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ESTUDO DIRIGIDO
SOUSA-PB
ABRIL/2011
MIRELE QUEIROGA DE OLIVEIRA
ESTUDO DIRIGIDO
SOUSA-PB
ABRIL/2011
Teorias das Formas de Governo
2. Por que Platão considera que a constituição boa não se ajusta à história? Para
Platão todas as formas de governo são más por serem uma corrupção da forma de
governo ideal e perfeita. As formas de governo não estão conectadas apenas a
organização social, mas também com as vertentes históricas da época. Na antiguidade
clássica acreditava-se que as formas de governos tivessem um movimento cíclico. Uma
forma de governo seria sucedida por outra, que segundo Platão, era mais decadente que
a anterior, assim, não haveria uma constituição boa e todas as formas de governo seriam
corruptíveis através do excesso. Platão vê na história não uma forma de progresso
indefinido, mas uma de regresso definido, um regresso do mal para o pior. Diante da
degradação contínua da história, a solução só pode estar “fora” da história, atingida por
um processo de sublimação, nesse contexto estaria à constituição boa.
7. Aristóteles propõe que formas de governo boas podem surgir da fusão de formas
más. Nessa ótica explique a teoria do governo misto. Aristóteles acredita que a
melhor forma de governo tem de estar pautada na média, no intermediário. Para
Aristóteles, a oligarquia e a democracia eram baseadas não no critério numérico, mas
sim no critério de divisão das classes sociais. A oligarquia era um governo de ricos, que
representam a minoria e a democracia um governo de pobres, que por sua vez
representa a maioria. A politia é uma mistura de oligarquia e democracia, ou seja, a
união entre ricos e pobres onde reina a paz social. O método dessa fusão deveria seguir
os seguintes critérios:
• Adotar um meio termo entre os extremos dos dois regimes: consiste em diminuir
o limite mínimo de renda imposto pelo regime dos ricos, elevando o permitido
no regime dos pobres.
9. Com qual sentido Políbio emprega o termo “força da natureza” na descrição das
mudanças nas constituições? Representa a lei natural segundo as formas políticas se
transformam, decaem e retornam ao ponto inicial. Segundo Políbio este processo é
fatalista, predeterminado e necessário. Está presente também a concepção de que cada
forma de governo possui um sucessor determinado. Em suma, o germe da corrupção
está no interior de todas as constituições.
10. Fale sobre a afirmativa de Políbio que se refere aos vícios insanáveis das
constituições simples e sobre o remédio que ele elegeu para a resolução desse
problema. Como visto na teoria dos ciclos e em sua composição fatalista e natural,
nota-se que todas as constituições são corruptíveis, ou seja, todas sofrem de um vício
que pelo pensador é denominado de instabilidade. Visto que o correto seria que a
constituição fosse o mais estável possível, as referidas, mesmo sendo consideradas boas
são também más, pois a instabilidade leva a uma falência na ordenação dos cargos
governativos impedindo um desenvolvimento regular da vida civil. A solução para este
vício seria adotar o governo misto, isto é, uma constituição que uni as três formas
clássicas, onde o rei está sujeito ao controle do povo, que participa adequadamente do
governo, que por sua vez é controlado por senado. Sendo a monarquia representada pelo
rei, o povo pela democracia e o senado pela aristocracia.
2. Por que Platão considera a educação tão atrelada à política e aos deveres de
cidadão da pólis? Para Platão a verdadeira missão da política é a educação. Educar as
almas é função de todo o Estado. Assim também, as almas são educadas para servir aos
fins maiores do estado, de modo de que cada tipo de função comporte um tipo de
educação. O bem-estar da cidade, e, por consequencia, do indivíduo, é determinado
pelas condições com as quais se estruturam as políticas do Estado.
7. Ser grego no mundo antigo era poder desempenhar as virtudes cívicas. De que
forma Aristóteles justifica o uso dessas virtudes naturalmente para uns e para
outros não? Parte da população grega não podia desempenhar funções cívicas, entre
estes, as mulheres, as crianças e os escravos. Para Aristóteles, o homem civil deveria
não ter amarras domésticas, para que este pudesse desempenhar com mais desenvoltura
suas atribuições cívicas. Para tanto, havia a necessidade de alguém suprisse estes
afazeres, sendo os mesmos, os escravos, pensamento que atribuía a ideia de que alguns
não nasceram para a vida cívica, mas sim, para servir e livrar fardos que impedissem
uma atuação mais eficaz dos homens naturalmente dotados de funções públicas. Uma
das distinções feitas por Aristóteles nesta obra é entre Natureza de escravo e escravidão,
onde natureza de escrava se refere aos homens que não pertencem a si próprios, não tem
propósitos e finalidades próprios, de modo que buscam servir aos propósitos de outro. O
sujeito em questão, portanto, encontra propósito servindo como instrumento às
finalidades alheias. Já escravidão é a apropriação dos homens vencidos na guerra, por
meio de força e violência. Aristóteles não nega a natureza humana ao escravo; mas
constata que na sociedade são necessários também os trabalhos materiais, que exigem
indivíduos particulares, a que fica assim tirada fatalmente a possibilidade de
providenciar a cultura da alma, visto ser necessário, para tanto, tempo e liberdade, bem
como aptas qualidades espirituais, excluídas pelas próprias características qualidades
materiais de tais indivíduos, daí a escravidão.
8. Se Aristóteles diz que a lei é razão e por isso soberana e acima dos homens então
por que é necessário que haja homens para governar? Aristóteles afirma que a lei é
soberana sobre os homens, já que a mesma não é pautada em emoções. Entretanto, é
necessário julgar quais as leis são favoráveis e desfavoráveis. Quando as leis exercem
apenas uma função supletiva, onde não haja exatidão legal, deve entrar a atuação do
homem, operando-se da justiça.
9. Qual o argumento usado por Aristóteles para justificar o sucesso da classe
média para conduzir a comunidade política com igualdade e unidade? A classe
média é intermediária, sendo assim constituída em homogeneidade; detém posses
moderadas de bens; sabe obedecer e mandar; não é assediada por muita fortuna e nem
se entrega à delinquencia; constitui um grupo de iguais, capaz de manter a ordem sob os
princípios da igualdade.
10. Aristóteles fala de três poderes essenciais para constituir a pólis ideal. De que
forma esses poderes agem para cumprir essa determinação? Os três poderes são os
seguintes:
• Funções de deliberar: devem fazê-lo acerca da pena de morte, das leis, das
alianças e dissoluções com outras cidades estados, da guerra e da paz, das
contas, da eleição dos magistrados. Esse é o âmbito material para o exercício da
soberania deliberativa pelos que a exercem. Como se distribuem nessa função,
como são nela investidos, é o que define o regime.