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BAURU-SP
2008
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EDUCAÇÃO INFANTIL
BAURU-SP
2008
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EDUCAÇÃO INFANTIL
BANCA EXAMINADORA
AGRADECIMENTOS
À minha mãe Nilsa, ao meu pai Walmir pelo amor, carinho e dedicação
acreditar em mim.
Aos meus avós, Dirce e Anísio, pelos ensinamentos, incentivo e por toda lição de
À minha irmã Ariane, por todas às vezes em que brincamos de escolinha e que ela
Aos meus padrinhos Regina e Paranhos por torcerem por mim mesmo que de
muito longe.
alegria e tristeza juntos compartilhados que nos ajudaram a construir pontes indestrutíveis no
caminho da amizade.
trabalhei por dois anos. Obrigada a todos pelos ensinamentos e conhecimentos oportunizados.
Aos meus queridos alunos, pelos sorrisos, carinho e amor dedicados a mim.
Resumo
Este trabalho analisou as bases históricas, legais e científicas do brincar na educação infantil,
assim como a aplicação de uma intervenção que promoveu o resgate da concepção de infância
por meio de brincadeiras, privilegiando a criança como um agente ativo no seu processo de
desenvolvimento. O trabalho foi formulado a partir da prática da pesquisadora na educação
infantil.
A base teórica da pesquisa buscou nos textos disponíveis o histórico, a legislação e as
principais concepções da criança de educação infantil e o papel do brincar, do brinquedo e da
brincadeira no cotidiano das crianças da educação infantil atual.
O universo da pesquisa abrangeu uma classe do Maternal II e outra do Pré da Educação
Infantil, sendo sujeitos da pesquisa todos os alunos de ambas as salas.
O estudo qualitativo utilizou a metodologia do tipo descritivo e contou com a participação de
pais, alunos e educadores. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram a pesquisa
semi-estruturada e observações participantes. A metodologia utilizada foi a pesquisa-ação. A
pesquisa empírica foi realizada em uma instituição de educação infantil com funcionamento
em período integral, ou seja, das 06h30min às 17h30min.
O estudo demonstrou a importância do brincar para o desenvolvimento sócio-cognitivo da
criança que foi comprovado pela literatura consultada e os resultados ao final da intervenção
realizada propiciou um novo olhar para a educação infantil abandonando uma rotina
sistematizada que deixa o lúdico em segundo plano, concluí-se que a brincadeira também é
uma forma de proporcionar o aprendizado.
Palavras-chave: Educação infantil, criança e lúdico.
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Abstract
This work intend to analyse the historical, legal and scientific basis of playing during the child
education and execute an intervention for the rescue of the childness conception by means of
games, setting focus on the children as the active member of their development process. The
work was developed based on the researcher activities in child education.
The source of the research are the historical records, the current legislation and the main
concepts of child education, as well as the role of playing, toys and jokes in the current child
education daily activities.
The research universe covers two groups of children from the elementary school. Every child
from each group participated. The qualitative study use descriptive methodology and counted
with the participation of the parents, students and educators. The instruments used for data
collection were the semi-structured research and participative observations. The methodology
used was the research-action. The research was realized in an institution for child education
with full period operation, that is, from 06h30am to 5h30pm.
The study demonstrated the importance of playing for the socio-cognitive development of the
child and was proven by the literature. The acquired results at the end of the intervention held
a new way of seeing the child education, dismissing the systematized routine which leaves the
ludic in second plan, because to play is also to learn.
Key-Words: child education, child, toy and playful.
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SUMÁRIO
Introdução 11
Cap.3 Desenvolvimento 39
3.1 Procedimentos 41
4.1 Intervenção 68
4.2 Avaliação 77
5- Considerações Finais 86
6- Referencias 88
7- Anexos 90
Introdução
primeiro contato social se dá pela interação com os pais. Nos primeiros meses de vida a
criança entra em contato com o mundo da brincadeira por meio das brincadeiras de esconder
percebem a importância desse tipo de brincadeira, por meio dela transmite-se muitas
Conforme as crianças vão crescendo suas brincadeiras se tornam mais ricas, com diversos
Para muitos a idéia de infância se caracteriza como o período que antecede a idade
como um artefato social e não uma categoria biológica. Isso significa que infância é uma fase
específica da vida, que tem variações históricas e sociais. Por exemplo, uma criança que
trabalha desde cedo nos fornos quentes das cerâmicas, não tem o sentido de infância, pois ela
não teve direito a educação, a brincar, ao cuidado, etc. Segundo este autor, a idéia de infância
século XVII. Antes disso a criança era tratada como adulto em miniatura sendo ignorada pela
sociedade. A visão trazida pelo romantismo sobre a infância trata as crianças como futuro da
homens educados.
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era responsável por manter financeiramente a casa e a mãe/mulher era responsável apenas
pela educação dos filhos, nos dias de hoje os arranjos familiares tendo a mulher como
fatores para a entrada cada vez mais cedo de crianças nas instituições de ensino.
Foi criada em 1959, a Declaração Universal dos Direitos da Criança, aprovada por
unanimidade pela ONU, criada com o fim de defender e integrar as crianças na sociedade e
zelar pelo seu convívio e interação social, cultural e até financeiro conforme o caso, dando-
lhes condições de sobrevivência até a sua adolescência. Tendo como base e fundamento os
direitos a liberdade, estudos, brincar e convívio social das criança que devem ser respeitados e
criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras os quais deverão estar dirigidos
deste direito”. Neste mesmo princípio se afirma que: ”A criança tem direito a receber
educação escolar, a qual será gratuita e obrigatória, ao menos nas etapas elementares (...)”.
A partir de então a educação infantil em creches e pré-escolas foi legalizada (artigo 208) e um
parte dos brasileiros com relação à mudança nos direitos da criança, o que fez com que o
Brasil se tornasse o primeiro país a adequar a legislação interna aos princípios consagrados
dos direitos fundamentais da criança é o direito de brincar presente no artigo 16, inciso IV.
educação brasileiro com base nos princípios presentes na Constituição.Tem por objetivo
A atual LDB (Lei 9394/96) sancionada pelo então presidente Fernando Henrique
Cardoso, baseada no princípio do direito universal à educação para todos, trouxe diversas
mudanças em relação a lei anterior entre elas a inclusão da educação infantil, em creches e
Sabendo que o papel da escola de educação infantil seja ela em período integral ou
não é antes de tudo promover a socialização das crianças e que o brinquedo e a brincadeira
são as formas mais precisas para essa socialização. Pois o ato de brincar é inerente às crianças
criança de 2 à 6 anos;
O homem é um ser histórico social, que constrói sua história no decorrer dos anos.
história. Nos registros da arte Medieval não se encontra nenhum relato sobre o tema até o
meio do século XII. Segundo o historiador Phillipe Áries em seu livro História Social da
Criança e da Família (1981) no qual elaborou estudos sobre a infância na Europa “É difícil
crer que essa ausência se devesse à incompetência ou à falta de habilidade. É mais provável
que não houvesse lugar para a infância nesse mundo”. A conceituação de infância que
XVII.
infantia significa “incapacidade de falar”, pois se considerava que antes dos sete anos a
criança era incapaz de falar e expressar seus pensamentos e desejos. Desde a antiguidade a
palavra infância estava atrelada a incapacidade, a criança era menos que o adulto, por isso era
Por se tratar de uma construção histórica nos séculos X-XI havia profundo
desinteresse pela infância, sendo considerada como um período de transição sem nenhuma
lembrança ou importância para a vida adulta. No século XIV surgem novos modelos para
deixando a antiga idéia de adultos em tamanho reduzido. O segundo modelo de criança seria a
imagem da criança sagrada representada pelo Menino Jesus ou por Nossa Senhora Menina,
nessa época a idéia de infância estava ligada a Maria. O terceiro modelo de criança é a
crianças, já que a possibilidade de perda das mesmas era muito alta. As crianças começaram a
O gosto novo pelo retrato indicava que as crianças começaram a sair do anonimato
em que sua pouca possibilidade de sobreviver as mantinha. É notável, de fato, que
nessa época de desperdício demográfico se tenha sentido o desejo de fixar os traços
de uma criança que continuaria a viver ou uma criança morta, a fim de conservar
sua lembrança” (ARIÉS,1981,p.23)
passou a ser representada sozinhas sendo modelos favoritos dos pintores da época. No século
Para a pesquisadora Kramer (2003) a idéia de infância não existiu sempre e foi
modificada com o passar do tempo, historicamente de acordo com a modificação nas formas
mudanças na relação social da criança. Se para a sociedade feudal a criança se tornaria adulta
assim que a mesma ultrapassasse o período de alta mortalidade e já pudesse trabalhar, para a
olhares e algumas rupturas com o modelo de infância concebido até então. A nova visão de
infância possui outras características, novos interesses e necessidades que não existiam antes,
globalização.
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socialização e interação da criança com o mundo, nos dias de hoje outras mídias como a
televisão e a internet responsáveis por essa função. Segundo Pfron Neto as crianças tem
interesse pela televisão a partir dos 6 meses de vida , passando a assistir com maior
Outro fator que convém ressaltar na mudança da concepção de infância está ligada
presos a sua rotina estressante profissional, deixam seus filhos aprisionados em suas casas,
permanecendo sozinhos por um longo tempo. Com isso a televisão por sua vez invade a vida
das crianças pregando determinado estilo de vida, com modismos e ideais, ditando regras,
brincadeiras, formas de ver o mundo. Estimulando a consumir casa vez mais, transformando
Nesse sentido a mídia altera a noção de infância construída até os dias de hoje,
Ser criança é ter corpo que consome coisa de criança. Que coisas são essas?
Primeiro coisas que a mídia define como tendo sido feitas para o corpo da criança.
Segundo coisas que ela define como sendo próprias do corpo da criança.
Respectivamente, por um lado bolachas, danoninhos, sucos, roupas, aparatos para
jogos, etc, por outro gesto, comportamento, posturas corporais, expressões, etc. Ser
criança é algo definido pela mídia na medida em que é um corpo-que-consome-
corpo (GHIRALDELLI JR. 1996, p. 38).
ser uma fase natural da vida, pois sendo então objeto de manipulação, construído, ditado,
instruído pela mídia. Diferentemente da visão que prega a criança feliz, protegida, educada,
como eles aprendiam a se tornar membros desse grupo. Sem que houvesse a percepção de que
a infância é uma fase distinta da vida, que como tal tem suas próprias características,
especificidade e necessidades.
é que podiam freqüentar os colégios existentes na época dirigidos pela Igreja Católica. Nas
Nessa época não havia trajes para diferenciar as crianças dos adultos, os trajes
eram diferentes apenas para as classes sociais, sendo assim serviam apenas para perpetuar as
diferenças de classes. Áries (1981) explica que a idade Média vestia indiferentemente todas as
hierarquia social. Nada, no traje medieval, separava a criança do adulto. Segundo Áries:
séculos XVIII e XIX, nesta época questionava-se a eficácia das escolas mistas. A disciplina
na idade escolar era rigorosa e efetiva, por considerar a criança frágil e incompleta.
uma nova perspectiva sobre a educação infantil levando em consideração como ensinar.
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compensatória, seguidas por Montessori e Mc Milam no final do século XIX e sua aplicação
passando a atender os filhos de mães que trabalhavam na indústria bélica e daquelas que
substituíam o trabalho masculino. Por ter caráter de urgência a necessidade desse tipo de
atendimento teve índices elevados e culminou com duas medidas importantes para o âmbito
trabalhar. Por outro lado despertou interesse por novas formas de pensar a educação de
crianças, surgiu então à preocupação com as necessidades sociais e afetivas das crianças.
desenvolvimento escolar. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos sobre testes de inteligência
indicavam que as crianças que freqüentaram a jardins de infância ou creche eram melhores do
infância.
pesquisadora Kramer(2003),divide a história em três períodos sendo eles: 1º período vai desde
o descobrimento até 1874, 2º período de 1874 até 1889 e o 3º período de 1889 até 1930.
período havia apenas casas para os abandonados de primeira idade e uma escola para os
elaborados por alguns grupos especialmente médicos, porém muitos projetos não saíram do
papel. Os poucos projetos que se concretizaram durante este período segregavam as crianças
negras filhas de escravos das crianças da elite filhas dos senhores. Podemos observar que a
assistência às crianças pequenas era praticada por médicos sanitaristas e associações de damas
No 3° período, até 1930, a criança já estava sendo assistida por diversas leis e
receber menores de oito anos, com o objetivo de privilegiar as necessidade das crianças
pobres e as crianças com necessidades de algum cuidados, criar leis para a proteção dos
da criança no Brasil, porém foi mantido por doações. Este departamento possuía diferentes
afirmando a política de valorização da criança, como adulto em potencial, sem vida social.
Legião Brasileira de Assistência em 1942 e Projeto Casulo; UNICEF em 1946; Comitê Brasil
todos, sendo que sua prática foi muito desigual, com recursos escassos e atendimento voltado
mais para os problemas de saúde do que para os da educação propriamente ditos. Acentuando
sobre a educação pré-escolar. O primeiro é dedicado à educação de crianças até sete anos em
para que as empresas instalem instituições de ensino para os filhos das mães trabalhadoras.
evasão escolar e alta taxa de repetência no 1ª sério do 1º grau entre as crianças carentes nos
anos 70.
atingia as crianças carentes antes que entrassem no 1º grau, essa carência existia porque os
pais das famílias pobres não conseguiam proporcionar oportunidades para um bom
desenvolvimento escolar, que faria com que seus filhos repetissem o ano letivo. A pré-escola
serviria para suprir a carência educacional e suprir os requisitos básicos que não foram
anteriormente transmitidos por seu meio social para garantia do sucesso escolar.
Nota-se que a educação era fragmentada, sendo regulamentada por vários órgãos e
continuava a ser vista como assistencialista. Com caráter compensatório que visava suprir a
falta de condições sociais, culturais e nutricionais. Sendo assim a maioria das creches e pré-
Nos anos 80 a educação pré-escolar passou por problemas dentre os quais o caráter
ações concretas para sua viabilização, fragmentação dos programas educacionais e de saúde e
como um direito da criança e dever do Estado. Deveria ser integrada ao sistema de ensino. A
partir de então a educação pré-escolar passou a seguir uma concepção pedagógica que
completava a ação da família deixando a atuação assistencialista para trás. Essa visão
pedagógica tinha a criança como ser histórico e social, pertencentes a uma determinada classe
concretizado para a boa parte das crianças das camadas populares. Seu reconhecimento
começa a ser notado nos documentos oficiais e em pronunciamentos, bem como nas ações
creches surgiram nos países europeus e norte-americanos no século XIX e no Brasil no inicio
A creche foi por muito tempo alvo de discriminação por algumas pessoas, pois é
rodeada por assistencialismo. Sendo uma instituição social cuja finalidade é prestar
atendimento a famílias desamparadas e/ou desestruturadas. A creche é procurada por pais que
trabalham em período integral e necessitam deixar seus filhos sob o cuidado de terceiros.
Creche é uma instituição social, cujo objetivo é prestar atendimento às famílias, quase
sempre parcialmente constituídas, mal-assentadas, instáveis, na maior parte dos casos
como decorrência da corrente migratória. Normalmente essas famílias têm carências
sociais, financeiras e emocionais e procuram a Creche para deixar os seus filhos
enquanto trabalham, esperando preencher ou completar os espaços vazios causados
pela sua própria insuficiência de recursos. (ARANHA, 2002.p.07)
abandonadas que tenham a necessidade de trabalhar para manter a casa, ou ainda para as mães
consideradas incapazes de criar seus filhos. A creche não surgiu como necessidade da mulher
Neste contexto a idéia inicial de creche é caracterizada pela iniciativa privada com
etapa de ensino das crianças. Essas duas novas conquistas são importantes para a história da
Vista como medida de emergência e último lugar a ser procurado pelas famílias,
com atuação de forma compensatória, a creche passou a ser vista com a ajuda de pesquisas
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recentes como local de grande importância para o desenvolvimento infantil, pois é um espaço
Porém salvo algumas exceções a creche ainda possui caráter assistência, com
Conforme visto na referida lei, mesmo que implicitamente a creche não pode ser
vista como substituta da mãe ou da família, deve fazer parte do processo educativo das
crianças, e o papel do educador da creche só terá efeito se culminar com a parceria da família
e da comunidade e que o tempo que a criança permanece nessa instituição de ensino terá fins
entreter-se; folgar e foliar. Brincar vem antes do jogo que supõe regras. É uma atividade
por prazer, pois muitas vezes as crianças ficam muito envolvidas sendo difícil tirá-la de
determinada brincadeira mesmo que ela esteja cansada ou então não esteja obtendo sucesso.
Quando uma criança não alcança o objeto que quer pegar ou se cansa antes de atingir o
objetivo da brincadeira, esses fatos são exemplos de que a criança não brinca por prazer e sim
por necessidade, assim como faz o adulto. Segundo Lebovici (1988) brincar é tão importante
Os adultos passam a maior parte de sua vida trabalhando, mas não o fazem por
simples prazer. Mesmo que o trabalho dê alegria, compensação e um sentido a vida ele
também causa estresse e cansaço. A maior razão para o fato dos adultos trabalharem é a
assimila o mundo a sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o
na criança, seja pela criação , pela imitação ou ainda pela definição de regras específicas.
Salienta ainda que no brinquedo a criança comporta-se de maneira mais avançada do que é
normalmente é. Com o brinquedo a criança ultrapassa limites que lhe são preestabelecidos,
sua cultura.
Sobre as relações entre jogo e educação Kishimoto (2002) acredita que antes da
revolução romântica, três concepções estabeleciam essas relações: o uso do jogo para
necessário para aqueles que exerciam atividades intelectuais, escolares ou esforços físicos. Na
idade Média o jogo foi considerado “não-sério” por estar associado ao azar. Só a partir do
com o Renascimento. É nesse contexto que o jogo aparece como típico da criança. Kishimoto
(2002) explica que dentro do Romantismo a criança passou a ser vista como um ser em
desenvolvimento com características próprias, embora transitórias, a criança é vista como ser
infantil, a criança como portadora de uma natureza própria que deve ser desenvolvida[...]”.
(apud Kishimoto,2002,p.19)
biologia, os estudos com animais foram transpostos para o campo infantil. Nesse campo de
autor destaca “[...] que o jogo infantil desempenha papel importante como o motor do
Para a autora alguns teóricos freudianos como Melanie Klein a brincadeira infantil
Para Kisnhimoto (2002) o jogo pode ter três significados distintos, no primeiro o
jogo expressa valores sociais, no segundo o jogo é um sistema de regras e o terceiro caso
ausência de regras que estabelecem sua utilização. E possui variações em seu imaginário e
que brinca. Pode ser o objeto comprado ou um objeto criado pela própria criança que às vezes
A criança desde seu nascimento está inserida em um contexto social, pois desde
cedo elas aprendem com as experiências que tem com o mundo dos adultos e das pessoas ao
seu redor. “Dessa forma, a brincadeira é uma atividade humana na qual as crianças são
na idade escolar com seus familiares, com outras crianças da mesma idade sem objetivos
educacionais ou de aprendizagem. Atividade essa que a criança faz para recrear-se ou por
diversão, com seus pais, professores, amiguinhos, com o espaço e com a cultura na qual está
inserida.
estabelecidas com a história e cultura de outras crianças, de seus pais, de seus professores e
construção.
ganhou força com a expansão da educação infantil. Esses brinquedos são entendidos como
recursos para se educar de forma prazerosa. Alguns exemplos desse tipo de brinquedo são: o
quebra-cabeça: cuja função é ensinar formas e cores, brinquedos de tabuleiro que servem para
construção do conhecimento, por contar com a motivação interna, típica do lúdico”. Porém a
conceitos.
casinha são considerados por Piaget (1971) como jogo simbólico. O jogo simbólico surge aos
relações familiares como papai e mamãe, mãe e filho entres outros papéis que representam as
pessoas de seu meio social. As representações no faz-de-conta podem ser experimentadas não
[...] o brincar da criança não está somente ancorado no presente, mas também tenta
resolver problemas do passado, ao mesmo tempo que se projeta para o futuro. A
menina que brinca com bonecas antecipa sua possível maternidade e tenta enfrentar
as pressões emocionais do presente. Brincar de boneca permite-lhe representar seus
sentimentos ambivalentes, como o amor pela mãe e os ciúmes do irmãozinho que
recebe os cuidados maternos. Brincar com bonecas numa infinidade de formas está
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geração, modificadas com o passar do tempo ou podem permanecer da mesma forma. Essas
pião, das parlendas ou das formulas de seleção. “Por permanecer à categoria de experiências
2002, p.39)
imaginário. Tais jogos mantêm uma estreita relação com os jogos de faz-de-conta à medida
Primeira Infância
Nessa fase a criança absorve novas e grandes conquistas. Alguns pesquisadores acreditam que
as aquisições adquiridas nesse período da vida são tão importantes que dividem o
infância são: o andar ereto, a atividade objetal e a aquisição da linguagem. O ato de andar
permite a criança maior contato com os objetos e maior contato com o mundo externo. Nessa
fase a criança adquire nova concepção em relação aos objetos, que antes serviam apenas para
manipulação, os objetos passam a ser vistos de acordo com sua função, ou seja, passam a ser
partir de então a criança passa por mudanças na forma de comunicação com o adulto. “Na
primeira infância, a linguagem progride por duas causas: porque a criança aperfeiçoa sua
(idem- p.124).
mediação feita por ele são fontes importantes para o seu aprendizado.
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Pré-escolar
A criança pré-escolar maior, ou seja, por volta dos 6 anos, está bem mais
consciente de seus atos e desejos e em muitas vezes demonstra essa consciência em atos
concretos. Por exemplo “um menino de três anos que joga migalhas para as galinhas faz isso
para vê-las reunir-se e bicar; um menino de seis anos considera que presta ajuda à mãe”.
reprodução. A criança pode se lembrar de determinada atividade que lhe foi solicitada ou
ainda se lembrar de música ou poesia que gosta. Também pode controlar a sua atividade
intelectual.
maior número de pessoas, especialmente com as da sua idade. Para que a integração com seu
pressupostos básicos das teorias de desenvolvimento de três importantes teóricos, são eles:
desenvolve. Para ele “[...] não se pode, com efeito, senão indagar se toda informação
cognitiva emana dos objetos e vem de fora informar o sujeito”. (PIAGET, 1971, p.13).
entender quais os mecanismos que o sujeito utiliza para compreender o mundo ao seu redor.
intelectualmente.
capaz de se diferenciar dos objetos, formando uma noção do eu. Graças à conquista da
inicia-se o período da imitação em representações onde o sujeito representa uma coisa pela
estruturado pela razão. A criança nessa fase percebe-se como individuo um ser no universo
Período das Operações Formais (12 anos em diante): Neste período o sujeito
será capaz de formar operações abstratas que lhe permite ultrapassar o real. Torna-se
capacidade para conhecer e criticar suas regras e leis. Nessa fase o indivíduo atingiu sua
Medicina, seu interesse pela psicologia da criança o levou a tentar compreender o psiquismo
humano, pois através dela é possível ter acesso a gênese dos processos psíquicos.
Assim como Piaget, Wallon considera que o sujeito constrói-se nas interações
psiquismo infantil, mas também contribui com a educação formando uma relação dialética
onde as fases ocorrem uma após a outra, alternando afetiva e cognitivamente. Para melhor
com o meio.
forma e ela toma consciência de si, acontece por meio dos interações sociais.
avanços na inteligência e personalidade com relação à fase anterior, há interesse pelo mundo
desregulada devido à ação dos hormônios. Esta fase há uma retomada de questões morais,
existências e pessoais.
deixou um enorme volume de produção acadêmica. Na obra de Vygostky não consta relatos
humano, porém suas idéias não se limitaram a uma construção individual. As idéias se
difundiram nas mãos de seus colaboradores, dos quais se destacam Alexander Romanovich
Para ele a criança é um ser social, que nasce inserido em um ambiente social que é
a família. E é nela que acontecem as primeiras interações com o meio físico e social através
Os signos agem como instrumentos da atividade humana. Os instrumentos por sua vez são
Por volta dos dois anos a fala da criança torna-se intelectual e generalizante com
função simbólica, a interação com o meio social, ou seja, com indivíduos de maior cultura
o individuo interage com o meio social, sendo assim formulou um conceito especifico em sua
fazer determinada atividade com a ajuda do outro, ou seja, uma interação social.
ensino não para as etapas já alcançadas pelo indivíduo e sim para as etapas em que ele ainda
não incorporou.
reconstrução individual daquilo que é observado nos outros”. (OLIVEIRA, 1997, p.63)
39
3 - Desenvolvimento
coleta de dados foi feita a partir da observação do contexto educacional e de pesquisas com
pais e professores, objetivou analisar de um modo geral como se encontra a relação do brincar
teórico sobre o tema, através de pesquisas bibliográficas, assim como na Lei de Diretrizes e
Bases para a Educação Nacional (LDB). Foram realizadas intervenções pedagógicas através
de atividades que propiciaram o resgate da infância por meio dos brinquedos e brincadeiras na
educação infantil.
em Thiollent (2004). Na pesquisa–ação o papel dos participantes é ativo no que diz respeito
estudadas. O método em questão não perde a legitimidade científica pelo fato de incorporar
base social não trabalha apenas com dados quantitativos muito comuns em pesquisa nas áreas
pesquisa que vem a ser a o brincar infantil, portanto uma preocupação social, pois sabemos o
das eventuais ações do campo de pesquisa. Nesta etapa, de acordo com o autor o pesquisador
deve:
O tema da pesquisa deve ser definido de acordo com o problema prático e a área
do conhecimento a ser abordados. Segundo Thiollent (2004, p.51) “um tema que não interessa
a população não poderá ser tratado de modo participativo”. Assim, estabelece-se uma
teórico e prático.
possíveis soluções para o problema colocado na pesquisa. Para Thiollent (2004, p57) “Trata-
ação mais eficiente e sobre a avaliação dos possíveis efeitos, desejados ou não”. Desta
maneira, na Pesquisa-Ação é necessário que haja uma relação entre o saber formal e o saber
pesquisa através da realização de uma ação planejada. Segundo Thiollent (2004, p.70) “a ação
corresponde ao que precisa ser feito (ou transformado) para realizar a solução de determinado
problema”. Deve haver o retorno da informação aos grupos envolvidos na pesquisa, para fazer
41
pesquisado.
Pesquisa-Ação
Diagnóstico
Intervenção
Avaliação
3.1 - Procedimentos
por meio dos brinquedos e brincadeiras”, elaborado pela pesquisadora juntamente com mais
educadoras da instituição de ensino, sendo uma efetiva e duas estagiarias, responsáveis pelo
ensino foram realizadas tendo como orientação um roteiro especifico elaborado de acordo
zona urbana da cidade, possui vizinhança em geral bem movimentada, sendo próxima ao
As pessoas que moram ao redor da instituição são pessoas com um nível sócio-
econômico relativamente bom e moram a um bom tempo na região. A maioria das casas são
Por ser uma das únicas creches instaladas no centro da cidade a instituição é
bastante procurada, recebendo alunos de vários bairros distantes da cidade, filhos de pessoas
A maioria dos alunos faz o trajeto de casa para a escola e vice-versa de carro,
alguns fazem o trajeto de ônibus urbano ou com a perua escolar. Os alunos são provenientes
sendo que em seu regulamento interno consta que a instituição deveria atender a 112 criança,
distribuídos por faixa etária: Berçário I dos 04 meses a 1 ano, Berçário II de 1 ano a 2 anos,
Maternal I de 2 anos a 2 anos e meio, Maternal II de 02 anos e meio a 03 anos e meio, Jardim
I de 03 anos e meio a 4 anos e meio, Jardim II de 4 anos e meio a 5 anos e meio e Pré de 5
anos e meio a 6 anos, sendo que em 2008 ano da pesquisa será o último ano a ter sala de pré
na instituição devido a revisão da emenda Constitucional que altera a idade para o término da
Professor de Informática 01
Aposentado 02
Funileiro 02
Mecânico 02
Motorista 02
Auxiliar de Cozinha 01
Vendedor 16
Porteiro 01
Balanceiro 01
Repositor 02
Auxiliar de Enfermagem 01
Dentista 01
Desempregado 05
Divorciado 26
Solteiro 21
Estado Civil das Mães
Renda Familiar
Salário Quantidade
1 Salário 09
2 Salários 22
3 Salários 35
4 Salários 48
S/ Renda (c/ auxílio de outros) 07
*As tabelas foram extraídas do Projeto Político Pedagógico da instituição de Educação Infantil pesquisada nesta
pesquisa.
e 5 estagiárias.
46
Durante o ano da pesquisa, ou seja, em 2008 a instituição contava com uma sala de
freqüência oscilava entre 14 a 18 crianças por dia em cada sala pesquisada. Sendo que 02
Brinquedos Ocorrências
Jogos de encaixe 6
Boneca 1
Bola 1
Carrinho 1
Números de borracha 2
Pelúcia 1
Jogos de encaixe 5
Bola 1
Carrinho 1
Quebra-cabeça 4
Boneca 1
47
livres para assumir a metodologia ou teoria pedagógica que achar melhor, porém a maioria
utiliza os pontos positivos das diversas teorias existentes. Todos os profissionais da instituição
são conscientes de seu papel na educação das crianças, sabem que todos os seus atos servem
de modelo.
São realizadas uma vez por bimestre reuniões pedagógicas, para refletir sobre os
oferecidos por diversos órgãos da cidade, tais como a Secretaria Municipal da Educação e
Observações em campo
observação, cada dia uma das turmas era observada nos diferentes períodos.
brincadeira?
Logo a seguir será feito um relato individual das turmas com base nas
educador, sem deixar de privilegiar a criança e o educador como sujeitos desta pesquisa.
Maternal II, sendo esta formada por vinte e uma crianças de dois a três anos.
ao aprendizado. Na hora da entrada das 06h30 às 08h00 as crianças são levadas pelos pais e
guardam as mochilas nos ganchos separados por turma e vão para o refeitório que devido a
assistem a filmes infantis e tomam café da manhã enquanto aguardam a entrada das
professoras.
de outras turmas e principalmente com irmãos ou amigos mais próximos. Devido à falta de
espaço é necessário que as crianças permaneçam quietas, sem fazer movimentos bruscos.
outra sair para poder sair também. Como as crianças sentem muita vontade de se movimentar
ao ouvirem a professora chamar eles saem correndo até a porta para formar a fila. Em seguida
vão para a sala de aula ainda em fila. Como o maternal não possui sala de aula as crianças
permanecem no refeitório.
49
manhã para depois iniciar suas atividades. Após a saída dos bebês a auxiliar do maternal faz
chamada e inicia as atividades, entrega os cadernos para cada um dos alunos e pede que todos
Para evitar acidentes por excesso de criança é feito o rodízio do parque, a turma do maternal
tem o direito de brincar no parque as terças e quintas-feiras, no início do ano letivo às sextas-
feiras eram livres para outras atividades, geralmente as crianças ficavam o dia todo no parque
e não tomavam banho, porém houve muita reclamação dos pais que diziam que as crianças
voltavam muito sujas pra casa, por isso a coordenadora instituiu o “dia do brinquedo”, onde
refeitório e almoçar. Antes de servir o almoço é feita uma oração simples e em seguida as
educadoras servem o almoço. Depois do almoço as crianças escovam os dentes para dormir.
Entre as 11h00 e as 13h00 acontece o repouso das crianças pois acordam muito cedo, esse é o
realizadas atividades diversas, tais como, parque, tanque de areia com baldinhos e pazinhas,
massinha, pintura, canto de música, hora da história, jogos de encaixe, brincadeiras como
Durante o percurso de um espaço para outro já que o maternal não possui sala de
aula, as crianças seguiam em forma de “trenzinho”, sendo dirigidas pelas educadoras. Nesse
observar que o lúdico, no caso as músicas, estava presente até mesmo quando as crianças
suas capacidades e habilidades durante a realização de atividades em sala de aula, como por
exemplo, desenho e pintura como materiais diversos, tais como, giz e guache. Tentava
possíveis, tais como, a brinquedoteca ,o parque e tanque de areia e o pequeno pátio da frente .
Durante a atividade “hora do conto”, tendo como único recurso disponível além do
para contar as historias e despertar o interesse das crianças, além do uso dos fantoches, foi
aproximadamente trinta minutos, visto que é difícil manter a atenção dos alunos por longos
51
períodos de tempo, pelo fato de os mesmos serem muito pequenos e ainda não conseguirem se
concentrar.
realizavam suas brincadeiras e atividades lúdicas, como por exemplo: jogos de encaixe, bolas,
carrinhos, bonecas, jogo de boliche, piscina de bolinha, baldinhos, pazinhas, tintas, giz de
cera, cadernos, ursos de pelúcia, massinha de modelar, telefone, panelinhas entre outros.
relacionadas ao cuidado físico das crianças, ou seja, para tomarem cuidado para não se
machucar enquanto brincavam também se preocupava com a interação social das crianças, no
que diz respeito ao cumprimento de regras que estabeleciam como, por exemplo, não bater
nos amigos, não jogar brinquedo pra fora do parque, não pegar o brinquedo do colega sem
pedir e não correr. A educadora fazia também intervenções e mediações que propiciassem às
A turma do pré formada por vinte e uma crianças de cinco a seis anos, nessa turma
nos dias de calor as crianças tiram o excesso de roupa e depois vão para a sala de aula. A
professora entrega os cadernos e inicia as atividades que nessa faixa etária visa a alfabetização
de português e matemática. Os alunos que terminam primeiro suas atividades vão primeiro
para o parque. Essa rotina só é alterada nos dias de chuva. As 10h45min as crianças do pré
começam a lavar a mão pra entrar no refeitório para o almoço. Assim que terminam de
almoçar as crianças também escovam os dentes sozinhas sobre o olhar da professora, depois
“lanchinho” depois disso as crianças do pré vão para o fundo brincar e ficam aos cuidados da
estagiária e as do maternal vão para o parque enquanto esperam para tomar banho. O banho é
Depois disso as crianças brincam um pouco mais até que as 15:30 horas voltam
para o refeitório para jantar. E em seguida voltam para o fundo para atividades variadas como
As 17:00 horas as poucas crianças que ainda não foram embora voltam para o
refeitório para assistir a um DVD que elas trazem de casa com o desenho favorito para esperar
os pais.
Bem como a maioria das instituições de ensino a creche também segue uma rotina
turma do maternal II, como por exemplo, parque e tanque de areia com baldinhos e pazinhas,
voltadas para a alfabetização por volta de uma hora e meia. Também fazia parte da rotina das
crianças ficar mais ou menos por uma hora e meia no parque após o término das atividades
Durante as atividades livres como parque, por exemplo, assim como as educadoras
O parque, a atividade lúdica que as crianças mais gostam, era privilégio daquelas
silêncio ouvindo atentamente enquanto a história estava sendo contada. Já a estagiaria ora
contava as histórias de forma tradicional ora usava materiais lúdicos para este fim e ao final
da atividade pedia que os alunos desenhassem a parte que mais gostaram da história contada.
As crianças dessa turma tiveram acesso a materiais e brinquedos tais como: bola,
baldinhos, pazinhas, massa de modelar, pincéis, diversos tipos de papel, guache, giz de cera e
giz de lousa.
Nas duas turmas foi possível observar que mesmo enquanto participavam
ativamente das brincadeiras das crianças a educadora tanto do maternal II quanto as do pré,
respeitavam a espontaneidade e criatividade das mesmas, não criticando e nem julgando suas
Muitas vezes as crianças não queriam para suas brincadeiras, mas era necessário
presente pesquisa segue uma rotina com horários pré-estabelecidos, sendo importante
considerar que por ter funcionamento em período integral, ou seja, das 06h30min às
A maioria das brincadeiras livres das crianças são as de jogo simbólico, tais como
bonecos de lutinha ou personagens de filmes e carrinhos no caso dos meninos, já no caso das
desentendimentos entre os mesmos. Alguns pais preferem não deixar as crianças levarem
observadas, ou seja, o maternal II e o pré há muita semelhança entre a prática dos educadores
O tempo destinado às atividades lúdicas variou de acordo com a turma. Sendo que
o pré permanecia por maior tempo no parque. Por diversas vezes as turmas mesmo que
contrariadas tiveram que parar a brincadeira por conta do horário e para que a rotina fosse
seguida.
Os materiais que as crianças das duas turmas tiveram acesso são praticamente os
mesmos, se diferindo apenas em relação ao pré que por ter maior idade também tinha acesso a
Outra atividade lúdica comum as duas turmas era a “hora do conto” ou narração
de história, realizada pelas educadoras ora de forma tradicional ora de forma lúdica e
prazerosa.
professor deve ocupar lugar central na educação das crianças, bem como na brincadeira na
55
educação infantil, já que a educação infantil é um lugar privilegiado para esse tipo de
interação.
Quadro 3 com os resultados da pesquisa realizada com os pais dos alunos do Maternal II.
Resposta Ocorrência
1 07
2 05
3 0
Não respondeu 01
Resposta Ocorrência
morto
carrinho 03
56
Boneca/casinha 02
Pipa 02
Baldinho 01
Faz-de-conta 03
(papai,mamãe,chapeuzinho
vermelho,bichão)
Histórias 01
Brincadeiras de Roda 03
Bola 02
Assistir filmes 01
Pular 02
Bicicleta/Motoca 02
Futebol 02
Não respondeu 02
Questão 03: Que tipo de brincadeira você brinca com seus filhos em casa?
Resposta Ocorrência
Vídeo-game 01
Brinquedos de construção(lego,bloco 10
lógico,etc)
Faz-de-conta 06
Brincadeiras de roda 08
Não respondeu 0
57
Questão 04: Com que freqüência você brinca com seu filho?
Resposta Ocorrência
1a3 04
4a6 09
Não brinca 0
Resposta Ocorrência
Passa anel 01
Amarelinha 06
Pega-pega 07
Esconde-esconde 06
Casinha 04
Corda 03
Poponeta 01
Roda 05
Cabra-cega 02
Peão 01
Morto-vivo 03
Salada-mista 02
Pega-bandeira 02
Bola 08
Abstenção 01
58
Questão 06:Você já ensinou alguma das brincadeiras citadas no item anterior a seu filho?
Resposta Ocorrência
Sim 10
Não 0
Não respondeu 02
Sim 13
Não 0
Não respondeu 0
Questão 08: Você conhece as brincadeiras que seu filho aprende na escola?
Resposta Ocorrência
Sim.Todas 01
Algumas 11
Nenhuma 01
Questão 09: Quando compra um brinquedo para o seu filho, você leva em consideração o fato
do brinquedo estimular o desenvolvimento da criança?
Resposta Ocorrência
Sim 07
Não 0
Ás vezes 05
59
Questão 10:Quando compra um brinquedo, você presta atenção na faixa etária indicada por
ele?
Resposta Ocorrência
Sim 08
Não 0
Ás vezes 04
Resposta Ocorrência
Questão 12: Você considera importante o “Dia do brinquedo”, onde as crianças levam seu
brinquedo favorito pra escola toda sexta-feira?
Resposta Ocorrência
Sim 10
Não 02
Quadro 4- com os resultados da pesquisa realizada com os pais dos alunos do Pré.
Resposta Ocorrência
1 08
2 05
3 0
Não respondeu 0
60
Resposta Ocorrência
carrinho 05
Boneca/casinha 06
Pipa 02
Baldinho 03
Faz-de-conta (papai,mamãe,chapeuzinho 12
vermelho,bichão)
Histórias 03
Brincadeiras de Roda 07
Bola 06
Assistir filmes 01
Pular 03
Bicicleta/Motoca 05
Não respondeu 01
Resposta Ocorrência
Vídeo-game 05
Brinquedos de construção(lego,bloco 07
lógico,etc)
Faz-de-conta 08
61
Brincadeiras de roda 01
Não respondeu 0
Questão 04: Com que freqüência você brinca com seu filho?
Resposta Ocorrência
Questão 05: Cite algumas brincadeiras que você brincava quando criança:
Resposta Ocorrência
Passa anel 01
Amarelinha 05
Corda 05
Esconde-esconde 11
Pega-pega 04
Elástico 03
Patinho-feio 01
Roda 06
Casinha 02
Dama 01
Bola 10
Boneca 04
Escolinha 03
62
Bicicleta 02
Quebra-cabeça 01
Mamãe da rua 01
Vídeo-game 02
Taco 03
Pipa 01
Abstenção 01
Questão 06: Você já ensinou alguma das brincadeiras citadas no item anterior a seu filho?
Resposta Ocorrência
Sim 12
Não 01
Não respondeu 0
Sim 13
Não 0
Não respondeu 0
Questão 08: Você conhece as brincadeiras que seu filho aprende na escola?
Resposta Ocorrência
Sim.Todas 05
Algumas 07
63
Nenhuma 01
Questão 09: Quando compra um brinquedo para o seu filho, você leva em consideração o fato
do brinquedo estimular o desenvolvimento da criança?
Resposta Ocorrência
Sim 08
Não 0
Ás vezes 05
Questão 10: Quando compra um brinquedo, você presta atenção na faixa etária indicada por
ele?
Resposta Ocorrência
Sim 10
Não 01
Ás vezes 02
Resposta Ocorrência
Questão 12: Você considera importante o “Dia do brinquedo”, onde as crianças levam seu
brinquedo favorito pra escola toda sexta-feira?
Resposta Ocorrência
Sim 13
Não 0
64
dos pais do maternal II e do pré tem um ou dois filhos. O questionário revela que a maior
parte dos pais participa em torno de quatro a seis vezes por semana da brincadeira de seus
ocorrem com menor freqüência são os jogos educativos para o maternal II, podemos observar
uma contradição já que os pais responderam quando questionados sobre o tipo de brincadeira
que os mesmos desenvolvem com seus filhos em casa são os brinquedos de construção “Os
sensorial, estimular a criatividade e desenvolver habilidades da criança” (idem, p.40) com dez
ocorrências. No caso do pré as brincadeiras favoritas das crianças segundo seus pais são as
situação imaginária” (idem, p.39) com doze ocorrências e as brincadeiras tradicionais com
sete ocorrências.
parte dos pais entrevistados se lembra dos jogos tradicionais como pega-pega e esconde-
esconde tanto para os pais dos alunos do maternal II quanto para os pais dos alunos do pré. A
maior parte dos pais afirma que ensinou alguma das brincadeiras de sua infância para seus
filhos no caso do maternal II temos dez ocorrências e no caso dos pais do pré temos treze
ocorrências. Os pais entrevistados são unânimes aos afirmar que os brinquedos e brincadeiras
das brincadeiras que os filhos aprendem na escola os pais responderam que conhecem
algumas atividades lúdicas desenvolvidas por seus filhos. Quando o assunto é a compra de
brinquedos a maior parte respondeu que leva em consideração o fato de que o brinquedo
estimula o desenvolvimento infantil. A maioria dos pais está atenta à faixa etária indicada na
embalagem do brinquedo. Os pais entrevistados são unânimes ao afirmar que acredita que a
utilização dos brinquedos seja importante no cotidiano escolar, porém dois pais do maternal II
não concordam com o projeto da instituição de ensino pesquisada sobre o “dia do brinquedo”,
onde uma vez por semana a criança leva seu brinquedo favorito para a escola.
Entendo por brincar, toda atividade lúdica que proporcione ao individuo momentos
de lazer, integração, socialização e aprendizagem. (educadora I do pré).
É o que a criança faz por livre e espontânea vontade e aprende sem perceber através
do brincar. (educadora II do pré)
Jogo, no meu entendimento, remete a “regras”, um jogo tem sempre suas regras,
diferente do brinquedo que é utilizado para estimular a imaginação da criança. A
criança segue regras do jogo, que leva a criança a seguir de forma mecânica e
também, ou principalmente, a induz ao raciocínio. (educadora do maternal II)
Pela idade deles (dois anos e meio a três anos) é trabalhado o estimulo, o sentir,
enfim, o imaginar; por isso é bastante utilizado o brinquedo (carrinho, boneca,
panelinhas, pelúcias, etc), não só o “pronto” (industrializado) mas também o
imaginário (que eles criam através de outros objetos, ou até mesmo pedaços de
outros brinquedos). Também brincam no parque,que pra mim, é intermediário
muito importante entre a criança e esse imaginário, através dos baldinhos, colher e
pá, eles pode criar coisas como o bolo(com terra), chapéus (baldinho na cabeça)
etc. O lego também é bastante utilizado, para o raciocínio. (educadora do maternal
II)
Utilizo com eles todo tipo de atividade lúdica que possa ser considerada
brincadeira. (educadora II do pré).
Sim, sempre que possível faço intervenções durante as brincadeiras. Mas, com a
rotina corrida da instituição, às vezes deixo as crianças brincarem livremente.
(educadora I do pré).
Sim, participo das brincadeiras, e às vezes faço ou as utilizo como “gancho” para
lembrar das atividades feitas, como cores e números, por exemplo, (eles identificam
as cores nos brinquedos). Tudo de acordo com o grau de raciocínio de cada um, da
forma apresentada e questionada. (educadora do maternal II)
Acredito que o educador deve mediar à brincadeira quando nela esta inserida regra,
ou seja, a brincadeira quando livre deve ser apenas observada. (educadora II do pré)
67
Depende da turma e da faixa etária. Em alguns casos sim, outros não, também por
conta do cuidado (nem todos tem cuidado, os alunos) com o material disponível
apesar de estimulado pelos professores, de conservar o brinquedo ou jogo, além de
que existem atualmente tantos materiais lúdicos e eles em boa parte são bem caros,
possibilitando de que se obtenha todos numa instituição. Mas sempre que possível é
dada a importância a tais.(educadora do maternal II)
Sim, e ele é suficiente, porém poderia ser mais rico na questão da diversidade.
(educadora II do pré).
crianças?
Na mediação, o professor deve procurar intervir sem dar respostas prontas para as
crianças, como por exemplo, “Não se pode fazer isso” ou “você deve fazer aquilo”.
As mediações devem ser feitas sempre que houver a oportunidade de desenvolver
as capacidades e habilidades dos alunos. (educadora I do pré)
Acredito que não há um momento exato, que essa mediação deve existir quando a
situação ou a brincadeira nos propicia a isso. (educadora do maternal II)
Quando por si só elas se sentem perdidas sem vontade de criar, já que a brincadeira
é um ato livre. (educadora II do pré)
Sim, até mesmo pela preferência por tal brinquedo, ou no caso do dia do brinquedo
(que ocorre toda sexta-feira, acriança traz seu brinquedo de casa), percebemos a sua
realidade. (educadora do maternal II)
Sim, a criança ao brincar, é capaz de fazer mais do que ela pode compreender e é
justamente essa ação que permite que a criança possa compreender o que move sua
ação. (educadora II do pré)
obtidos nas observações feitas em campo para que seja possível verificar se o discurso e a
realizadas quando a brincadeiras nos propicia a isso”, verificamos que essa educadora realiza
intervenções não apenas referentes ao cuidado com relação a integridade física das crianças,
mas também interage nas brincadeiras como patinho-feio e “história da serpente”. Assim
como a educadora I do pré. Já a educadora II do pré acredita que as brincadeiras só devem ser
educadora I do pré afirma que procura mediar as brincadeiras, essa afirmação pode ser
comprovada quando verificamos nas observações a educadora brinca com as crianças quando
haver mediação quando a brincadeira apresentar regras e conforme seu discurso, esta só faz
pedagógica.
4.2 Intervenção
Toda a sexta-feira a rotina da instituição mudava, era o dia sem banho e sem
atividades pedagógicas dentro da sala da de aula. A atividade mais praticada era a ida ao
playgrand. Porém como nesse dia não havia banho as mães reclamaram que as crianças iam
embora muitos sujas devia ao fato de ficar o dia todo na areia. Como solução para o problema,
implantado o “dia do brinquedo”, onde toda criança deveria levar seu brinquedo favorito para
ocasionando brigas entre os alunos. Pois aquela criança que ao levará o brinquedo queria
tomar o brinquedo da outra para não ficar sem o brinquedo. Neste sentido a escola necessita
contar com a participação dos pais, para que estes não esqueçam que toda sexta-feira deve ser
Para a maioria das crianças do pré a iniciativa deu certo, pois eles sempre se
Série: Pré
- Explorar a criatividade
formas e cada casa representa uma história. Contamos as histórias presentes na amarelinha
para as crianças e explicamos que ao pular nas casinhas das amarelinhas elas deveriam
amarelinha. Depois, juntamente com a sala, montamos mais uma história para ser
está chovendo, corra da chuva, chega em casa e abre a porta, assiste televisão e lê um livro,
toma sol, passa pelo redemoinho, toma banho, rega as plantas , janta, escova os dentes,
A atividade foi planejada pensando nas turmas do maternal II e do pré, porém mobilizou as
ATIVIDADE 2: DEDOCHE
Disciplina: Artes
- Explorar a criatividade
preparados para que cada criança confeccione o seu dedoche, os ajudamos na confecção.
Depois entregamos materiais para que enfeitassem seus personagens e deixamos que
ATIVIDADE 3: BOLBOQUÊ
Série: Pré
- Explorar a criatividade
auxiliamos durante o processo. Depois entregamos material para que cada um enfeitasse seu
Recursos: Garrafas pet, cola relevo, barbante, isopor, cola gliter, durex, lantejoula.
Série: Pré
- Explorar a criatividade
Desenvolvimento: Entregamos para cada criança uma folha sulfite para que amassassem e
fizessem a base do roda-vento. Depois entregamos barbante para que amarrassem a bola de
papel e tiras de crepom para que colassem no roda-vento. Deixamos que brincassem
Série: Pré
ATIVIDADE 6: PEÃO
Recursos: Peão
73
- Explorar a criatividade
Desenvolvimento: Iniciamos a atividade contando para a sala a história de uma serpente que
foi visitar sua tia e perdeu parte do seu rabo no morro. Depois, os sentamos em roda e ao som
da música História da Serpente, dançamos e convidamos uma criança por vez, que deveria
passar por baixo das pernas de quem estava dançando e juntar-se ao grupo, formando o rabo
da serpente. Ao término pedimos para que os alunos do pré registrassem através de desenhos
a história.
Recursos: - CD
- Rádio
Série: Pré
cabeça, que quando apitamos, tentaria pegar o ultimo da fila ( o rabo), sem se soltar dos
demais colegas.
Recursos: Apito
74
Série: Pré
- Desenvolver a atenção
cadeiras fosse um número menor do que o número de alunos. Os alunos formaram um círculo
em volta das cadeiras quando soltamos à música, eles andaram em volta da cadeira. Quando
os alunos estivessem andando paramos a música e eles se sentaram. O aluno que ficou em pé
saiu da brincadeira.
Recursos:- CD
- Música
- Cadeiras
Série: Maternal
- Explorar a criatividade
Metodologia: Entregamos uma peteca confeccionada com materiais acessíveis para que cada
Série: Maternal
Disciplinas: Artes
Série: Maternal
escolhido para ser o gato, que devia miar. O aluno de olhos vedados deveria adivinhar quem
miou.
Série: Maternal
Metodologia: Dispomos a sala em roda e escolhemos um aluno para passar o anel. Depois
escolhemos outro, que deveria adivinhar com quem o anel estava. O aluno que estava com o
Recursos: anel
Série: Maternal
Desenvolvimento: Foi feita uma pesquisa com os pais sobre cantigas de roda e brincadeiras
Recursos: - Rádio
- CD
O projeto sobre Recreação foi elaborado para o ano letivo de 2008 a fim de
OBJETIVO GERAL
- Despertar as crianças para a importância e o potencial educativo das atividades
lúdicas e recreativas como elementos contribuintes no processo ensino/aprendizagem
dentro do ambiente escolar.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Explorar a imaginação, criatividade, atenção e concentração;
- Desenvolver noções espaciais e temporais;
-Desenvolver a coordenação motora ampla, a coordenação motora fina, ritmo e
equilíbrio;
- Desenvolver a identidade, independência, autonomia, auto-estima e cooperação;
- Desenvolver a ludicidade;
- Explorar a linguagem, o pensamento e a ação;
- Explorar os movimentos corporais;
- Desenvolver a cognição e imitação;
- Estimular a interação com pessoas e objetos;
4.3 Avaliação
e consiste em avaliar os resultados obtidos com a intervenção. A avaliação foi feita com base
78
pré.
crianças do pré e doze crianças do maternal II.Segue abaixo as entrevistas do pré e em seguida
divertida.
mais gostou?
Um tem que fazer assim e assim (gesticulando com os braços). No outro tem que
dirigir, pisar nas pegadas, pular o rio, rodar e depois montanha-russa, abrir a porta,
79
cantar, escovar os dentes, comer e dormir. (Aluna B, 06anos, sobre o roda vento e a
amarelinha)
Tem que girar, pular o rio, montanha-russa, abrir a porta, depois eu não lembro, só do
ultimo que é de dormir. . (Aluno E, 06 anos, sobre a amarelinha).
Você “cata”, coloca no dedo e fica girando. Pra fazer você amassa o papel e coloca
fita colorida. (Aluno I, 06 anos, sobre o roda-vento).
A maioria das crianças não ensinou a brincadeira para outras crianças pois não se
Como podemos observar a maior parte das crianças gosta de brincar de boneca no
caso das meninas e no caso dos meninos o carrinho foi bastante citado, bem como foi relatado
nas observações esses são os brinquedos que as crianças mais levaram no “dia do brinquedo”.
Amiga. É assim, visita outra ai visita outra e você vê que uma amiga “ta” grávida e
tem que ir ao médico.. (Aluna H, 05anos)
Eu brinco com a minha mãe, ela brinca comigo. A minha vó também. (Aluna A, 5
anos)
Boneca, eu amo boneca. E cozinha, aquela cozinha que aperta e sai água. (Aluna A,
5 anos)
Eu arrumo as coisas. Deito a boneca, depois ela acorda, ela senta. (Aluna A, 5 anos)
Com todas as coisas que eu disse. Não por que ela (a mãe) tem que trabalhar, ela
trabalha até chegar a noite. (Aluna B, 06 anos)
Com vídeo-game mesmo. Minha mãe brinca de futebol, essas coisas, meu pai
Brinco com meu pai e minha mãe. Brinco e lutinha, mas só que a mamãe segura
“nóis”. (Aluno I, 06 anos)
De escolinha com a minha irmã, só a minha irmã brinca comigo. (Aluna L,06anos)
82
deles.
Gosto quando ela brinca de carteira, você tem que dar o recado. (Aluna H, 05anos)
mais gostou?
atividades propostas no projeto. Porém a maioria não ensinou a atividade para outra criança.
Tem que pular e rodar. Assim, assim. (aluna B, 03 anos, se referindo a amarelinha).
Sozinha.(aluno I, 03 amos)
Assim como as crianças do pré, a maioria das crianças pesquisadas respondeu que
Pesquisadora: Como você brinca em casa? Você brinca com seus pais?
85
Com a minha mãe e com meu pai de casinha. (aluna J,03 anos).
brinca com eles, Oliveira (1997) nos esclarece que segundo sua pesquisa sobre a teoria de
educador no desenvolvimento do brincar infantil, atuar nas ações que a criança não consegue
5- Considerações Finais
seu tempo dentro das instituições de ensino, o ato de brincar deve ser valorizado e estimulado
educadores.
bem como dos jogos, brinquedos e brincadeiras para o desenvolvimento social, físico, afetivo
e cognitivo das crianças que puderam ser confirmadas por diversos teóricos. Sendo assim as
educadoras o ato de brincar é inerente à infância e é a forma que a criança possui para
dos educadores que a mediação deve acontecer de acordo com a intenção da brincadeira. Se a
brincadeira possuir regras pode ser mediada, se for livre deve ser apenas observada.
notamos que a falta de espaço físico e o tempo são fatores que dificultam a realização do
Quanto à percepção dos pais dos alunos verificamos que a mesmo partindo do
desenvolvimento das crianças. A maior parte dos pais entrevistados participa ativamente das
acredita que eles sejam suficientes, porém não existe a conservação dos materiais lúdicos por
parte dos alunos mesmo com estimulo dos professores. Para as educadoras do pré o material
lúdico existente na instituição não é suficiente, uma das educadoras do pré alega que deveria
haver maior diversidade. De acordo com as observações realizadas, a instituição conta com
variado material lúdico, porém deveria existir mais materiais lúdicos para que as atividades
6- Referências bibliográficas
ARANHA, M.Lúcia. Desenvolvimento infantil na creche. 2ªed. São Paulo: Loyola, 2002.
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2 a ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981.
BROUGÈRE, G. Brinquedo e Cultura, adaptada por Gisele Wajstop. 4ª ed. São Paulo:
Cortez, 2001.
GALVÃO, I. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. 10ª ed.
Rio de Janeiro: Vozes, 2002.
HADDAD, L. A creche em busca de identidade. 3ª ed. São Paulo: Edições Loyola. 2002.
KRAMER, S. A política do pré-escolar no Brasil: a arte do disfarce. 5ª ed. São Paulo, SP:
Cortez, 1995.
MUKHINA, V. Psicologia da idade pré-escolar. 1ª ed. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1995.
VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. 2ª. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
Anexos
91
03- Que tipo de brincadeira você brinca com seus filhos em casa?
( ) Vídeo-game ou jogos no computador
( ) Brinquedos de construção (legos, blocos lógicos, etc)
( ) Brincadeiras de faz-de-conta
( ) Brincadeiras de roda ( ciranda-cirandinha, etc)
( ) Não tem tempo para brincar com o filho
06 - Você já ensinou alguma das brincadeiras citadas no item anterior a seu(sua) filho (a)?
( ) Sim.
( ) Não.
( ) Nenhuma
09- Quando compra um brinquedo para o seu (sua) filho (a), você leva em consideração o
fato do brinquedo estimular o desenvolvimento da criança?
( ) Sim.
( ) Não.
( ) Às vezes.
10- Quando compra um brinquedo, você presta atenção na faixa etária indicada por ele?
( ) Sim.
( ) Não.
( ) Às vezes.
6-)Você enquanto educador faz a mediação necessária para que a criança desenvolva as suas
capacidades e habilidades durante a brincadeira?
7-) Você acredita que o material lúdico disponível na sua instituição de ensino seja suficiente?
8-) Como e quando deve haver mediação pedagógica no brincar das crianças?
9-) Enquanto as crianças brincam, é possível perceber a realidade na qual estão inseridos?
10-) Quais brincadeiras você considera importante para o desenvolvimento cognitivo das
crianças?
94
- BAURU 2008-
95
TEMA: Recreação
1- INTRODUÇÃO
A palavra latina recreação em sua primeira definição significa ato de recrear-se e
na segunda definição significa ocupação agradável para um descanso de um trabalho e
recuperação de forças para sua continuação. Por sua vez o verbo recrear está embutido por
diversos significados, dos quais pode-se destacar alegrar, deitar,sentir prazer ou
satisfação,desenfardar-se, distrair-se,brincar e se divertir.
A principal atividade da criança é brincar (recrear), onde tem brincadeira existe
recreação. A brincadeira traz consigo inúmeros significados para a formação psico-social da
criança, tanto no aspecto lúdico, lazer e diversão quanto no aspecto da aprendizagem e do
desenvolvimento, pois através da brincadeira a criança imita o adulto, fantasia, reinventa a
realidade, se diverte enquanto aprende, desenvolve a atenção, o raciocínio, a criatividade,
reproduz valores culturais, coopera, exprime emoções e sensações, aprende a tomar decisões.
Por meio de tal brincadeira a criança manipula e se apropria dos códigos sociais da
transposição imaginária, manipula valores (o bem e o mal), brinca com o medo e o
monstruoso, em suma, preenche as pulsões e os comportamentos individuais
(comportamentos motores, fantasias) com conteúdos sociais, socializadores ,
através da comunicação que estes desenvolvem entre as crianças.
(BROUGÉRE,1997,P.70)
Para brincar a criança necessita de tempo, espaço, materiais como brinquedos, por
exemplo, podendo na maioria das vezes precisar também da intervenção de outras crianças ou
até mesmo de um adulto.
dependendo das motivações e tendências internas, e não por incentivos fornecidos por objetos
externos.
imitação diferida, quando a criança é capaz de imitar uma determinada situação ou pessoa
sem a presença da mesma; o brinquedo simbólico ou “faz de conta”, quando a criança passa a
imaginar suas brincadeiras e interage em sua imaginação; e a fala, que é a mais importante
manifestação da função simbólica; é a partir da fala que a representação se acentua, pois uma
única palavra pode substituir representar uma diversidade de ações antes efetuadas na prática
pela criança.
2- JUSTIFICATIVA
É de fundamental importância a existência de atividades recreativas durante o
processo pedagógico, visto que a recreação é muito importante para o ser humano não só para
a criança. Todos nós precisamos dos nossos momentos de lazer. Portanto as atividades
recreativas devem ser espontâneas, criativas e que nos traga prazer, diminuindo as tensões e
preocupações.
3-OBJETIVO GERAL
* Despertar as crianças para a importância e o potencial educativo das atividades
lúdicas e recreativas como elementos contribuintes no processo ensino/aprendizagem
dentro do ambiente escolar.
4-CONTEÚDOS
- Atividades de corrida (pega-pega, duro ou mole, vivo ou morto, ajuda-ajuda,
pegador corrente)
98
- Atividades com salto (uso somente de um pé, uso dos dois pés de forma
alternada, uso dos dois pés juntos, etc.).
- Atividades de arremessos (uso de uma das mãos, de duas mãos, arremesso com
saltos, arremesso com corridas, etc.).
- Atividades de imitação (imitar animais, pessoas, representar histórias, criar
personagens, criar novas situações, etc.).
-Atividades com objetos diversos (bolas, cordas, arcos, bastões, sucata, carteiras,
mesas, etc.).
- Atividades de arremesso, salto, corrida, dança, fazer rolamentos, etc.
- Danças, cantigas de roda ( atirei o pau no gato, jacaré,etc)
- Atividades com brinquedos pedagógicos e outros.
5-RECURSOS
- Bolas
- Cordas
- Brinquedos (carrinho e boneca)
- Bambolês
- Bastão
- Rádio e CD’s
6- AVALIAÇÃO
- Ocorrerá de modo contínuo valorizando e respeitando o desenvolvimento e
aprendizado da criança.
7-REFERENCIA
BROUGÈRE,Giles. Brinquedo e Cultura, adaptada por Gisele Wajstop. 2ª ed. São Paulo:
Cortez,1997
Projeto de Intervenção
BAURU
2008
100
Resumo
Este projeto de intervenção tem como objetivo resgatar a concepção de infância através de
brincadeiras, privilegiando a criança como um agente ativo no seu processo de
desenvolvimento. O presente pesquisa é resultante dos Trabalhos de Conclusão de Curso das
alunas do Curso de Pedagogia da UNESP Bauru, Aline Fernandes Guimarães, Caroline Petit
de Aragão e Kéthlen Dayane Rodrigues Tereciani. Planeja-se realizar essa pesquisa em um
instituição pública de educação infantil do município de Bauru.
1- Introdução
vulgaridades na presença das crianças, por ser “natural” e também por desconhecer a
inocência e a diferença entre a infância e a fase adulta.
Dentro deste contexto, a criança exercia na família um papel utilitário, cumprindo
funções que contribuíssem com a sociedade. Era necessário para essa função uma criança
saudável; portanto, a prática do abandono era comum. Não existiam cuidados específicos que
garantiam uma sobrevivência efetiva durante essa fase, e as taxas de mortalidade eram
elevadas. Por não existir um sentimento por parte da família, era “normal” que ocorressem
eventuais fatalidades. Entretanto, a partir do século XVII, houve uma transformação realizada
pela Igreja e pelos órgãos públicos, que defendiam a separação entre adultos e crianças, como
também a preocupação com a educação e o cuidado com os pequenos. Foi instituída então, a
escola (ARIÈS, 1981). Diante da elaboração da instituição escolar, surgiu um sentimento de
afeição e cuidado por parte da família, que consentia a ida de seu filho a escola, preocupando-
se com o seu desempenho durante o processo de aprendizagem. A criança deixa de ser uma
utilidade para o trabalho familiar, recebendo uma preocupação com seu bem-estar, a saúde, a
higienização; com auxílio dos poderes públicos e também pela própria família (resultados de
uma transformação cultural):
A família começou então a se organizar em torno da criança e a lhe dar uma tal
importância, que a criança saiu de seu antigo anonimato, que se tornou impossível
perdê-la ou substituí-la sem uma enorme dor, que ela não pôde mais ser reproduzida
muitas vezes, e que se tornou necessário limitar seu número para melhor cuidar dela.
(ARIÈS, 1981, p.12).
No que diz respeito à educação infantil (Seção II, artigos 29 a 31), a lei se limita a
indicar sua finalidade (art.29), a sua organização em creches, para crianças de até
três anos de idade e em pré-escolas, para crianças de quatro a seis anos (art.30) e que
a avaliação será feita pelo acompanhamento e registro do desenvolvimento infantil,
sem objetivo de promoção (art.31). (SAVIANI, 2004, p. 211).
interior da prática social global”. Segundo o autor, a institucionalização da escola como meio
de difusão do saber sistematizado afirma a especificidade da educação.
A escola, portanto, é a instituição responsável pela formação da infância. Sendo
assim, a formação integral do indivíduo é de finalidade da escola ao passo que tem como
objetivo primeiro tornar os alunos cidadãos críticos.
O objetivo da educação infantil, não se fundamenta na compensação de
deficiências sociais, e nem no preparo para o processo de alfabetização. A educação infantil
possui características próprias. A criança desta faixa etária conhece o mundo diferentemente
do adulto, possui uma linguagem própria que deverá ser aperfeiçoada no processo de ensino
aprendizagem. A relação com o adulto nesta fase do desenvolvimento será essencial para a
efetivação desse processo infantil de conhecimento do mundo.
A família desempenha um papel fundamental, pois, é através dela que a criança
será inserida ao mundo ao seu redor. A creche é um dos contextos onde um número bastante
expressivo de crianças pequenas passa grande parte de seu tempo, a qualidade de seus
serviços e o atendimento às comunidades carentes é cada vez mais discutido.
Bhering e Nez (2002) definem a importância da relação família e creche nos
primeiros anos de aprendizagem da criança, afirmando que:
Por meio de tal brincadeira a criança manipula e se apropria dos códigos sociais da
transposição imaginária, manipula valores (o bem e o mal), brinca com o medo e o
monstruoso, em suma, preenche as pulsões e os comportamentos individuais
(comportamentos motores, fantasias) com conteúdos sociais, socializadores ,
através da comunicação que estes desenvolvem entre as crianças.
(BROUGÉRE,1997,P.70)
Para brincar a criança necessita de tempo, espaço, materiais como brinquedos, por
exemplo, podendo na maioria das vezes precisar também da intervenção de outras crianças ou
até mesmo de um adulto.
brincadeira de escolinha: a criança imita o papel do professor e dos alunos, a menina vira mãe
e o menino vira pai, etc.
O conceito central na teoria de Vygotsky é o da Zona de Desenvolvimento
Proximal, isto é, a distância entre o nível real em que a criança é capaz de fazer determinada
atividade sozinha e o nível de desenvolvimento potencial, nível em que a criança precisa da
ajuda do adulto para desempenhar determinadas tarefas.
Segundo Vygotsky(1988), ao brincar com a bola de papel amassado, por exemplo,
a criança se relaciona com o significado em questão, a idéia da bola de futebol e não com o
objeto que tem nas mãos. Portanto o papel amassado serve de representação para uma
realidade ausente.
Ainda na teoria de Vygotsky, o brinquedo também cria uma zona de
desenvolvimento proximal na criança, pois brincando a criança vai além do que está
acostumada a fazer. (Oliveira, 1997).
Alguns pesquisadores diferenciam brinquedo, brincadeira e jogo e mostram a
importância deles para o desenvolvimento e aprendizado das crianças.
A diferença fundamental entre jogo e brincadeira é que o jogo delimita regras,
podendo necessitar de materiais específicos como quadras, tabuleiros, bolas e outros
acessórios enquanto a brincadeira é mais livre podendo existir regra ou não. Kishimoto(2001),
faz a distinção entre a brincadeira – entendida por ela como a “ação que a criança desempenha
ao concretizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica... é o lúdico em ação ” e o jogo,
que define como “a descrição de uma ação lúdica envolvendo situações estruturadas pelo
próprio tipo de material, como xadrez, trilha ou dominó.( KISHIMOTO,2001,p.21).
Para a autora Wajskop, (1999) “a brincadeira é uma atividade humana na qual as
crianças são introduzidas constituindo-se em um modo de assimilar e recriar a experiência
sócio-cultural dos adultos”. (WAJSKOP, 1999, p.25).
Mas para brincar a criança precisa de espaço dentro do cotidiano das instituições de
educação infantil. Segundo Lebovici (1988) brincar é tão importante para a criança durante
sua infância como é o trabalho para o adulto.
2- Justificativa
Com base nas experiências realizadas durante o período de estágio em escolas de
educação infantil, as pesquisadoras perceberam a desvalorização, por parte do sistema
educativo do ato de brincar na educação de crianças de 0 a 6 anos.
106
Sendo que o papel da escola de educação infantil, seja ela em período integral ou
não, é antes de tudo promover a socialização das crianças e o brinquedo e a brincadeira são as
formas mais precisas para essa socialização. Pois o ato de brincar é inerente às crianças desde
seu nascimento.
Tendo em vista a extrema importância do ato de brincar no desenvolvimento
afetivo e cognitivo das crianças o presente trabalho pretende resgatar a concepção do
conceito de infância através do brinquedo e da brincadeira na educação infantil, por meio de
intervenções pedagógicas que privilegiem a criança como sujeito ativo durante seu processo
de desenvolvimento.
3. Objetivos
3.1- Objetivo Geral
- Promover o resgate do conceito de infância através da vivência de brincadeiras populares.
3.2- Objetivos Específicos
- Conhecer as diversas formas de brincadeiras populares.
- Explorar a ludicidade através de brinquedos e brincadeiras.
- Reconhecer a brincadeira enquanto uma característica fundamental à infância.
4- Metodologia
5- Recursos Materiais
- Sucatas
- Brinquedos pedagógicos
- Brinquedos populares
- Materiais pedagógicos ( sulfite, cola, tinta, pasta, tesoura, giz de cera, etc)
- Fotos
6- Recursos Humanos
7- Cronograma
D J F M
ETAPAS E A E A
Z N V R
Levantamento Bibliográfico: Fichamento de livros, X
periódicos, vídeos, CD Room, busca nas bases de
dados.
Elaboração dos instrumentos de pesquisa X
Observação X
Elaboração relatório parcial X X
Análise dos dados /Avaliação X
Redação e revisão para entrega do relatório final X
8- Avaliação
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Será realizada durante todo processo, sendo seu ponto principal a elaboração de
um portfólio da aprendizagem contendo o registro de todas as etapas do projeto através de
fotos registro realizados pelos os alunos.
9- Referencias
BROUGÈRE,Giles. Brinquedo e Cultura, adaptada por Gisele Wajstop. 2ª ed. São Paulo:
Cortez,1997
SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. 33ª ed. Campinas, SP: Autores Associados,
2000.
VYGOTSKY, L. S. . A Formação Social da Mente. 2ª.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1988.