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Ciências Biológicas
Evolução
Carla Carloto
Rosangela Pontes
Marcelo Martinelli
Introdução
O alce irlandês não era exatamente um alce e sim um veado, e nem ao menos era
irlandês. A primeira descrição publicada deste animal surgiu em 1697. Descrevia-o como
sendo um animal de tamanho bastante grande e com uma galhada com cerca de 12 pés de
envergadura total, algo bastante significativo em tamanho levando-se em conta que esta
estrutura era trocada anualmente como outros veados.
Molyneux, em 1697, publicou um artigo em que o objetivo seria provar que o animal
ainda viveria: “Que nenhuma espécie real da criatura viva tenha-se extinguido tão
completamente a ponto de estar inteiramente perdida para o mundo, desde a sua
criação, é a opinião de muitos naturalistas; e é fundada em tão bom princípio quanto a
Providência cuidando de todos os seus frutos animais, que merece nosso assentimento”.
Molyneux achava que o alce irlandês e o americano deveriam ser o mesmo animal,
isto foi devido ao fato dele não possuir nem dados e nem uma descrição detalhada do alce
americano. A grande discussão, no século seguinte, foi então saber a que espécie moderna era
originada do alce gigante.
Resolvido isso a grande polêmica girou em torno de como o alce se extinguiu? Causas
naturais ou causadas pelo homem? Em 1846, Sir Richard Owen conclui que o alce irlandês
havia sido extinto antes da chegada do homem. O que teria então causado seu
desaparecimento? Estes questionamentos só começaram a ser solucionados em quando em
1859, Charles Darwin publicou a Origem das Espécies. Nele a Teoria da Seleção Natural
proposta, exige que mudanças evolutivas sejam adaptativas, quer dizer, que sejam úteis ao
organismo.
A Teoria da Ortogênese e a Hipótese Alométrica
Os darwinistas contra atacaram. Julian Huxley notou que à medida que o veado
aumenta de tamanho, a sua galhada não cresce na mesma proporção do corpo e cresce numa
velocidade maior. A essa mudança regular deu-se o nome de Alometria.
A Alometria então veio explicar o porquê daquele tamanho da galhada do alce gigante.
Uma vez que o alce irlandês é o maior de todos os veados, sua galhada enorme poderia ser o
simples resultado da relação alométrica presentes entre todos os veados. E presumindo que o
tamanho do alce fosse resultante de um processo de seleção natural, as galhadas poderiam ter
sido conseqüências automáticas deste crescimento.
Para os darwinistas do século 19, a galhada gigante destes alces servia para lutas: seja
para afastar seus predadores como para afastar rivais. Estudos modernos de comportamento
animal sugerem que estruturas usadas como “armas” ou para atrair as fêmeas, na verdade
serviam para evitar uma batalha real em combates ritualizados entre machos para se
estabelecer uma hierarquia, antes que ocorresse algum combate mais fatal.
Segundo Valerius Geist, estas estruturas de galhadas e chifres conferem status e acesso
as fêmeas. Essas estruturas como forma de ostentação explicariam a forma espalmada das
galhadas, embora o animal tivesse problemas para girar a cabeça exibindo seus galhos.
O que teria então causado a extinção do alce irlandês (ao menos na Irlanda)? A
resposta seria a mudança de ambiente. Embora estes animais estivessem adaptados as regiões
abertas à mudança do ambiente que ocorreu mais tarde transformando a paisagem em uma
densa floresta não garantiram a adaptação do animal a este novo ambiente. Como diz a
evolução darwiniana onde animal algum desenvolve uma estrutura que lhe seja prejudicial,
mas não dá garantias de que estas estruturas úteis sejam adaptativas em circunstâncias
diferentes.