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de sódio em biodiesel
Oliveira, A. P.ã*; Magalhães, A.a; Dellatore, D.a; Castro e Silva, E.a; Antunes, K. C. P.a; Villa, R.
Da.
a
Departamento de Química – Instituto de Ciências Exatas e da Terra – Universidade Federal
do Mato Grosso – Cuiabá – MT.
*
dri_poliv@yahoo.com.br
1. INTRODUÇÃO
Nas sociedades contemporâneas, verifica-se uma imensa utilização de energia,
característica do próprio modelo de desenvolvimento adotado em tais sociedades, que
por motivos econômicos e de especificidade induziu o uso do petróleo como sua
principal fonte energética A cada ano, o consumo de gasolina, diesel e derivados de
petróleo aumenta, os preços dos mesmos tendem a subir e as reservas diminuem.
Além do problema físico, há o problema político como ameaças de guerra ou crise
internacional. (OLIVEIRA; GOMES NETO; MORAES; LIMA, 2002)
A utilização de biodiesel como combustível tem apresentado um potencial
promissor no mundo inteiro. Em primeiro lugar, pela sua enorme contribuição ao meio
ambiente, com a redução qualitativa e quantitativa dos níveis de poluição ambiental, e,
em segundo lugar, como fonte estratégica de energia renovável em substituição ao
óleo diesel e outros derivados do petróleo. (COSTA NETO & ROSSI, 2000)
Contaminantes inorgânicos podem estar presentes em amostras de biodiesel
devido à absorção de metais pela própria planta (matéria-prima) do solo, e/ou podem
ser incorporados durante o processo de produção. O monitoramento quantitativo de
elementos metálicos em amostras de combustíveis é de primordial importância em
termos econômicos, não só para a indústria de combustíveis, mas também para vários
outros setores da indústria e serviços. (GARCIA; MILLA; JIMENIZ; ARTIGA, 1999)
A presença de metais em combustíveis pode reduzir o desempenho dos
motores e contribuir na contaminação ambiental. Uns dos aspectos importantes a
serem considerados são: o fenômeno da corrosão existente na câmara de combustão
de motores automotivos (BETTINELLI; SPEZIA; BARONI; BIZZARRI, 1994) e a
desativação de catalisadores por envenenamento, incrustação ou transformações no
estado sólido. (FIGUEIREDO; RIBEIRO, 1987)
O sódio em biodiesel está relacionado com o fato de hidróxidos alcalinos serem
utilizados como catalisadores no processo de produção de biodiesel por
transesterificação. (MA & HANNA, 1999)
A legislação brasileira, por meio da Resolução nº 42, de 24.11.2004 – DOU
9.12.2004 – RET. DOU 19.4.2005 da Agência Nacional de Petróleo (ANP) estabelece
no caso das espécies metálicas apenas os limites máximos permitidos para sódio +
potássio que é de 10 mg kg-1 de biodiesel.
Os contaminantes inorgânicos presentes nos combustíveis estão normalmente em
baixas concentrações, e requerem técnicas analíticas sensíveis ou sistemas de pré-
concentrações para suas determinações. (KNOTHE; GERPEN; KRAHL, 2005;
VANDESCATEELE, 1993)
Desta forma, o desenvolvimento de procedimentos analíticos para a
determinação de contaminantes inorgânicos em amostras de biodiesel é de extrema
importância, visto que na literatura há poucos trabalhos relacionados.
A fotometria de chama é a mais simples das técnicas analíticas baseadas em
espectroscopia atômica e é utilizada largamente em análises clínicas e controle de
qualidade de alimentos, além de inúmeras outras aplicações, para averiguar a
quantidade de íons de metais alcalinos e alcalino-terrosos, como o sódio. Nesse caso,
a amostra contendo cátions metálicos é inserida em uma chama e analisada pela
quantidade de radiação emitida pelas espécies atômicas ou iônicas excitadas. Esses
elementos emitem radiação eletromagnética na região do visível em uma chama ar-
gás combustível (GLP), que opera em uma temperatura entre 1700 e 1900º C. A
fotometria de chama é, portanto, uma alternativa instrumental de baixo custo para
determinação de Na+ em diferentes tipos de amostras. (NOBREGA; OKUMURA;
CAVALHEIRO, 2005; OLIVEIRA; OKUMURA; NETO; MORAES, 2002)
Este trabalho tem como objetivo propor um método simples, de baixo custo e
fácil operação para a determinação de sódio por fotometria de chama aplicada a
amostras de biodiesel coletadas no Estado de Mato Grosso.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1. Instrumentação
Para as determinações foi utilizado um fotômetro de chama Micronal® modelo
B462.
O procedimento de preparo de amostras por via seca (amostra pirolisada) foi
feito em uma mufla Quimis (Sheffield, UK) capaz de manter temperaturas constantes
numa faixa de 20 - 1200°C.
Uma balança analítica Scientech modelo S210 foi empregada para a pesagem
das amostras de biodiesel.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Figura 1 ilustra a curva analítica utilizada para a determinação das amostras
de biodiesel. Os parâmetros da curva analítica foram os seguintes: ENa = 0,81082 ±
0,63647 + 98,2221 ± 1,23756 [Na, mg L-1] (r = 0,99976 ± 0,9885).
FIGURA 1. Curva analítica utilizada para a determinação de sódio em biodiesel por fotometria
de chama.
TABELA 1. Resultados para sódio (n=3) em amostras de biodiesel (média ± desvio padrão)
utilizando o método proposto.
4. CONCLUSÕES
A fotometria de chama é uma alternativa instrumental de análise de baixo custo
financeiro, operacional e de manutenção para a determinação de sódio em biodiesel.
O procedimento de preparo de amostras via dissolução ácida da amostra previamente
pirolisada é simples e uma série de amostras pode ser preparada ao mesmo tempo,
diminuindo assim o tempo e o custo das análises.
Este método pode auxiliar os produtores de biodiesel no controle de qualidade,
sendo uma nova estratégia de baixo custo, simples, rápida e de fácil operação para a
determinação de sódio em biodiesel.
5. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à FINEP, ANP e CNPq os auxílios financeiros
concedidos.
6. REFERÊNCIAS
BETTINELLI, M.; SPEZIA, S.; BARONI, U.; BIZZARRI, G. The use of reference
materials in the fossil fuels quality control. Mikrochim. Acta, v. 123, p. 217-230, 1996.
KNOTHE, G.; GERPEN, J. V.; KRAHL, J. The Biodiesel Handbook. 1. ed., AOCS
Press, 2005. 304 p.