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Sustentabilidade na construção civil 

  
A construção civil tem vivido recentemente uma época frutífera,
cujos aumentos nos ganhos, valorização de seus profissionais e
expansão do mercado são só algumas das causas e conseqüências
desta realidade, entretanto como todo setor, deve estar atenta às
demandas da sociedade na qual está inserida.

As questões ambientais têm ocupado, gradativamente, cada vez


mais espaço nos problemas dos países, desenvolvidos ou não, e a
quantidade de resíduos deixados por construções, cerca de cinco
vezes maior do que de produtos, tornou-se um dos centros de
discussões da sustentabilidade.

Algumas ações, como o uso de tintas sem solvente e materiais menos


agressivos de forma geral, qualidade do ar e do espaço interno e
redução de desperdícios com água e energia, como com um uso mais
consciente dos ares condicionados, a inibição do uso desnecessário e
simultâneo dos elevadores e a utilização de energia solar, podem
fazer uma grande diferença e vem sendo pouco a pouco
implementadas.

Pesquisas recentes indicam aumento de cerca de 5% nos gastos no


processo de construção caso sejam feitos investimentos em
sustentabilidade, contudo, a economia a médio e longo prazo, que gira
em torno de 30% nos gastos com água e energia, compensa os gastos
extras.

Em Belo Horizonte, já é possível observar parte dos resíduos de


obras sendo destinados para obras populares ou de caráter público,
possibilitando a substituição de matérias-primas tradicionais.

Mas como toda novidade, deve-se ficar atento, afinal, como


diferenciar construções de fato ambientalmente responsáveis e
outras que apenas se proclamam de tal maneira? Para isto, a
certificação é indispensável, pois a obtenção do certificado
Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), emitido pela
organização United States Green Builting Council, requer uma pré-
certificação e, então, inicia-se processo para concedê-lo ou não. Um
porém é justamente a pré-certificação, uma vez que é conseguida com
base no projeto da obra, que pode não ser seguido devidamente,
portanto uma construtora pode passar uma imagem para seus
clientes que, na verdade, não procede bem como o engano sobre
materiais anunciados como saudáveis ao meio ambiente, mas que não
o são durante todo o seu processo sua utilização.
Assim, cabe as agências reguladoras governamentais estabelecer
e fiscalizar os parâmetros que enquadrem esses empreendimentos
dentro do conceito de sustentabilidade. Trabalhando, juntamente com
a iniciativa privada, para que o impacto causado por esses
empreendimentos e pelos resíduos gerados nas obras de construção
civil e no funcionamento posterior do projeto sejam os mínimos
possíveis.
É muito importante que as próprias agências e a população em geral
sejam capazes de dar preferência aos empreendimentos que sigam as
práticas e determinações da aplicação do conceito de sustentabilidade.
Assim, criam-se as forças necessárias para reunir condições favoráveis
para a criação, o fomento e a consolidação de uma visão empresarial
mais consciente e atenta para as questões ligadas ao meio ambiente e
ao impacto de seus empreendimentos nele. Antes de tornar-se um
impeditivo; o conceito de sustentabilidade tem tudo para tornar-se um
aliado poderoso na venda dos empreendimentos e na construção de
uma imagem positiva para as empresas que adotarem essa visão. O
grande entrave para a criação dessa “visão sustentável” no setor de
construção civil é a enorme dificuldade em relação aos custos, ainda
elevados, de determinados elementos que permitirão o enquadramento
do empreendimento no conceito de sustentabilidade. Essas dificuldades
podem criar na mente do empresariado, a errônea idéia de que, se
elevar seus custos de construção, os possíveis benefícios advindos do
enquadramento do empreendimento no conceito de sustentabilidade
não serão suficientes para proporcionar uma recuperação rápida do
capital investido ou mesmo, gerar um prejuízo final.
No entanto, essa é uma visão equivocada e errônea que
acontece devido principalmente pela pouca cultura sustentável que
esse setor apresenta em nações como a nossa. Felizmente, essa cultura
vem se modificando e os constantes sucessos dos empreendimentos
imobiliários e comerciais baseados no conceito de sustentabilidade
contribuem significativamente para a mudança dessa mentalidade e
para a ampliação, cada vez mais rápida, de novos investimentos em
que se apliquem esses conceitos
As questões ambientais têm ocupado um
grande espaço nos problemas dos países,
desenvolvidos ou subdesenvolvidos. Hoje a
sustentabilidade na construção civil é um tema de
grande importância, a indústria da construção causa
um grande impacto ambiental ao longo de toda a sua
cadeia produtiva.

Há um grande avanço na qualidade da


construção civil nos últimos anos, programas de
redução de perdas e implantação de sistemas de
gestão da qualidade.

Demolições e resíduos sólidos são responsáveis


por um grande impacto ambiental, são dispostas de
maneira clandestina, em terreno baldio, áreas
públicas, ou em aterros. Está prática tem diminuído,
devido ao avanço nas políticas de gerenciamento de
resíduos sólidos, com a criação da Resolução nº 307
do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA,
2002), que estabelece diretrizes, critérios e
procedimentos para a gestão destes resíduos,
classificando-os em quatro diferentes classes:
Os resíduos sólidos da construção civil quando
reciclados podem ser aproveitados em outros setores
da economia. Quando fazemos um processo de
classificação e moagem dos resíduos sólidos,
obtemos agregados para diversas finalidades, tais
como: base para pavimentação, contenção de
encostas, blocos de concretos, tubos para drenagem
etc. Podemos com custos competitivos obter
produtos similares e com ótimo desempenho.

Em relação à construção civil, o aproveitamento


de resíduos é uma das ações que devem ser incluídas
nas práticas comuns de produção de edificações,
visando a sua maior sustentabilidade,
proporcionando economia de recursos naturais e
minimização do impacto no meio – ambiente.

O potencial do reaproveitamento e reciclagem


de resíduos da construção é enorme, a incorporação
destes resíduos em determinados produtos pode vir a
ser extremamente benéfica, já que proporciona
economia de matéria-prima e energia.

O profissional da construção civil deve se


conscientizar que o resíduo sólido gerado em suas
obras é um material que faz parte de um mercado já
existente.

Uma obra com planejamento de resíduos


sólidos garante uma correta reciclagem de materias
nos canteiros de obras.
Com a reciclagem de resíduos sólidos na
construção civil, vamos minimizar impacto ao meio
ambiente, gerado pela produção de materiais de
construção, minimizar poluição e um
desenvolvimento mais sustentável e preservar o meio
ambiente.

 
Que a construção civil é uma das principais molas propulsoras da
economia mundial, isso é inegável. Só para ter uma idéia de sua
importância, no Brasil, ela é responsável por 63% da formação
bruta de capital fixo e 15% do PIB. Além disso, movimenta por
volta de 400 bilhões de reais por ano, sendo responsável por mais
de 2.2 milhões de empregos diretos. Sem contar, ainda, a
infinidade de empregos indiretos.

Apesar de sua indiscutível importância para o


desenvolvimento do país, a construção civil é apontada como uma
das indústrias que mais impactam o meio ambiente. Para se ter
uma idéia, o setor consome 2/3 da madeira natural e cerca de
50% dos recursos naturais do planeta, sendo grande parte de
recursos não renováveis. Além da extração, o processo produtivo
também é bastante nocivo. A fabricação de cimento, por exemplo,
é responsável por 8% do total de emissões de GHG. Fora a
quantidade de material desperdiçado e os resíduos gerados ao
final de uma obra.

Falando especificamente do Brasil, uma das maiores


dificuldades para implementação da sustentabilidade no setor da
construção civil, diz respeito à falta de iniciativas públicas de
infra-estrutura, o que acaba elevando, e muito, o custo de uma
casa ou um prédio sustentável. Como exemplo mais óbvio, há o
fato de termos perfeitas condições climáticas para a utilização de
energias limpas, como a solar e eólica, mas concentrarmos o
investimento em outros tipos, como a termoelétrica e até mesmo
a nuclear.

No mundo já pipocam certificações voltadas para construções


sustentáveis, como a americana LEED (Leadership in Energy and
Environment Design), mais famosa, e a francesa HQE (Haute
Qualité Environment). Há, ainda, a certificação AQUA (Alta
Qualidade Ambiental), baseada na HQE, e que vem a ser o
primeiro referencial técnico para construções sustentáveis
adaptado à nossa realidade. De modo geral, essas certificações se
fundamentam no princípio de eficiência energética, uso racional
de água, coleta seletiva, qualidade ambiental interna da
edificação etc.

Além de uma certificação brasileira, foi criado em agosto de


2007 o CBCS, Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, que
tem como objetivo induzir o setor da construção a utilizar
práticas mais sustentáveis, melhorando a qualidade de vida dos
usuários, dos trabalhadores e do entorno das edificações. O CBDS
é composto por diversos comitês que tratam de assuntos
específicos relacionados à sustentabilidade no setor, como
materiais e finanças (além dos óbvios água e energia).

Mesmo com o custo ainda elevado e o tempo de retorno


relativamente longo, o setor de construção sustentável já tem
grandes iniciativas. Aqui no Rio, na Cidade Nova, está localizado o
primeiro prédio brasileiro de grande porte com certificação LEED,
que abriga a Universidade Corporativa da Petrobras. E o bom da
onda de construção verde é que ela não atinge apenas grandes
empreendimentos ou é demandada apenas por grandes
empresas.

A construtora Vez das Árvores entregou no final de 2008 o


primeiro prédio público sustentável de Santa Catarina, o posto da
Polícia Militar e Ambiental da Praia do Rosa. Através da
bioarquitetura, os responsáveis pelo projeto se focaram num
design que aproveitou a ventilação natural, captação e
aproveitamento da água da chuva, iluminação natural, telhado
verde, painéis solares e tratamento de esgoto anaeróbico. Além
disso, de olho na responsabilidade social, a empresa capacitou
mão de obra local e se preocupou com a acessibilidade de toda
população.

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