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2º RELATÓRIO DE PRÁTICA
RESISTÊNCIA A TRAÇÃO
RESISTÊNCIA AO RASGAMENTO
DUREZA
RELATÓRIO INDIVIDUAL
- RESISTÊNCIA A TRAÇÃO
A resistência a tração ou tenacidade é avaliada pela carga aplicada ao material por unidade de
área,no momento da ruptura. Mede a força provocada pelo estiramento de um corpo de prova
a uma velocidade uniforme bem como a variação no comprimento da peça, determinada pela
observação de 2 marcas feitas no corpo de prova. Os polímeros em geral apresentam baixos
valores de resistência a tração. É expressa em MPa , Pa , N/m2 ou Kgf / mm2 . De acordo
com ASTM D 412 , D 638 e D882 [1].
Uma grande variedade de cargas é usada na indústria de borracha para melhorar e/ou
modificar as propriedades físicas de materiais elastoméricos. As cargas de maior interesse
tecnológico aumentam módulo de elasticidade, resistência à tração, à abrasão e ao
rasgamento. A morfologia da carga, ou seja, tamanho de partícula, estrutura e características
superficiais têm grande influência no desempenho mecânico de materiais elastoméricos,
sendo estas últimas as mais importantes por apresentarem sítios quimicamente ativos,
responsáveis pela interação entre a carga e as cadeias poliméricas [2].
A resposta à deformação de um material elastomérico com carga, depende de interações, que
também influenciam seu comportamento viscoelástico, e podem ser dos seguintes tipos:
- Interações polímero-polímero
- Interações polímero-carga
- Interações carga-carga
No primeiro caso, as interações entre as macromoléculas são determinadas pela natureza
química de cada componente, pela regularidade, pela mobilidade dos segmentos, pelo grau de
impedimento estérico e pela presença de ligações cruzadas, estáveis ou transientes, de nós
físicos e de terminais de cadeia no vulcanizado.Dependendo do tipo de elastômero utilizado
na formulação, podem apresentar segmentos rígidos e segmentos flexíveis na cadeia
polimérica ,tais segmentos podem sofrer interações entre si .
O segundo caso representa as interações mais importantes, pois as propriedades do
vulcanizado são dependentes delas, são caracterizadas pelo fenômeno da "borracha ligada".
Quando uma carga é incorporada à borracha, seja em misturador de rolos ou misturador
interno, parte da borracha se torna insolúvel em solventes comuns, bons para a borracha,
devido à formação de géis. Se utilizamos cargas de mesma natureza que o material polimérico
,ou seja ,quando existe alguma afinidade entre o elastômero e a carga ,esta pode atuar como
reforçador elevando a densidade de ligações cruzadas e tornando o material vulcanizado com
melhores propriedades mecânicas ,conseqüentemente as resistências a tração ,ao rasgo ,a
abrasão,etc. se tornam visivelmente maior.
O terceiro caso, isto é, interações carga-carga, foi negligenciado até final dos anos de 1970
sendo atualmente aceito que partículas primárias se unam formando agregados .
Os ensaios de tração foram realizados em um dinamômetro Instron, modelo 1101, segundo as
normas ASTM D 412 e D 624, respectivamente, à temperatura ambiente e velocidade de
separação das garras de 500 mm /min. Foram utilizados corpos de prova padronizados
conforme as descrições e informações da figura abaixo :
Figura 2
= ( F / S0 )
Onde S0 é a área da seção transversal da parte mais fina antes da aplicação dos esforços e F é
a força aplicada ( carga ) sobre o corpo de prova ( em Kgf ) [5].
P = E
EP = ( P / )
É a força em relação a espessura do material ,ou seja , é a força aplicada por unidade de
espessura necessária para expandir um corte previamente feito no corpo de prova em direção
perpendicular a força aplicada até a respectiva ruptura. Usamos geralmente as unidades Kgf/
cm , Kgf / mm .
A determinação da resistência ao rasgo é freqüentemente feita em elastômeros (ASTM D
624). no teste utilizamos o mesmo equipamento usado para avaliar a resistencia a
tração,contudo usamos um corpo de prova com outro formato. A força aplicada não é
distribuída por todo o corpo de prova , mas concentrada na posição do corte. O teste mede a
energia necessária para rasgar o corpo de prova numa velocidade específica e constante de
separação. A energia necessária inclui a energia requerida para distender totalmente o
elastômero e depende parcialmente das propriedades viscoelásticas do material, sendo,
contudo, altamente dependente da velocidade empregada. A resistência ao rasgo de uma
borracha não é relacionada à sua tensão de ruptura. Os corpos de prova para este ensaio são
observados na figura 3 abaixo:
2 - PARTE EXPERIMENTAL
ZnO 5 5 5
Acido Esteárico
1 1 1
Enxofre 2 2 2
CBS 2 2 2
Negro de Fumo - 20 -
Caulim - - 20
OBS: Composição em phr
NR – Goma pura
NR – 5 phr de mica
SBR – 20 phr de negro de fumo
NBR – Goma pura
NBR Nitrilica – 30 phr celulose
SBR – 20 phr caulim
SBR – Goma pura
2.3 – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
- Resistência a Tração
Foi utilizado o dinamômetro Instron modelo 1101 segundo as normas ASTM D 412 e D
624 na temperatura ambiente , o corpo de prova é colocado nas garras e após seleciona-se
o valor da carga a ser aplicada . Após se aciona o sistema de tração a velocidade pré fixada
( usamos 50 cm /min ) e ao mesmo tempo aciona-se o registrador gráfico ,no caso de um
equipamento mais moderno e informatizado é acionado o respectivo software que inclusive
pode iniciar-se automaticamente via sensores.
Foi utilizado um registrador gráfico convencional com papel milimetrado que foi acionado
ao mesmo tempo em que se deu inicio a tração,o alongamento dos corpos de prova foram
medidos em relação a uma escala milimetrada e foi anotado no traçado os pontos relativos
a cada 50 mm de alongamento medido na régua graduada .O corpo de prova usado possui a
forma descrita na figura 2B e a respectiva distância L0 foi padronizada como 25,4 mm ( 1
in ) .
- Resistência ao Rasgamento
Foi usado o mesmo equipamento descrito para o ensaio de resistência a tração ,porem
usamos outro tipo de corpo de prova ,como o da figura 3C . Não é necessário anotar os
valores de alongamento percentual ,mas somente o final do traçado que corresponde a
tração máxima de rasgamento . toda a metodologia empregada é semelhante ao ensaio
anterior.
F
= e
- Dureza Shore A
Velocidade de 50 50 50 50 50 50 50
Separação das garras
( cm / min )
Velocidade de 50 50 50 50 50 50 50
Registro ( cm / min )
Faixa de Carga 5 5 5 5 5 5 5
( Kgf)
Carga ( Kgf ) 4,0 4,3 3,8 3,8 ---------- 3,2 3,8
Tração no 1,86 2,07 1,86 1,81 ---------- 1,40 1,86
Rasgamento
( kgf/mm )
Dureza Shore A I II III IV V Mediana
35,5 34,0 36,0 35,0 37,0 35,5
S BR - 20 phr negro de fumo - Tração x Alongamento
0,4
Tração ( Kgf /mm2 )
0,35
y = 0,0002x 1,2858
0,3 R2 = 0,9949
0,25
0,2
0,15
0,1
0,05
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400
Alongamento ( % )
0,0012
0,0008
0,0006
0,0004
0,0002
0
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4
Velocidade de 50 50 50 50 50 50 50
Separação das garras
( cm / min )
Velocidade de 50 50 50 50 50 50 50
Registro ( cm / min )
Faixa de Carga 10 5 5 5 5 5 5
( Kgf)
Carga ( Kgf ) 2,5 2,4 2,7 2,5 1,6 2,3
Rasgamento 1,11 1,14 1,25 1,09 0,73 1,12 1,115
( kgf/mm )
Dureza Shore A I II III IV V Mediana
31 33 31 31 31 31
SBR - 20 phr Caulim - Grafico ( Tração x Alongamento )
0,25
y = 0,0004x 1,0447
R2 = 0,9999
0,2
Tração ( kgf / mm2 )
0,15
0,1
0,05
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400
Alongamento ( % )
0,000605
0,00059
0,000585
0,00058
0,000575
0,00057
0,000565
0,00056
0,000555
0,00055
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25
TRAÇÃO ( Kg/mm2)
Formulação 1 - SBR - Goma Pura
Resistência a Tração I II III IV V VI Mediana
Espessura ( mm ) 2,08 2,28 2,18 2,00 1,94 2,10
Largura ( mm) 5,7 5,5 5,5 5,8 5,5 5,5
Comprimento entre Marcas (mm) 25,4 25,4 25,4 25,4 25,4 25,4
Área da Seção Transversal (mm2 ) 11,86 12,54 11,99 11,60 10,67 11,86
Velocidade de separação (cm/min) 50 50 50 50 50 50
Velocidade de registro (cm/min) 50 50 50 50 50 50
Faixa de carga ( Kgf ) 10 5 2 5 5 5
Carga a 300 % 2,10 --- ----- --- 1,60 1,85
Carga na Ruptura ( Kgf ) 2,5 2,0 ----- 1,75 1,60 1,88
Tração a 300 % ( Kgf/mm2) 0,1771 0,1594 ------ 0,1508 0,1499 0,1551
Modulo de Elasticidade a 300 % 0,00059 0,00053 0,00050 0,0005 0,000518
2
Tração de Ruptura ( Kgf / mm ) 0,2108 0,1595 ----- 0,1509 0,1499 0,1552
Alongamento ( % ) 350 270 ----- 270 300 285
Rasgamento I II III IV V VI Mediana
Espessura ( mm ) 1,95 1,98 2,15 2,00 2,19 2,08 2,00
Velocidade de separação (cm/min) 50 50 50 50 50 50 50
Velocidade de registro (cm/min) 50 50 50 50 50 50 50
Faixa de Carga ( Kgf ) 5 5 5 5 5 5 5
Carga ( Kgf ) 1,60 1,35 1,40 1,65 1,45 2,00 1,52
Rasgamento ( Kgf / mm ) 0,82 0,68 0,65 0,82 0,66 0,96 0,75
Dureza Shore A I II III IV V VI Mediana
30,5 30 30 30 30
I II III
31 32 33
Mediana : 32
I II III
44 45 46
Mediana : 45
Dureza – SBR 20 phr de Caulim
I II III
31 31 31
Mediana : 31
I II III
29 29 30
Mediana : 29
I II III IV V
67 68,5 69 69 69
Mediana : 69
I II III IV V Mediana
27 26 25 27 26 26
4 - CONCLUSÕES
1. A carga de negro de fumo torna o corpo de prova mais resistente ,melhorando suas
propriedades mecânicas , esta foi a formulação que apresentou maior tração a 300 %
( 0,261 Kg/ mm2 ) ,maior tração na ruptura ( 0,383 Kgf / mm2 ) ,maior alongamento
na ruptura ( 380 % ) e maior modulo de elasticidade a 300 % .
2. O gráfico tração x alongamento para a SBR com carga de negro de fumo mostrou
uma inclinação de 0,00106, maior que no caso do SBR com carga de caulim que
mostrou uma inclinação de 0,000769 .
3. Analisando os gráficos do modulo de elasticidade x tração observamos que o SBR
com carga de negro de fumo apresenta muito menor variação de modulo de
elasticidade em função da tração aplicada .
4. O SBR com carga de negro de fumo apresentou o maior modulo de elasticidade a
300% ( 0,0008698 ) , o SBR com caulim apresentou um valor de E a 300 % igual a
0,000603 e o SBR goma pura apresentou o menor modulo de elasticidade ( 0,000518 )
nas mesmas condições .
5. O SBR com carga de negro de fumo apresenta o maior valor de resistência ao
rasgamento ( 1,86 kgf/mm) ,o SBR com carga de caulim apresentou um valor mediano
em torno de 1,12 e o SBR goma pura apresentou o menor valor mediano ( 0,75 )
como já era esperado.
6. Observou-se que a adição de cargas leva a aumento da dureza do material. O SBR
com negro de fumo apresentou a maior dureza Shore A ( 35,5 ) enquanto com caulim
a dureza ficou em torno de 31,o e o SBR goma pura apresentou menor dureza ( 30 ).
Observamos também que o NR goma pura apresenta menor dureza que o SBR e o
NBR ambos em goma pura, enquanto que o NBR goma pura é o que apresenta maior
dureza.
7. O NBR –nitrilica com carga de celulose apresentou a maior dureza Shore A ( 69 ) e
o SBR com negro de fumo também apresentou elevada dureza ( 35,5 ). Então
concluímos que as cargas orgânicas tais como negro de fumo e celulose apresentam
maior afinidade química com a estrutura do elastômero apresentando efeito reforçador
e levando a melhores propriedades mecânicas. Tais cargas levam a maiores densidades
de ligações cruzadas durante o processo de vulcanização o que provavelmente eleva
bastante a resistência mecânica do material.
Bibliografia consultada