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ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL “MIGUEL

FILGUEIRA FILHO”

SÉRIE: 8º ANO TURMA:_____ TURNO: TARDE

DISCIPLINA: HISTÓRIA

EDUCANDO(A):______________________________________

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TABULEIRO, 10/03/2011
A Constituição Brasileira
A Constituição brasileira de 1988 é a Lei Maior vigente no Brasil, segundo o qual rege-se
todo o ordenamento jurídico do país. É a sétima (ou a oitava, para alguns, considerando a Emenda
nº 1, decretada pela Junta Militar à Constituição Federal de 1967, como uma nova Constituição
Federal de 1969) a reger o Brasil desde a sua Independência.

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é a atual lei fundamental e


suprema do Brasil, servindo de parâmetro de validade a todas as demais espécies normativas,
situando-se no topo do ordenamento jurídico.

Há, no entanto, uma controvérsia quanto à Constituição de 1988: para alguns, ela seria nossa
sétima constituição; para outros, seria, na verdade, a oitava. Em 1969, com o falecimento do
presidente Artur da Costa e Silva, assumiu a Presidência uma Junta Militar. Naquele mesmo ano, a
Junta promulgou uma emenda constitucional — a chamada Emenda n° 1 — que instituía a Lei de
Segurança Nacional, restringindo as liberdades civis, e a Lei de Imprensa, regulamentando a
censura oficial. Pelas profundas modificações que trouxe, a Emenda n° 1 é considerada por alguns
pesquisadores como sendo um novo texto constitucional. Se aceitarmos essa interpretação, podemos
dizer que a Carta Magna de 1988 é mesmo a oitava Constituição brasileira — a sétima em pouco
mais de um século de República.

Foi a constituição brasileira que mais sofreu emendas: 64 emendas mais 6 emendas de
revisão. Diversos partidos assinaram a Constituição. O Partido dos Trabalhadores inicialmente não
aceitou a Constituição, pois acreditava que ela impedia a reforma agrária e mantinha a estrutura
militar. Apesar das ressalvas, o diretório do partido assinou o texto constitucional.

História

Sessão parlamentar que estabeleceu a Constituição de 1988.

Desde 1964 o Brasil estava sob uma ditadura militar, e desde 1967 (particularmente
subjugado às alterações decorrentes dos Atos Institucionais) sob uma Constituição imposta pelo
governo.
O regime de exceção, em que as garantias individuais e sociais eram restritas, ou mesmo
ignoradas, e cuja finalidade era garantir os interesses da ditadura, internalizados em conceitos como
segurança nacional, restrição das garantias fundamentais, etc., fez crescer, durante o processo de
abertura política, o anseio por dotar o Brasil de uma nova Constituição, defensora dos valores
democráticos. Anseio que se tornou necessidade após o fim da ditadura militar e a redemocratização
do Brasil, a partir de 1985.

Independentemente das controvérsias de cunho político, a Constituição Federal de 1988


assegurou diversas garantias constitucionais, com o objetivo de dar maior efetividade aos direitos
fundamentais, permitindo a participação do Poder Judiciário sempre que houver lesão ou ameaça de
lesão a direitos. Para demonstrar a mudança que estava havendo no sistema governamental
brasileiro, que saíra de um regime autoritário recentemente, a constituição de 1988 qualificou como
crimes inafiançáveis a tortura e as ações armadas contra o estado democrático e a ordem
constitucional, criando assim dispositivos constitucionais para bloquear golpes de qualquer
natureza. Com a nova constituição, o direito maior de um cidadão que vive em uma democracia foi
conquistado: foi determinada a eleição direta para os cargos de Presidente da República,
Governador do Estado e do Distrito Federal, Prefeito, Deputado Federal, Estadual e Distrital,
Senador e Vereador. A nova Constituição também previu maior responsabilidade fiscal. Pela
primeira vez, uma Constituição brasileira define a função social da propriedade privada urbana,
prevendo a existência de instrumentos urbanísticos que, interferindo no direito de propriedade (que
a partir de agora não mais seria considerado inviolável), teriam por objetivo romper com a lógica da
especulação imobiliária. A definição e regulamentação de tais instrumentos, porém, deu-se apenas
com a promulgação do Estatuto da Cidade em 2001.

Estrutura

A Constituição de 1988 está dividida em dez títulos (o Preâmbulo não é título). As temáticas
de cada título são:

Título I — Princípios Fundamentais

Do artigo 1º ao 4º temos os fundamentos sob os quais constitui-se a República Federativa do


Brasil.

Título II — Direitos e Garantias Fundamentais

Os artigos 5º ao 17 elencam uma série de direitos e garantias, reunidas em cinco grupos


básicos:

a) individuais;

b) coletivos;

c) sociais;

d) de nacionalidade;

e) políticos.
As garantias ali inseridas (muitas delas inexistentes em Constituições anteriores)
representaram um marco na história brasileira.

Título III — Organização do Estado

Os artigos 18 a 43 tratam da organização político-administrativa (ou seja, das atribuições de


cada ente da federação ( União, Estados, Distrito Federal e Municípios)); além disso, tratam das
situações excepcionais de intervenção nos entes federativos, versam sobre administração pública e
servidores públicos militares e civis, e também das regiões dos país e sua integração geográfica,
econômica e social.

Título IV — Organização dos Poderes

Os artigos 44 a 135 definem a organização e atribuições de cada poder (Poder Executivo,


Poder Legislativo e Poder Judiciário), bem como de seus agentes envolvidos. Também definem os
processos legislativos, inclusive os que emendam a Constituição.

Título V — Defesa do Estado e das Instituições

Os artigos 136 a 144 tratam do Estado de Defesa, Estado de Sítio, das Forças Armadas e da
Segurança Pública.

Título VI — Tributação e Orçamento

Ulysses Guimarães segurando uma cópia da Constituição de 1988.

Os artigos 145 a 169 definem as limitações ao poder de tributar do Estado, organiza o sistema
tributário e detalha os tipos de tributos e a quem cabe cobrá-los. Trata ainda da repartição das
receitas e de normas para a elaboração do orçamento público.

Título VII — Ordem Econômica e Financeira

Os artigos 170 a 192 regulam a atividade econômica e financeira, bem como as normas de
política urbana, agrícola, fundiária e reforma agrária, versando ainda sobre o sistema financeiro
nacional.
Título VIII — Ordem Social

Os artigos 193 a 232 tratam de temas caros para o bom convívio e desenvolvimento social do
cidadão, a saber: Seguridade Social; Educação, Cultura e Desporto; Ciência e Tecnologia;
Comunicação Social; Meio Ambiente; Família (incluindo nesta acepção crianças, adolescentes e
idosos); e populações indígenas.

Título IX — Disposições Gerais

Os artigos que vão do 234 (o artigo 233 foi revogado) ao 250. São disposições esparsas
versando sobre temáticas variadas e que não foram inseridas em outros títulos em geral por tratarem
de assuntos muito específicos.

Características

 Formal — possui dispositivos que não são normas essencialmente constitucionais.


 Escrita — apresenta-se em um documento sistematizado.
 Promulgada — elaborada por um poder constituído democraticamente.
 Rígida — não é facilmente alterada. Exige um processo legislativo mais elaborado, consensual e
solene para a elaboração de emendas constitucionais do que o processo comum exigido para todas as demais
espécies normativas legais.
 Analítica — descreve em pormenores todas as normas estatais e direitos e garantias por ela
estabelecidas.
 Dogmática — constituída por uma assembléia nacional constituinte.

Emendas Constitucionais

O artigo 60 da constituição estabelece as regras que regem o processo de criação e aprovação


de emendas constitucionais. Uma emenda pode ser proposta pelo Congresso Nacional(um terço da
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal), pelo Presidente da República ou por mais da metade
das Assembléias Legislativas dos governos estaduais. Uma emenda é aprovada somente se três
quintos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal aprovarem a proposta, em dois turnos de
votação.

As emendas constitucionais devem ser elaboradas respeitando certas limitações. Há limitações


materiais (conhecidas como cláusulas pétreas, art. 60, §4º), limitações circunstanciais (art.60, §1º),
limitações formais ou procedimentais (art. 60, I, II, III, §3º), e ainda há uma forma definida de
deliberação (art. 60, §2º) e promulgação (art. 60, §3º).

Implicitamente, considera-se que o art. 60 da Constituição é inalterável pois alterações neste


artigo permitiriam uma revisão completa da Constituição. Nos casos não abordados pelo art. 60 é
possível propor emendas. Os órgãos competentes para submeter emendas são: a Câmara dos
Deputados, o Senado Federal, o Presidente da República e de mais da metade das Assembléias
Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de
seus membros.

Os direitos fundamentais, previstos nos incisos do art. 5º, também não comportam Emendas
que lhes diminuam o conteúdo ou âmbito de aplicação.
A emenda constitucional de revisão, conforme o art 3º da ADCT (Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias), além de possuir implicitamente as mesmas limitações materiais e
circunstanciais, e os mesmos sujeitos legitimados que o procedimento comum de emenda
constitucional, também possuía limitação temporal - apenas uma revisão constitucional foi prevista,
5 anos após a promulgação, sendo realizada em 1993. No entanto, ao contrário das emendas
comuns, ela tinha um procedimento de deliberação parlamentar mais simples para reformar o texto
constitucional pela maioria absoluta dos parlamentares, em sessão unicameral e promulgação dada
pela Mesa do Congresso Nacional.

A Constituição brasileira já sofreu 66 reformas em seu texto original, sendo 60 emendas


constitucionais tendo a última sido promulgada no dia 13 de Julho de 2010, e 6 emendas de revisão
constitucional. A única Revisão Constitucional geral prevista pela Lei Fundamental brasileira
aconteceu em 5 de Outubro de 1993, Não podendo mais sofrer emendas de revisão.

CONCLUSÃO

Constituição de 1988 do Brasil guardada no STF - o Guardião da Constituição


Independentemente das controvérsias de cunho político, a constituição de 1988 continuou
restringindo o conceito de empresa nacional e criou novas garantias constitucionais aos cidadãos e
às liberdades constitucionais, como o mandado de injunção e o habeas data. Rompendo com a
lógica autoritária da Constituição de 1967, a Carta qualificou como crimes inafiançáveis a tortura e
as ações armadas contra o estado democrático e a ordem constitucional, criando assim dispositivos
constitucionais para bloquear golpes de quaisquer naturezas. Determinou a eleição direta do
presidente da República, dos governadores dos Estados e prefeitos, além de prever as
responsabilidades fiscais. A nova constituição ampliou os poderes do Congresso Nacional tornando
o Brasil um país mais democrático.

A Constituição brasileira já sofreu 52 emendas constitucionais, sendo a última datada em 8 de


março de 2006, onde dá nova redação ao § 1º do art. 17 da Constituição Federal para disciplinar as
coligações eleitorais.

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