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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Instituto de Tecnologia-IT- Departamento de


Engenharia
Professor: Alexandre Lioi
Alunos: Igor Leite da Silva 200823011-0
Luciano Rú bio Perez 200823012-9
Rodrigo Santos Mendes da Rocha 200823021-8

Dimensionamento de um sistema de
abastecimento de água
Índice
1. Concepção dos dados de projeto
1.1. Estimativa populacional pág.3
1.2. Escolha do manancial e verificação de potencial de abastecimento pág.3
1.3. Cálculo dos valores de vazão referente aos diversos trechos do projeto pág.4
2. Concepção do sistema de abastecimento de água
2.1. Coordenadas geográfica da estação fluviométrica pág.4
2.2. Local da Captação e Tratamento pág.5
2.3. Dimensionamento de gradeamento para captação pág.5
2.4. Dimensionamento do desarenador pág.6
3. Dimensionamento de Adutora
3.1. Adutora 1 (captação-> ETA) pág.7
3.2. Adutora 2 (ETA->Reservatório) pág.8
4. Tratamento de água
4.1. Dimensionamento da Estação de tratamento de Água
4.1.1.Floculador pág.9
4.1.2.Decantação pág.11
4.1.3.Filtração pág.11
4.2. Reservatório pág.12

Referencial bibliográfico pág.13

Anexo A pág. i

Anexo B pág. ii

Anexo C pág. iii

Anexo D pág. vi
Introdução

O abastecimento de água é um dos primeiros tópicos a serem abordados na disciplina


de Saneamento Básico. A partir dos conhecimentos adquiridos em sala de aula

1. Concepção dos dados de projeto


1.1-Estimativa Populacional

Os dados populacionais foram calculados para um horizonte de projeto de 20


anos.

( ln (Pn )−ln (P 0))


Kg=
(t n−t 0)

Pt =P0 .e (Kg(t −t ))
0

Pn = População do ultimo ano observado


P0= população do primeiro ano observado
t = Ano de projeto
t0 = primeiro ano observado
Kg= 0.002208
Pt= 16643,12 habitantes, onde Pt = população
total no ano t

1.2-Escolha do manancial e verificação de potencial de abastecimento

Dados de vazão da estação usina Brumado – em anexo – de 1967 a 2010 que


esta em coordenadas de 615070.38 E, 7582744.55 S.

Q7,10=2408,568441 L/s .

Esta vazão tem uma área de drenagem que abastece a mesma na ordem de
315,66ha, mas o local de captação que fica na coordenada 623302.44 E, 7584261.97
S, fuso 23, tem uma área de drenagem de 20430,5 ha, no qual é calculada uma vazão
de 155,89L/s. Neste caso continuamos com o trabalho pois, a vazão requerida pelo
projeto é menor que os 30% dessa vazão no qual é prevista por lei.

A Demanda de água será foi calculada em função da população estimada em


20 anos, com um consumo de 200 L/pessoa. Em função disso achamos uma demanda
de 3328600 L/dia ou 38,526L/s. Estes dados estão descritos no anexo A e B deste
trabalho.
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1.3-Cálculo dos valores de vazão referente aos diversos trechos do projeto

Para cada trecho do projeto, torna-se necessário o cálculo das vazões. Para
tais, serão utilizadas as seguintes equações:

K1=1.2

K2=1.5

Qprod= 72,12

QAAT= 69,3468

QDIST= 69,3468

A vazão média é calculada a partir da seguinte forma:

P = População de projeto

q = Consumo médio diário per capita

2. Concepção do sistema de abastecimento de água.


2.1. Coordenadas geográfica da estação fluviométrica:

Latitude: -21°51’20” UTM

Longitude: -43°53’11” 7582744,48 S; 615070,38 E


Com o uso do Auto CAD, aplicamos a carta de escala 1:50000 no mesmo e através do
Google Earth e cálculos foi possível o referenciamento da carta com imagens de satélites
NOAA e GeoEye, ambas delas obtidas na utilização do software Google Earth. Assim extraímos
informações do tipo, distancia áreas, coordenadas em UTM e Geográficas dos pontos de
interesse.

Exemplo de cálculo usado para referenciar imagens do Google e carta topográfica:

Ponto de Captação

2,61cm no CAD ---0.4775’ na carta Latitude:- 21°50’47,75”

27,33cm no CAD —5’ na carta Latitude: -21°50’28,65”

Longitude: -43°48’24,61”

UTM = 7584261,97 S; 623302,44 E

2.2. Local da Captação e Tratamento

A Captação da água será feita muito próximo da cidade, por motivos econômicos
colocaremos a captação próxima da estação de tratamento de água, a uma distância de 30
metros e diferença de altura de 8 metros. Depois de tratada essa água vai ser levada por uma
adutora de 52 m altura, e distância de 1404 metros. A partir do reservatório essa água vai ser
distribuída por gravidade, pois onde estará o reservatório é o lugar mais alto da cidade.

2.3. Dimensionamento de gradeamento para captação

Afim de que todos os sedimentos grandes sejam retirados da água, será dimensionado
um gradeamento simples que estará localizado anteriormente a primeira adutora. Assim,
temos os seguintes dados calculados:

Adotando Vmáx= 1,1 m3/s e espaçamento máximo entre as barras de 1cm,


procederemos com os cálculos:

Área útil da Grade

A área útil da grade pode ser definida a partir da seguinte fórmula

Qprod
A u=
( 1−k ) Vmáx

Utilizando a constante k= 0,25 (norma) temos Au = 9 cm. O valor da barra, também


adotado, será de 3mm.

esparçamento entre as barra


E=
esparçamentoentre as barras+espessura das barras

Assim, utilizamos este valor para calcular a eficiência da barra. Obtemos como
resultado uma eficiência de 77%.
O cálculo da área molhada é feita levando-se em consideração a área útil da grade e a
eficiência da mesma. Racionalizando a primeira pela segunda, temos A m= 0,12m2.

Assim, adotaremos um canal de 40 x 30 cm.

O próximo passo diz respeito ao cálculo do número de barras necessárias para a


montagem do gradeamento. Utilizando a largura do canal, a espessura das barras e o
esparçamento entre as barras, torna-se possível determinar-se tal parâmetro. Assim, temos:

largura do canal−espaçamento entre as barras


nºde barras=
es pessuradas barras−esparçamento entre as barras

Deste cálculo, temos como resultado o número de 30 barras.

A perda de carga total calculada da seguinte forma:

(V g ²−V c ²)
hf =
1,4 g

esta expressão depende dos parâmetros Vg e Vc que podem ser definidos da seguinte
forma:

Q
Vg =velocidade através da grade, calculada por Vg=
Lc . Hc

Q
Vc = velocidade no canal, calculada por Vc=
Au . 0,5

O valor calculado será 0,161metros. Assim, encerra-se o dimensionamento da grade.

2.4. Dimensionamento do desarenador

A construção do desarenador também ocorrerá anteriormente a primeira adução. Esta


medida tem como objetivo principal reduzir a turbulência provocada por partículas maiores na
tubulação. Este procedimento também ajudará na confecção de uma Estação de tratamento
mais compacta, já que a mesma estação se localizará próxima a cidade. A realização deste
procedimento torna-se possível apenas porque o comprimento de adução é curto, e os fatores
inerentes a contaminação da água pro partículas presentes dentro da tubulação é quase nulo.

As etapas do processo de desarenação baseiam-se na escolha do diâmetro máximo da


partícula a ser removida da água. para isso, utilizaremos a seguinte fórmula:

Vs=ϕ(3 T .70) onde Vs é a velocidade de sedimentação(m/s) e T a temperatura


média da água (°C).

Adotando este diâmetro igual a 0,5 mm (areia) e a temperatura igual a 25°C, temos
como resultado Vs= 0.0725 m/s
Utilizando um tempo de detenção de 90 s (mínimo 60s), calculamos a altura do
desarenador.

h
V s=
t

Esta altura é de 6,55 m.

Respeitando o valor mínimo para base de 0,5m, dimensionamos o comprimento do


desarenador para 2m, respeitando assim a relação L/b maior ou igual a 4 e a área calculada
igual a 1m².

3. Dimensionamento de Adutora
3.1. Adutora 1 (captação-> ETA)

Para o cálculo da adutora, foram levados em consideração os seguintes dados:

Diferença de Altura entre a captação e a ETA : 8m


Altura de sucção: 2m
Altura de Recalque: 8m
Comprimento da Tubulação: 30 m
Vazão de Projeto: 7,2x10-2 m3/s

Utilizando Bresse, conseguimos estimar o diâmetro necessário para recalque e sucção.


Assim, temos:

D=1,3x(n/24)0,25√ Q

Realizando os cálculos, chegamos ao valor de diâmetro igual a 320 mm,


aproximadamente. Assim, para recalque utilizamos o valor de diâmetro igual a 300 mm para
recalque e 350 mm para sucção.

O próximo passo diz respeito ao Cálculo das perdas de cargas totais provocados pelo
regime turbulento da água. Estas são calculadas da seguinte forma:

Ht=Hr+Hs

Para perda de carga de sucção, temos:

Hs=Hfs+ Hg

Por Hazen-Willians, calculamos a perda de carga distribuída ao longo da tubulação:

Hfs= 10,65 Q1,85 C-1,85 D-4,87x L

A adutora adotada será de Ferro Fundido. Para tal, C= 140. Sendo L o comprimento
total da adutora, temos como resultado:
Hfs= 2,8x10-3m

Para as perdas de cargas distribuídas, utilizou-se a expressão Borda Belanger. Assim,


temos:

Hgs= Σ K V 2 /2g

Neste trecho da tubulação, temos os seguintes acidentes, com seus respectivos valores
de K.

1 válvula de pé = 1,75
1 Curva de 90º = 0,4
1 Redução excêntrica =0,15
Utilizando estes dados e calculando a velocidade de escoamento (V=0,75 m/s) temos
Hgs= 0,088m. Logo, a perda de carga total será de 0,88m.

Analogamente, o mesmo será feito para Recalque. O valor da perda de carga por
recalque será de 1,238 m. Com estes dados, torna-se possível a determinação da altura
manométrica que necessita ser elevada. Para tal, basta ser somado os valores referentes as
perdas de carga a altura manométrica total. Assim, a potência da bomba será calculada em
função do seguinte valor: 10m + 0,88m +1,238m = 12,118m.

Com estes dados, conseguimos realizar o cálculo da potência da Bomba, utilizando a


seguinte formula:

γ .Q . Hm
P(hp)= , onde n é o rendimento da bomba.
75.n

Para um rendimento da bomba de 75% (adotado) temos como resposta:

Potencia da bomba = 16,049 cv

Os dados de traçado de adutora estarão disponíveis no Anexo 3 deste projeto

3.2. Adutora 2 (ETA->Reservatório)

Os dados para confecção desta adutora, obtidos através de observações cartográficas


e altimétricas são:

Diferença de Altura entre a ETA e o Reservatório: 52m


Altura de Recalque: 52m
Comprimento da Tubulação: 1400 m
Vazão de Projeto: 6,9x10-2 m3/s

Os cálculos de perda de carga são análogos aos da primeira adutora. A única diferença
diz respeito a quantidade de acidentes (peças) encontradas na tubulação. Por consequência, o
valor de Σ K será diferente. As peças utilizadas neste trecho da tubulação serão listadas a
seguir:
4 válvulas de parada = 1,75
1 ventosa = 0,5
1 válvula de descarga = 0,2
1 válvula de retenção = 1,75
1 válvula aliviadora = 0,2
2 Curvas de 90° = 0,4
1 Curva de 45° = 0,2

Para este trecho, temos como resultado da perda de Carga Hf= 5,2m e Hg = 0,58m.
assim, a altura manométrica que a bomba necessita levar será de 52m+5,2m+0,58m = 57,78m.
Adotando 60 metros como altura manométrica e realizando o cálculo de potência da Bomba,
temos:

Potencia da bomba = 41,4 cv

Será construindo, em anexo, um passo-a-passo do processo de escolha da bomba


(desconsiderando estes valores de potência acima descritos, já que os mesmos apresentam
valores para bombas de rendimentos “fictícios”). Tal anexo terá como objetivo principal
enlucidar o leitor acerca do processo de escolha de bombas, bem como apresentar
alternativas reais na confecção do projeto de abastecimento de água.

4. Tratamento de água
4.1. Dimensionamento da Estação de tratamento de Água
4.1.1.Floculador

Floculação pode ser definido como um processo físico no qual as partículas


coloidais são colocadas em contato umas com as outras, de modo a permitir o
aumento do seu tamanho físico, alterando, desta forma, a sua distribuição
granulométrica. A floculação tem como objetivo retirar partículas diluídas na agua.

Para este projeto será dimensionado um floculador mecânico, utilizando o


valor de vazão de 0,069 m³/s. Adotaremos o tempo de detenção igual a 25 minutos, já que o
mesmo pode variar de 10 a 30 minutos. Os dados seguem abaixo:

Floculador em série - 4

Tempo de detenção - 25 minutos

Gradientes de velocidade

G1= 70s-1 G3= 40 s-1

G2 = 50 s-1 G4= 20 s-1

Como são 4 floculadores em série temos

T1=t=t2=t3=t4 = 1500/4 = 375s

Como os volumes de todos eles também são iguais, temos:


V1=V2=V3= V4= 0,06934 m³/s x 330s = 26,0025 m³

Altura do Floculador 3,5m

A= V/H => 26,0025/3,5 = 7,4292m³

Para floculador quadrado, L²= 7,4292m² => L= 3,0m

Potencia útil dos floculadores de palhetas

A potencia útil dos floculadores de palheta é calculada através de uma


equação que leva em consideração diversos parâmetros pré-estabelecidos, como
velocidade angular das palhetas, coeficiente de arraste das mesmas, entre outros.
Estes dados serão apresentados a seguir:

Coeficiente de arraste das palhetas = 1,45 x10³

Peso específico do líquido = 12,80 kgf/m³

Relação entre a velocidade da água e das palhetas (k) = 0,25

Comprimento das palhetas (b) = 3m

A partir destes dados, torna-se possível calcular a potencia útil dos


floculadores de parede da seguinte forma:
3
P=1,46 . 10−5 . C0 [ ( 1−k ) n ] . b ∑( Rej 4 −Rij4 )

Temos como resultado uma função de potencia em relação a


velocidade angular das palhetas (n)em RPM.

P = 0,3422 (0,75n)³

Operação do Equipamento SL-01

N1 = 2,1 RPM P1 = 1,34 kgm/s

N2 =3,5 RPM P2 = 6,19 kgm/s

N3 =4,9 RPM P3 = 16,98 kgm/s

Operação do equipamento SL-02

N1 =1,8 RPM P1=1,659 kgm/s

N2 = 3,0 RPM P2 =7,682 kgm/s

N3 = 4,3 RPM P3=22,62 kgm/s

Gradiente de velocidade

√P
G=
μV
G1= (294,49 . P)0,5s-1

G2= 19,845 s-1

G3=70,73 s-1

Resumo equipamento
tanques Módulo N
1 SL-01 4,3 RPM
2 SL-02 3 RPM
3 SL-01 3,3 RPM
4 SL-02 1,8 RPM

4.1.2.Decantação

A decantação é o processo pelo qual se verifica a deposição dos flocos pela


ação da gravidade. A seguir, estão definidos os principais parâmetros de
dimensionamento do tanque de decantação da ETA.

Tas=Q /¿ ) Tas= Q/A

Operação 50m³/(m².dia) escoamento 0,006m/s

tempo de retenção 2,5 h

A=Q/Tas A=0,06934 . 86400/35 A=171,2 m ²

A=171,2m ²=B . L

Onde L=4 B 4 B ²=171,2 B=6,54 m

L=26,2 m

Q .t=0,06934 .60. 60. 2,5=624,06 m ³

V=A.H

624,06=171,2. H

H=3,645 m

4.1.3.Filtração

A filtração é um processo físico em que a água atravessa um leito filtrante, em


geral areia ou areia e carvão, de modo que partículas em suspensão sejam retidas
produzindo um efluente mais limpo. Tradicionalmente existem dois processos distintos
de filtração: filtração lenta e filtração rápida. A opção por um dos métodos depende
principalmente da qualidade da água bruta e do volume a ser tratado o que implica em
profundas diferenças no projeto da ETA.
250 m ³/( m². d)usual

t . inf =Q/ A=250/(m ².d )=0,06934 .86400 / A

A=23,963 m² /3 filtros=8 m ²

L ²=8 m² L=2,83 m

4.2. Reservatório

O reservatório a ser usado é o semi-enterrado, ficará localizado nas coordenadas


624338.49 m E, 7584463.24 m S a 774 metros de Altitude, pois a vazão a ser armazenada é
maior que 800 m³ de água. Como a adução não é constante, pois a bomba vai trabalhar 16
horas, teremos que dimensionar uma vazão de reserva, que será de incêndio e emergência.
Considerando uma vazão na rede de hidrante de 30 l/s por 5 horas para emergência de
incêndio.

Vi=0,030 .3600 . 5=540 m ³

Considerando uma reserva de emergência para qualquer problema de acidente, ou


colapso, adiciona-se uma vazão a mais a ser reservado. Esse acréscimo é calculado da seguinte
forma:

Va=(Vi+Ve )/3=( 3328,6+540) /2=1934,3 m³

Volume a ser reservado=3328,6+1934,3+540=5802,9m ³

Dividiremos em dois reservatórios para facilitar o manejo do mesmo, cada um


comportará 2901,45 m³.

A dimensão de cada reservatório será de 2mx39mx39m.


Referenciais Bibliográficos

http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/Tratam06_dec2.htm?submit=Continua

http://www.saneamento.poli.ufrj.br/documentos/Ernani/Aulas/

FUNASA, Manual de Saneamento, 2006, Brasília.

CARVALHO, Daniel Fonseca de; Notas de Aula IT-144 Hidraulica Aplicada Julho 2010

BATISTA DA SILVA, Leonardo Duarte; Notas de Aula Hidrologia,Agosto 2006

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