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Álvaro de Campos

José Magalhães Nº4214


Ricardo Teixeira Nº4219
1º Fase - DECADENTISMO
 Exprime o tédio, o enfado, o cansaço, a náusea, o abatimento
e a necessidade de novas sensações;
 Traduz a falta de um sentido para a vida e a necessidade de
fuga à monotonia;
 Marcado pelo romantismo e simbolismo
(preciosismo( detalhar os acontecimentos ), símbolos e
imagens);
Poema 1º Fase – “Opiário”
Ao Senhor Mário de Sá-Carneiro

É antes do ópio que a minh'alma é doente.


Sentir a vida convalesce e estiola
E eu vou buscar ao ópio que consola
Um Oriente ao oriente do Oriente.

Esta vida de bordo há-de matar-me.


São dias só de febre na cabeça
E, por mais que procure até que adoeça,
já não encontro a mola pra adaptar-me.

(…)

Ah que bom que era ir daqui de caída


Pra cova por um alçapão de estouro!
A vida sabe-me a tabaco louro.
Nunca fiz mais do que fumar a vida.

E afinal o que quero é fé, é calma,


E não ter estas sensações confusas.
Deus que acabe com isto! Abra as eclusas —
E basta de comédias na minh'alma!
2º Fase - FUTURISTA/SENSACIONISTA
 Celebra o triunfo da máquina, da energia mecânica e da
civilização moderna;
 Apresenta a beleza dos “maquinismos em fúria” e da força da
máquina;
 Exalta o progresso técnico, a velocidade e a força;
 Procura da chave do ser e da inteligência do mundo torna-se
desesperante;
 Canta a civilização industrial;
 Recusa as verdades definitivas;
 Estilisticamente: introduz na linguagem poética a terminologia
do mundo mecânico citadino e cosmopolita;
 Intelectualização das sensações;
 A sensação é tudo;
 Procura a totalização das sensações: sente a complexidade e a
dinâmica da vida moderna e, por isso, procura sentir a violência
e a força de todas as sensações – “sentir tudo de todas as
maneiras”;
 Cativo dos sentidos, procura dar largas às possibilidades
sensoriais ou tenta reprimir, por temor, a manifestação de um
lado feminino;
 Tenta integrar e unificar tudo o que tem ou teve existência ou
possibilidade de existir;
 Exprime a energia ou a força que se manifesta na vida;
 Versos livres, vigorosos, submetidos à expressão da
sensibilidade, dos impulsos, das emoções (através de frases
exclamativas, de apóstrofes, onomatopeias e oximoros);
Poema 2º Fase – “Ode Triunfal”
À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.

Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!


Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!

(…)

Eia! e os rails e as casas de máquinas e a Europa!


Eia e hurrah por mim-tudo e tudo, máquinas a trabalhar, eia!

Galgar com tudo por cima de tudo! Hup-lá!

Hup-lá, hup-lá, hup-lá-hô, hup-lá!


Hé-la! He-hô! H-o-o-o-o!

Z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z!

Ah não ser eu toda a gente e toda a parte!


3º Fase - PESSIMISMO
 Caracterizada pelo sono, cansaço, desilusão, revolta,
inadaptação, dispersão, angústia, desânimo e frustração;
 Face á incapacidade das realizações, sente-se abatido, vazio,
um marginal, um incompreendido;
 Frustração total: incapacidade de unificar em si pensamento e
sentimento; e mundo exterior e interior;
Poema 3º Fase – “O que há em mim”
O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A sutileza das sensações inúteis,


As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas
Essas e o que falta nelas eternamente;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
(…)
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço...
Formas dos poemas

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