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Tiristores 1

Tiristores
Prof. Roberto Bairros dos Santos.
Empreendimento Bairros Projetos Didáticos

Este trabalho apresenta os conceitos básicos do componente tiristor


semicondutor com quatro camadas, descreve os principais tipos
existentes, mostra como testar este tipo de componente, apresenta
aplicações práticas de controle de potência usando tiristores.
Tiristores 2

Índice:

1 Conceito de tiristor: ................................................................................................................. 3


2 SCR:....................................................................................................................................... 3
3 Símbolo do SCR: .................................................................................................................... 3
4 Modelo do SCR:...................................................................................................................... 4
5 Funcionamento do SCR: ......................................................................................................... 4
6 Modos de disparo do SCR: ..................................................................................................... 5
6.1 Observações sobre o disparo do SCR: ......................................................................... 5
7 Circuito equivalente do SCR: .................................................................................................. 6
8 Curva característica do SCR: .................................................................................................. 6
9 Curva característica do Gate: .................................................................................................. 7
10 Dados característicos do SCR: ............................................................................................ 7
11 Circuito Típico do SCR: ....................................................................................................... 8
12 Exemplo de SCR : ............................................................................................................... 9
13 TRIAC: .............................................................................................................................. 10
13.1 Curva característica do TRIAC:................................................................................... 10
13.2 Modelo do TRIAC: ..................................................................................................... 11
13.3 Polarização do Gate: .................................................................................................. 12
13.4 Tirístores típicos: ........................................................................................................ 13
14 Fundamentos do controle de potência usando tiristores:.................................................... 15
15 Controle por Fase:............................................................................................................. 16
16 Relacionamento Básico de corrente:.................................................................................. 17
16.1 Exemplo 1 Controle Meia onda Monofásico: ............................................................... 18
16.2 Exemplo2 Controle de Onda Completa Monofásico: ................................................... 19
16.3 Exemplo 3 Controle Meia Onda Trifásico: ................................................................... 20
17 Aplicação tiristores: ........................................................................................................... 21
17.1 Circuito de Alarme: ..................................................................................................... 21
17.2 Dimmer: ..................................................................................................................... 22
17.3 Simples controle de temperatura para o ferro de solda: .............................................. 23
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1 Conceito de tiristor:

Tiristor é o nome genérico dado àqueles componentes


compostos por quatro camadas semicondutoras
empilhadas, possuindo características semelhantes.
A estrutura do tiristor é mostrada ao lado.
Os tiristores mais comuns são: O SCR (Silicon Contoled
Rectifier) Retificador controlado de silício, este dispositivo
trabalha em CC, outro é o TRIAC que trabalha em AC e o
DIAC usado nos circuitos de controle dos TRIAC’s e SCR’s.

2 SCR:

O SCR é um componente construído com


semicondutor formando quatro camadas do tipo
PNPN.
Este componente possui três terminais
chamados de Anodo, catodo e Gate.
O gate é o terminal de controle do dispositivo.
Normalmente este componente trabalha na
forma de condução direta, neste caso o terminal
do anodo é conectado ao positivo da fonte de o
catodo ao negativo.
Durante o funcionamento normal do SCR
funciona como um diodo que possui a sua condução comandada pelo
sinal aplicado ao gate.
Uma vez em condução o SCR permanece neste estado até que a corrente
que circula entre o anodo e o catodo caia a zero.

3 Símbolo do SCR:

O símbolo do SCR é mostrado ao lado. O seu símbolo


se assemelha ao símbolo do diodo.
Os terminais recebem o nome de anodo (A) e catodo (K)
de forma semelhante ao diodo, a seta do SCR indica o
sentido da corrente quando este está conduzindo.
O gate (G) é o terminal de controle.
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4 Modelo do SCR:

Para compreender o funcionamento do


SCR, podemos lançar mão do circuito
equivalente baseado em transistores como
mostra a figura ao lado.
A estrutura com quatro camadas
semicondutoras podem ser vista como
dois transistores bipolares conectados
como no desenho.

5 Funcionamento do SCR:

O modelo com transistor é prático para você


entender o funcionamento do SCR.
Normalmente os dois transistores não estão
conduzindo não há corrente entre o anodo e o catodo
Ia. Quando a corrente Ib2 é aplicada ao gate do
transistor Q2 por um circuito externo, Q2 começa a
conduzir. Q2 conduzindo cria um caminho para a
corrente de base Ib1 de Q1, Q1 passa a conduzir.
Com a condução de Q1 aparece uma corrente Ic1 no
coletor de Q1, esta corrente é então aplicada a base
de Q2, com isto após todo o processo temos duas
correntes sendo aplicadas à base de Q2, a corrente
do circuito externo Ib2 e a corrente proveniente do coletor de Q1 Ibf2, esta
corrente é chamada de corrente de realimentação (feedback).
Com a presença da corrente de realimentação o circuito externo pode ser
desligado que, mesmo assim, a base de Q2 terá corrente suficente para
mantê-lo conduzindo.
Uma vez que um circuito externo aplique uma corrente no gate do SCR
este é disparado e começa a conduzir, permanecendo conduzindo até a
corrente entre o anodo e o catodo seja interrompida, com isto
interrompendo a corrente Ibf2 que mantém o SCR na condução.
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6 Modos de disparo do SCR:

O SCR pode ser disparado de três formas diferentes:

• Aplicando uma corrente entre o gate e o catodo. Este é o método


mais comum de disparo do SCR.
• Aplicando uma tensão Vd entre o anodo e o catodo maior do que a
tensão Vdrm que é a máxima tensão entre o anodo e o catodo que
você pode aplicar no SCR, se você aplicar uma tensão maior do que
Vdrm a um SCR este passa a conduzir sem sinal no gate, isto ocorre
devido a existência de uma corrente de fuga natural no transistor
Q1, esta corrente circula entre o coletor e o emissor mesmo sem o
transistor estar conduzindo. Normalmente a corrente de fuga é tão
pequena que não interfere no funcionamento de Q2, no entanto,
esta corrente aumenta quando a tensão entre o anodo e o catodo
também é aumentada, acima de determinado limite, que depende de
cada tipo de SCR, este começa conduzir.
• Aplicando uma variação rápida de tensão entre o anodo e o catodo
do SCR (dVd/dt). Isto ocorre porque existem capacitores entre o
catodo, base e emissor dos transistores Q1 e Q2, como a corrente em
um capacitor depende da variação da tensão, quando mais rápida
for esta variação maior a corrente nos capacitores. Pode acontecer
que a corrente gerada pela variação de tensão Vd dispare o
transistor Q2 fazendo com que o SCR entre em condução.

6.1 Observações sobre o disparo do SCR:

O modo normal de disparar o SCR é aplicando uma corrente entre o gate e


o catodo.
Existe dispositivo que aproveitam o disparo do SCR pela aplicação de uma
tensão maior do Vdrm, é o caso do DIAC.
O disparo do SCR através do dVd/dt é normalmente evitada, isto pode
acontecer quando aparece algum pico de tensão indesejável no circuito de
alimentação do SCR, assim circuito composto por uma rede RC é colocado
em paralelo com o anodo e o catodo para evitar este inconveniente, estes
circuito amortecem a variação da tensão.
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7 Circuito equivalente do SCR:

Você pode imaginar o SCR como uma chave controlada


e normalmente aberta. A chave irá fechar a partir de
uma das condições descritas no parágrafo anterior.
Uma vez fechada a chave esta permanece fechada até
qua corrente entre o anodo e o catodo seja desligada
(Ia=0).

8 Curva característica do SCR:

Ao lado é mostrada a curva característica do SCR.


Nesta curva podemos ver que
existem dois quadrantes de
funcionamento do SCR.
Primeiro quadrante, quando o
anodo é positivo em relação ao
catodo e diz-se o SCR está
diretamente polarizado. Neste
quadrante o SCR passa a
conduzir quando é alcançada
a tensão de condução. O SCR
uma vez em condução
permanece conduzindo desde
que haja uma corrente
mínima de condução,
chamada de corrente de
manutenção ou sustentação
“ih”, se a corrente no SCR cair abaixo deste valor o SCR deixa de conduzir.
Quando o SCR não está conduzindo ele está na região desligado.
Quando o SCR está conduzindo ele está na região de ligado.
No terceiro quadrante o SCR está inversamente polarizado, neste caso ele
normalmente não conduz, exceto se for aplicada uma intensidade de
tensão chamada tensão máxima reserva, quando então o componente é
danificado e passa a conduzir, normalmente queimando.
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9 Curva característica do Gate:

Se você olha o gráfico na seção anterior


irá notar que o SCR começa a conduzir
quando a tensão entre Anodo e Catodo
alcançar a tendão de joelho chamado
Vdrm. No gráfico anterior este valor é
especificado quando o gate está
desligado isto é não há corrente
circulando no gate, se exister uma
corrente circulando entre o gate e o
anodo, o valor de Vdrm diminui, assim,
para disparar um SCR em baixa tensão
você deve aplicar uma corrente maior.

10 Dados característicos do SCR:

Os manuais do SCR especificam os pontos das curvas características. Os


principais pontos contidos em manuais são descritos abaixo:
Vd =Tensão entre anodo e catodo
Vdrm =Tensão entre o anodo e o catodo para SCR conduzir
Idrm =Máxima tensão de pico
Id =corrente através do SCR
Ih =Corrente de manutenção
rs =Resistência entre anodo e catodo na condução
tq =Tempo para ligar o SCR
Vgt =Tensão entre gate e catodo para disparar o SCR
Igt =Máxima corrente entre gate e catodo
Vrsm =Máxima tensão reversa
dv/dt =Máxima variação de tensão

Note que Vdrm é a máxima tensão quando existe uma tensão de zero volt
aplicada entre o gate e o catodo, não é a tensão que danifica o SCR.
O dv/dt típico é da ordem 200 V/microssegundos
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11 Circuito Típico do SCR:

O SCR é um componente para trabalhar em CC, ou em meia onda de um


circuito AC.
O circuito ao lado mostra a aplicação de um SCR em um circuito DC, você
deve observar que R2 deve ser suficiente para manter uma corrente
mínima no SCR.
A chave Ch1 serve para ligar o SCR, isto ocorre porque o circuito de gate
composto pela fonte V1 e R1 faz com que uma corrente circule no gate.
A chave Ch2 serve para deslçigar o SCR, interrompendo a corrente entre o
anodo e o catodo Id.
Note que a tensão V1 deve ser maior do que a tensão de junção entre o
gate e o anodo, esta tensão é da ordem de 0,5V.
Note que para interromper a condução do SCR é preciso cortar a corrente
no anodo, existem outras formas além da chave mostrada no circuito
anterior, como por exemplo desviando a corrente através de outro
dispositivo como um capacitor, outro SCR ou transistores.
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12 Exemplo de SCR :

SCRs
Silicon Controlled Rectifiers

On– Blocking TO–92 SOT– TO– D–PAK Surge Max Max


State Voltage (1) 223 225AA Case Current IGT VGT
RMS VDRM, (TO– Case (TO–126) 369A ITSM (mA) (Volts)
Current VRRM 226AA) 318E Case 077 Style 4 (Amps)
IT(RMS) (Volts) Case Style Style 2 &5 60 Hz
(Amps) 029 10
Style
10

4.0 200 C106B 20 0.2 0.8


400 C106D
400 C106D1
600 C106M
600 C106M1
4.0 400 MCR106– 25 0.2 1.0
6
600 MCR106–
(Dados retirados do catálogo da Motorola.)
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13 TRIAC:

O triac é um dispositivo que conduz nos dois sentidos, por isto é chamado
de uma chave bilateral.
O triac possui três terminais denominados: M1 (main terminal 1), M2
(main terminal 2) e Gate. Não podemos chamar os terminais de anodo ou
catodo porque estes termos são usados somente quando a polaridade dos
terminais for bem definida, como é o caso do SCR, diodos etc..
O gate no SCR é especialmente desenhado para disparar o dispositivo
tanto com a aplicação de tensão negativa como positiva em relação ao
terminal M1.
A figura ao lado mostra a estrutura interna do TRIAC e o seu símbolo.

13.1 Curva característica do TRIAC:

A curva característica do TRIC é


semelhante ao do SCR, somente que o
dispositivo conduz nos dois
quadrantes I e III.
Note que o comportamento do TRIAC é
semelhante ao do SCR quanto a
condução, assim uma vez disparado ele
permanece em condução até que a
corrente entre M1 e M2 caia a zero.
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13.2 Modelo do TRIAC:

Você pode imaginar o TRIAC como sendo


dois SCR’s ligados em paralelo, tendo os
gates interligados, isto permite que este
dispositivo possa trabalhar com qualquer
polarização entre M1 e M2, podendo ser
aplicado tanto em CC como AC.
A tensão de disparo do gate é relacionada
em função do terminal M1.

O símbolo do TRIAC leva em conta a existência dos dois


sentidos para a corrente entre os terminais M1 e M2. O
desenho mostra duas setas que representam os diodos.

O desenho ao lado mostra o modelo do TRIAC como


sendo a montagem de dois SCR em paralelo.
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13.3 Polarização do Gate:

A tensão Vdrm também é proporcional a corrente do gate, no entanto a s


correntes de disparo do TRIAC são diferentes para cada situação de
polarização, estas situações são mostradas na tabela abaixo.
Na tabela G-M1 é a polaridade da tensão aplicada entre o Gate e o
terminal M1, M2-M1 é a polaridade da tensão aplicada entre os terminais
principais M1 e M2 e a terceira coluna diz em que quadrante o TRIAC
deverá operar.
As menores correntes de disparo são conseguidas nos quadrante I(+) e
III(+).
G-M1 M2 – M1 Quadrante de operação
Positivo Positivo I (+)
Negativo Positivo II (-)
Positivo Negativo III (+)
Negativo Negativo III (-)
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13.4 Tirístores típicos:

Dados retirados do manual ON semicondutores.


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DIAC:

Um DIAC é um dispositivo com três camadas e


dois eletrodos composto por diodos de avalanche
bidirecional que pode ser comutado do estado
desligado para o estado de ligado com polarização
em ambos os sentidos. A figura abaixo mostra o
símbolo do DIAC e a sua estrutura interna.

A figura a seguir mostra a


característica tensão corrente do DIAC.

Este componente composto por três camadas semicondutoras tem a


construção semelhante ao transistor bipolar, mas difere deste devido a
concentração da dopagem, uma que é a mesma nas duas junções e não
possui nenhuma ligação na camada central. A dopagem igual resulta em
um comportamento de comutação simétrico, como mostra a figura ao lado.
Quando um aumento de tensão positiva ou negativa é aplicado aos
terminais do DIAC uma corrente de fuga mínima (IBO) flui através do
dispositivo até a tensão alcançar o ponto de quebra VBO. A tensão reversa
então alcança o ponto de avalanche, e o dispositivo passa a apresentar
uma característica de resistência negativa e a corrente no interior do
dispositivo aumenta substancialmente.

DIAC são usados primariamente usados nos


circuitos do GATE dos tiristores como em
circuitos de dimmer, controle de velocidade
de motores, controles de aquecimento e
circuitos similares. A figura ao lado mostra
o diagrama de um circuito de disparo de um
SCR com controle de fase e o DIAC no
GATE.
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14 Fundamentos do controle de potência usando tiristores:

Tiristores são excelentes componentes para serem usados no controle de


potência. Em geral, os tiristores inicialmente encontram-se no estado
bloqueado, ou estado de alta impedância, e permanecem neste estado até
que são disparados, quando a sua situação troca para um estado de baixa
impedância ou ligado. Uma vez disparado, o tiristor permanece assim até
que a corrente caia a zero, o tiristor retorna, então, para o seu estado de
alta impedância ou desligado. Devido ao fato de que a corrente decresce
naturalmente a zero ao final de cada semiciclo em uma fonte AC, o
desligamento é garantido a cada final de semiciclo, tudo que o técnico
precisa fazer para controlar o tiristor é liga-lo, desta forma, os circuitos de
controle de potência em AC controle o momento de disparo do tiristor. A
carga recebe uma parte de energia a cada semiciclo.
Em muitos controles de potência tiristorizados, o controle da potência é
feito pelo recorte parcial do semiciclo da onda AC. Porque o controle é feito
pelo atraso do momento de ligar o tiristor em relação a tensão AC de
entrada, este atraso é descrito na unidade de ângulo, assim este sistema é
chamado: Controle de Fase ou Controle por Ângulo de Disparo.
O controle de potência em redes AC pode ser controlado, também, pelo
acionamento de ciclos completo de energia, neste caso o controle é feito
pelo número de ciclos completos que é aplicado sobre a carga, este tipo de
controle é normalmente chamado de: Controle Integral, ou Controle por
Chaveamento por Zero.
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15 Controle por Fase:


O controle por fase também é chamado de controle por ângulo de disparo.
O ângulo de disparo do tiristor relaciona o momento em que o tiristor
inicia a sua condução em relação ao ângulo zero da senóide aplicada a
entrada do circuito. O ângulo de
disparo é muitas vezes referido pela
letra grega θy, entretanto, o ângulo
em que o tiristor permanece em
condução também pode ser usado
como referência. O ângulo de
condução é representado pela letra
grega θc. O ângulo de condução é
igual a 180o - θy Para meio ciclo e
para ciclos completos é dados por 2(
180o - θy), a forma de onda sobre o
tiristor e sobre a carga é mostrado
na figura ao lado para circuito de
controle de meia onda e de onda
completa.
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16 Relacionamento Básico de corrente:

No projeto de um circuito de controle


de potência freqüentemente
necessário determinar os valores
específicos de corrente de pico (Ipk),
corrente média (Iavg) e corrente
eficaz (Irms) que circula por um
circuito com tiristores.
As figuras ao lado mostram estas
correntes relacionadas com o ângulo
de condução dos três circuitos
básicos com tiristores. Estas curvas
podem ser usadas pelo técnico para
determinar os valores destas
correntes.
As curvas mostram o a relação das
correntes citadas e a corrente Io,
chamada de corrente de referência.
A corrente de referência Io é
determinada inicialmente a partir do
valor da tensão de pico e da
resistência de carga: Io=Vpk/RL. A
corrente Io é a máxima corrente que
percorre o tiristor caso fosse aplicado
um ciclo completo de senóide.
Todos os gráficos estão relacionados
para cargas resistivas.
Em geral o procedimento para o
técnico usar estas curvas são:
1. Identificar o parâmetro
desejado ou desconhecido.
2. Determinar os valores dos
parâmetros especificados no
circuito.
3. Determine Io e use as curvas
dadas para determinar os
parâmetros desconhecidos, pelo
relacionamento deste
parâmetro com Io.

Observar que a tensão de pico é dada por:


Vpk=Vrms x 1.414.
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16.1 Exemplo 1 Controle Meia onda Monofásico:

No circuito monofásico mostrado ao lado com


um SCR do tipo 2N685 da RCA, no controle
de potência com tensão de entrada em 120
Vrms.
Neste circuito a resistência de carga é
constante em 2.8Ω, e a corrnete deve variar
entre 2Arms e 25Arms. O técnico deve
determinar a variação do ângulo de
condução para alcançar estes valores de corrente.

Equação envolvida no circuito Meia onda monofásico:


I = 0(00 ≤ θ ≤ θ f )
I = Iosinθ (θ f ≤ θ ≤ 180O )
1 180
Iavg = ∫θ I dθ

1/ 2
 1 180 2 
Irms =  ∫ I dθ 
 2π θ 
Ipk = Io(0 ≥ θ ≥ 90 )
o

Ipk = Io sen θ (90o ≤ θ ≤ 180o )

Solução:
Vpk = Vrms x 2 = 120 x1.414 = 170V
Vpk 170
Io = = = 61A
RL 2.8
A razão de Irms e Io para a menor e maior valores de corrente :
 Irms  2
  min = = 0.033
 Io  61
 Irms  25
  max = = 0.41
 Io  61

O técnico pode aplicar estes valores a tabela dada para determinar o


ângulo de condução:
θf(max)=165O
θf(min)=74o
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16.2 Exemplo2 Controle de Onda Completa Monofásico:

No circuito monofásico de onda completa ao


lado.
Neste circuito a corrente deve ser mantida
constante, enquanto a resistência de carga varia
entre 0.2 Ohm e
4.0 Ohm.

Equações envolvidas no circuito de Cálculo de Io:


Onda completa Monofásico:
Vpk 45
Io(max) = = = 225 A
I = 0(0 ≤ θ ≤ θ f )
0
RL 0.2
I = Iosinθ (θ f ≤ θ ≤ 180O ) Io(min) =
Vpk 45
= = 11.2 A
1 180 RL 4
I dθ
π ∫θ
Iavg =
1/ 2
 1 180 2 
Irms =  ∫ I dθ 
π θ 
Ipk = Io(0 ≥ θ ≥ 90 )
o

Ipk = Io sen θ (90o ≤ θ ≤ 180o )

Cálculo da relação Iavg/Io:

(Iavg/Io)min = 3.5/225 = 0.015


(Iavg/Io)max = 3.5/11.2 = 0.312

O técnico pode aplicar estes valores a


tabela dada para determinar o ângulo
de condução:
θf(max)=155O
θf(min)=75
o
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16.3 Exemplo 3 Controle Meia Onda Trifásico:

No circuito trifásico de meia onda dado ao lado,


quem varia é o ângulo de disparo entre 30O e 155O,
neste caso cabe ao técnico determinar a variação da
corrente em relação a variação do ângulo de disparo
dado.

Equações envolvidas no circuito de Cálculo de Io:


Onda completa Monofásica:
Io=Vpk/RL=85/3=28A
I = Io sen θ (30 ≤ θ ≤ 180 )
0 O

1 θ +120
I dθ (30 O ≤ θ ≤ 60 O )
2π ∫θ
Iavg =

 1 180O 
Iavg =  ∫ I dθ  (60 O ≤ θ ≤ 180 O )
 2π θ 
1/ 2
 1
Irms = 
θ +120
∫θ

I 2 dθ  (30 O
≤ θ ≤ 60 O )
 2π 
1/ 2
 1 180O 
Irms =  ∫ I 2 dθ  (60 O
≤ θ ≤ 180 O )
 2π θ

Ipk = Io(30 ≥ θ ≥ 90 )
O o

Ipk = Io sen θ (90 o ≤ θ ≤ 180 o )

Cálculo as relação Irms/Io a partir


da tabela:
θf=30O ; Irms/Io=0.49
θf=155O ; Irms/Io=0.06

Cálculo de Irms:
Irms(Max)=0.49 x 28=13.7A
Irms(Min)=0.06 x 28=1.7A
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17 Aplicação tiristores:

Este parágrafo mostra algumas aplicações simples para o tiristor.

17.1 Circuito de Alarme:

Uma aplicação bem simples, mas bastante útil o tiristor é a


construção de um alarme. Este circuito usa a propriedade de memorização
do tiristor, assim, quando o pulso de gate é dado o tiristor começa a
conduzir e se mantém conduzindo, isto pode ser considerado uma função
semelhante ao “SET” do flip-flop, o tiristor ficará conduzindo até que
alguém corte a corrente entre o anodo e o catodo, esta função pode ser
considerada semelhante ao “RESET” do flip-flop.
O circuito de alarme deverá ter um conjunto de chaves montado
junto as portas, janelas etc, que habilitem o pulso no gate quando forem
abertas, uma vez disparado o tiristor não adiante fechar a porta
novamente, se o tiristor foi disparado não adianta cortar a corrente no gate
que ele não vai parar de conduzir. Para desligar o alarme o circuito deve
ter uma chave secreta, somente o dono do alarme deve saber onde está
localizada, que quando pressionada desliga a corrente no tiristor, esta é a
chave de “RESET”.
Uma sugestão de circuito é mostrada abaixo. Primeiro a tensão da
rede deve ser retificada, pois neste caso é usado um SCR. A chave de
“RESET” é do tipo NF e está colocada em série com a corrente que circula
entre o anodo e o catodo. As chaves das portas também são NF,
normalmente são do tipo “Reed Switch”. Um reed switch é uma chave
acionada por um campo magnético, normalmente proveniente de um imã.
O imã é colocado na porta e o reed na armação da porta, com a porta
fechada o reed esta ligado. Todos os reeds são ligados em série, assim, se
um deles abrir, a corrente pelos reeds será cortada. Os reeds são
colocados em paralelo com o gate
do SCR, assim a corrente positiva
de acionamento do SCR é desviada
para o terra, amenos que, um reed
seja aberto dando o pulso no gate.
O resistor entre o gate e o anodo
serve para limitar a corrente no
gate. Você pode substituir o
circuito retificador por uma
bateria, com isto o circuito
continuaria funcionando mesmo se
faltar luz.
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17.2 Dimmer:
O dimmer é um circuito simples para o controle monofásico de potência usando tiristores, e seu
aspecto mais simples é mostrado na figura ao lado.
O coração do circuito consiste em uma rede RC que defasa a tensão AC aplicada ao GATE, em
relação a tensão AC aplicada entre o anodo e o Catodo, com isto é possível op controle do ângulo
de fase de disparo do SCR. Um DIAC é um colocado no circuito de GATE para limitar a
dependência do SCR às variações das características do GATE. Com o DIAC a tensão de disparo
do GATE sobe, como as características do DIAC são mais estáveis, o circuito todo fica mais
estável. Também é usada uma lâmpada néon no lugar do GATE.
Este tipo de circuito provê uma qualidade de regulação suficientemente precisa para muitos
circuitos de controle de potência, como, por exemplo, controle de velocidade de motores de eletro
domésticos, controle de potência de aquecimento para ferro de solda, controle de intensidade de
vibração doas alimentadores com vibradores lineares, controle de intensidade de iluminação de
lâmpadas domésticas etc. uma vez que este tipo de circuito ocupa pouco espaço.
Eletricamente o seu funcionamento apresenta um afeito de histerese, isto é o ponto de intensidade
de energia entregue a carga é diferente se o potenciômetro está sendo girado no sentido de
aumentar a energia ou no sentido de diminuir a energia sobre a carga. Este efeito é fruto do uso de
uma só rede de defasagem RC, se for usado duas redes RC então este efeito pode ser
minimizado. Isto é mostrado na figura ao lado. O resistor em série reduz o tempo de descara do
capacitor e, desta forma, reduz a diferença, em relação ao tempo para ligar e desligar o SCR. Este
circuito também permite que o SCR, possa trabalhar com pequenos ângulos de disparo, se o
resistor RF for substituído por um trimpote, um ajuste do ângulo mínimo pode ser conseguido.
Um outro efeito deste circuito é a geração de interferência devido as ondas eletromagnéticas
geradas na comutação do TIRISTOR, assim é interessante colocar um filtro de RF em série com a
alimentação.
Não esquecer também o efeito do dv/dt no disparo TIRISTOR, de forma que, este circuito deve ter
uma rede RC em paralelo com o TIRISTOR para evitar este problema, e também evitar o disparo
do componente devido a sobre tensões (Vdrm)
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17.3 Simples controle de temperatura para o ferro de solda:


Uma aplicação bem simples de controle de potência consiste em simplesmente ligar um
potenciômetro em série com o gate, a condução do tiristor se dará quando a relação tensão/
corrente for suficiente para disparar o gate, assim quando você variar o valor do potenciômetro
para um valor maior de resistência, a tensão deverá ser maior para o disparo do gate, com isto o
ângulo de disparo será maior menos energia será aplicado na carga, neste caso o ferro de solda.
Este é um circuito simples que tem o inconveniente de regular somente até o pico de tensão, após
a tensão começará a decair novamente, se o tiristor não disparou até a tensão chegar no pico,
então não irá dispara mais. Este controle consegue controlar a potência entre os valores máximos
até aproximadamente o seu valor médio, no entanto não existe nada mais simples e barato para
controlar a potência do seu ferro de solda.
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Comutação por zero:


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Tiristores 26

BIBLIOGRAFIA:

Manual RCA:

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