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Sinergismo – Dois fatores estruturados aumentam o riso da doença mais do que faria a sua

simples soma.

Risco – a não garantia de que uma pessoa que experimenta situação de risco irá adoecer, mas
sim que tem maior chance que outra vivendo sem situação diferente.

Preâmbulo Histórico - A epidemiologia torna-se fundamental para a discussão dos fatores


determinantes de qualquer doença, pois esta investiga de onde as enfermidades surgem,
quando mais se manifestam, quem as afetam, entre outros motivos. Um dos pioneiros no
estudo dessa ciência foi John Snow, médico inglês, dedicado desde cedo à observação das
doenças de forma diferente das que aconteciam na época. Ele investigava as causas do
adoecimento, as possíveis formas de contágio, o que era surpreendente para a época, já que
as pessoas acreditavam que as doenças provinham unicamente do ar e os microorganismos
ainda não haviam sido descobertos. Havia assim, uma crendice na qual, maus ares afetariam as
pessoas, e a doença era considerada algo normal ou até mesmo um castigo para a purificação,
começou a ser questionada. Como foi o caso do estudo da cólera feito por John Snow, após
uma observação detalhada feita por ele acompanhada de muitas anotações, mapeamento dos
óbitos e acompanhamento de pacientes, ele concluiu que a cólera era transmitida pela água
ao invés dos “miasmas”, já que os sintomas dessa doença afetavam o sistema digestório ao
invés no respiratório.

A Evolução da Concepção Causal

Dividindo a história arbitrariamente em períodos que foram marcados por idéias que
predominaram têm-se seis importantes divisões:

PRIMEIRO PERÍODO: UNICAUSALIDADE MIASMÁTICA – foi uma fase muito longa, pois abrange
os primórdios das civilizações antigas até parte do século XIX. As doenças em geral tinham uma
única causa, miasmas, ou seja, fluidos existentes no ar, que atingiam as pessoas, entrando em
seus corpos, provocando as doenças. Isso tinha fundamentação religiosa e era aceita pelo
público geral e científico. Assim, as doenças eram consideradas “castigos de Deus pelos
pecados dos homens”. Algumas vezes as medidas de combate as doenças davam certo, mas
não por conhecimento das causas corretas da doença. Como aconteceu quando houve um
surto de malária, como eles acreditavam que os ares mal cheirosos dos pântanos traziam a
doença, e a doença realmente era originada nesses lugares, mas não vinham diretamente do
ar, e sim dos anofelinos que picavam o homem e transmitia-lhe a doença.

SEGUNDO PERÍODO: UNICAUSALIDADE BIOLÓGICA – a partir da descoberta dos


microorganismos, entre eles as bactérias, foi derrubado o mito dos miasmas. Passou-se a
admitir cada vez mais que toda doença deveria ter como determinante algum agente
biológico. Com esse tipo de estudo houve o surgimento de vacinas como forma de prevenção
de doenças, e a descoberta da penicilina para o tratamento de doenças bacterianas. A partir
daí começou-se a ter esperanças de uma vida mais saudável e próspera. Porém a
epidemiologia perdeu um pouco da sua importância, porque se achava que os micróbios eram
as únicas causas das doenças.
TERCEIRO PERÍODO: MULTICAUSALIDADE - o determinismo puramente biológico começou a
ruir quando os estudiosos das doenças descobriram que havia infecção sem doença e que
também, para muitas doenças, hoje reconhecidas como não-infecciosas, não se conseguia
encontrar o agente biológico. “O modelo unicausal em pouco tempo se mostrara insuficiente
para explicar uma gama de novas questões que surgiam com a produção de novos
conhecimentos científicos”. Logo, um novo conceito surge com o estudo de uma antiga
doença, que acompanha o homem, a tuberculose. Esta doença causada por bactérias do tipo
bacilos, pode ter seus agentes convivendo com o hospedeiro sem causar-lhe a quadro clínico,
concluindo que o motivo da manifestação dos sintomas não estava ligado unicamente à
presença do bacilo, outros fatores deveriam estar agindo em conjunto. Foi onde apareceu o
conceito da multicausalidade, na qual a doença não é conseqüência exclusiva da ação de um
único agente, mas que fatores interagem para que ela se manifeste.

QUARTO PERÍODO: A TRÍADE ECOLÓGICA -

Reduções: a transformação de conceitos em variáveis, que, por sua vez,


tornar-se-ão indicadores que assumirão valores quantificáveis para permitir
comparações. Aliás, a prática reducionista na Ciência diz respeito ao
processo lógico de separar um todo em seus constituintes, com o intuito de
achar nas propriedades dos componentes as explicações para aquelas
relativas ao todo (Atlan, 1991)

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