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FACINTER – FACULDADE INTERNACIONAL DE CURITIBA

ANA CÁSSIA GATELLI PSCHEIDT – RU 375450

RESPONSABILIDADE POR DANO AMBIENTAL

Projeto de pesquisa para artigo a ser


apresentado no Curso de
Especialização em Direito ambiental,
ministrado pela FACINTER-Faculdade
internacional de Curitiba.

CURITIBA
2009
1. TEMA:
RESPONSABILIDADE POR DANO AMBIENTAL.
2. DELIMITAÇÃO DO TEMA:
Responsabilização por dano ambiental: análise no âmbito civil, penal e
administrativo.
3. PROBLEMATIZAÇÃO:
No Brasil, a culpabilidade é o pressuposto da responsabilidade, entretanto, na
esfera ambiental, diante da relevância da preservação do meio ambiente, a
responsabilidade é objetiva, ou seja, basta a remota relação de causalidade
entre o autor e o resultado para comprovar a exigência da responsabilização
pelo dano. Diante disso, quais as responsabilidades da pessoa física ou
jurídica no âmbito das esferas civil, penal e administrativa?
4. JUSTIFICATIVA:
A preservação do meio ambiente é bem de tamanha relevância capaz de
alterar o princípio aplicado no direito, segundo o qual a culpabilidade é o
pressuposto da responsabilidade. O aceleramento da globalização, o processo
de integração das economias e das sociedades, conjugada com o crescimento
descontrolado dos recursos naturais já somam índices alarmantes, e a
legislação brasileira ainda precisa de aprofundamento e amadurecimento, uma
vez que embora existam normas regulamentadoras, exige-se do aplicador e
intérprete do direito, conhecimento dos danos e suas características, já que por
vezes não é de fácil constatação, e seu agente, nem sempre é identificado, o
que torna o tema discutível e questionável, exigindo a busca de parâmetros
seguros para identificação do dano, do agente e a correta aplicação da
responsabilidade, para alcance do propósito definido na Carta Magna.
5. OBJETIVO GERAL:
Definir quais são as responsabilidades da pessoa física ou jurídica no âmbito
das esferas civil, penal e administrativa?
6. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
• Conceituar meio ambiente, dano ambiental e responsabilidade por dano
ambiental no âmbito das esferas civil, penal e administrativa;
• Compreender responsabilidade por dano ambiental no âmbito das
esferas civil, penal e administrativa;
• Analisar dano ambiental e responsabilidade por dano ambiental no
âmbito das esferas civil, penal e administrativa;

2
• Aplicar responsabilidade por dano ambiental no âmbito das esferas civil,
penal e administrativa;
• Apresentar aspectos do dano ambiental e da responsabilidade por dano
ambiental no âmbito das esferas civil, penal e administrativa;
• Levantar meios de aplicação da responsabilidade por dano ambiental no
âmbito das esferas civil, penal e administrativa.
7. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
A natureza, o homem e as criações desse último formam o meio
ambiente, e durante muitos anos diversos conceitos sobre a natureza foram se
modificando, principalmente no que diz respeito aos recursos que eram
considerados inesgotáveis.

Antes mesmo da Constituição Federal de 1988 a lei nº 6.938, de 31


de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, conceituou Meio Ambiente,
em seu artigo 3º , inciso I, vejamos: “ :Art. 3º. Para os fins previstos nesta
Lei, entende-se por:I – meio ambiente: o conjunto de condições, leis,
influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas”.

O caput do artigo 225 da Constituição Federal de 1988, enfatiza o


interesse do legislador ao apresentar o direito do meio ambiente como um
direito fundamental, necessário para a existência harmônica de toda a vida,
assim, dispõe: “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presente e futuras gerações”.

JOSÉ AFONSO DA SILVA conceitua Meio Ambiente como sendo:


“(...) a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais
que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas
formas”. 1

UADI LAMMÊGO BULOS conceitua Meio Ambiente com outro


enfoque, isto é Meio Ambiente é o complexo de relações entre o mundo
natural e os seres vivos.2

1
SILVA, José Afonso. Direito Ambiental Constitucional. São Paulo: Malheiros, 1994, p. 6.
2
BULOS, Uadi Lammêgo. Constituição Federal anotada. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2002, p.1272.
3
A lei n. 9.605/98 que dispõe sobre responsabilidade administrativa,
civil e penal das pessoas físicas e jurídicas, veio somar à legislação pátria,
sendo o melhor instrumento de defesa ambiental em vigência. No texto da lei,
também se encontram caracterizados de forma clara conceitos de meio
ambiente, dano e responsabilidade ambiental.

O dano ambiental é um dano ao meio ambiente, em elementos


distintos ou em reflexo de natureza global, levando em consideração que o
patrimônio lesado atinge a coletividade independentemente de suas
repercussões sobre pessoas e bens. RUI STOCO citando Rolando Drago
afirma que:

“(...) O dano ecológico sempre existiu, como forma de lesão às pessoas e às


coisas pelo meio que vivem. As soluções criadas pelo direito, constantemente
superadas e envelhecidas. Nunca, porém, o divórcio entre o fato e o direito foi tão
grande como agora, quando o dano ecológico sofre verdadeira agravação geométrica
(...)”. 3
JOSÉ RUBENS MORATO LEITE apresenta o dano ambiental:
“O dano ambiental, por sua vez, constitui uma expressão ambivalente, que
designa, certas vezes, alterações nocivas ao meio ambiente e outras, ainda, os efeitos
que tal alteração provoca na saúde das pessoas e em seus interesses. Dano ambiental
significa, em um primeira acepção, uma alteração indesejável ao conjunto de elementos
chamados meio ambiente, como por exemplo, a poluição atmosférica; seria, assim, uma
lesão ao direito fundamental que todos têm de gozar e aproveitar do meio ambiente
apropriado (...)”.4
Com a evolução, a globalização, o desenvolvimento e o uso
descontrolado e desregrado dos recursos naturais, o homem vê a destruição
do meio ambiente influenciando sua sobrevivência diante da escassez que o
circunda. Assim, verifica a importância da proteção, preservação, conservação
e reparação, garantida através de normas regulamentadoras, assegurando,
senão para si, para as gerações futuras um meio ambiente sustentável e
equilibrado.

Existem muitos conceitos de responsabilidade civil, com diferenças


com relação a culpa, pessoa considerada como responsável, ampliação,
repercussão, circunstâncias, forma, razão, entre outras. Dentre muitos,
ressaltamos os seguintes: Segundo MARIA HELENA DINIZ “(...) A
responsabilidade civil é a aplicação de medidas que obriguem uma
pessoa a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiro, em razão

3
STOCO, Rui. Responsabilidade Civil e sua interpretação jurisprudencial. 4.ed. 2. Tiragem. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1999. p. 450.
4
LEITE, José Rubens Morato. Dano Ambiental: do individual ao coletivo, extrapatrimonial. 2.
ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003.

4
de ato por ela mesma praticado, por pessoa por quem ela responde, por
alguma coisa a ela pertencente ou de simples imposição legal”.5

O civilista RUI STOCO assim define:


“(...) A responsabilidade não é fenômeno exclusivo da vida jurídica, antes se
liga a todos os domínios da vida social. A responsabilidade é, portanto, resultado da
ação pela qual o homem expressa o seu comportamento, em face desse dever ou
obrigação. Se atua na forma indicada pelos cânones, não há vantagem, porque
supérfluo em indagar da responsabilidade daí decorrente”.6
Então, a responsabilidade por esses danos causados ao meio
ambiente, seja ela na esfera cível, penal ou administrativa, se destaca como o
instituto jurídico ímpar, pois obriga aquele que alterou as propriedades do meio
ambiente a restaurar/ indenizar/ ser punido e responder pelo que degradou.
8. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO:
Considerando que se pretende conceituar, compreender, interpretar, analisar, e
aplicar meio ambiente, dano e responsabilidade por dano ambiental no âmbito
das esferas civil, penal e administrativa, proceder-se-à uma pesquisa sobre o
tema através de procedimento da metodologia da pesquisa bibliográfica.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BULOS, Uadi Lammêgo, Constituição Federal Anotada. 4. ed. São Paulo:
Saraiva. 2002.
COSTA, Arlindo. Metodologia científica. Mafra: Nosde, 2006. p. 360.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil. v. 7: responsabilidade civil.
São Paulo: Saraiva, 2003.
LEITE, José Rubens Morato. Dano Ambiental: do individual ao coletivo,
extrapatrimonial. 2. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003.
NERY JR., Nelson. Novo Código Civil e legislação Extravagante
Anotados. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002.
PASOLD, Cesar Luiz. Prática da pesquisa jurídica. 2 ed. Florianópolis:
OAB/SC, 1999. p.192.
SILVA, José Afonso. Direito Ambiental Constitucional. São Paulo:
Malheiros, 1994.
STOCO, Rui, Responsabilidade civil e sua interpretação jurisprudencial:
doutrina e jurisprudência. 4. ed. ver. 2ª tiragem. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 1999.

5
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil, v. 7: responsabilidade civil – 17. ed. aum. e atual de
acordo com o no Código Civil. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 36.
6
STOCO, Rui, Idem. Op. Cit, p. 4.
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