Os herbicidas possuem várias características físico-químicas que
determinam como as plantas daninhas serão atingidas em sua fisiologia, bem como determinam o destino desses compostos no ambiente.
Seletividade: as plantas, sejam cultivadas ou daninhas podem não morrer
pela ação herbicidas em decorrência de alguma forma de seletividade. As principais formas de sobrevivência de plantas atingidas pelo herbicida são: reduzida absorção do herbicida, ausência ou baixa translocação, complexação do herbicida no vacúolo das células (sequestro), metabolização (quebra do herbicida em compostos não tóxicos) e enzimas insensíveis ao herbicida.
Os herbicidas, quando ativos nas plantas, impedem alguma reação
bioquímica.
CASCATA DE REAÇÕES: A B C D
Se um determinado herbicida inativa uma enzima responsável pela
transformação de B em C, o produto final D não será formado. Os plantas podem morrer pela falta de D, como por excesso de B.
OS 10 MECANISMOS DE AÇÃO DOS HERBICIDAS
1) Inibidores da ACCase: graminicidas que inibem a
ação da enzima Acetil-coa carboxilase Ex. Clethodim (select), setoxydim (poast)...
Acetil coa + CO2 = Malonil Coa = lipídios. Se a enzima ACCase não
funcionar não há formação de lipídios. Sem lipídios não há formação das membranas celulares (fosfolipídios). Plantas de folha larga tem ACCase insensível aos herbicidas inibidores da ACCase.
Sintomas: desestruturação da base das folhas. Cerca de 2 a 5 dias clorose
nas folhas jovens.
Os herbicidas desse mecanismo de ação, via de regra, necessitam de aoléo
mineral para funcionar.
2) Inibidores da ALS: inibem a enzima Acetolactato
A ALS é responsável pela síntese de valina, isoleucina e leucina –
aminoácidos que compõem várias proteínas.
Plantas tolerantes possuem capacidade de metabolizar esses herbicidas.
Atualmente, em nível mundial, há vários biótipos de plantas daninhas com
resistência a esse mecanismo de ação herbicida, em função da mudança de estrutura da enzima acetolactato sintase, fazendo com que o herbicida não se una à enzima.
3) Inibidores da EPSPS: inibem a enzima enol-piruvil
shiquimato fosfato sintase (EPSPS).
Ex.: glyphosate (zapp QI), e sulfosate
EPSPS atua na síntese de triptofano, fenilalanina e tirosina - aminoácidos
que compõem várias proteínas. Plantas tolerantes e resistentes: metabolizam o glyphosate ou aumentam bastante a síntese de EPSPS.(por isso na bula de zap avisa para evitar de passar na floração).
O glyphosate no ambiente: o glyphosate tem rápida adsorção aos colóides
do solo e possui rápida degradação microbiana. Ou seja, sob o ponto de vista ambiental é um herbicida seguro. O problema é o uso maçiso.
4) Auxinas sintéticas: herbicidas mais antigos 1945
Ex.: 2,4 – D. (2,4D nortox)
Auxina em excesso aumenta e desorganiza a divisão celular. A planta morre
estrangulada, pois os feixes vasculares (xilema e floema) são obstruídos.
Folhas estreitas metabolizam as auxinas sintéticas.
O 2,4-D é um herbicida bastante tóxico e que apresenta alto grau de
problemas com deriva.
5) Inibidores do fotossistema 1: bloqueia a passagem
de energia entre o FS 1 e o FS 2, além de impossibilitar a produção de NADPH.
Ex.: paraquat (gramoxone 200) e diquat (reglone)
Todas as espécies são afetadas por esse tipo de herbicida
Forma peróxido de hidrogênio (H2O2). As plantas mostram sintomas em
minutos. 6)Inibidores da PROTOX: inibem a enzima protoporfirinogênio oxidade
Ex.: fomesafen, (flex) lactfofen (coral)....
PROTOX está envolvida na síntese de clorofila.
A planta morre por dois motivos: falta de clorofila e acúmulo de
protoporfirinogênio.
Atuam rapidamente nas plantas.
Seletividade: metabolização do herbicida pelas plantas.
Impedem o transporte de elétrons do FS1 para o FS 2, assim a clorofila fica
sobrecarregada de energia, porém não há formação de peróxido de hidrogênio.
Precisa de luz para funcionar.
Herbicidas com esse mecanismo de ação possuem alta adsorção ao solo.
Mas, mesmo assim a atrazine é problema em águas nos EUA, em decorrência da elevada área de milho e às altas doses do herbicada (mais ou menos 5L/ha do produto comercial). 8) Inibidores da síntese de carotenóides: