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Competência tributária:

Competência para legislar sobre direito tributário


VS competência tributária

A competência para legislar sobre direito


tributário encerra a idéia de hierarquia, como uma
competência vertical, com a União no topo e os
Estados e o DF abaixo.
A CF (art. 24, I e § 1º ao 4º), institui a competência da
União para legislar sobre normas gerais, enquanto aos
Estados e ao DF caberá editar normas específicas,
segundo suas peculiaridades (sem conflitar com as normas
gerais).
Se a União não editar a norma geral, o Estados e o DF
poderão editá-la.
A superveniência da norma federal suspenderá a
eficácia das normas estaduais e distritais (caso do IPVA).
Já a competência tributária é o poder
constitucionalmente atribuído de editar leis que instituam
tributos (Ricardo Alexandre).
Compreende a capacidade de instituir um determinado
tributo, por lei própria, dentro dos limites determinados
pela CF.
A CF distribuiu a competência tributária entre todos os
entes, facultando a cada um deles certo número de
tributos, de forma que quanto a competência tributária,
todos os entes estão posicionados horizontalmente, sem
nenhum deles estar acima do outro.
Quando se diz que a competência tributária é
indelegável, deve-se ter em mente o alcance do termo
competência tributária e o que realmente é indelegável.
A competência tributária de um ente compreende as
seguintes atribuições:
1.Instituir;
2.Arrecadar;
3.Fiscalizar;
4.Executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas
relativas ao tributo.
A indelegabilidade recai apenas quanto a atribuição de
instituir o tributo, as demais são delegáveis a outro ente
federativo.
Vigência e eficácia
Como já estudado, a instituição de um tributo (ou sua
majoração) por um ente federativo depende da
tramitação de um projeto de lei no legislativo
correspondente, sua aprovação pela casa legislativa e
posteriormente ser sancionado pelo chefe do executivo,
devendo a lei, agora já existente, ser publica no diário
oficial do respectivo ente para ingressar no ordenamento
jurídico.
A publicação de uma norma tributária leva a necessidade
de saber o início da sua vigência e aplicação.
O art. 101 do CTN diz:
Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da
legislação tributária rege-se pelas disposições legais
aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o
previsto neste Capítulo.
A vigência no espaço é tratada pelo CTN.
Já a vigência no tempo é regida pela LC 95/98 e pela Lei
de Introdução as Normas do Direito Brasileiro
(denominação dada em 2010, antigamente era LICC – Lei
de Introdução ao Código Civil).
Vigência no espaço:
Como regra, a vigência de uma norma se dará apenas sobre o
território de competência do ente que a instituiu, com duas
exceções:

Extraterritorialidade por lei complementar:


O art. 120 do CTN determina que quando um ente se desmembrar
em outro (emancipação de um Município ou criação de um novo
Estado), o novo ente deverá utilizar a legislação do ente que lhe deu
origem, até que entre em vigor a que venha a instituir.

Extraterritorialidade por convênio:


No caso da existência de convênio entre dois entes, haverá o que se
denomina de substituição tributária, através da qual um dos entes
cumpre a função do outro, repassando ao outro o valor arrecadado.
Vigência no tempo:
Observados os princípios constitucionais da anterioridade
e da noventena (com suas exceções constitucionais) para
o início da eficácia, a vigência no tempo é regrada pela LC
95/98 e pela LINDB (?).
Diz a LC 95/98 em seu art. 8º:
Art. 8o A vigência da lei será indicada de forma expressa e de
modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha
amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na
data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão.
§ 1o A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que
estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da
data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor
no dia subseqüente à sua consumação integral.
§ 2o As leis que estabeleçam período de vacância deverão
utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o
número de) dias de sua publicação oficial’ .
Em regra, toda lei deve conter um artigo definindo o seu período
de vacância (que seria o prazo entre a publicação e a vigência,
também denominado de vacatio legis).
Porém, se não for estipulado o período, a vacatio legis
será a estipulada na LINDB (LICC):
Art. 1o  Salvo disposição contrária, a lei começa a
vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de
oficialmente publicada.
§ 3o  Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova
publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo
deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a
correr da nova publicação.
§ 4o  As correções a texto de lei já em vigor consideram-
se lei nova.
Na sequência, o art. 2º da LINDB traz disposições acerca
do fim da vigência de uma lei:
Art. 2o  Não se destinando à vigência temporária, a lei
terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
§ 1o  A lei posterior revoga a anterior quando
expressamente o declare, quando seja com ela
incompatível ou quando regule inteiramente a matéria
de que tratava a lei anterior.
§ 2o  A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou
especiais a par das já existentes, não revoga nem
modifica a lei anterior.
§ 3o  Salvo disposição em contrário, a lei revogada não
se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
Como já dito, a nova lei não retroagirá para alcançar fatos
anteriores a sua vigência (irretrotividade). Essa limitação
constitucional está intimamente atrelada as garantias
individuais do art. 5º da CF (cláusula pétrea):

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato


jurídico perfeito e a coisa julgada;

E é melhor explicada pelo art. 6º da LINDB:


Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral,
respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e
a coisa julgada.
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o
seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como
aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo,
ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de
outrem.
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão
judicial de que já não caiba recurso.
Há ainda a vigência estabelecida pelo art. 103 e 104 do
CTN (regras específicas):
Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor:
I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo
100, na data da sua publicação;
(Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e
das convenções internacionais e dos decretos: I - os atos
normativos expedidos pelas autoridades administrativas;)
II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a
seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua
publicação;
(art. 100: II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de
jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;)
III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na
data neles prevista.
(art. 100: IV - os convênios que entre si celebrem a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios.)
Já o art. 104, traz disposições específicas para o IR:
Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício
seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os
dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o
patrimônio ou a renda:
I - que instituem ou majoram tais impostos;
II - que definem novas hipóteses de incidência;
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei
dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e
observado o disposto no artigo 178.

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