolução CFC n° 530-81, esta Resolução entra em vigor a partir de
1° de janeiro de 1994.
Brasília, 29 de dezembro de 1993.
IVAN CARLOS GATTI – Presidente

(1) Publicada no DOU, de 31-12-93 e de 07-02-94.

8.2 Convenções Contábeis

As restrições aos princípios (também conhecidas como convenções ou qualificações),


representam o complemento dos Princípios, no sentido de delimitar-lhes conceitos, atribuições
e direções a seguir e de sedimentar toda a experiência e bom-senso da profissão no convívio
com problemas contábeis. Se os princípios norteiam a direção a seguir, às vezes, os vários
caminhos paralelos que podem ser empreendidos, as restrições, à luz de cada situação, nos
darão as instruções finais para a escolha do percurso definitivo. As convenções também serão
enunciadas. Entretanto, tais enunciações serão apenas indicativas e terão menor peso do que no
caso dos princípios.

c.1 Convenção da Objetividade

Enunciado: “Para procedimentos igualmente relevantes,


resultantes da aplicação dos Princípios, preferir-se-ão, em ordem decrescente: a) os que
puderem ser comprovados por documentos e critérios objetivos; b) os que puderem ser
corroborados por consenso de pessoas da profissão, reunidas em comitês de pesquisa ou em
entidades que têm autoridades sobre princípios contábeis. . .”

c.2 Convenção da Materialidade

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Enunciado: “O contador deverá, sempre, avaliar a influência e
materialidade da informação evidenciada ou negada para o usuário à luz da relação custo-
benefício, levando em conta aspectos internos do sistema contábil...”

c.3 Convenção do Conservadorismo

Enunciado: “Entre conjuntos alternativos de avaliação para o


patrimônio, igualmente válidos, segundo os Princípios Fundamentais, a Contabilidade
escolherá o que apresentar o menor valor atual para o ativo e o maior para as obrigações...”

c.4 Convenção da Consistência

Enunciado: “A Contabilidade de uma entidade deverá ser mantida


de forma tal que os usuários das demonstrações contábeis tenham possibilidades de delinear a
tendência da mesma com o menor grau de dificuldade possível. . . “

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8.3 Quadro comparativo

Princípios e Convenções Contábeis Aceitos – Quadro Sinótico


Validade
Elementos No que Consiste Atual Conseqüências Observações
Derivam de
A. PRINCÍPIOS Premissas básicas sobre Para alguns Forma de ser da consenso
fenômenos contemplados há prática contábil profissional (útil e
pela Contabilidade discussão prático)
Contabilidade executada
1- Entidade para entidades como Total Proteção contra Antigamente, a
pessoas distintas dos malversações e Contabilidade era
sócios confusões para o proprietário.
A aceitação da
2- Continuidade Presume-se, em geral, Boa “Custo como Base Descontinuidade
que a empresa operará de Valor” mudaria a
indefinidamente. Contabilidade
Receita ocorre quando é
3- Realização realizada (na Discutível Afeta resultados Aspecto da
transferência) Competência
Possível Custo, no caso igual
4- Custo como O que vale são os preços Discutível afastamento dos a Custo Histórico ou
Base de Valor originais de aquisição ou valores de Custo Histórico
fabricação mercado Corrigido.

5- Confrontação Despesas atribuídas de Boa “Ajustes” É muito difícil obter


das Despesas com acordo com seu “fato exatidão total
as Receitas gerador” e não pagamento
a) Contabilidade só
6- Denominador registra eventos Limitada Balanço em Aceito no Brasil
Comum Monetário avaliáveis em moeda constante durante muitos anos
moeda (dinheiro)
b) O poder aquisitivo
é constante
Qualificam e delimitam Tão importante
B. CONVENÇÕES princípios Razoável Prática Contábil quanto princípios
Não mudar de critério,
1- Consistência sem aviso Ótima Comparabilidade Auditores praticam
2- Ex: Custo ou Mercado, o Muito Demonstrações
Conservadorismo mais baixo discutível irreais Vem de longa data
3- Materialidade Não se preocupar com Questão de bom-
(Relevância) miudezas Muito boa Economia senso
Sempre que possível, Fé da Inerente à própria
4- Objetividade apoiar-se em documentos Boa, Contabilidade finalidade
e evidências as mais quando não perante juízo e informativa (externa)
objetivas possível exagerada terceiros da Contabilidade
Conhecendo-se os princípios, suas limitações e o que se vem fazendo para
C. CONCLUSÕES adequá-las à realidade, teremos condições de entender melhor o verdadeiro
sentido da Contabilidade

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LEI Nº 11.638, DE 28 DEZEMBRO DE 2007.

o
Altera e revoga dispositivos da Lei n 6.404, de 15
o
de dezembro de 1976, e da Lei n 6.385, de 7 de
Mensagem de veto dezembro de 1976, e estende às sociedades de
grande porte disposições relativas à elaboração e
divulgação de demonstrações financeiras.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e


eu sanciono a seguinte Lei:
o o
Art. 1 Os arts. 176 a 179, 181 a 184, 187, 188, 197, 199, 226 e 248 da Lei n 6.404, de 15 de
dezembro de 1976, passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 176.........................................................

.......................................................................

IV – demonstração dos fluxos de caixa; e

V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.

.......................................................................

§ 6º A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$


2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da
demonstração dos fluxos de caixa.” (NR)

“Art. 177...........................................................

.......................................................................

§ 2º As disposições da lei tributária ou de legislação especial sobre atividade que constitui o


objeto da companhia que conduzam à utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes ou
à elaboração de outras demonstrações não elidem a obrigação de elaborar, para todos os fins
desta Lei, demonstrações financeiras em consonância com o disposto no caput deste artigo e
deverão ser alternativamente observadas mediante registro:

I – em livros auxiliares, sem modificação da escrituração mercantil; ou

II – no caso da elaboração das demonstrações para fins tributários, na escrituração mercantil,


desde que sejam efetuados em seguida lançamentos contábeis adicionais que assegurem a
preparação e a divulgação de demonstrações financeiras com observância do disposto no caput
deste artigo, devendo ser essas demonstrações auditadas por auditor independente registrado
na Comissão de Valores Mobiliários.

.......................................................................

o
§ 5º As normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários a que se refere o § 3 deste
artigo deverão ser elaboradas em consonância com os padrões internacionais de contabilidade
adotados nos principais mercados de valores mobiliários.

o
§ 6 As companhias fechadas poderão optar por observar as normas sobre demonstrações
financeiras expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para as companhias abertas.

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o
§ 7 Os lançamentos de ajuste efetuados exclusivamente para harmonização de normas
o
contábeis, nos termos do § 2 deste artigo, e as demonstrações e apurações com eles
elaboradas não poderão ser base de incidência de impostos e contribuições nem ter quaisquer
outros efeitos tributários.” (NR)

“Art. 178..........................................................

o
§ 1 ................................................................

.......................................................................

c) ativo permanente, dividido em investimentos, imobilizado, intangível e diferido.

o
§ 2 ................................................................

.......................................................................

d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação


patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

.......................................................................” (NR)

“Art. 179..........................................................

.......................................................................

IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade,
inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e
controle desses bens;

V – no diferido: as despesas pré-operacionais e os gastos de reestruturação que contribuirão,


efetivamente, para o aumento do resultado de mais de um exercício social e que não configurem
tão-somente uma redução de custos ou acréscimo na eficiência operacional;

VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção
da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.

.......................................................................” (NR)

“(VETADO)

Art. 181. (VETADO)”

“Patrimônio Líquido

Art. 182...........................................................

o
§ 1 ................................................................

.......................................................................

c) (revogada);

d) (revogada).

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.......................................................................

§ 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no


resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos
o
ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo (§ 5 do art. 177, inciso I do caput do art.
o
183 e § 3 do art. 226 desta Lei) e do passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de
mercado.

.......................................................................” (NR)

“Critérios de Avaliação do Ativo

Art. 183............................................................

I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de


créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo:

a) pelo seu valor de mercado ou valor equivalente, quando se tratar de aplicações destinadas à
negociação ou disponíveis para venda; e

b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais
ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das
demais aplicações e os direitos e títulos de crédito;

.......................................................................

VII – os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido na aquisição deduzido do saldo
da respectiva conta de amortização;

VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor
presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante.

o
§ 1 .................................................................

.......................................................................

d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mercado ativo, decorrente de
transação não compulsória realizada entre partes independentes; e, na ausência de um mercado
ativo para um determinado instrumento financeiro:

1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento
financeiro de natureza, prazo e risco similares;

2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza,
prazo e risco similares; ou

3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de precificação de instrumentos


financeiros.

o
§ 2 A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado, intangível e diferido será
registrada periodicamente nas contas de:

.......................................................................

§ 3º A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores


registrados no imobilizado, no intangível e no diferido, a fim de que sejam:

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I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper os
empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não poderão
produzir resultados suficientes para recuperação desse valor; ou

II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica


estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização.

.......................................................................” (NR)

“Critérios de Avaliação do Passivo

Art. 184............................................................

.......................................................................

III – as obrigações, encargos e riscos classificados no passivo exigível a longo prazo serão
ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante.”
(NR)

“Demonstração do Resultado do Exercício

Art. 187............................................................

.......................................................................

VI – as participações de debêntures, de empregados e administradores, mesmo na forma de


instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de
empregados, que não se caracterizem como despesa;

.......................................................................

§ 2º (Revogado).” (NR)

“Demonstrações dos Fluxos de Caixa e do Valor Adicionado

Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei
indicarão, no mínimo:

I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de


caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos:

a) das operações;

b) dos financiamentos; e

c) dos investimentos;

II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua


distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como
empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não
distribuída.

....................................................................... ”(NR)

“Reserva de Lucros a Realizar

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Art. 197............................................................

o
§ 1 ................................................................

.......................................................................

II – o lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou contabilização de ativo e passivo


pelo valor de mercado, cujo prazo de realização financeira ocorra após o término do exercício
social seguinte.

.......................................................................” (NR)

“Limite do Saldo das Reservas de Lucro

Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos fiscais e
de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a assembléia
deliberará sobre aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social ou na
distribuição de dividendos.” (NR)

“Transformação, Incorporação, Fusão e Cisão

Art. 226............................................................

.......................................................................

§ 3º Nas operações referidas no caput deste artigo, realizadas entre partes independentes e
vinculadas à efetiva transferência de controle, os ativos e passivos da sociedade a ser
incorporada ou decorrente de fusão ou cisão serão contabilizados pelo seu valor de mercado.”
(NR)

“Avaliação do Investimento em Coligadas e Controladas

Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas sobre cuja


administração tenha influência significativa, ou de que participe com 20% (vinte por cento) ou
mais do capital votante, em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo
grupo ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo método da equivalência patrimonial,
de acordo com as seguintes normas:

.......................................................................” (NR)

o o
Art. 2 A Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 195-
A:

“Reserva de Incentivos Fiscais

Art. 195-A. A assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para
a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções
governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo
obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta Lei).”

Demonstrações Financeiras de Sociedades de Grande Porte

o
Art. 3 Aplicam-se às sociedades de grande porte, ainda que não constituídas sob a forma de
sociedades por ações, as disposições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, sobre escrituração
e elaboração de demonstrações financeiras e a obrigatoriedade de auditoria independente por auditor
registrado na Comissão de Valores Mobiliários.

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Parágrafo único. Considera-se de grande porte, para os fins exclusivos desta Lei, a sociedade ou
conjunto de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo total superior a
R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior a R$
300.000.000,00 (trezentos milhões de reais).

o
Art. 4 As normas de que tratam os incisos I, II e IV do § 1º do art. 22 da Lei nº 6.385, de 7 de
dezembro de 1976, poderão ser especificadas por categorias de companhias abertas e demais
emissores de valores mobiliários em função do seu porte e das espécies e classes dos valores
mobiliários por eles emitidos e negociados no mercado.

o o
Art. 5 A Lei n 6.385, de 7 de dezembro de 1976, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 10-A:

“Art. 10-A. A Comissão de Valores Mobiliários, o Banco Central do Brasil e demais órgãos e
agências reguladoras poderão celebrar convênio com entidade que tenha por objeto o estudo e a
divulgação de princípios, normas e padrões de contabilidade e de auditoria, podendo, no exercício de
suas atribuições regulamentares, adotar, no todo ou em parte, os pronunciamentos e demais
orientações técnicas emitidas.

Parágrafo único. A entidade referida no caput deste artigo deverá ser majoritariamente
composta por contadores, dela fazendo parte, paritariamente, representantes de entidades
representativas de sociedades submetidas ao regime de elaboração de demonstrações
financeiras previstas nesta Lei, de sociedades que auditam e analisam as demonstrações
financeiras, do órgão federal de fiscalização do exercício da profissão contábil e de universidade
ou instituto de pesquisa com reconhecida atuação na área contábil e de mercado de capitais.”

o
Art. 6 Os saldos existentes nas reservas de reavaliação deverão ser mantidos até a sua efetiva
realização ou estornados até o final do exercício social em que esta Lei entrar em vigor.

o o
Art. 7 As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 da Lei n 6.404, de 15 de
dezembro de 1976, poderão ser divulgadas, no primeiro ano de vigência desta Lei, sem a indicação
dos valores correspondentes ao exercício anterior.

o
Art. 8 Os textos consolidados das Leis nºs 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e 6.385, de 7 de
dezembro de 1976, com todas as alterações nelas introduzidas pela legislação posterior, inclusive esta
Lei, serão publicados no Diário Oficial da União pelo Poder Executivo.

o
Art. 9 Esta Lei entra em vigor no primeiro dia do exercício seguinte ao de sua publicação.

o
Art. 10. Ficam revogadas as alíneas c e d do § 1 do art. 182 e o § 2º do art. 187 da Lei nº 6.404,
de 15 de dezembro de 1976.

o o
Brasília, 28 de dezembro de 2007; 186 da Independência e 119 da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Arno Hugo Augustin Filho

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Extrato da Lei 6.404/76
Exercício Social

Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será fixada no
estatuto.

Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária o exercício


social poderá ter duração diversa.

SEÇÃO II

Demonstrações Financeiras

Disposições Gerais

Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração
mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a
situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:

I - balanço patrimonial;

II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

III - demonstração do resultado do exercício; e

IV - demonstração das origens e aplicações de recursos.

§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores


correspondentes das demonstrações do exercício anterior.

§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos


poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do
valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações genéricas, como
"diversas contas" ou "contas-correntes".

§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a proposta dos


órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela assembléia-geral.

§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos


ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados
do exercício.

§ 5º As notas deverão indicar:

a) Os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos


cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou
riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo;

b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (artigo 247, parágrafo único);

c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (artigo 182, § 3º);

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d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras
responsabilidades eventuais ou contingentes;

e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo;

f) o número, espécies e classes das ações do capital social;

g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;

h) os ajustes de exercícios anteriores (artigo 186, § 1º);

i) os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter,
efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia.

§ 6º A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, não superior ao valor
nominal de 20.000 (vinte mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional, não será obrigada à
elaboração e publicação da demonstração das origens e aplicações de recursos.

§ 6º A companhia fechada, com patrimônio líquido, na data do balanço, não superior a R$


1.000.000,00 (um milhão de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração das
origens e aplicações de recursos. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 5.5.1997)

Escrituração

Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência
aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos,
devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações
patrimoniais segundo o regime de competência.

§ 1º As demonstrações financeiras do exercício em que houver modificação de métodos ou


critérios contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la em nota e ressaltar esses efeitos.

§ 2º A companhia observará em registros auxiliares, sem modificação da escrituração mercantil e


das demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de legislação especial
sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam métodos ou critérios contábeis diferentes
ou determinem a elaboração de outras demonstrações financeiras.

§ 3º As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, ainda, as normas


expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, e serão obrigatoriamente auditadas por auditores
independentes registrados na mesma comissão.

§ 4º As demonstrações financeiras serão assinadas pelos administradores e por contabilistas


legalmente habilitados.

SEÇÃO III

Balanço Patrimonial

Grupo de Contas

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que
registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da
companhia.

§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos


elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

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a) ativo circulante;

b) ativo realizável a longo prazo;

c) ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido.

§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:

a) passivo circulante;

b) passivo exigível a longo prazo;

c) resultados de exercícios futuros;

d) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação,


reservas de lucros e lucros ou prejuízos acumulados.

§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão
classificados separadamente.

Ativo

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social


subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;

II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte,
assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou
controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não
constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia;

III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de


qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da
atividade da companhia ou da empresa;

IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das
atividades da companhia e da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade
industrial ou comercial;

V - no ativo diferido: as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do


resultado de mais de um exercício social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas durante
o período que anteceder o início das operações sociais.

Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o
exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.

Passivo Exigível

Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do


ativo permanente, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício
seguinte, e no passivo exigível a longo prazo, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o
disposto no parágrafo único do artigo 179.

Resultados de Exercícios Futuros

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Art. 181. Serão classificadas como resultados de exercício futuro as receitas de exercícios futuros,
diminuídas dos custos e despesas a elas correspondentes.

Patrimônio Líquido

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela
ainda não realizada.

§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:

a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de


emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital
social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;

b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

c) o prêmio recebido na emissão de debêntures;

d) as doações e as subvenções para investimento.

§ 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do capital
realizado, enquanto não-capitalizado.

§ 3° Serão classificadas como reservas de reavaliação as contrapartidas de aumentos de valor


atribuídos a elementos do ativo em virtude de novas avaliações com base em laudo nos termos do
artigo 8º, aprovado pela assembléia-geral.

§ 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de


lucros da companhia.

§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do


patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

Critérios de Avaliação do Ativo

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:

I - os direitos e títulos de crédito, e quaisquer valores mobiliários não classificados como


investimentos, pelo custo de aquisição ou pelo valor do mercado, se este for menor; serão excluídos os
já prescritos e feitas as provisões adequadas para ajustá-lo ao valor provável de realização, e será
admitido o aumento do custo de aquisição, até o limite do valor do mercado, para registro de correção
monetária, variação cambial ou juros acrescidos;

II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim
como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou
produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior;

III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o


disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis
na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que não será
modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas;

IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para atender às


perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo de aquisição ao valor de
mercado, quando este for inferior;

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V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da
respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão;

VI - o ativo diferido, pelo valor do capital aplicado, deduzido do saldo das contas que registrem a
sua amortização.

§ 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor de mercado:

a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos,
mediante compra no mercado;

b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda no
mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro;

c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a terceiros.

§ 2º A diminuição de valor dos elementos do ativo imobilizado será registrada periodicamente nas
contas de:

a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens
físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência;

b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos


da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração
limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado;

c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos


cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.

§ 3º Os recursos aplicados no ativo diferido serão amortizados periodicamente, em prazo não


superior a 10 (dez) anos, a partir do início da operação normal ou do exercício em que passem a ser
usufruídos os benefícios deles decorrentes, devendo ser registrada a perda do capital aplicado quando
abandonados os empreendimentos ou atividades a que se destinavam, ou comprovado que essas
atividades não poderão produzir resultados suficientes para amortizá-los.

§ 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor
de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil.

Critérios de Avaliação do Passivo

Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes
critérios:

I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda


a pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do
balanço;

II - as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão convertidas


em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço;

III - as obrigações sujeitas à correção monetária serão atualizadas até a data do balanço.

Correção Monetária

Art. 185. Nas demonstrações financeiras deverão ser considerados os efeitos da modificação no
poder de compra da moeda nacional sobre o valor dos elementos do patrimônio e os resultados do
exercício.
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§ lº Serão corrigidos, com base nos índices de desvalorização da moeda nacional reconhecidos pelas
autoridades federais:
a) o custo de aquisição dos elementos do ativo permanente, inclusive os recursos aplicados no ativo
diferido, os saldos das contas de depreciação, amortização e exaustão, e as provisões para perdas;
b) os saldos das contas do patrimônio líquido.
§ 2º A variação nas contas do patrimônio líquido, decorrente de correção monetária, será acrescida
aos respectivos saldos, com exceção da correção do capital realizado, que constituirá a reserva de
capital de que trata o § 2º do artigo 182.
§ 3º As contrapartidas dos ajustes de correção monetária serão registradas em conta cujo saldo será
computado no resultado do exercício. (Revogado pela Lei nº 7.730, de 31.1.1989)

SEÇÃO IV

Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados

Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:

I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do


saldo inicial;

II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;

III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o
saldo ao fim do período.

§ 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos


da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e
que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes.

§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo


por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido,
se elaborada e publicada pela companhia.

SEÇÃO V

Demonstração do Resultado do Exercício

Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:

I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;

II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro
bruto;

III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as


despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;

IV - o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais e o saldo da conta


de correção monetária (artigo 185, § 3º);

IV - o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais; (Redação dada


pela Lei nº 9.249, de 26.12.1995)

V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;

VI - as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, e as


contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados;
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VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:

a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em


moeda; e

b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas


receitas e rendimentos.

§ 2º O aumento do valor de elementos do ativo em virtude de novas avaliações, registrados como


reserva de reavaliação (artigo 182, § 3º), somente depois de realizado poderá ser computado como
lucro para efeito de distribuição de dividendos ou participações.

SEÇÃO VI

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos

Art. 188. A demonstração das origens e aplicações de recursos indicará as modificações na


posição financeira da companhia, discriminando:

I - as origens dos recursos, agrupadas em:

a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela


variação nos resultados de exercícios futuros;

b) realização do capital social e contribuições para reservas de capital;

c) recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo prazo, da redução do


ativo realizável a longo prazo e da alienação de investimentos e direitos do ativo imobilizado.

II - as aplicações de recursos, agrupadas em:

a) dividendos distribuídos;

b) aquisição de direitos do ativo imobilizado;

c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido;

d) redução do passivo exigível a longo prazo.

III - o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações, representando


aumento ou redução do capital circulante líquido;

IV - os saldos, no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o montante do capital


circulante líquido e o seu aumento ou redução durante o exercício.

CAPÍTULO XVI

Lucro, Reservas e Dividendos

SEÇÃO I

Lucro

Dedução de Prejuízos e Imposto sobre a Renda


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Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos
acumulados e a provisão para o Imposto sobre a Renda.

Parágrafo único. o prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros


acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem.

Participações

Art. 190. As participações estatutárias de empregados, administradores e partes beneficiárias


serão determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros que remanescerem depois
de deduzida a participação anteriormente calculada.

Parágrafo único. Aplica-se ao pagamento das participações dos administradores e das partes
beneficiárias o disposto nos parágrafos do artigo 201.

Lucro Líquido

Art. 191. Lucro líquido do exercício é o resultado do exercício que remanescer depois de
deduzidas as participações de que trata o artigo 190.

Proposta de Destinação do Lucro

Art. 192. Juntamente com as demonstrações financeiras do exercício, os órgãos da administração


da companhia apresentarão à assembléia-geral ordinária, observado o disposto nos artigos 193 a 203
e no estatuto, proposta sobre a destinação a ser dada ao lucro líquido do exercício.

SEÇÃO II

Reservas e Retenção de Lucros

Reserva Legal

Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de qualquer
outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do
capital social.

§ 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa
reserva, acrescido do montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de
30% (trinta por cento) do capital social.

§ 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser
utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital.

Reservas Estatutárias

Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:

I - indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade;

II - fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão destinados à sua
constituição; e

III - estabeleça o limite máximo da reserva.

Reservas para Contingências

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Art. 195. A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar parte do
lucro líquido à formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição
do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado.

§ 1º A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda prevista e justificar,
com as razões de prudência que a recomendem, a constituição da reserva.

§ 2º A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões que justificaram a
sua constituição ou em que ocorrer a perda.

Retenção de Lucros

Art. 196. A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, deliberar reter
parcela do lucro líquido do exercício prevista em orçamento de capital por ela previamente aprovado.

§ 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da administração com a justificação da retenção de


lucros proposta, deverá compreender todas as fontes de recursos e aplicações de capital, fixo ou
circulante, e poderá ter a duração de até 5 (cinco) exercícios, salvo no caso de execução, por prazo
maior, de projeto de investimento.

§ 2º O orçamento poderá ser aprovado na assembléia-geral ordinária que deliberar sobre o


balanço do exercício.

o
§ 2 O orçamento poderá ser aprovado pela assembléia-geral ordinária que deliberar sobre o
balanço do exercício e revisado anualmente, quando tiver duração superior a um exercício social.
(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

Reserva de Lucros a Realizar

Art. 197. No exercício em que os lucros a realizar ultrapassarem o total deduzido nos termos dos
artigos 193 a 196, a assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar o
excesso à constituição de reserva de lucros a realizar.

Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, são lucros a realizar:

a) o saldo credor da conta de registro das contrapartidas dos ajustes de correção monetária
(artigo 185, § 3º);
b) o aumento do valor do investimento em coligadas e controladas (artigo 248, III);
c) o lucro em vendas a prazo realizável após o término do exercício seguinte.
Limite da Constituição de Reservas e Retenção de Lucros

Art. 197. No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do
estatuto ou do art. 202, ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a assembléia-
geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à constituição de reserva
de lucros a realizar. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

o
§ 1 Para os efeitos deste artigo, considera-se realizada a parcela do lucro líquido do exercício
que exceder da soma dos seguintes valores: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

I - o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial (art. 248); e (Redação dada pela Lei nº
10.303, de 31.10.2001)

II - o lucro, ganho ou rendimento em operações cujo prazo de realização financeira ocorra após o
término do exercício social seguinte. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

o
§ 2 A reserva de lucros a realizar somente poderá ser utilizada para pagamento do dividendo
obrigatório e, para efeito do inciso III do art. 202, serão considerados como integrantes da reserva os

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lucros a realizar de cada exercício que forem os primeiros a serem realizados em dinheiro. (Redação
dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

Art. 198. A destinação dos lucros para constituição das reservas de que trata o artigo 194 e a
retenção nos termos do artigo 196 não poderão ser aprovadas, em cada exercício, em prejuízo da
distribuição do dividendo obrigatório (artigo 202).

Limite do Saldo das Reservas de Lucros

Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências e de lucros a realizar, não
poderá ultrapassar o capital social; atingido esse limite, a assembléia deliberará sobre a aplicação do
excesso na integralização ou no aumento do capital social, ou na distribuição de dividendos.

Reserva de Capital

Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para:

I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros (artigo


189, parágrafo único);

II - resgate, reembolso ou compra de ações;

III - resgate de partes beneficiárias;

IV - incorporação ao capital social;

V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada
(artigo 17, § 5º).

Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias poderá ser
destinada ao resgate desses títulos.

SEÇÃO III

Dividendos

Origem

Art. 201. A companhia somente pode pagar dividendos à conta de lucro líquido do exercício, de
lucros acumulados e de reserva de lucros; e à conta de reserva de capital, no caso das ações
preferenciais de que trata o § 5º do artigo 17.

§ 1º A distribuição de dividendos com inobservância do disposto neste artigo implica


responsabilidade solidária dos administradores e fiscais, que deverão repor à caixa social a
importância distribuída, sem prejuízo da ação penal que no caso couber.

§ 2º Os acionistas não são obrigados a restituir os dividendos que em boa-fé tenham recebido.
Presume-se a má-fé quando os dividendos forem distribuídos sem o levantamento do balanço ou em
desacordo com os resultados deste.

Dividendo Obrigatório

Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício, a
parcela dos lucros estabelecida no estatuto, ou, se este for omisso, metade do lucro líquido do
exercício diminuído ou acrescido dos seguintes valores:

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Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício, a
parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este for omisso, a importância determinada de
acordo com as seguintes normas: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

I - quota destinada à constituição da reserva legal (artigo 193);

I - metade do lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido dos seguintes valores: (Redação
dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

a) importância destinada à constituição da reserva legal (art. 193); e (Alínea incluída pela Lei nº
10.303, de 31.10.2001)

b) importância destinada à formação da reserva para contingências (art. 195) e reversão da


mesma reserva formada em exercícios anteriores; (Alínea incluída pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

II - importância destinada à formação de reservas para contingências (artigo 195), e reversão das
mesmas reservas formadas em exercícios anteriores;

II - o pagamento do dividendo determinado nos termos do inciso I poderá ser limitado ao montante
do lucro líquido do exercício que tiver sido realizado, desde que a diferença seja registrada como
reserva de lucros a realizar (art. 197); (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

III - lucros a realizar transferidos para a respectiva reserva (artigo 197), e lucros anteriormente
registrados nessa reserva que tenham sido realizados no exercício.

III - os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados e se não tiverem sido
absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser acrescidos ao primeiro dividendo
declarado após a realização. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

§ 1º O estatuto poderá estabelecer o dividendo como porcentagem do lucro ou do capital social,


ou fixar outros critérios para determiná-lo, desde que sejam regulados com precisão e minúcia e não
sujeitem os acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãos de administração ou da maioria.

§ 2º Quando o estatuto for omisso e a assembléia-geral deliberar alterá-lo para introduzir norma
sobre a matéria, o dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% (vinte e cinco por cento) do lucro
líquido ajustado nos termos deste artigo.

o
§ 2 Quando o estatuto for omisso e a assembléia-geral deliberar alterá-lo para introduzir norma
sobre a matéria, o dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% (vinte e cinco por cento) do lucro
líquido ajustado nos termos do inciso I deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

§ 3º Nas companhias fechadas a assembléia-geral pode, desde que não haja oposição de
qualquer acionista presente, deliberar a distribuição de dividendo inferior ao obrigatório nos termos
deste artigo, ou a retenção de todo o lucro.

o
§ 3 A assembléia-geral pode, desde que não haja oposição de qualquer acionista presente,
deliberar a distribuição de dividendo inferior ao obrigatório, nos termos deste artigo, ou a retenção de
todo o lucro líquido, nas seguintes sociedades: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

I - companhias abertas exclusivamente para a captação de recursos por debêntures não


conversíveis em ações; (Inciso incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

II - companhias fechadas, exceto nas controladas por companhias abertas que não se enquadrem
na condição prevista no inciso I. (Inciso incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

§ 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no exercício social em que os órgãos
da administração informarem à assembléia-geral ordinária ser ele incompatível com a situação

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financeira da companhia. O conselho fiscal, se em funcionamento, deverá dar parecer sobre essa
informação e, na companhia aberta, seus administradores encaminharão à Comissão de Valores
Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da realização da assembléia-geral, exposição justificativa da
informação transmitida à assembléia.

§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do § 4º serão registrados como
reserva especial e, se não absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser pagos
como dividendo assim que o permitir a situação financeira da companhia.

o
§ 6 Os lucros não destinados nos termos dos arts. 193 a 197 deverão ser distribuídos como
dividendos. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

Dividendos de Ações Preferenciais

Art. 203. O disposto nos artigos 194 a 197, e 202, não prejudicará o direito dos acionistas
preferenciais de receber os dividendos fixos ou mínimos a que tenham prioridade, inclusive os
atrasados, se cumulativos.

Dividendos Intermediários

Art. 204. A companhia que, por força de lei ou de disposição estatutária, levantar balanço
semestral, poderá declarar, por deliberação dos órgãos de administração, se autorizados pelo estatuto,
dividendo à conta do lucro apurado nesse balanço.

§ 1º A companhia poderá, nos termos de disposição estatutária, levantar balanço e distribuir


dividendos em períodos menores, desde que o total dos dividendos pagos em cada semestre do
exercício social não exceda o montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182.

§ 2º O estatuto poderá autorizar os órgãos de administração a declarar dividendos intermediários,


à conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes no último balanço anual ou
semestral.

Pagamento de Dividendos

Art. 205. A companhia pagará o dividendo de ações nominativas à pessoa que, na data do ato de
declaração do dividendo, estiver inscrita como proprietária ou usufrutuária da ação.

§ 1º Os dividendos poderão ser pagos por cheque nominativo remetido por via postal para o
endereço comunicado pelo acionista à companhia, ou mediante crédito em conta-corrente bancária
aberta em nome do acionista.

§ 2º Os dividendos das ações em custódia bancária ou em depósito nos termos dos artigos 41 e
43 serão pagos pela companhia à instituição financeira depositária, que será responsável pela sua
entrega aos titulares das ações depositadas.

§ 3º O dividendo deverá ser pago, salvo deliberação em contrário da assembléia-geral, no prazo


de 60 (sessenta) dias da data em que for declarado e, em qualquer caso, dentro do exercício social.

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