Ricardo Teixeira Nº4219 1º Fase - DECADENTISMO Exprime o tédio, o enfado, o cansaço, a náusea, o abatimento e a necessidade de novas sensações; Traduz a falta de um sentido para a vida e a necessidade de fuga à monotonia; Marcado pelo romantismo e simbolismo (preciosismo( detalhar os acontecimentos ), símbolos e imagens); Poema 1º Fase – “Opiário” Ao Senhor Mário de Sá-Carneiro
É antes do ópio que a minh'alma é doente.
Sentir a vida convalesce e estiola E eu vou buscar ao ópio que consola Um Oriente ao oriente do Oriente.
Esta vida de bordo há-de matar-me.
São dias só de febre na cabeça E, por mais que procure até que adoeça, já não encontro a mola pra adaptar-me.
(…)
Ah que bom que era ir daqui de caída
Pra cova por um alçapão de estouro! A vida sabe-me a tabaco louro. Nunca fiz mais do que fumar a vida.
E afinal o que quero é fé, é calma,
E não ter estas sensações confusas. Deus que acabe com isto! Abra as eclusas — E basta de comédias na minh'alma! 2º Fase - FUTURISTA/SENSACIONISTA Celebra o triunfo da máquina, da energia mecânica e da civilização moderna; Apresenta a beleza dos “maquinismos em fúria” e da força da máquina; Exalta o progresso técnico, a velocidade e a força; Procura da chave do ser e da inteligência do mundo torna-se desesperante; Canta a civilização industrial; Recusa as verdades definitivas; Estilisticamente: introduz na linguagem poética a terminologia do mundo mecânico citadino e cosmopolita; Intelectualização das sensações; A sensação é tudo; Procura a totalização das sensações: sente a complexidade e a dinâmica da vida moderna e, por isso, procura sentir a violência e a força de todas as sensações – “sentir tudo de todas as maneiras”; Cativo dos sentidos, procura dar largas às possibilidades sensoriais ou tenta reprimir, por temor, a manifestação de um lado feminino; Tenta integrar e unificar tudo o que tem ou teve existência ou possibilidade de existir; Exprime a energia ou a força que se manifesta na vida; Versos livres, vigorosos, submetidos à expressão da sensibilidade, dos impulsos, das emoções (através de frases exclamativas, de apóstrofes, onomatopeias e oximoros); Poema 2º Fase – “Ode Triunfal” À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! Em fúria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso De expressão de todas as minhas sensações, Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
(…)
Eia! e os rails e as casas de máquinas e a Europa!
Eia e hurrah por mim-tudo e tudo, máquinas a trabalhar, eia!
Galgar com tudo por cima de tudo! Hup-lá!
Hup-lá, hup-lá, hup-lá-hô, hup-lá!
Hé-la! He-hô! H-o-o-o-o!
Z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z!
Ah não ser eu toda a gente e toda a parte!
3º Fase - PESSIMISMO Caracterizada pelo sono, cansaço, desilusão, revolta, inadaptação, dispersão, angústia, desânimo e frustração; Face á incapacidade das realizações, sente-se abatido, vazio, um marginal, um incompreendido; Frustração total: incapacidade de unificar em si pensamento e sentimento; e mundo exterior e interior; Poema 3º Fase – “O que há em mim” O que há em mim é sobretudo cansaço Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço.
A sutileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto em alguém, Essas coisas todas Essas e o que falta nelas eternamente; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. (…) E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço... Formas dos poemas