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O Agravo regimental não é um recurso, pois compete a União legislar sobre direito

processual que deve estar contida em lei federal, portanto. (art. 22, I, da Constituição
Federal) sendo taxativa a sua enumeração.

“O que sustentam os autores é que a nomenclatura utilizada para tal instituto é inadequada,
visto que, apesar de denominar-se agravo regimental, na verdade não seria um recurso, na
acepção técnica do termo, destinando-se apenas a permitir a integração do pensamento do
Tribunal.’ (Daiane Maria Oliveira Lopes, Doutrina Jus Navigandi – texto inseridono nº 61,
01.2003)

Como ensina o Professor Mantovani Colares, “o agravo regimental é apenas um


instrumento que a parte dispõe para submeter ao colegiado do tribunal as decisões
individuais proferidas por membros do respectivo tribunal.” (Cavalcante, Mantovani
Colares. Regime Jurídico dos Agravos. Dialética, SP, 1988, pg. 96)

O agravo regimental é pois, um meio de promover-se a integração da vontade do Tribunal.


Não é recurso. Tem lugar sempre que a parte discordar do relator ou do presidente do
Tribunal, porque lhe parece que seu despacho não representa, efetivamente, a vontade do
órgão que deveria proferir o julgamento.

Embora o Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo previsse o


agravo regimental como recurso, estendendo-lhe essa qualidade, também previa que era
destituído de efeito suspensivo (artigos 339 e 858, do RITJ), como esclarecido pelo Sr.
Relator , considerando-o, mesmo, ao equivalente a pedido de reconsideração, ensejando a
aplicação da Súmula nº 430, do Colendo Supremo Tribunal Federal, como afirmado.

No mais,insurge-se a Municipalidade, ora recorrente, quanto ao “descompasso entre o


entendimento que o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo tem quanto à
natureza do seqüestro – entende que a natureza é administrativa – e aquele esposado pelo C.
Superior Tribunal de Justiça – a natureza do sequestro é judicial.”

E finaliza, “ora, diante da discrepância, a Fazenda Municipal necessariamente deve se


pautar pelo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, sob pena de lhe ser obstada a
apreciação de eventual recurso.”

Fôrça é convir, no entanto, que o entendimento do Egrégio Superior Tribunal de Justiça
(Súmula 311) e do Colendo Supremo Tribunal Federal (S úmula 733) é o entendimento
desse Egrégio Tribunal de Justiça, ou seja, que “os atos do presidente ou do colegiado de
Tribunal de Justiça que disponham sobre o processamento e pagamento de precatórios não
têm caráter jurisdicional, mas administrativo.” (citar a jurisprudência), esse entendimento é
aplicável também às decisões que, no curso do processamento, deferem ou indeferem
pedido de seqüestro de recursos públicos.”
Omissis.
Recurso Provido” (RMS 24.510/SP, 1ª. Turma, rel. p/ acórdão Min. Teori Albino Zavascki,
DJ 22.06.2009);
Ainda, “O ato do Presidente de Tribunal de Justiça que defere pedido de seqüestro de
rendas públicas, em razão de quebra na ordem cronologia de pagamento de precatório, tem
natureza administrativa, logo, desafia mandado de segurança.” Precedentes : RMS
21.651/SP, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 04/11/2008, DJe de
01/12/2008; RMS 24.440/SP, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 25/11/2008,
DJe de 18/02/2009.
Omissis.
Agravo Regimental improvido (AgRg no RMS 28.178/SP, 1ª. Turma, Rel. Min. Francisco
Falcão, DJe 22.4.2009).

Em voto proferido em Recurso em Mandado de Segurança nº 29.014-PR, a Sra. Ministra


DENISE ARRUDA (relatora) decide;

“Assiste razão à recorrente.

“No que tange ao cabimento do mandamus, ressalte-se que os atos do Presidente do


Tribunal de Justiça que disponham sobre o processamente e pagamento de precatórios não
têm caráter jurisdicional, mas administrativo, nos termos das Súmulas 311/STJ e 733/STF.
Esse entendimento também é aplicável às decisões que, no curso do processamento,
deferem ou indeferem pedido de seqüestro de recursos públicos.” ( decisão unânime da 1ª.
Turma do STJ, j. 27.10.2009).

Nesse sentido:

“CONSTITUCIONAL. PRECATÓRIO. CRÉDITO ALIMENTAR. PRIORIDADE EM


RELAÇÃO AOS COMUNS. QUEBRA DA PRECEDENCIA. SEQUESTRO.
CABIMENTO.

1. “Os atos do presidente ou do colegiado de Tribunal de Justiça que disponham sobre


o processamento e pagamento de precatório não têm caráter jurisdicional, mas
administrativo. (Súmula 311/STJ, Súmula 733/STF).
2. Segundo a jurisprudência do STF (v.g. ADI 1.098, Min. Marco Aurélio, DJ de
25.10.96; RE 281.208, Min. Ellen Gracie, DJ de 26.04.02) e do STJ (v.g. RMS
14.940/RJ, 1ª. T, DJ de 25.11.2002. RMS 26.990/SP, 1ª. T., DJ de 28.08.2008; rMS
19.047/SP, 2ª. T. DJ 26.09.2005; rMS 17.824/RJ, 2ª. T., DJ de 01.02.2006), esse
entendimento é aplicável também às decisões que, no curso do processamento,
deferem ou indeferem pedido de seqüestro de recursos públicos.

Recurso provido “ (RMS 24.150/SP, 1ª. Turma, Rel. p/ acórdão Min. Teori Albino
Zavascki, Dje de 22.6.2009).

Assim, o entendimento consolidado perante perante o Supremo Tribunal Federal, é o de


que “A ordem judicial de pagamento (§ 2º, do artigo 100, da Constituição Federal), bem
como os demais atos necessários a tal finalidade, concernem ao campo administrativo e não
jurisdicioal” (decisão acima mencionada na ADI 1098, Pleno STF, Relator Min. MARCO
Aurélio).

Como ficou claro no voto do Sr. Relator Palma Bisson, acompanhado à unanimidade pelo
Órgão Especial do Tribunal de Justiça, “ decorreram mais de cento e vinte e dias entre a
intimação do seqüestro e a impetração do “mandamus” – e, por isso mesmo, o início do
prazo decadencial que passou a fluir desde o dia em que a impetrante teve ciência do ato já
operante e exeqüível que decretou a constrição judicial, e que não se interrompeu nem à
conta do agravo regimental interposto, pois era recurso, esse, destituído de efeito
suspensivo (antigo RITJ, artigos 339 e 858) e equivalente a pedido de reconsideração, de
modo a ensejar aplicação da Súmula nº 430 do Colendo Supremo Tribunal Federal –
decadência consumada e pronunciada.”

Entendem os ora recorridos, com a devida vênia, que a Municipalidade de São Paulo
manejou o recurso inadequado – agravo regimental – quando deveria hostilizar o r.
despacho que determinou a constrição judicial ou por mandado de segurança, como ficou
assentado no AgRg RMS 28.178-PR, acima mencionado, por se tratar de decisão
administrativa, ou por agravo de instrumento, pois

“A nova redação dada pela Lei 9.139/95, aos artigos 524 e 558 “caput” e parágrafo único,
do Código de Processo Civil, praticamente eliminaram a problemática existente de cunho
processual e constitucional e a função que antes exercida pelo mandado de segurança
passou a ser realizada pelo próprio recurso de agravo de instrumento, sem a necessidade de
impetração daquela.”

Atualmente o agravo deve ser interposto diretamente no tribunal, acompanhado das razões
do recurso e das peças obrigatórias e outras que o agravante queira juntar.

Interposto o agravo diretamente no tribunal competente, o relator apreciará o pedido de


suspensão do ato agravado.

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