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| 



  
v   
Donde surgiu o termo ´fractalµ?

ë Raíz no termo latino fractus;

ë Fractus (irregular) vem do verbo frangere (quebrar,


dividir em fragmentos irregulres).

ë Criado por Benôit Mandelbrot, matemático polaco, por


volta de 1967 para designar todas as formas com
dimensões não inteiras.
v   

›m exame fino de várias formas naturais revela que


as suas irregularidades têm um padrão.

A natureza está cheia de belas formas, repetindo-as


em diferentes escalas dentro do mesmo ser ou objecto.

Numa paisagem, por exemplo, à medida que a escala


de observação aumenta, reencontram-se em diferentes
escalas um padrão análogo.
  
v   
· recentemente os fractais tiveram lugar na
nossa visão científica da Natureza.

Desde os dias de Euclides até meados do séc. XX


pensava-se que:

A as curvas eram suaves e podiam ser


representadas por funções ´bem comportadasµ;

A era sempre possível saber qual o declive da curva


ou o seu grau de curvatura;
A estas curvas suaves descreviam todas as
características do mundo ordenado em que
pensávamos viver.

Chamava-se a essas curvas ´analíticasµ.


v   
Com o conhecimento de uma
parte de uma curva analítica, pode
conhecer-se de forma exacta a
parte restante.
No entanto estas
curvas não existem
virtualmente em lado
nenhum no mundo real. Quanto mais de perto
olhamos para os objectos da
Natureza mais depressa nos
apercebemos que à maioria
deles falta a suavidade num
sentido muito completo; é o
efeito de escala já referido
anteriormente.
v   
os fractais estão por todo o lado.

No que respeita à estrutura, os fractais podem ser de


dois tipos:

† Conservar a estrutura que adquirem no seu


desenvolvimento (árvores, folhas de certas
plantas,...);

† ·ofrer alterações constantes (formas


complexas de uma nuvem, bruxulear do
fogo,...).
Paisagem |olha de feto
v   
De todos os fractais, o mais fácil de perceber talvez
seja a þ 

·obre a curva de Koch...

ë |oi explorada pelo matemático sueco Helge Von


Koch, em 1904;

ë É uma curva contínua de comprimento infinito;

ë As suas propriedades não podiam ser descritas


pela matemática da altura.

Curvas como a de Koch eram chamadas ´monstrosµ,


´patol gicasµ e até mesmo ´psic ticasµ.
v   
A construção da Curva de Koch, como muitas outras,
baseia-se num processo recursivo:
v Ñnicia-se a sua construção, a partir de um
segmento de recta que se divide em três partes
iguais;

 ·ubstitui-se o terço médio por dois segmentos


iguais, de modo a que o terço médio e os dois novos
segmentos formem um triângulo equilátero;
v   
l obteve-se uma linha poligonal com 4 segmentos de
comprimento igual;

 Repetindo o processo descrito de 1)-3) vai obter-se a


seguinte figura:

os processos de 1)-3) podem ser repetidos ad infinitum e


obter-se-á uma figura do tipo da seguinte, sendo esta cada
vez mais complexa.
v   

No limite quando se
tende para infinito,
acaba por haver um
´picoµ em cada um dos
pontos da curva. Não tem quaisquer
regiões contínuas
ou suaves.

Tornou-se um
Tornou-
fractal.
fractal
>   

 | 
›m fractal, tal como n s já sabemos, é uma função
contínua sem derivadas.

Estudemos três formas de construir uma função


contínua sem derivadas:

‡ Analítica
‡ Geométrica
‡ Aritmética.
> v    
 
> v v   
 

   Weie , m máco mão, dcvu


um cuv qu não  dfncáv: dbução d
W , qu  cv como:

+i

(x) = v²nHcos (vnx)


n=0

outros exemplos são o desenvolvimento em série de


|ourier de curvas do tipo das de Von Koch.
> v v   
 

|unção de
eierstrass

Contínua,
sem derivada
em nenhum
ponto

+i

(x) = v²nHcos (vnx)


n=0
> v >   

 
›m exemplo desta construção é a curva de Von Koch
já apresentada.

A partir dessa curva, Von Koch criou uma outra figura


conhecida por Floco de Neve ou Ilha de Von Koch,
Koch onde o
iniciador em vez de ser um segmento de recta é um triângulo
equilátero.
> v >   

 
Propriedades do floco de neve de Koch:

v É um fractal ordenado, pois


as suas regras de construção são
precisas e extremamente
repetidas;

Qualquer parte da curva


parece exactamente a mesma
independentemente da ampliação
que se lhe dê.

Chamamos-lhe
auto--semelhante.
auto
|  
 

 

·istema decimal
> v >   

 
Tipos de auto-
auto-semelhança:

C   fr  
- 

ë  - 
 q 

d
        , r
-
   , ê
v r õ.

Rfr-
  fr   , 
 r 

r
,  fr     r.

E ã  fr   
 rz .
Ä   

Ú 
 
> v >   

 
› x  d i  d
-
é ´C d
 Livµ, 
d  câ
g 
ë   - 
ã cc d


 
 q ê
ci 
d c  

-
 é

c
 d
 
.

E 
 é  
 ii

 q    
 d
câ
g  
d  z.
| 

´ C  L
Lµµ é
ut
ut--semelh nte neste nt.
> v >   

 
- 
 
ë  -

Es grác
ã é
-smlh
.

É - m prq  s  crs  r çã


ã sã s
msms sbr s s xs.

Lmbrm-
s q  gmr m
ã s
g  m
círc l  m lps  m q r   m rcâ
g l.
> v >   

 
-

ë  -

 c
 ã d T
  d S 
 
c -


  q á q   dvd  q  q 


  q á    cv 
.
> v >   

 
Este objecto é composto de c pias pequenas, mas
exactas, de si pr prio.

Tanto este triângulo como a curva de Koch têm uma


auto--semelhan a estrita.
auto
> v    
 
> >    
 

Tomemos como exemplo


o Co

o e C
o.

Ese é m co

o e po
os i
fi
io
o i
ev lo

iáio [0,1].

o i
ici o é m li
h ec . De seg i , ivie-se em
ês e ei -se o eço méio. Repei
o ese p sso
i
fi
i me
e
s p es es
es, obemos s ch m  s
poei s e C
o.
> >    
 

|acilmente se intui que apesar deste conjunto ser


infinito, o seu comprimento total é zero.

Poeira de Cantor
a 3 dimensões
> > 
  
Por outro lado, temos a já conhecida Ñlha de von
Koch (ou floco de neve), onde:

‡ o perímetro é infinito;
‡ A área é finita;
> > 
  
Por cada transformação que se faz, cada lado dá
origem a 4 lados, cada um com 1/3 do comprimento do
inicial, donde a nova linha será 4/3 vezes mais comprida
do que a original.

Assim, o perímetro na iteração n é dado por:

Pn = 3 ( 4/3) ou Pn+1 = 4/3 Pn

1 1
-
3
> > 
  
Como P
é uma progressão geométrica de razão >1,
provámos que o perímetro é i
fi
ito.

No e
ta
to, a área limítrofe é fi
ita, pois a ilha de koch
perma
ece
o i
terior do círculo
o qual está i
scrito o
triâ
gulo de partida.

A área total é 1,6


vezes a área do 1º
triâ
gulo.
KK  

Damos agora a conhecer, muito superficialmente,


alguns dos monstros criados pela mente tortuosa dos
matemáticos...
R
!!" 

R

"
 


  
#

"
 


  


] $  
"
 %
 % R
] $  
"
 %&
 %&   
å 
K


˜

' 
  

   
K 
 
   
K 
 

â    

   
K 
 
   
K 
 
   
K 
 
   
(
   
(
   
(

Dendrite
   
(
 R
 | 
A noção de dimensão que temos é a de dimensão
topol gica: D=0 para um ponto, D=1 para uma curva,
D=2 para uma superfície, etc.

Mas...

A dimensão fractal de um objecto mede o seu


grau de irregularidade.
irregularidade
 v R
 
# 
 Ä
 

Graças à teoria dos fractais, Hausdorff e Besicovich


inventaram, em 1919, um novo conceito de dimensão:
uma dimensão não inteira, chamada de

dimensão de Hausdorff - Besicovich

A dimensão de H²B é muitas vezes chamada de


dimensão fracta e representada por fracções,
números irracionais ou souções de equações
compicadas.
(Chaos and |ractas)
 v R
 
# 
 Ä
 
Definição:

·eja E uma parte limitada dum espaço métrico, {Bj} uma


sua cobertura por bolas Bj de diâmetro dj
( ou quadrados, cubos, ..., consoante a dimensão do espaço).

·eja 
H,Ñ (E) = inf (d )


onde d Ñ, Ñ > 0,  um expoente positivo.

Ha, Ñ (E) será o valor correspondente à cobertura de


volume minimal.
 v R
 
#
R
 
#Ä

·eja Hå (E) = lim H å,Ñ (E)


Ñ i

Hå (E) tanto pode tender para zero como para


infinito .

o valor de å que separa estes dois casos


( e onde Hå (E) poderá ser finito)
é a dimensão de Hausdorff, DH
(les géom fractales)
 v R
 
#
R
 
#Ä
Por outras palavras,

Para todo o E existe um valor crítico åù tal que::

‡ å i
iå
åù Hå (E) ëi
‡ å Õ
Õå
åù Hå (E) = 0

Definimos, assim,
o menor å tal que Hå (E) é nulo
ou
o maior å tal que Hå (E) é infinito.
 v R
 
#
R
 
#Ä
Temos então:

Medida Hå (E) ëi Hå (E) ëi Hå (E) ëi


Dimensão å i
iå
åù å ë
ëååù å Õ
Õååù

A dimensão de Hausdorff de E é åù

‡ åù = 1 (igual à dimensão topol gica ) para as linhas regulares;


‡ åù > 1 para as curvas de von Koch;
‡ åù i 1 para os Conjuntos de Cantor;
‡ åù = 2 para as Curvas de Peano;
 > R
 
K % )%
R
 
K % )%Ä  

Esta dimensão surge por majoração da dimensão de


Hausdorff, isto é, tomando-se bolas de diâmetro fixo.

·eja NÑ(E) o nº mínimo de bolas, todas com o


mesmo diâmetro, que cobrem completamente o
conjunto E.

Resulta da definição uma majoração de Hå,Ñ (E):


H å,Ñ (E) (Ñ ) . NÑ (E)
å
 > R
 
K % )%
R
 
K % )%Ä  
Para todo o åð Hå = i, e temos:

Hå (E) lim (Ñ ) .NÑ (E) = i


å
®
Ñ i

® lim å ln (Ñ) + ln NÑ (E) = i


Ñ i

D M-B = lim ln NÑ (E) Dn 


Ñ i Mn -
ln (1/Ñ)
B l n

 > R
 
K % )%
R
 
K % )%Ä  
Temos que: Dim MB (E) 2 å

No limite, com Ñ a tender para zero,

Dim H (E) Dim MB (E)

Qualquer destas duas medidas é chamada de


dimensão fractal.
No entanto, na prática, DH é impossível de calcular e
DMB é muito difícil.
K  
 

Assim, foi necessário arranjar métodos alternativos


que aproximassem estas duas medidas.

Apresentamos 3 medidas alternativas:

‡ Dimensão de auto-semelhança
‡ Dimensão de compasso
‡ Dimensão box-counting
  R
 
 
R
 
 

 
Dada uma estrutura auto-semelhante, existe uma
relação entre o factor redução s e o número de peças a em
que a estrutura pode ser dividida

Tem-se que:
a = 1/sD

Que é equivalente a:

D= log a/log (1/s)

D é chamada
dimensão de auto-
auto-semelhança.
  R
 
 
R
 
 

 
Vejamos a aplicação da dimensão de auto-semelhança a
alguns fractais:

å   
|   


„


   v  
ö
 
 
 
]   v  
ö
 
 v
   
 v  
ö
 
 v
   
  R
 
 
Através da equação matemática de uma espiral ou
de um círculo é possível determinar o seu comprimento
real, bastando para tal transformar as equações com
coordenadas polares.

No entanto,
Quando se trata de medir coisas como fronteiras de
países, não existe nenhuma equação matemática para
tal.

Por isso usamos mapas, pois sabendo a escala do mapa


usamos compassos ou bitolas e fazemos a conversão. o
resultado varia com a escala usada.
  R
 
 
Tomemos o clássico exemplo do caso da determinação do
comprimento da costa da Grã-Bretanha:

Medida do Compasso Comprimento


500 Km 2600 Km
100 Km 3800 Km
54 Km 5770 Km
17 Km 8640 Km

À medida que o compasso diminui o comprimento aumenta.


  R
 
 

Concluímos que quanto maior é o grau de precisão,


maior é o comprimento determinado;

Assim,
esta fronteira tem um comprimento infinito.

A partir da equação definida pela razão entre o


compasso e o comprimento calculamos o comprimento
previsível da costa.
  R
 
 
A f rmula é:
u = c / sd
onde:
u é o comprimento;
s é a medida do compasso;
d é o declive da recta que melhor se ajusta aos
pontos do diagrama log/log.

log do
factor de
redução

Log do comprimento
  R
 
 

Para a costa da Grã-Bretanha temos decliveO0,36

Chegámos assim à dimensão de compasso, que pode


ser utilizada para curvas não auto-semelhantes e que
é determinada por:

Dc = 1+d

Assim sendo, a dimensão fractal da costa da Bretanha


é aproximadamente 1,36.
  R
 
Ä *
R
 
Ä *   

Nesta dimensão propõe-se uma medição sistemática.

Para chegar a esta dimensão...


ë Começamos por colocar uma grelha regular, com n
divisões de lado s;
ë Contamos os quadrados que contêm alguma parte da
estrutura;
Ñsto dá-nos um nº de quadrados que contêm alguma
parte do conjunto, digamos N, que depende da nossa
escolha para s.
  R
 
Ä *
R
 
Ä *   

Dividindo progressivamente os valores de s e


contando os correspondentes N(s), conseguimos
construir um diagrama log/log.
( mais precisamente um diagrama log N(s)/log (1/s) )

Ao declive da recta que melhor se ajusta aos pontos


do diagrama chama-se DB ² Dimensão Box
Box--Counting.
  |  $ 

Consideremos agora um fractal como sendo descrito ao


longo do tempo, isto é, como uma órbita ou traectória.

1. Como a DMB é uma medida geométrica, não tem


em conta a frequência com que a órbita passa
pela mesma esfera/cubo de raio 
2. o processo de contagem do número de cubos de
uma cobertura do espaço-fase é muito demorado
em termos computacionais.
  R
   )

Consideremos uma traject ria no espaço²fase como na


imagem seguinte:
z

‡ ‡
‡ ‡
‡ ‡
‡
‡
‡ y

x
  R
   )

1) ·eleccionamos um grande nº de pontos


pertencentes à rbita;
2) Colocamos um cubo de comprimento num
qualquer ponto da rbita;
3) Contamos o nº de pontos dentro do cubo ² N(c).

A probabilidade de achar um ponto neste cubo é


dada por:

P(c) = N(c)/Nt,
onde Nt é o nº total de pontos na rbita
  R
   )

Assim, temos a
Dei
i o e ime
so e ma óita
o o
to xi
·eja xi m vecto
o es a o-ase.
Mei
o a ece
tagem elativa e tem o q e a
óita assa e
to o c o , isto é,

D = lim log P(c, xi)


c i
log c

obtém ² se a me
so o
tse.
  R
 


É semelhante à anterior.
|oi usada com sucesso por muitos experimentalistas
( Malraison et al.,1983; ·iney, 1985; Moon & Li,
1985;...)

Assim,

1. Reduzimos a rbita a um conjunto de N


pontos {xi};
2. Calculamos as distncias entre os pares de
pontos, dij = |xi ² xj|, usando a distncia
Euclideana ou equivalente.
  R
 


3. É definida uma função de correlação:
C(c) = lim 1
N x
N2
(nº de pares (i,j) com distância dij i c)

Em muitos casos, esta função tende para acd , quando


c tende para 0, donde se pode definir a dimensão de
correlação como:

DG = lim log C(c)


c 0
log c
  R
 
  

·imilar a DMB, mas tenta ter em conta a frequência com


que a traject ria passa por cada ponto da cobertura.
1. Cobrimos o conjunto de pontos pretendido por um
conjunto de r cubos de tamanho 
2. Contamos o nº de pontos Ni em cada uma das N células;
3. Determinamos a probabilidade de achar um ponto
nessa célula, Pi, onde Pi = Ni/Nt, Pi = 1

·eja Ñ(Ñ ) = - Pi . log Pi


  R
 
  

Para Ñ pequeno, podemos definir:

DÑ = lim Ñ(Ñ) = lim Pi. logPi


Ñ 0 log(1/Ñ) Ñ 0 log Ñ

Esta é uma medida de imprevisibilidade de um


sistema.
  R
 
  

Para finalizar, podemos dizer que:

‡ DMB não tem em conta a distribuição de


pontos entre as células cobertas;
‡ DÑ mede a probabilidade de encontrar um
ponto numa célula;
‡ DG mede a probabilidade de encontrar 2
pontos numa mesma célula.
(Grassberger & Procccio, 1984)
o  +
 
 +
   

o  Ä  

Em organismos vivos foi encontrada uma infinidade


de formas, emergentes no processo de crescimento
biol gico.

Como surgiram?

Este é um dos problemas fundamentais na Biologia.


o  Ä  

D·Arcy Thompsons (1942) considera a orma de m


oranismo como m aconecimeno no espa o-empo
e não apenas ma mera coni ra ão no espa o.

Esa visão é a base de m ios modelos maemáicos


desenvolvidos com o objecivo de conhecer a
moroénese dos objecos biol icos.
o  Ä  
As propriedades fractais são visíveis em muitos
objectos biol gicos:

‡ vegetação
‡ recifes de coral
‡ na fisiologia humana
‡ etc;



 
o  Ä  
Modelação na iologia

† ›m modelo matemático bem conhecido pela formação


de padrões biol gicos é o L-System, de Lindenmayer,
que explicaremos mais adiante.

plicação recente:
recente Gráficos de computador para a
síntese de objectos biol gicos.
o  Ä  

† outro desenvolvimento importante na teoria fractal


foi a modelação de padrões de crescimento com os
modelos Laplacianos.
Laplacianos

Estes iniciaram-se na física com o modelo de


areação de difusão limitada ² DL e são usados
para descrever fen menos de crescimento fractal.
o  Ä  

Apesar dos muitos estudos, o problema do surgimento


das formas no processo de crescimento biol gico
continua em aberto.

Novos desenvolvimentos na matemática, física e


ciência da computação oferecem a possibilidade aos
bi logos de levar a cabo simulações experimentais nas
quais o processo de crescimento, interacção entre
células ou elementos do esqueleto, podem ser imitados
em objectos virtuais de computador.
o  Ä  

Apesar de tudo, ainda é difícil imaginar que será


possível, algum dia, executar uma simulação
experimental completa a nível molecular.

o desenvolvimento de um modelo de simulação deve:

‡ ·er apoiado por trabalho experimental;


‡ Relacionar o modelo com observações de objectos reais;
‡ ·er interdisciplinar ² Matemática, Biologia, Ciências da
Computação, Trabalho
experimental, ...
   
oÚ",

oÚ
o bi logo Aristid Lindermayer, em 1980, formalizou
a descrição do crescimento das plantas dando-lhe o nome
de L-·ystems.
›m L-system pode ser descrito como:
P:VhV*
ahP(a)
onde V* é o conjunto de todas as ´stringsµ formadas por
símbolos e o axioma å(0) V* e onde å(0) é uma ´stringµ
inicial.

Para todos os símbolos do alfabeto a V, há uma e uma s


regra de produção P(a).
oÚ",

oÚ

Começando com o axioma å(0) , o L-·ystem gera uma


sequência de ´stringsµ å(0),å(1),..., onde a ´stringµ å(i+1)
é obtida da ´stringµ precedente å(i), aplicando a regra
de produção a todos os símbolos å1(i),...,åm(i) das
´stringsµ simultaneamente tendo assim:
å(i+1)=P(å1(i))P(å2(i))P(å3(i))...P(åm(i))
oÚ",

oÚ
Como funciona um L-·ystem?

Axioma
´stringµ
inicial

Regra de
Ñnput output
Produção

›m L-·ystem é um iterador. É como uma máquina de feedback


que opera segundo ´stringsµ. As regras de produção
determinam como a ´stringµ incial é transferida até sair a
´stringµ final.
oÚ",

oÚ
Para desenvolver um L-·ystem para uma espécie biol gica
particular podemos proceder de acordo com os seguintes
passos:

A Analisar o objecto na natureza (observação) e ou no


laborat rio;

A Preparar as regras de uma forma formal;

A |ormular as regras e o estado inicial de um L-·ystem;

A Criar uma simulação por computador, dado que o


L-·ystem irá gerar uma grande ´stringµ de símbolos;
oÚ",

oÚ

A Traduzir para um gráfico final o resultado de


simulação;

A Comparar a imagem (ou várias figuras de diferentes


estádios de desenvolvimento) com o comportamento do
objecto real.
oÚ",

oÚ

A interpretação gráfica dos L-·ystems foi baseada no


estudo de ·eymour Papert ² turtle graphics.

Este estudo consiste em estabelecer regras fixas para


cada símbolo.

Ñmaginemos uma tartaruga que foi treinada para


entender vários comandos, que lhe são impostos por
controlo remoto e lhe são dados em forma de símbolos.
oÚ",

oÚ

Considere-se o seguinte conjunto de


instruções para a tartaruga:

| move-se para diante segundo um comprimento l


fixado e desenha uma linha desde a posição onde estava
até à nova posição;
f move-se para diante como | mas não desenha a
linha;
+ vira à esquerda segundo um ângulo fixado;
- vira à direita segundo um ângulo fixado.
oÚ",

oÚ

A figura que se segue mostra uma pequena ´stringµ de


símbolos e a correspondente interpretação gráfica.
oÚ",

oÚ
Algumas aplicações dos L-·ystems e dos turtle
graphics na construção de fractais

ë Curva de Von Koch

Na sua construção clássica o que fazemos é substituir


repetidamente um segmento de recta por uma sequência
de linhas.

Essa sequência pode ser descrita como:


‡Primeiro temos |;
‡·eguidamente temos |+|--|+|
oÚ",

oÚ

| |+|--|+|
Podemos assim descrever a construção da curva de
Von Koch através do seguinte L-·ystem:

L-·ystem: Curva de Von Koch


Axioma: |
Regras de Produção:| h|+|--|+|
+ h+
- h-
Parâmetros: = 60 graus
oÚ",

oÚ
Elaborando o L-·ystem obtemos assim as duas primeiras
gerações:

1ª geração: |+|--|+|
2ª geração: |+|--|+|+|+|--|+|--|+|+|+|--|+|

ë Conjunto de Cantor

A regra vai ser | h|f|, isto é, ap s termos


desenhado um segmento de recta, dividimo-lo em três
partes iguais e tiramos a do meio.
oÚ",

oÚ
A representação gráfica deste L-·ystem é a sequinte:

É visível que a regra não está completa.

Assim, tem que se acrescentar o seguinte à regra de


produção:
f hfff
oÚ",

oÚ
Este complemento vai fazer com que a distância
central entre os segmentos se mantenha embora estes se
continuem a dividir e a distância entre os segmentos
tenha um terço do tamanho da distância da geração
anterior.

obtemos assim assim a seguinte representação gráfica:


oÚ",

oÚ
Crescimento de Plantas

Podemos aplicar os L-·ystems ao crescimento das plantas.

Para ser feita esta representação foi necessário


acrescentar mais um símbolo ² o parêntesis [ - que indica
o início de um ponto de ramificação e o parêntesis ] ² que
indica o fim desse ponto.
oÚ",

oÚ
Estudemos o seguinte exemplo:

ë L-·ystem de uma erva (eedlike plant)

Temos uma estrutura com três segmentos e duas


ramificações. Cada segmento e ramo é igual, ou seja, em
cada ramo existem também três pequenos segmentos e
duas pequenas ramificações.
oÚ",

oÚ
Esta erva pode ser representada pelo seguinte L-·ystem:

L-·ystem:eedlike plant
Axioma:|
Regras de Produção: | h|[+|]|[-|]|
Parâmetro:  = 25.7 graus

Daqui temos como duas primeiras gerações:


1ª geração: |[+|]|[-|]|
2ª geração:
|[+|]|[-|]|[+|[+|]|[-|]|]|[+|]|[-|]|[-|[+|]|[-|]|]|[+|]|[-|]|
oÚ",

oÚ

Vamos obter assim uma erva com o seguinte aspecto gráfico:


o    
o    
Alguns dos exemplos mais marcantes de formas
fractais estão na fisiologia:

os sistemas
* respirat rio
* circulat rio
* nervoso
são exemplos notáveis de arquitectura fractal,
ramificações que se dividem e subdividem vezes e
vezes sem conta.
o    
Apesar de ainda nenhum mecanismo genético,
enzímico ou biofísico se ter mostrado responsável por
esta estrutura fractal, poucos são os que duvidam.

›ma análise cuidada aos pulmões revela uma escala


fractal, auto-semelhante, onde os brônquios e os
bronquíolos formam um padrão de ramificações
semelhantes ao de uma árvore.

Já foi notado que esta estrutura torna os pulmões


mais resistentes durante o seu crescimento.
o    

os pulmões como um caso de auto²semelhança na Natureza


o    

o   está hei de edes f t is: s téi s


nái s e s vei s, s fib s de lig  d s válvul s
à p ede d  , s músuls  dí s, et.

A estutut f t l ds pulmões dispnibiliz um


áe de bs  muit m i, lém d áe de
t nsfeêni ente s bônquis , evestiment
intestin l u ndut s de bílis.
o    

os 
s
também
oste
tam uma
estutua
factal.
o    
   propôs um moeo fr ct  o sistem
c riov scu r que consegue istribuir um reserv e
oxigénio homogéne por too o corpo.

T mbém reunânci e estrutur s fr ct is s


torn robust s contr possíveis gressões.

Por exempo,

o cor ção poe continu r funcion r mesmo epois


e p rte o seu sistem ter sofrio um estr go
consieráve.
"
  
o    
Do seu trabalho sobre a capacidade de ´tambores
fractaisµ amortecerem vibrações, er
ard Sapoval
deduziu outra va
tagem do carácter fractal do sistema
circulat rio:

´A estrutura fractal do sistema circulat rio huma


o
amortece as batidas do
osso coração.

´o coração é uma bomba muito viole


ta... se existisse
qualquer resso
â
cia
a circulação sa
guí
ea,
morreríamos.µ
o    
os ractais poem salvar a nossa via a qualquer
minuto.

|inalmente,
notamos que o corpo exibe ractais inmicos.
inmicos

Por exemplo,
É bem sabio que batias caríacas sauáveis
são ca ticas e não regulares.
(Golberger, Rigney an est)

›m estuo cuiao as taxas caríacas em iversas escalas


e tempo revela auto-semelhança.
|

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