Você está na página 1de 11

111Equation Chapter 1 Section 1

LICENCIATURA EM ENGª. CIVIL

Processos de Construção e Edificações II

(2010/2011 – Inverno)
Docente: Eng.º José Matos e Silva

1º Teste e 2º Teste

Trabalho realizado pelo aluno:

Orlando M. A. Ribeiro, N.º20881, MCE11D

08-02-2011
2
1ª Pergunta:
A justificação mais plausível, é ter ocorrido uma descompressão dos terrenos de
fundação dos edifícios vizinhos e da fachada principal, o que levou ao desabamento
da fachada principal e à rotura parcial de elementos construtivos de um dos prédios
vizinhos.

Uma das causas possíveis para que tal possa ter acontecido, seria se o sub-
empreiteiro responsável pela escavação começasse a escavar sem que a um
determinado nível de ancoragens não esteja tensionado, instabilizando a cortina. Tal
cenário acontece frequentemente quando existem 3 entidades com diferentes
interesses a coordenar a execução das caves (Empreiteiro geral, sub-empreiteiro da
escavação e sub-empreiteiro da contenção periférica ancorada).

Muitos acidentes poderiam ser evitados, se a execução das caves estivesse sob a
alçada do sub-empreiteiro da contenção periférica ancorada, e ele posteriormente
contratasse sub-empreiteiros de escavação, de cofragem e de armação de ferro,
sendo todo o planeamento orientado por quem faz a contenção periférica ancorada.

Outra recomendação para evitar este tipo de acidentes, seria “obrigar” a que os
projectos de contenção periférica apenas pudessem ser elaborados por especialistas
em geotecnia.

2ª Pergunta:
Em primeiro, iria verificar se a obra estava licenciada (deveria estar afixado um placar
de aviso tipo, com toda a informação sobre a obra).

Depois consultaria o livro de obra, se estava actualizado, e se tinha alguma anotação


em especial, que denunciasse se algo de especial tinha sido executado.

Por último compararia o projecto de contenção periférica e o planeamento detalhado


da obra, com o que estava executado, para perceber se o projecto estava a ser
cumprido à risca ou se os tempos de execução de cada fase estavam a ser
cumpridos.

3ª Pergunta:
Tendo em conta o problema exposto, e sabendo-se das falhas a nível de legislação,
que permitem o arrastar dos problemas, o que proporia fazer era de instalar uma
plataforma metálica, suportada por vigas e pilares metálicos, que permitissem o
desenrolar dos trabalhos em segurança e garantindo condições de segurança para os
proprietários/inquilino e os seus bens. No caso dos bens do lojista, colocados
abusivamente na parte do sótão do outro proprietário, eu os moveria de local de modo
a conseguir efectuar o trabalho sem os danificar, e no fim do trabalho executado,
perguntaria ao senhorio do lojista o que pretendia fazer, se colocar tudo na loja, se
deixar como tinha encontrado, ou deixar tudo no sótão (na parte por cima da loja),
sendo que a nível de segurança, só a primeira opção parece aceitável, pois
dificilmente a estrutura do sótão terá sido pensada para servir de armazém.

3
4ª Pergunta:
De acordo com Decreto-Lei nº243/86 que aprovou o Regulamento Geral de Higiene e
Segurança do Trabalho nos Estabelecimentos Comerciais, de Escritório e Serviços, no
seu artigo 4.º “2 - Para efeito do número anterior, os locais de trabalho devem
satisfazer os seguintes requisitos: (...) c) O pé direito dos locais de trabalho não deve
ser inferior a 3m, admitindo-se, nos edifícios adaptados, uma tolerância até 2,70m;” o
requerimento da passagem da licença de utilização de habitação, para escritório,
deveria ser aprovado, pois a fracção tem 2,70m de pé-direito, e o Regulamento diz
que para edifícios adaptados, não deve ser inferior a 2,70m.

De acordo com Regulamento Geral das Edificações Urbanas, no artigo 65.º “3. O pé-
direito livre mínimo dos pisos destinados a estabelecimentos comerciais é de 3,0m;” o
requerimento da passagem da licença de utilização de habitação, para escritório, não
deveria ser aprovado, pois a fracção tem 2,70m de pé-direito, e o Regulamento diz
que para estabelecimentos comerciais, não deve ser inferior a 3,00m.

Tendo em conta os dois regulamentos não deveria ser aprovados, pois não cumpre
um dos dois regulamentos.

5ª Pergunta:
A afirmação está incorrecta, o R.G.E.U. não permite que um em cada cinco pisos
pudesse ter 2,70m de pé-direito.

A cércea é definida pelas Câmaras Municipais, nos PDM’s e nos PP’s.

O que se pode fazer para não ultrapassar a cércea máxima permitida, é no(s) último(s)
piso(s), recuá-los uns metros, fazendo “tipo um terraço” e dessa maneira, a cércea só
conta até ao último piso com o mesmo alinhamento.

4
5
1ª Pergunta:
Recomendaria ao proprietário do Hotel um sistema “todo ar” para a sala de
conferências e um sistema “unitário”, pois tratando-se de um piso com duas zonas de
utilização distinta, interessa instalar um sistema que consiga controlar a temperatura
em duas zonas diferentes, e cada uma com necessidades de aquecimento diferentes,
sendo a sala de conferências um local com tendência para ser frio quando está vazio,
e quente quando se está a realizar uma conferência, por outro lado, a cozinha e a
copa são zonas que dificilmente estão frias, devido aos fogões, e aos muitos
electrodomésticos essenciais a uma cozinha e uma copa de um hotel.

Em salas de conferências deve-se usar um sistema “todo ar”, pela sua grande
capacidade de renovação de a e pela grande elasticidade do funcionamento. Este
sistema possibilita-nos desligar o sistema quando não é necessário, bastando ligá-lo
um par de horas antes da utilização, garantindo boas condições de conforto termo-
higrométrico, poupando no consumo de energia, apesar das cargas de ocupação
terem grande variação.

Na sala de conferências, visto tratar-se de um espaço de grandes dimensões, sem


grandes possibilidades de colocar os aparelhos, deve-se utilizar aparelhos, condutas e
grelhas no tecto, sendo todo este equipamento escondido no tecto falso. Neste tipo de
sistema as condutas devem ser em chapa metálica revestidas por um material
isolante.

Na cozinha e copa, deve-se utilizar-se um sistema “unitário”, independente da sala de


conferências, esta divisão deve-se ao facto dos dois diferentes tipos de utilização,
sendo que não deverão passar para a sala de conferências cheiros, vapores e ruídos
vindos da cozinha e copa. Para tratar adequadamente estes problemas, faz-se a
extracção e insuflação de ar através de ventiladores e uma “Hotte” compensada com
retirada e insuflação de ar. Também se deve instalar um decantador de gorduras na
extracção, como medida preventiva contra a ocorrência de incêndios.

Como nota final, todas as condutas devem revestidas com material isolante, e na
execução dos tectos falsos devem ser deixados alçapões em locais estratégicos, para
facilitar a manutenção do sistema.

2ª Pergunta:
Por definição uma junta de dilatação, é uma separação entre duas partes de uma
estrutura, para que estas possam movimentar-se livremente, uma em relação à outra.

Genericamente as estruturas de betão armado de grandes dimensões, estão sujeitas


a variações de temperatura, pelo que precisam das juntas de dilatação para poderem
absorver os movimentos de dilatação/contracção.

Ao escolher as juntas a utilizar, deve ponderar-se diversos factores, tais como:


- Contracção/retracção provocada por variações térmicas ou devido à cura do betão;
- Assentamento das fundações da estrutura;
- Necessidades de estanquicidade;

6
- Tipo de utilização futura da infra-estrutura, resistência ao choque ou ao contacto com
químicos.

Assim, uma das juntas que se


poderia adoptar é uma junta
constituída por um contacto físico
entre as duas placas,
preenchendo o espaço entre as
placas, selando a parte superior e
ligando as duas placas entre si
por uma barra de transferência de
carga, conforme a figura do lado:

Esta junta de dilatação deverá ser executado durante a betonagem (é mais eficiente,
mas também mais trabalhoso, que o sistema de corte superficial da laje de betão).
Para tal, após a execução de uma das partes é-lhe acondicionado lateralmente o
material de preenchimento – e, se necessário, um vedante – procedendo-se, de
seguida, à normal execução do segundo elemento da laje. Depois procede-se à
selagem das juntas podendo ser utilizados materiais tais como: poliuretano,
poliuretano modificado com betume ou silicone em função da utilização da área e do
projecto do piso.

3ª Pergunta:
Num revestimento de fachadas com pedra calcária, junto a uma auto-estrada, os
principais problemas são: o contacto da água com um ambiente urbano bastante
poluído, e o contacto directo com dióxido de enxofre, resultante da combustão dos
gases de escape dos automóveis com a humidade. Sendo estes os responsáveis mais
frequentes da descoloração da pedra, e o aparecimento de eflorescências.

Para evitar os problemas atrás descritos, deve-se adoptar os seguintes


procedimentos:
- 1º - Fixação indirecta do revestimento (grampos, agrafos ou gatos), evitando
desprendimentos do revestimento, que costuma ocorrer na fixação directa através de
colagem ou selagem. Os elementos de suporte devem ser anti-corrosivos e
compatíveis com o revestimento;
- 2º - Aplicação de produtos hidrófugos adequados à pedra calcária, para proteger da
descoloração da pedra e o aparecimento de eflorescências.

4ª Pergunta:

7
De acordo com o despacho do Presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil
(ANPC), e ao abrigo do disposto no n.º 4 do artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 220/2008,
determina-se a densidade de carga de incêndio modificada de cada compartimento
corta-fogo utilizando a seguinte expressão:
N ar

 (q vi  hi  Si  Ci  Rai )
MJ
qs  i 1
N ar
( 2
)
m
S
i 1
i

Sendo:
qvi = densidade de carga de incêndio por unidade de volume relativa à zona de armazenamento (i), em
MJ/m3, calculada nos termos do n.º 7.º do presente despacho;
hi = altura de armazenagem da zona de armazenamento (i), em m;
Si = área afecta à zona de armazenamento (i), em m2;
Ci = coeficiente adimensional de combustibilidade relativo ao constituinte combustível armazenado na
zona (i), calculado nos termos do n.º 6.º do presente despacho;
Rai = coeficiente adimensional de activação do constituinte combustível armazenado na zona (i),
calculado nos termos do n.º 7.º do presente despacho;
Nar = número de zonas de armazenamento distintas.

No nosso caso em específico, temos:


- Área de armazenagem: 60x75=4500 (m2)
- Vamos admitir que a área de armazenagem é 75% da área total do pavilhão, daí a
área do pavilhão será: 4500/0,75=6000 (m2)
- Pé direito: 7,5 (m)
- Altura da Armazenagem: 4,8 (m)
- Armazenagem de colas combustíveis:
- qvi = 3400 (MJ/m3)
- Coeficiente adimensional de combustibilidade, risco alto: Ci =1,6
- Risco de activação médio: Rai=3,0

3400  4,8  4500 1, 6  3, 0 MJ


qs   58752( 2 )
6000 m

Temos então, segundo o Quadro X do anexo III, do Decreto-lei 220/2008, que o


edifício inclui-se na 3ª categoria de risco.

Segundo o Artigo 17.º do Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em


Edifícios, para efeitos de isolamento e protecção, os espaços ocupados por diferentes
Utilizações-tipo devem ser separados por paredes e pavimentos cuja resistência ao
fogo padrão, EI ou REI, seja a mais gravosa das indicadas no quadro X. Sendo assim,
a laje de betão armado deve garantir 120 minutos de resistência ao fogo.

5ª Pergunta:

8
Segundo o Decreto-Lei 220/2008 que estabelece o regime jurídico da segurança
contra incêndios em edifícios, temos as seguintes definições no seu Artigo 2.º: “e)
«Categorias de risco» a classificação em quatro níveis de risco de incêndio de
qualquer utilização-piso de um edifício e recinto, atendendo a diversos factores de
risco, como a sua altura, o efectivo, o efectivo em locais de risco, a carga de incêndio
e a existência de pisos abaixo do plano de referência, nos termos previstos no artigo
12.º; (...) j) «Efectivo» o número máximo estimado de pessoas que pode ocupar em
simultâneo um dado espaço de um edifício ou recinto; l) «Efectivo de público» o
número máximo estimado de pessoas que pode ocupar em simultâneo um edifício ou
recinto que recebe público, excluindo o número de funcionários e quaisquer outras
pessoas afectas ao seu funcionamento; (...) o) «Local de risco» a classificação de
qualquer área de um edifício ou recinto, em função da natureza do risco de incêndio,
com excepção dos espaços interiores de cada fogo e das vias horizontais e verticais
de evacuação, em conformidade com o disposto no artigo 10.º; (...) r) «Utilização-
tipo» a classificação do uso dominante de qualquer edifício ou recinto, incluindo os
estacionamentos, os diversos tipos de estabelecimentos que recebem público, os
industriais, oficinas e armazéns, em conformidade com o disposto no artigo 8.º”.

Utilizando o Artigo 51.º do Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em


Edifícios para calcular o Efectivo de Público e Efectivo do Edifício, elaborei o seguinte
quadro, cujos resultados deram respectivamente 1562 e 1608.

Efectivo do
N.º Índices Efectivo de
Área: Lotação Edifício
Funcionalidades: 2 Funcionários Pessoas Público
(m ) (un.) (Lot. + Efect.
(un.) por m2 (Área*Índice)
Púb.)
Repartição de Finanças 150 8   1,0 150 158
Restaurante, com
180 5   1,0 180 185
mesas
Discoteca/Dancing 350 7   3,0 1.050 1.057
Gabinete Projectos de
320 18   0,2 64 82
Engenharia
Cinema 650 6 100   100 106
Loja Roupa Masculina 88 2   0,2 18 20
Total:         1.562 1.608

Utilizando o Artigo 8.º do Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndios em Edifícios


para classificar o edifício relativamente à sua “Utilização-tipo”, temos que o edifício é
de Utilização Mista, sendo que cada “estabelecimento” tem a Utilização-tipo descrita
no quadro seguinte:

Funcionalidades: Utilização-tipo

Repartição de Finanças Tipo III


Restaurante, com mesas Tipo VII
Discoteca/Dancing Tipo VI
Gabinete Projectos de Engenharia Tipo III
Cinema Tipo VI
Loja Roupa Masculina Tipo VIII

9
Utilizando o Artigo 10.º do Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndios em
Edifícios para classificar o edifício relativamente ao “Local de risco”, temos as várias
classificações para cada um dos “estabelecimentos” no seguinte quadro:

Local de Alínea
Funcionalidades:
Risco utilizada
Repartição de Finanças C 3-g)
Restaurante, com mesas C 3-d)
Discoteca/Dancing B 1-b)
Gabinete Projectos de Engenharia B 1-b)
Cinema C 3-j)
Loja Roupa Masculina B 1-b)

Utilizando o Artigo 12.º e os quadros I a X do anexo III do Regime Jurídico da


Segurança Contra Incêndios em Edifícios para classificar o edifício relativamente à sua
“Categoria de risco”, que foi organizado no seguinte quadro:

Categori
Funcionalidades: a de Anexo III
Risco
Repartição de Finanças 2ª Quadro III
Restaurante, com mesas 2ª Quadro VI
Discoteca/Dancing 2ª Quadro V
Gabinete Projectos de Engenharia 1ª Quadro III
Cinema 2ª Quadro V
Quadro

Loja Roupa Masculina VII

10
Bibliografia

 Apontamentos da disciplina de Processos de Construção e Edificações II, ISEL


 Silva, José E. C. de C. Matos e; 30 anos de engenharia civil 1968-1998; Lisboa;
AJE; 1998
 Regulamento Geral das Edificações Urbanas
 Regulamento Geral de Higiene e Segurança do Trabalho nos Estabelecimentos
Comerciais, de Escritório e Serviços
 Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em Edifícios
 Regime Jurídico da Segurança contra Incêndio em Edifícios
 Regime Jurídico da Urbanização e Edificação
 Regime Jurídico das Empreitadas de Obras Públicas
 Laboratório Nacional de Engenharia Civil

11

Você também pode gostar