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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO ALVORADA PLUS

LISLENE SANTANA DE SOUZA

A EDUCAÇÃO NO PERÍODO ROMANO

CAMPO LIMPO/SP
2010

LISLENE SANTANA DE SOUZA

A EDUCAÇÃO NO PERÍODO ROMANO

Trabalho apresentado como requisito de


avaliação na Disciplina de História da Educação
do Curso de Aproveitamento de Estudos em
Pedagogia, pelo Instituto Superior de Educação
Alvorada Plus (ISEAP), sob a orientação da Profª
Ms. Walderes Martins

CAMPO LIMPO/SP
2010

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SUMÁRIO

LISTA DE IMAGENS................................................................................ 03

INTRODUÇÃO............................................................................................ 04

1. A FORMAÇÃO DE ROMA................................................................ 05

2. A EDUCAÇÃO ROMANA .................................. ............................. 06

3. A EDUCAÇÃO FAMILIAR............................. .................................. 10

CONCLUSÃO............................................................................................. 12

BIBLIOGRAFIA........................................................................................... 13

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LISTA DE IMAGENS

• Símbolo do Império Romano


UOL-EDUCAÇÃO
Disponível em:<http://n.i.uol.com.br/licaodecasa/ensmedio/historiageral/spqr.jpg>

• Romanos conservando símbolos da cultura judaica após a conquista


BLOG: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
Disponível em:
<http://2.bp.blogspot.com/_r3HpcP4RkL4/RvfBD9OZboI/AAAAAAAAAEw/g-
fEfi0hDRw/s1600/heleonos.jpg>

• Aristocrata em aula de luta


BLOG: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
Disponível em:
<http://2.bp.blogspot.com/_r3HpcP4RkL4/RvfCE9OZbrI/AAAAAAAAAFI/uvM7CK
NFxi8/s1600-h/10212340.jpg>

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INTRODUÇÃO

O surgimento de Roma se deu num pequeno povoado na península itálica, no


século VIII a.C., que se desenvolveu e tornou-se um grande império, que dominou a
região do mar Mediterrâneo durante séculos, sua queda se deu com a invasão de
várias tribos germânicas, dando início ao período da história chamado de Idade
Média. Mesmo com o fim do império, a cultura romana influenciou muitas nações,
seja na língua (se origem latina) ou pelo direito, que é uma referência mundial.

O desenvolvimento deste grande império só foi possível devido à educação


dada aos cidadãos (de acordo com sua “casta”), tanto nas questões de cidadania
quanto na posição militar.

O império Romano foi muito rico culturalmente pois absorvia a cultura dos
povos conquistados, ao contrário de outros impérios que conquistavam, pilhavam e
destruíam os povos e suas culturas.

Não dá para falar da Educação na Roma Antiga sem analisarmos a formação


deste império, desde sua formação através da lenda de Rômulo e Remo, a divisão
da sociedade entre patrícios, plebeus, forasteiros (clientes) e os escravos, bem
como as mudanças de governo: monarquia, república e império que se estendem
por mais de doze séculos de história.

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1. A FORMAÇÃO DE ROMA

A origem da sociedade romana não tem uma evidência concreta. Baseia-se


numa lenda, que era uma maneira antiga de explicar fatos cuja memória se perdeu
em tempos muito distantes. Assim, o poeta romano Virgílio alimentou a fantasia de
seu povo ao contar que Roma teria sido fundada por dois irmãos: Rômulo e Remo.

Os dois haviam sido abandonados pelo pai ao nascer e só sobreviveram por


terem sido alimentados por uma loba. O fato é que os irmãos cresceram, vingaram-
se do pai e receberam a missão de fundar uma cidade no local onde foram
encontrados pelo animal. Essa lenda criou também a data exata do "nascimento" de
Roma: os irmãos teriam fundado a cidade em 753 a.C. O próprio nome dessa
localidade derivou do nome um deles (Rômulo), que acabou matando seu irmão
Remo devido a disputas políticas.

Como se pode ver, a origem de Roma foi inventada através de uma história
que misturava o instinto animal (simbolizado pela loba que amamentou os irmãos),
com o nascimento de algo novo (a cidade fundada num lugar deserto), retornando
aos instintos agressivos no final (simbolizados na rivalidade entre os irmãos e no
assassinato de um deles). Assim, essa origem imaginada serviu para os vários
imperadores que a governaram justificarem o caráter agressivo e conquistador
dessa sociedade romana.

Se não temos dados concretos sobre sua fundação, podemos começar a


contar a história de Roma, a partir da monarquia (753 a 509 a.C.). Nesse período, o
meio de subsistência principal daquele povo era a agricultura. A sociedade romana
dividia-se em quatro grupos, segundo a posição política, econômica e social de cada
pessoa: havia patrícios, plebeus, clientes e escravos.

A palavra "patrício" (do latim pater, pai) indicava o chefe da grande unidade
familiar ou clã. Esses chefes, os patrícios, seriam descendentes dos fundadores
lendários de Roma e possuíam as principais e maiores terras. Eles formavam a
aristocracia, sendo que somente esse grupo tinha direitos políticos em Roma e
formava, portanto, o governo.
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Símbolo do poder: Senatus Populus Que Romanus (O Senado e o Povo Romano)

Já os plebeus eram descendentes de populações imigrantes, vindas


principalmente de outras regiões da península Itálica, ou fruto dos contatos e
conquistas romanas. Dedicavam-se ao comércio e ao artesanato. Eram livres, mas
não tinham direitos políticos: não podiam participar do governo e estavam proibidos
de casar com patrícios.

Num outro patamar, vinham os clientes, também forasteiros, que trabalhavam


diretamente para os patrícios, numa relação de proteção e submissão econômica.
Assim, mantinham com os patrícios laços de clientela, que eram considerados
sagrados, além de hereditários, ou seja, passados de pai para filho.

Por fim, os escravos, que inicialmente eram aqueles que não podiam pagar
suas dívidas e, portanto, tinham que se sujeitar ao trabalho forçado para sobreviver.
Depois, com as guerras de conquista, a prisão dos vencidos gerou novos escravos,
que acabaram se tornando a maioria da população.

2. A EDUCAÇÃO ROMANA

Em Roma, assim como na Grécia, ambas sociedades escravistas, não


valorizavam os trabalhos manuais, portanto a educação era voltada para
aristocracia, cujo objetivo dos educadores era formar o homem racional, capaz de

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pensar corretamente e se expressar de forma convincente, para que o educando se
adequasse ao modelo da elite dirigente.

Os Romanos, ao contrário dos gregos, adotaram uma postura de educação


menos filosófica e mais pragmática, voltada para o cotidiano, para a ação política e
não para a contemplação e teorização do mundo (Domínio da retórica sobre a
filosofia).

Romanos conservando símbolos da cultura judaica após a conquista

Roma desenvolve a concepção de império formado de vários povos. Não


discrimina o vencido e ainda lhe confere o direito da cidadania romana, em troca do
pagamento de impostos.

Roma cria o sistema Humanitas: cultura universalizada. Equivale à Paidéia

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(segundo Werner Jaeger, era o "processo de educação em sua forma verdadeira, a
forma natural e genuinamente humana" na Grécia antiga), distingue-se dela por se
tratar de uma cultura predominantemente humanística e, sobretudo cosmopolita e
universal, buscando aquilo que caracteriza o homem, em todos os tempos e lugares.
Concepção que não se restringe ao ideal de homem sábio, mas se estende à
formação do homem virtuoso, como ser moral, político e literário.

A degeneração do termo humanitas acontece com o tempo e restringe-se ao


estudo das letras e descuido das ciências.

Como já foi dito, a pedagogia em Roma está voltada para questões práticas.
Surge por volta do século I a.C com Cícero, Sêneca e Quintiliano.
Catão, o antigo (234-149 a.C.): defende a tradição contra o início da influência
helênica e o retorno às raízes romanas. Varrão (116-27 a.C.): representa a transição
pela qual os romanos terminam por aceitar a contribuição grega. Seu trabalho é
prático. Escreveu uma enciclopédia didática, em que discute o ensino de gramática
e que serve de base para trabalhos posteriores. Compôs sátiras, que orientam o
jovem na virtude, com máximas edificantes. Cícero (106-43 a.C.): ampliou o
vocabulário latino, apoiado na experiência com o grego e na erudição. Valorizou a
fundamentação filosófica do discurso, o que o diferencia de seus conterrâneos,
tornando-o um dos mais claros representantes da humanitas romana. Compreendia
que a educação integral do orador requer cultura geral, formação jurídica,
aprendizagem da argumentação filosófica, bem como o desenvolvimento de
habilidades literárias e até teatrais, igualmente importantes para o exercício da
persuasão.

Houveram muitos outros educadores romanos como Sêneca (4 a.C.–65),


Plutarco (45 – 125) e Quintiliano (35-95).

Na Roma republicana há o desenvolvimento do comércio, enriquecimento de


uma camada de plebeus e início da expansão romana tornam mais complexa a
sociedade romana, exigindo outro modo de educar.

No século IV a.C ocorre a criação de escolas elementares particulares –

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escolas do ludi (jogo, divertimento) magister (mestre), nas quais aprende-se
demoradamente a ler, escrever e contar, dos sete aos doze anos. Os mestres eram
pessoas simples e mal remuneradas. Para desempenhar seu ofício, ajeitavam-se
em qualquer espaço. As crianças escreviam com estiletes em tabuinhas enceradas,
aprendendo tudo de cor, ameaçados por castigos.

Surgiram as escolas dos gramáticos, em que os jovens de 12 a 16 anos


conheciam os clássicos gregos, ampliando seus conhecimentos literários. Ao
mesmo tempo estudavam geografia, aritmética, geometria e astronomia (disciplinas
reais). Iniciavam-se na arte de bem escrever e bem falar.

Surge um terceiro grau de educação (escola do retor = professor de retórica),


pois a retórica exigia o aprofundamento do conteúdo e da forma do discurso.
Diferentemente dos ludi magister e dos gramáticos, os retores eram professores
mais respeitados e bem remunerados.

As escolas superiores desenvolveram-se no decorrer do século I a.C e


cresceram durante o Império. Eram freqüentadas pelos jovens da elite, que se
destacavam na vida pública e que, por isso, deveriam se preparar para as
assembléias e tribunas. Estudavam política, direito e filosofia, sem esquecer as
disciplinas reais, próprias de um saber enciclopédico.

A educação física mereceu a atenção dos romanos, mas com características


mais voltadas para as artes marciais.

Na época do Império, aumentou-se a intervenção do Estado nos assuntos


educacionais: uma bem montada máquina burocrática para a administração do
império requeria funcionários com instrução elementar, pelo menos. Ocorre uma
grande procura por cursos de estenografia (taquigrafia) – sistema de notação rápida.
Recurso exigido cada vez mais na atividade dos notários (hoje conhecidos como
tabeliões, mas inicialmente eram apenas secretários incumbidos de fazer anotações,
ao acompanhar os magistrados e altos funcionários).

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No século I a.C: o Estado estimulou a criação de escolas municipais em todo
o Império. O próprio César concedeu o direito de cidadania aos mestres de arte
liberais. Cem anos depois Vespasiano libera de impostos os professores de ensino
médio e superior e institui o pagamento a alguns cursos de retórica, de que beneficia
o mestre Quintiliano. Trajano manda alimentar os estudantes pobres. Outros
importantes imperadores legislam sobre a exigência de as escolas particulares
pagarem com pontualidade os professores, definindo o montante a lhes ser pago.

O imperador Juliano, no ano 362, oficializou toda a nomeação de professor


pelo Estado. Opunha-se à expansão do cristianismo e pretendia, impedir a
contratação de professores cristãos, com essa medida.

Com a desagregação do império romano, o império do Oriente começa


intensa vida cultural e religiosa, durante todo o período subseqüente. Constantinopla
será o local da efervescência intelectual, em que inúmeros copistas aperfeiçoam
cuidadosas técnicas de reprodução de obras clássicas.

Cresce a importância da educação cristã. Inicialmente restrito ao âmbito


doméstico, o cristianismo se expande e se torna religião oficial. Surgem os teólogos,
que adaptam os textos clássicos pagãos à verdade revelada.

3. A EDUCAÇÃO FAMILIAR

A fusão das culturas romana e helenista estimulam o bilingüismo: as crianças


passam a aprender grego e latim. Em todas as épocas permanecem alguns
aspectos da antiga educação: o papel da família, representado pela onipotência
paterna (não destituída de afeto); a ação efetiva da mulher (célebre tipo da “mãe
romana”).

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Cena de um aristocrata tendo aula de luta

Os aristocratas patrícios (proprietários e guerreiros) recebem uma educação


que visa perpetuar os valores da nobreza de sangue e cultuar os ancestrais.

Na Roma Antiga, a família não era nuclear como a nossa, mas extensa
(composta por pais, filhos solteiros e casados, escravos e clientes dos quais o
paterfamilias é proprietário, juiz e chefe religioso).

A educação de um jovem se dava da seguinte forma: até os sete anos as


crianças permanecem sob os cuidados da mãe ou de outra matrona, “mulher
especial”. Depois dos sete anos, as meninas continuam no lar aprendendo os
serviços domésticos, enquanto o pai se encarrega pessoalmente do filho. O menino
acompanha o pai às festas e aos acontecimentos mais importantes, ouve o relato
das histórias dos heróis e dos antepassados, decora a Lei das Doze Tábuas,
desenvolvendo a sua consciência histórica e o patriotismo, aprende a cuidar da
terra, (trabalho que coloca lado a lado o senhor e o escravo). Aprende a ler, escrever
e contar. Torna-se hábil no manejo das armas, na natação, na luta e na equitação.
Aos 15 anos, o menino acompanha o pai ao foro, praça central onde se faz o
comércio e são tratados os assuntos públicos e privados, e em torno do qual se
erguem os principais monumentos da cidade, inclusive o tribunal, onde aprende o
civismo. Já 16 anos, o jovem é encaminhado para a função militar ou política.
(Educação voltado mais para a formação moral, que intelectual) à Aprendizagem

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baseada na vivência cotidiana, entremeada de exemplos que reforçam a importância
da imitação de modelos representados pelo pai e pelos antepassados.

CONCLUSÃO

A educação em Roma inspirou muitos dos modelos hoje existentes,


evidentemente que algumas mudanças forma feitas ao longo da história, seja em
benefício do Estado, ou dos direitos humanos, por exemplo, o pai não pode mais
matar um filho desobediente.

Apesar da distância no tempo, em sua essência muitas coisas continuam


idênticas as de dois mil anos atrás, como por exemplo, a educação diferenciada
para a aristocracia (os que podem pagar por uma educação de qualidade), que
certamente está sendo preparada para os altos cargos tanto do governo, quanto da
iniciativa privada, assim como a educação técnica onde se é possível fazer uma
analogia com os artesões da época, que eram preparados para atender as
demandas do mercado.

Até hoje é comum que se ensine outra língua nas escolas, e como os
romanos adotaram o grego devido aos estudos da cultura helênica, nós adotamos o
inglês para o mercado global ou o espanhol para estreitar as relações com a
América latina.

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BIBLIOGRAFIA

WIKIPÉDIA, A Enciclopédia Livre. História de Roma, disponível em:


<http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_de_Roma>, Acesso em: 07 de
novembro de 2010.

ARANHA, Maria Lúcia. História da Educação. 2. ed. rev. e atual. São Paulo:
Moderna, 1996.
CUNHA, Francisco Sales. Educação Romana: a Humanitas. Blog, postado
em:24/09/2007, disponível
em:<http://historiaeducar.blogspot.com/2007/09/educao-romana-
humanitas.html>,Acessado em: 07/11/2010

MACHADO, Fernanda. Roma Antiga – Artigo para o site UOL-EDUCAÇÃO,


Disponível em: < http://educacao.uol.com.br/historia/ult1704u65.jhtm>, Acessado
em: 07/11/2010

GRANT, Michael. História Resumida da Civilização Clássica.Rio de Janeiro: JZE,


1994

GILBERT, John. Mitos e Lendas da Roma Antiga. São Paulo:


Melhoramentos/Edusp, 1978

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