Você está na página 1de 4

RESPONSABILIDADE DO MUNICÍPIO 

4.1. Conduzir a implantação e a operacionalização do PSF como estratégia de reorientação das unidades básicas de
saúde, no âmbito do sistema local de saúde.
4.2. Inserir o PSF nas ações estratégicas do Plano Municipal de Saúde.
4.3. Inserir as unidades de saúde da família na programação físico financeira ambulatorial do município, com
definição de contrapartida de recursos municipais.
4.4. Eleger áreas para implantação das unidades de saúde da família, priorizando aquelas onde a população está
mais exposta aos riscos sociais. Selecionar, contratar e remunerar os profissionais que integram as equipes de saúde
da família.
4.5. Garantir a capacitação e educação permanente das equipes de saúde da família, com apoio da secretaria
estadual de saúde.
4.6. Monitorar e avaliar as ações desenvolvidas pelas unidades de saúde família, através do Sistema de Informação
da Atenção Básica - SIAB, ou por outro instrumento de monitoramento, desde que alimente a base de dados do
sistema preconizado ao Programa pelo Ministério da Saúde (SIAB).
4.7. Utilizar os dados gerados pelo sistema de informação para definição de atividades prioritárias no processo de
programação e planejamento das ações locais.
4.8. Apresentar sistematicamente a análise dos dados do sistema de informação e de outros mecanismos e/ou
instrumentos de avaliação, aos conselhos locais e municipal de saúde.
4.9. Garantir a infra estrutura e os insumos necessários para resolutividade das unidades de saúde da família.
4.10. Garantir a inserção das unidades de saúde da família na rede de serviços de saúde, garantindo referência e
contra-referência aos serviços de apoio diagnóstico, especialidades ambulatoriais, urgências/emergências e
internação hospitalar.

Atribuições dos Profissionais de Saúde Bucal


Atribuições Comuns aos Profissionais de Saúde Bucal no PSF

Participar do processo de planejamento, acompanhamento e avaliação das ações
desenvolvidas no território de abrangência das unidades básicas de saúde da família;
 Identificar as necessidades e expectativas da população em relação à saúde bucal;
 Estimular e executar medidas de promoção da saúde, atividades educativo- preventivas
em saúde bucal;
 Executar ações básicas de vigilância epidemiológica em sua área de abrangência;
 Organizar o processo de trabalho de acordo com as diretrizes da SF e do plano de saúde
municipal;
 Sensibilizar as famílias para a importância da Saúde Bucal na manutenção da Saúde;
 Programar e realizar visitas domiciliares de acordo com as necessidades identificadas.

 Atribuições Específicas do Cirurgião - Dentista (CD)

Participar de todas atividades descritas no item 5.1. A;


 Realizar exame clínico com a finalidade de conhecer a realidade epidemiológica de saúde
bucal da comunidade;
 Realizar os procedimentos clínicos definidos na NOB /SUS 96 – e na Norma Operacional
da Assistência à Saúde (NOAS/01 e NOAS/02);
Assegurar a integralidade do tratamento no âmbito da atenção básica para a população
adscrita;
 Encaminhar e orientar os usuários, que apresentarem problemas mais complexos a outros
níveis de especialização, assegurando o seu retorno e acompanhamento, inclusive para
fins de complementação do tratamento;
 Realizar atendimentos de primeiros cuidados nas urgências e pequenas cirurgias
ambulatoriais;
 Prescrever medicamentos e outras orientações na conformidade dos diagnósticos
efetuados; emitir laudos, pareceres e atestados sobre assuntos de sua competência;
 Executar as ações de atenção integral, aliando a atuação clínica à de saúde coletiva,
assistindo as famílias, indivíduos ou grupos específicos, de acordo com plano de
prioridades locais;
 Coordenar ações coletivas voltadas para a promoção e prevenção em saúde bucal;
Programar e supervisionar o fornecimento de insumos para as ações coletivas e o trabalho
do THD e o ACD;
 Capacitar as equipes de saúde da família no que se refere às ações educativas e
preventivas em saúde bucal;
 Registrar os procedimentos realizados em Sistema de Informação vigente fornecido pela
SSB/SES e atualizando-o mensalmente, assim como os indicadores da Portaria SES
19/2003.
 Realizar visitas domiciliares, com a finalidade de monitorar a situação de saúde das
famílias

Atribuições Específicas do Técnico em Higiene Dental (THD)


Participar de todas atividades descritas no item 5.1. A;
Realizar procedimentos preventivos ao atendimento clínico,( na UBS e em espaços sociais), como escovação,
evidenciação de placa bacteriana, aplicação tópica de flúor, selantes, raspagem, alisamento e polimento; reversíveis
em atividades restauradoras;
Auxiliar o cirurgião-dentista (trabalho a quatro mãos);
Cuidar da manutenção e conservação dos equipamentos odontológicos;
Acompanhar e apoiar o desenvolvimento dos trabalhos da equipe de saúde da família no tocante à saúde bucal;

O registro das atividades de saúde bucal deverá ser feito através de relatório e ficha D do SIAB e avaliadas
mensalmente pela ESB/ESF.

Atribuições Específicas do Atendente de Consultório Dentário


Participar de todas atividades descritas no item anterior;
Proceder à desinfecção e esterilização de materiais e instrumentos utilizados, garantindo as condições de
biossegurança; Realizar procedimentos educativo- preventivo como evidenciação de placa bacteriana, orientações à
escovação com o uso de fio dental;
Preparar o instrumental e materiais para uso (sugador, espelho, sonda e demais materiais necessários para o
trabalho); Instrumentalizar o cirurgião- dentista ou THD durante a realização de procedimentos clínicos;
Cuidar da manutenção e conservação dos equipamentos odontológicos;
Agendar e orientar o paciente quanto ao retorno para manutenção do tratamento;
Acompanhar e apoiar o desenvolvimento dos trabalhos da equipe de saúde da família no tocante à saúde bucal;
 I - Realizar procedimentos coletivos como escovação supervisionada, evidenciação de placa bacteriana e
bochechos fluorados na Unidade Básica de Saúde da Família e espaços sociais identificados;
 J - Registrar os procedimentos realizados, em Sistema de Informação...
 L - Realizar visitas domiciliares, com a finalidade de monitorar a situação de saúde das famílias
5.5 Atribuições Específicas do Agente Comunitário de Saúde (ACS)
 A - Participar de todas atividades descritas no item 5.1. A;
 B - Desenvolver ações de promoção de saúde bucal e de prevenção das doenças mais prevalentes no seu
território de atuação;
 C - Identificar espaços coletivos e grupos sociais para o desenvolvimento das ações educativo- preventivas em
saúde bucal;
 D - Registrar os procedimentos realizados, dentro de sua área de competência, em formulário provisório da
SSB/SES.
população identificadas no diagnóstico e do
Organização das Práticas de Trabalho acompanhamento das famílias adscritas.
Diagnóstico O pressuposto básico do SF é de que para
planejar, o profissional deve estar imerso na
Para planejar e organizar adequadamente as realidade sobre a qual planeja.
ações, a equipe deve tomar contato com o O processo de planejamento deve ser
cadastro das famílias da área abrangência e pensado como um todo e direcionado à
levantar os indicadores epidemiológicos e resolução dos problemas identificados no
sócio-econômico, bem como dados pré- território de responsabilidade da unidade de
existentes de saúde bucal. saúde, visando a melhoria progressiva das
condições de saúde e de qualidade de vida
Planejamento da população.
O planejamento é realizado a partir do A SES sugere que no planejamento da ESB
conhecimento das necessidades da seja identificado quem serão os primeiros a
receber atenção, seguindo critérios tais
como: facilitando a gestão do sistema e contribuindo
para o aumento da eficiência no atendimento
 A - micro áreas de maior risco social; direto ao usuário.
 B - famílias com maior número de crianças A realização do cadastramento domiciliar de
de zero a 14 anos, gestantes ou nutrizes; base nacional, aliado à possibilidade de
 C - baixo grau de escolaridade dos pais; manutenção dessa base cadastral
 D - famílias cujos membros não tiveram atualizada, pode permitir aos gestores do
acesso a odontologia nos últimos anos; SUS a construção de políticas sociais
 E - risco individual alto (presença de integradas e intersetoriais (educação,
atividade de doença) ou médio (sem trabalho, assistência social, tributos etc.) nos
atividade de doença, mas com história diversos níveis de governo.
pregressa) nos componentes da família. Nos campos de atendimento aos usuários do
SUS e de organização do sistema de saúde,
As Equipes de Saúde da Família o cadastramento é condição para a
(ESF) devem realizar o cadastramento de implantação do Cartão Nacional de Saúde. O
todas as famílias, por meio de visitas aos cartão contribui para o desenvolvimento de
domicílios. Destaca-se, nesse trabalho, a ações programáticas estratégicas, ações de
participação do Agente Comunitário de saúde vigilância epidemiológica, assistência
(ACS). ambulatorial e hospitalar, fortalecimento dos
É durante as visitas que são sistemas de referência e contra-referência,
observadas as atividades diárias da família, controle e avaliação, entre outras.
sua alimentação, seus hábitos de higiene, as O cadastramento tem outras vantagens.
condições de moradia, saneamento, do meio Representa um esforço de integração entre
ambiente, e os possíveis fatores de risco à as informações para a organização da
saúde presentes no local. atenção básica e aquelas a ser
O diagnóstico adequado depende utilizadas para a emissão de números de
também de informações sobre detalhes dos identificação necessários na implantação do
aspectos familiares, como a quantidade de Cartão Nacional de Saúde.
membros da família, escolaridade, situação
conjugal, a ocupação de cada um, além de Estratégias de cadastramento
informações O cadastramento dos usuários deve ser
sobre os riscos presentes ou realizado pelos agentes comunitários, no
riscos potenciais para os integrantes da próprio domicílio, por meio de entrevista
família. durante a visita à família. É fundamental que
Essa etapa é o primeiro passo os dados provenientes do cadastramento
para se criar o vínculo dos membros da USF tenham a melhor qualidade possível.
com a família. É aí que começa a ser Recomenda-se o cadastro a partir das visitas
desenvolvida uma relação, que será melhor domiciliares, já que essa metodologia
quanto mais aberta e amável possível. permite:
• diminuir a ocorrência de erros e
Como fazer a coleta inconsistências
de dados? • conseguir a identificação correta do
O cadastro das famílias era anteriormente endereçamento, facilitando a distribuição dos
registrado nos formulários do Sistema de cartões, quando de sua emissão
Informações da Atenção Básica (SIAB) e • definir as áreas de abrangência e a
hoje deve ser registrado nos formulários do adscrição de clientela no mapeamento e
Cadastro Nacional de Usuários do Cartão territorialização do município, induzindo à
Nacional de Saúde, regulamentado pela organização das ações desenvolvidas pelas
Portaria MS/GM 017/2001. unidades de saúde
O cadastro Nacional de Usuários é o primeiro • vincular o indivíduo ao domicílio,
passo para a implantação do Cartão Nacional favorecendo a realização de atividades de
de Saúde em todo o território brasileiro. O âmbito coletivo, como busca ativa de
cartão é uma importante ferramenta para a comunicantes de doença infecciosas,
consolidação do Sistema Único de Saúde bloqueio vacinal etc.
(SUS),
• favorecer o diagnóstico das condições de embaraçosas que servirão muito mais para
vida da população residente, permitindo afastar o entrevistado).
estabelecer correlações entre estas e os
determinantes dos problemas de saúde Que dados completam o
identificados na população. cadastramento das famílias?
As informações que compõem o
Os dados do cadastro nacional de usuários e cadastramento das famílias, devidamente
domicílios serão utilizados pelo SIAB, sendo consolidadas e organizadas, são
uma das fontes para o diagnóstico da indispensáveis para o trabalho de Saúde da
situação de vida da comunidade. Família.
É importante elaborar um roteiro para as Para melhor identificação da área trabalhada,
entrevistas com as famílias e a coleta dos as equipes de saúde devem utilizar outras
dados, o que torna mais preciso o fontes de informação, a começar pelos dados
diagnóstico a ser feito. As equipes de saúde oficiais do IBGE, de cartórios e secretarias de
certamente farão anotações importantes, a Saúde.
partir da observação direta da realidade da Devem também ser valorizadas fontes
família. qualificadas da própria comunidade, como
Esses dados poderão ajudar no diagnóstico, instituições locais e grupos sociais
mas as informações indispensáveis são as organizados. Essas informações também
as que compõem o formulário do cadastro. auxiliam a ESF a elaborar um planejamento
São as seguintes: factível e adequado às reais necessidades da
a. Dados demográficos: população local.
• Endereço Atenção aos fatores identificados como
• Idade (de cada membro da família) prováveis causadores de doenças nos
• Sexo (de cada membro da família) indivíduos, dentro do contexto familiar ou
• Origem dos membros da família (onde ambiental, e como esses indivíduos reagem
nasceu cada um, por que cidades e a esses fatores.
endereços passou até chegar ao atual) É muito importante identificar as microáreas
de risco.
b. Dados sócioeconômicos: São as áreas que possuem fatores de riscos
• Condições de trabalho, de ocupação, de e/ou barreiras geográficas ou culturais (tudo
estudo de cada integrante da família (cuidado aquilo que dificulta ou impede a chegada das
para não confundir desempregado com equipes e o contato da comunidade com o
desocupado. Por exemplo: um adolescente serviço de saúde), ou ainda áreas com
que não estuda nem trabalha não deve ser indicadores de saúde muito ruins.
considerado como desempregado, mas, sim, A identificação dessas áreas, pessoas ou
como desocupado, já que se trata de uma famílias que precisam de atenção especial é
condição diferente de um adulto na mesma fundamental para que sejam programadas
situação) ações específicas e atividades de
Guia Prático do PSF 91 acompanhamento permanente àquela
• Condições de moradia (tipo da habitação, comunidade.
número de cômodos ou peças, energia A necessidade de atenção especial pode ser
elétrica e saneamento básico, causada por uma situação de desequilíbrio já
abastecimento, tratamento e armazenamento existente na área, ou porque tal comunidade
da água, destino dos dejetos e do lixo) está sujeita a situações de maior risco de
• Escolaridade (de cada membro da família) adoecer ou morrer.
c. Dados socioculturais: ATENÇÃO! Fator de Risco à saúde é algo
• Estrutura familiar (composição, situação que favorece o surgimento ou o agravamento
conjugal, de uma doença, qualquer que seja ela: física,
papéis, hierarquia etc. É importante ter mental ou social.
cuidado ao formular O grupo populacional que concentra mais
tais questões. Em muitos momentos, é risco à saúde é chamado de Grupo de Risco
preferível e, portanto, merece atenção especial da
observar a maioria desses aspectos durante equipe de saúde
a entrevista, evitando fazer perguntas

Você também pode gostar