Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Carlos Paião
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda gente!
Pó de Arroz
Florbela Espanca
Pó de Arroz,
Na face das pequenas
Será beleza apenas, só
Eu Não Sou Poeta Uma corzinha com
Quem me dera saber Pó de arroz
Fazer versos, rimar
Para um dia escrever Rosa é, mulher o pôs
Que tu és a mulher que eu quero amar E o homem vai nas cenas
Eva e Adão outra vez
Quem me dera fazer poesia É como enfeitar um embrulho
Inspirada na minha paixão Arroz com gorgulho talvez
Inventar sofrimento, agonia,
O amor de Platão (Refrão)
Pó de arroz
Quem me dera chamar-te de musa Do teu arrozal
Em sonetos e coisas que tais Esse pó que é fatal
Uma escrita solene e confusa És a tal que me encanta com
Com palavras a mais Pó de Arroz
Não faz nenhum mal
Refrão: É de arroz integral
Eu não sou poeta, não Infernal, quando chegas com
Não sou poeta Todo o teu arroz (bis)
Nunca fui um grande sofredor
Eu não sou poeta, não Pó de Arroz
Não sou poeta Tens hoje só pra mim
Não te sei falar de amor Pós de perlimpimpim
És um arroz doce sim
Mas seu eu fosse poeta dotado
Pode ser
Um canto de sereia
Serei a tua teia
E tu serás meu algoz
Baile da biblioteca
Mas quando te vais alindar
Sou o vosso professor
Alindada vens dar-me o arroz
E sei de um baile de gala
Carlos Paião Que se dá todas as noites
Nas estantes da tua sala
Eu sou o Orlando
E só venho à escola
De vez em quando Carlos Tê
A Corrente de Jogo És como sofrer um golo
Contra a corrente do jogo
Na toada do Inverno
Quando o frio dá o mote Carlos Tê
Não há maior riqueza
Que ter em cima um capote
O Deserto de Sara
Mas mal uma bola pincha
O sol brilha-me no rosto A minha amiga Sara
Atrás dela um compincha Deita sempre má cara
Cada um logo ao seu posto Quando a chamam ao quadro
Não sabe a matéria dada
Sinto-me que nem archote Fica tensa e não diz nada
Já em mangas de camisa
E tu ó meu rico capote Ela tem uns olhos verdes
Já és poste de baliza De uma tristeza de musgo
Onde correu muita água
Toca, toca, toca a campainha Onde secaram caudais
És balde de água no fogo Rios e rios de mágoa
És como sofrer um golo
Toca, toca, toca a campainha É como se em cada dia
És como sofrer um golo Haja uma travessia
Contra a corrente do jogo Longa de mais para fazer
Mas que deserto é o teu ?
Venha lá o Universo
Venha o Sistema Solar Quem me dera um oásis meu
Quanto a mim não há melhor Plantava-o na tua cara
Que ter bons pés para fintar Para ver a jóia dar
Que é o teu sorriso Sara
Venha o corpo em pormenor
Falanginha, falangeta Sara, Sara
Quanto a mim não há pior Sara, Sara...
Que ter na equipa um perneta
Dizem que acontece a quem
Foi tão breve o intervalo Tem o pai longe da mãe
E o jogo ainda empatado Parte-se ao meio a pessoa
Quem nos dera o regalo Anda-se um tempo a toa
De a seguir haver feriado Leva muito a ficar bem
Cinco dedos
A Fonte das Palavras São cinco bons brinquedos
A fonte das palavras Em sincronização.
É uma fonte de água viva
Jorra desde Adão e Eva Um por um aqui estão,
Para dar o nome às coisas, Resguardados no dedal da nossa mão.