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Faculdade Raimundo Marinho

Enfermagem

Luciana Silva Rocha

Bioquímica: Doenças por erro inato do metabolismo

Maceió-2011
Faculdade Raimundo Marinho

Enfermagem

Luciana Silva Rocha

Doenças por erro inato do metabolismo.

Pesquisa solicitada pelo professor


Karlos Lisboa,como requisito
parcialmente avaliativo, da disciplina
de Bioquímica do curso de
enfermagem da faculdade Raimundo
marinho.

Maceió-2011
INTRODUÇÃO

As doenças metabólicas hereditárias ou Erros Inatos do Metabolismo (EIM),


como o próprio nome diz, são alterações no metabolismo de origem hereditária.
Existem mais de 500 tipos de distúrbios envolvendo os processos de síntese,
degradação, armazenamento e transporte de moléculas no organismo. Entre eles está o
distúrbio que acomete Letícia. Se forem analisadas de forma individual, sua freqüência
é rara, mas no conjunto essas doenças acometem uma em cada quatro mil crianças
nascidas.

Elas são classificadas de duas formas: doenças metabólicas hereditárias de


moléculas pequenas, como um aminoácido; e as doenças associadas a moléculas
complexas, como um lipídio. Estas últimas são as chamadas doenças de depósito. Em
ambas as situações as substâncias (aminoáciodos ou lipídios) se acumulam no
organismo e desencadeiam sintomas de ordem motora e/ou neurológica

.www.ufpa.br/lim

FENILCETONÚRIA

O que é ?
Doença causada por falta de uma substância (enzima) que transforma a
fenilalanina (aminoácido) em tirosina. Ocorre um acúmulo de fenilalanina que poderá
afetar o cérebro e levar à deficiência mental. O nome da doença deve-se ao fato de haver
eliminação excessiva de fenilalanina na urina, que fica com um odor semelhante ao do
mofo. As crianças nascem normais mas à medida que recebem alimentos ricos em
fenilalanina, passam a acumulá-la no corpo sem conseguir metabolizá-la. A freqüência
desta doença é de 1 caso em cada 10.000 recém-nascidos.

Durante a gestação a mãe é responsável pelo metabolismo da fenilalanina e,


portanto, a criança com fenilcetonúria é normal ao nascimento e as manifestações
clínicas só ocorrem entre os 03 e 06 meses de vida.

Como se transmite ?
Através dos genes dos pais. Se os pais forem portadores (heterozigotos), existirá uma
chance de 25% de terem um filho doente (homozigoto).

Qual a importância do teste do pezinho ?


A suspeita diagnóstica se faz quando o nível de fenilalanina no sangue for acima de 20
mg/dL e o nível de tirosina no plasma for normal ou reduzido. A causa mais comum de
aumento de fenilalanina no sangue do RN é uma circunstância transitória chamada
tirosinemia transitória. Nesta condição ocorre aumento tanto de tirosina como de
fenilalanina por atividade inadequada da enzima que age sobre a tirosina e é dependente de
vitamina C. Isto ocorre principalmente em recém-nascidos prematuros (embora também
possa ocorrer em recém-nascidos normais) porque as vias metabólicas da fenilalanina só
se desenvolvem a partir dos últimos meses da gravidez. A tirosinemia transitória
geralmente regride, não implicando nos mesmos riscos da fenilcetonúria.

Qual é o tratamento da fenilcetonúria ?


Exclusão de fenilalanina da dieta. Tem bom prognóstico para o desenvolvimento nervoso,
principalmente se iniciada antes de 3 semanas de vida.

GALACTOSEMIA

O que é ?
É uma deficiência de uma enzima (galactose - 1 - fosfato uridil transferase) responsável
pelo processamento do açúcar contido no leite (galactose). Quando as crianças
deficientes desta enzima ingerem leite, ocorre acúmulo de galactose nas células do fígado,
rins, cérebro e olhos, acarretando prejuízo para esses órgãos.

Aspectos bioquímicos do metabolismo normal da galactose


O primeiro passo na metabolização é a reação de transformação da galactose em
galactose-1-fosfato, que é catalisada pela enzima galactoquinase com gasto de ATP. Em
seguida, a galactose-1-fosfato passa pela seguinte reação catalisada pela enzima
galactose-1-P-uridil transferase:
Galactose-1-fosfato + UDP–Glicose → UDP-Galactose + Glicose–1-Fosfato
A UDP-galactose passa pela enzima uridina–difosfogalactose epimerase, que promove
sua transformação em UDP-glicose:
galactoquinase, galactose–1–P–uridil transferase e uridina–difosfogalactose epimerase.
Quando ocorrem as deficiências enzimáticas, a galactose não segue sua via metabólica
normal, e seu acúmulo leva a uma reação que não ocorreria normalmente. Essa reação
se dá pela conversão de galactose em galactitol, um poliálcool de toxicidade elevada, ou
em galactonato, que também é um produto tóxico.

Sintomas

 Hepatomegalia
 Falhas renais
 Catarata
 Danos cerebrais
 Galactosuria
 Deficiências de aprendizagem

Falhas nos ovários


Tipologia da doença

Galactosemia do Tipo 1
É a forma mais comum e grave de galactosemia. Nesse tipo, ocorre deficiência da
galactose-1-P uridil transferase (GALT), a enzima que converte galactose-1-fosfato
(galactose-1-P) em uridina difosfato galactose (UDPgalactose), o que leva ao acúmulo
de galactose-1-fosfato e a sintomas variados.
A deficiência completa da atividade da GALT é conhecida como galactosemia clássica,
e é frequentemente referida com o termo isolado "galactosemia". Pacientes não-tratados
tipicamente têm disfunção hepática e renal; tanto paciente tratados como não-tratados
podem ter catarata, neurodesenvolvimento anormal e insuficiência ovariana precoce.
Atividade parcial da GALT ocorre em numerosas variantes; a mais comum destas é a
variante Duarte, na qual paciente têm um alelo duarte e um alelo clássico (D/G),
resultando em uma atividade enzimática que corresponde a aproximadamente 25% do
normal. Pacientes com dois alelos Duarte (D/D) têm aproximadamente 50% da
atividade enzimática normal.Pacientes com atividade maior ou igual a 50% do normal
se apresentam com pouca ou nenhuma evidência de morbidade neonatal ou a longo
prazo se não tratados.

Galactosemia do Tipo 2
Defeito da galactoquinase leva a acúmulo de galactose, tendo como principais
características os problemas oculares.

Galactosemia do Tipo 3
Causada por deficiência da uridil difosfo galactose-4-epimerase, a galactosemia do tipo
3 é uma forma muito rara, com formas inicial e severa, que aparecem no curso da
doença.

Outros tipos
Existem outros tipos benignos de galactosemia que são assintomáticos como, por
exemplo, a galactosemia Duarte e a variante da raça negra. Notamos, nessas variantes,
deficiências enzimáticas que não levam a quadros sintomáticos graves, como os da
galactosemia clássica.Como se transmite ?
Através dos genes dos pais e de forma recessiva. Ocorre numa freqüência de 1 criança
doente em cada 60.000 nascimentos.

Diagnóstico
O diagnóstico de galactosemia é freqüentemente suspeitado quando um açúcar redutor
que não reage no sistema glicose oxidase é encontrado na urina. Contudo, outros
açúcares além da galactose podem dar o mesmo tipo de reação, e a própria enfermidade
hepática pode resultar em galactosúria (excreção de galactose através da urina).
Portanto, a galactosemia clássica é diagnosticada pela demonstração de que a atividade
da galactose-1-P uridil transferase esteja ausente ou muito baixa nos eritrócitos.
No estado normal, é encontrada a transferase nas células hepáticas, nos leucócitos e nos
eritrócitos, e, na galactosemia, os ensaios permitem a verificação da carência da enzima
nessas células. O diagnóstico pré-natal pode ser realizado por amniocentese, com
cultura de fibroblastos derivados do líquido amniótico.

Tratamento
O tratamento para a galactose se dá pela restrição de galactose e lactose na dieta.
Existem várias formas de galactosemia e as restrições alimentares variam de uma forma
para outra, havendo inclusive discordâncias em algumas formas. Nos casos mais graves,
um monitoramento multidisciplinar, incluindo pediatria, neurologia, oftalmologia,
endocrinologia, genética,nutrição e fonoaudiologia, minimiza os efeitos da doença.
A não-ingestão de galactose e lactose diminui bastante os sintomas, porém podem
ocorrer alguns problemas como deficiência de aprendizagem, distúrbios da fala e, nas
meninas, disfunções ovarianas. O grau em que os sintomas se manifestam em um
paciente submetido a dieta gera discordâncias e pesquisas, não havendo conclusões
precisas e não pássiveis de contestação a esse respeito. Apesar da galactose ser utilizada
na composição de várias estruturas celulares, a sua supressão da alimentação não
causará maiores problemas pois, há um mecanismo metabólico para conversão da
glicose em galactose.
"http://pt.wikipedia.org/wiki/Galactosemia"
Qual a importância do teste do pezinho ?
O diagnóstico precoce pode evitar um agravamento das conseqüências do excesso de
galactose no corpo. Nestes casos a criança não deve tomar leite ou substâncias que
contenham lactose e galactose.

DEFICIÊNCIA DE BIOTIONIDASE

O que é ?
A deficiência de uma enzima que reaproveita uma vitamina chamada biotina e que
resulta na falta desta vitamina. As crianças com esta deficiência podem ter convulsões,
fraqueza muscular, erupções na pele, queda de cabelo, acidez no sangue e deficiência
imunológica.
Como se transmite ?
Através dos genes dos pais .

Qual a importância do teste do pezinho?

A detecção precoce da falta da enzima possibilita o tratamento precoce.Qual é o


tratamento da deficiência da biotinidase ?

Altas doses de biotina.

ANEMIA FALCIFORME

O que é ?
É uma das doenças do sangue causadas por uma alteração na composição da hemoglobina
levando a formação de uma hemoglobina anormal chamada de S.

Como se transmite ?
As hemoglobinopatias são herdadas geneticamente dos pais. A presença de doença
(anemia) e outros sintomas depende da intensidade e também do tipo de alterações da
hemoglobina.

Quais são as conseqüências para o recém - nascido?


Doente (falciforme ou homozigoto SS): é raro e atinge por volta de 8 indivíduos em
cada 100.000 nascimentos. O recém-nascido não apresenta sinais da doença porque nasce
com uma quantidade de hemoglobina fetal aumentada e esta proporciona proteção contra
os efeitos da hemoglobina S (anemia, icterícia, dores ósseas, articulares e abdominais,
infecções de repetição) até os seis meses de idade. Nessa ocasião já se pode confirmar o
diagnóstico da anemia falciforme pelo predomínio de mais de 50% de hemoglobina S
nos glóbulos vermelhos.
Portador (traço falciforme ou heterozigoto S): é mais freqüente e atinge 500 indivíduos
em cada 100.000 nascimentos. A criança portadora não apresenta sinais de doença até os
seis meses de vida. Nestes casos, podem aparecer sintomas similares à anemia falciforme,
com intensidade acentuadamente menor, e também sempre relacionados a situações
desencadeantes como, por exemplo, infecções pulmonares graves, anestesia com baixa
oxigenação, trabalho em condições de baixa oxigenação, avião despressurizado, grandes
altitudes e raramente após exercício físico muito intenso. Em geral, este tipo de portador
permanece assintomático durante toda a vida e o diagnóstico só virá a ser feito com
exames de laboratório.

Qual é a importância do teste do pezinho ?


Teste do pezinho é importante para triagem. Se positivar, indicam-se novos exames após 6
meses de vida. Os pais também deverão realizar a investigação de hemoglobinopatia.

Qual é o tratamento para a anemia falciforme ?


O recém-nascido está protegido contra as manifestações clínicas da anemia falciforme até
os 6 meses pela presença de hemoglobina fetal. Existe necessidade de acompanhamento
médico para todo o doente de anemia falciforme. O traço falciforme NÃO é doença.

GLICOSE 6- FOSFATO DESIDROGENASE (G-6 PD)

O que é ?

A deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) é o distúrbio metabólico mais


comum dos glóbulos vermelhos e é causado por alterações de enzimas que são
fundamentais para a estabilidade da membrana celular dos glóbulos vermelhos. Pacientes
com a deficiência de G6PD podem apresentar destruição de glóbulos vermelhos (anemia
hemolítica) e icterícia.

Como se adquire a doença?


É uma doença herdada geneticamente ligada ao cromossomo X. Portanto acomete mais
paciente do sexo masculino. No Brasil, mais de 1% da população é portadora da doença.

Quais as conseqüências para o recém - nascido?


A grande maioria dos indivíduos deficientes de G6PD são assintomáticos e alguns deles tem
crises agudas de anemia por destruição dos glóbulos vermelhos quando entram em contato
com certos alimentos como a fava, substâncias químicas que podem ou não ser
medicamentos (aspirina,sulfa, etc) e diversas infecções virais. As crises de anemia
hemolítica aguda se produzem pela destruição dos glóbulos vermelhos dentro do vaso
sanguíneos e clinicamente se apresentam com anemia, icterícia e aumento do baço.

Qual a importância do teste do pezinho?

Teste do pezinho é importante para triagem, devendo ser realizados exames específicos
para o diagnóstico.

O que fazer se ele estiver alterado?


Não é necessário tratamento se o bebê não apresentar manifestações clínicas. Deve-se,
todavia, evitar uma série de medicamentos do tipo aspirina, sulfas e outros com potencial
para desencadear a destruição de glóbulos vermelho.
Referências

Htt//WWW.ufp.br/beiradorio/arquivo/beira16/noticias7.html

Htt//WWW.fontedosaber.com/medicina—saude/teste-do-pezinho---doencas-
detectadaspor-ele.html

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