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Sábado, 30 de Setembro de 2006


Tratamento de Resíduos; Tipos de Resíduos e
Métodos de Tratamento;

• Resíduo – qualquer substância ou objecto de que o ser humano pretende


desfazer-se por não lhe reconhecer utilidade. A produção de resíduos é
causadora de poluição e tem vindo a aumentar com o desenvolvimento
socioeconómico e tecnológico das sociedades.

Tipos de Resíduos e Métodos de tratamento:

• Resíduos Sólidos Urbanos – são correntemente designados lixos. Incluem


resíduos domésticos, industriais e hospitalares. Podem causar poluição da
água, do solo ou da atmosfera.
o Aterros Sanitários – instalações onde são depositados resíduos
compactados, acima ou abaixo da superfície do terreno.
 Os aterros sanitários devem ser construídos em locais com
características geológicas adequadas e são revestidos com
materiais impermeáveis, como argila ou plástico, que
previnem a infiltração no solo de substâncias lixiviadas.
 As substâncias lixiviadas (quando a água das chuvas se
infiltra, dissolve substâncias químicas e arrasta-as consigo)
são recolhidas e enviadas para uma estação de tratamento e
os gases produzidos pelas bactérias decompositoras (biogás)
podem ser utilizados na obtenção de energia.
 Após estarem lotados, os aterros são selados, ou seja,
tapados com uma cobertura de plástico e de terra que permite
o desenvolvimento de plantas que diminuirão o impacto
paisagístico.
 Principais vantagens:
 construção rápida;
 baixos custos de manutenção;
 grande capacidade.
 Principais desvantagens:
 requer grandes áreas de implantação;
 possibilidade de contaminação de águas subterrâneas.
o Incineração – combustão de resíduos a altas temperaturas, que,
assim, se reduzem a cinzas e gases. Co-incineração – incineração nos
fornos das cimenteiras.
 Principais vantagens:
 grande redução do volume de lixos;
 pequena área de implantação;
 as partículas sólidas ficam retidas nos filtros, sendo
encaminhadas para os aterros sanitários juntamente
com as cinzas;
 os filtros ou precipitadores electroestáticos retiram os
gases ácidos e as partículas, para que as emissões não
contaminem a atmosfera;
 quase todas as estações de incineração estão
concebidas para produzirem electricidade e em
algumas incineradoras há separação de materiais para
posterior reciclagem.
 Principais desvantagens:
 poluição atmosférica;
 emissão de substâncias tóxicas (como dioxinas);
 custos elevados.
o Reciclagem – recolha e reprocessamento de resíduos.
 Reciclagem primária – conversão em produtos do mesmo tipo.
 Reciclagem secundária – conversão noutro tipo de produtos.
 A reciclagem insere-se numa política ambiental mais alargada,
que inclui também os seguintes 2R:
 Reduzir – reduzir ao mínimo o lixo produzido passa por
diminuir o consumo de materiais descartáveis ou com
embalagens excessivas e não biodegradáveis, bem
como desenvolver tecnologias para minimizar a
quantidade de matérias-primas necessárias para
produzir um determinado produto.
 Reutilizar – usar várias vezes um produto é uma
forma eficiente de diminuir os resíduos. Para produzir
qualquer objecto há sempre gasto de matéria-prima,
água e contaminação ambiental, pelo que, quando
reutilizamos, reduzimos os resíduos e conservamos os
recursos.
 Principais vantagens:
 poupança de materiais e de energia;
 redução da poluição (atmosférica, da água e dos solos);
 redução da quantidade de resíduos sólidos;
 protecção dos ecossistemas.
o Compostagem – decomposição dos resíduos orgânicos
(biodegradáveis) pela acção de decompositores e saprófitas,
diminuindo o volume dos resíduos e produzindo o composto, que
pode ser usado como fertilizante, melhorando a textura e fertilidade
do solo.

• Águas Residuais: águas que foram utilizadas em actividades domésticas,


industriais ou agrícolas e que contêm uma grande variedade de resíduos. O
tratamento de águas residuais é feito em estações de tratamento, ETAR.
Nestas estações, as águas residuais são sujeitas a tratamentos que
removem os poluentes e o efluente final é devolvido ao ambiente.
O tratamento de águas residuais consta das seguintes fases:
o Tratamento preliminar – visa a eliminação de resíduos e de corpos
sólidos. Para separar os resíduos das águas residuais, estas passam
por crivos de barras ou crivos giratórios, que permitem uma
eliminação mais completa dos resíduos. Em ambos os casos, os
resíduos são recolhidos mecanicamente e levados para incineradoras.
o Tratamento primário – os efluentes são conduzidos para um
tanque de sedimentação de sólidos (clarificadores primários), que
contém um sistema de braços giratórios, cuja velocidade de rotação é
a indicada para que os sólidos sedimentem ao longo de várias horas.
As partículas de matéria orgânica depositam-se no fundo e são
retiradas, bem como os materiais gordurosos que flutuam e são
recolhidos. Os materiais retirados denominam-se por lamas em bruto
(ou lodos em bruto), que serão alvo de tratamento posterior e envio
para aterros sanitários.
o Tratamento secundário – processo biológico durante o qual
bactérias aeróbias ou anaeróbias eliminam até 90% da matéria
orgânica dissolvida. As bactérias decompositoras podem ser incluídas
em lamas activadas, que são misturadas com as águas resultantes do
tratamento primário, ou podem recobrir um leito de gravilha sobre o
qual passa a água (tanques de percolação). Ao tratamento
secundário segue-se uma nova decantação.
 Como se consome oxigénio durante este processo, e para que
não se atinja uma situação grave de carência bioquímica de
oxigénio, recorre-se ao sistema de lamas activadas, no qual o
tanque está equipado com um sistema de arejamento. Os
microorganismos tendem a agrupar-se em conglomerados,
que sedimentam no fundo do tanque quando a água fica sem
agitação.
 Os efluentes tratados são transferidos do tanque de
arejamento para um clarificador secundário, para que os
microorganismos sedimentem e sejam bombeados de volta ao
sistema onde entraram como lodos activados.
 O excedente, resultante do crescimento da população de
microorganismos, é retirado e adicionado aos lodos em bruto
do tratamento primário.
o Tratamento terciário – separação biológica dos nutrientes, com o
objectivo de eliminar o material inorgânico dissolvido, uma vez que
são agentes causadores da eutrofização cultural.
 Em alternativa à separação biológica dos nutrientes, podem
ser realizados diversos processos químicos, sendo comum
passar as águas residuais, provenientes do tratamento
secundário, por um filtro de cal, promovendo a precipitação do
fósforo, sob a forma de fosfato de cálcio.
 Nem sempre é utilizado, uma vez que é muito dispendioso.
o Tratamento quartenário – corresponde à limpeza e desinfecção
final, em que as águas residuais são submetidas a uma última
limpeza por filtração, através de uma camada de areia e posterior
desinfecção.
 O desinfectante mais utilizado é o cloro, sob a forma de gás,
por ser muito eficiente e barato. Todavia, pequenas
quantidades deste gás podem atingir os ecossistemas,
prejudicando a fauna aquática. O cloro reage
espontaneamente com alguns compostos orgânicos, formando
hidrocarbonetos clorados, sendo alguns deles compostos
tóxicos, não biodegradáveis, e passíveis de provocar cancro,
crescimento anormal e problemas reprodutivos. Para evitar
estes efeitos secundários, adiciona-se à água outra substância
que converte o cloro numa forma quimicamente neutra.
 Utiliza-se também o ozono, muito eficaz para eliminar
microorganismos, ao mesmo tempo que decompõe o oxigénio,
melhorando a qualidade da água. Contudo, o ozono é instável
e explosivo, pelo que deve ser produzido no local onde vai ser
usado, o que exige um grande investimento económico e
energético.
 Pode ainda ser utilizada radiação UV, que mata os organismos
sem prejudicar a qualidade da água.

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