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Mas as novidades não param por ai. Quem assina o invento é Alex Kipman,
um cientista brasileiro, natural de Curitiba. Filho do embaixador do Brasil no
Haiti, Igor Kipman, Alex já morou em Roma e Miami, antes de se mudar
para Nova York, há 15 anos, onde se formou em Engenharia de Softwares
pela Rochester Institute of Technology. Fã de videogames desde
pequeno, Alex conta que o Kinect nasceu há 3 anos, quando estava
passando uns dias na chácara de sua tia, perto de Curitiba. Observando
como as pessoas se tornaram escravas da tecnologia dos botões e
controles, perguntou-se como seria não depender de nenhum tipo de
dispositivo eletrônico. Foi aí que o “Projeto Natal”, primeira denominação
do Kinect, face à paixão de Alex pelo Nordeste, começou a nascer. Uma
tecnologia onde você é o controle, conforme demonstra o vídeo abaixo:
http://www.vimeo.com/20421615
Mesmo considerando meu limitado conhecimento sobre Engenharia de
Softwares, ouso repetir o jargão popular, Kipman atirou no que viu e
acertou no que não viu. Penso nas inúmeras aplicações que poderão advir
da tecnologia do Kinect. Simulações nas mais variadas áreas do
conhecimento; de aulas de medicina, com cirurgias virtuais, a aulas de
ginástica; aplicações e testes de técnicas futebolísticas; incrementos de
recursos nas vitrines sensoriais de lojas de vestuário, etc. No campo
corporativo, imagino como os chamados jogos empresariais poderão ser
enriquecidos. E o que dizer da contribuição que os estímulos sensoriais do
Kinect poderão trazer para o desenvolvimento cognitivo na área da
Psicologia? Aliás, sobre este último, recomendo a leitura do depoimento
emocionado de Arilson Karmo no Portalxbox no post intitulado “Kinect
fez minha mãe chorar.”
http://www.vimeo.com/20421059
E ainda há quem diga que brasileiro é criativo, mas não inovador. Nos
últimos anos, alguns inventos contradizem essa afirmação. Além de
Kipman, podemos citar Fernanda Viégas, a carioca que ficou conhecida
como a encantadora de dados, com a criação do site colaborativo Many
Eyes; Ricardo Ferreira, químico formado pela UNICAMP, que vem
atraindo a atenção dos profissionais da Universidade da Califórnia-
UCLA, com seu estudo sobre cristais capazes de absorver CO2 da
atmosfera; Artur Ávila, matemático carioca, diretor do Centro Nacional
de Pesquisa Científica em Paris, e cujas equações, segundo os mais
renomados profissionais da área, são verdadeiras obras de arte; Vanessa
Vilela, a mineira que criou a marca de cosméticos Kapeh, definida pela
ONU como uma empresa com forte senso de responsabilidade social, que
usa o café como matéria-prima, fruto de 3 anos de estudos e parcerias com
universidades e institutos de pesquisa; Kiko Mistrorigo e Célia Catunda,
os brasileiros donos da Produtora TV PinGüim, que faz o desenho
Peixonauta, animação que desbancou sucessos tradicionais e é o desenho
mais visto do Discovery Kids, hoje exportado para 50 países; Vítor
Araújo, o pianista pernambucano, apontado pela Revista Galileu como
uma das promessas da música brasileira. Apesar de sua formação erudita,
Vítor inova misturando em seus arranjos influências tão diferentes quanto
Heitor Villa-Lobos, Johan Sebastian Bach, Luiz Gonzaga e Chico Buarque,
que estão em seu CD e DVD de estréia “TOC – Ao Vivo no Teatro Santa
Isabel”. Aliás, abro um parêntese para recomendar a magnífica
interpretação de Vítor Araújo em "Comptine D'Un Autre Été", do
compositor francês Yann Tiersen.
Claudia Coutinho.