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TÉCNICO ADMINISTRATIVO DO MPU
PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA – LÍNGUA PORTUGUESA
AULA 1

Olá, prezado aluno do Ponto dos Concursos!


Cá estamos nós para mais uma aula do nosso curso de
exercícios para o cargo de técnico administrativo do MPU. Desta vez será
sobre ortografia, seleção vocabular, significação das palavras e
acentuação gráfica. É possível que, a essa altura, alguém tenha se
perguntado: “E o novo Acordo Ortográfico?”. Sim, ele já deu o que falar!
Aliás, em outra ocasião o Cespe/UnB também se manifestou sobre o
assunto. Em matéria publicada dia 28 de dezembro de 2008, o jornal Correio
Braziliense noticiou que, nas provas do Cespe/UnB, “A nova ortografia vai
aparecer a partir de janeiro de 2009 nos enunciados e provas objetivas
[grifo nosso]. Nas discursivas, o candidato terá até 2012 para se adaptar”.
Diante disso, quero alertá-lo sobre a possibilidade (ainda que remota) de o
Cespe/UnB inserir na sua prova alguns itens sobre as novas regras
ortográficas da Língua Portuguesa (ressalte-se que até a presente data isso
não ocorreu).
Como muito material sobre o tema já foi veiculado em jornais,
revistas, internet, livros escolares etc., creio que as novas regras não sejam
mais novidades para muitos concurseiros. Mesmo assim, é importante
atentar parar alguns pontos do novo Acordo: a exclusão do trema, a
permanência do acento diferencial nas formas verbais TÊM e VÊM, a
exclusão do acento nos ditongos EU, EI e OI quando formarem a sílaba
tônica de palavras paroxítonas e a eliminação do acento dos hiatos EE e OO.
As provas trazem poucas questões sobre ortografia, seleção
vocabular, significação das palavras e acentuação gráfica. Aquelas
que aparecem versam, quase sempre, sobre significação das palavras e
acentuação das formas verbais TÊM e VÊM. Por isso tentarei ser o mais
objetivo possível em minhas explicações. Aqui, a intenção é direcioná-lo ao

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que aparece nas provas elaboradas pelo Cespe, por meio de exercícios
específicos. Vamos, então, ao que interessa!

  

A idéia de criação de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira


vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto
Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de José Inácio Borges, que
apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. As
5 discussões em torno da criação de um Tribunal de Contas durariam
quase um século, polarizadas entre aqueles que defendiam a sua
necessidade — para quem as contas públicas deviam ser examinadas
por órgão independente — e aqueles que a combatiam, por
entenderem que as contas públicas podiam continuar sendo
10 controladas por aqueles mesmos que as realizavam.
Originariamente o Tribunal teve competência para exame,
revisão e julgamento de todas as operações relacionadas com a receita
e a despesa da União. A fiscalização fazia-se pelo sistema de registro
prévio. A Constituição de 1891 institucionalizou o Tribunal e conferiu-
15 lhe competências para liquidar as contas da receita e da despesa e
verificar a sua legalidade, antes de serem prestadas ao Congresso
Nacional.
Pela Constituição de 1934, o Tribunal recebeu, entre outras, as
seguintes atribuições: proceder ao acompanhamento da execução
20 orçamentária, registrar previamente as despesas e os contratos, julgar
as contas dos responsáveis por bens e dinheiro públicos, assim como
apresentar parecer prévio sobre as contas do Presidente da República,
para posterior encaminhamento à Câmara dos Deputados. Com
exceção do parecer prévio sobre as contas presidenciais, todas as

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25 demais atribuições do Tribunal foram mantidas pela Carta de 1937. A


Constituição de 1946 acresceu um novo encargo às competências da
Corte de Contas: julgar a legalidade das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões.
A Constituição de 1967, ratificada pela Emenda Constitucional
30 nº 1, de 1969, retirou do Tribunal o exame e o julgamento prévio dos
atos e dos contratos geradores de despesas, sem prejuízo da
competência para apontar falhas e irregularidades que, se não
sanadas, seriam, então, objeto de representação ao Congresso
Nacional.
35 Eliminou-se, também, o julgamento da legalidade de concessões
de aposentadorias, reformas e pensões, ficando a cargo do Tribunal,
tão-somente, a apreciação da legalidade para fins de registro. O
processo de fiscalização financeira e orçamentária passou por
completa reforma nessa etapa. Como inovação, deu-se incumbência à
40 Corte de Contas para o exercício de auditoria financeira e orçamentária
sobre as contas das unidades dos três poderes da União, instituindo-
se, desde então, os sistemas de controle externo, a cargo do
Congresso Nacional, com auxilio da Corte de Contas, e de controle
interno, este exercido pelo Poder Executivo e destinado a criar
45 condições para um controle externo eficaz.
Finalmente, com a Constituição de 1988, o Tribunal de Contas da
União (TCU) teve a sua jurisdição e a sua competência
substancialmente ampliadas. Recebeu poderes para, no auxílio ao
Congresso Nacional, exercer a fiscalização contábil, financeira,
50 orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade, à legitimidade e à
economicidade, e a fiscalização da aplicação das subvenções e da

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renúncia de receitas. Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou


55 privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre
dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou
que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária tem o
dever de prestar contas ao TCU.
Conheça o TCU. Internet:<http://www.tcu.gov.br>.
Acesso em 10/4/2005 (com adaptações).

1. (Cespe/TCU/ACE/2005) É correta a forma variante de grafia do


vocábulo “projeto de lei” (l. 4) com hífen.

Comentário – Ligam-se por hífen os elementos das palavras compostas em


que se mantém a noção da composição, isto é, os elementos das palavras
compostas que mantêm a sua independência fonética, conservando cada um
a sua própria acentuação, porém formando o conjunto perfeita unidade de
sentido. Não é o que se verifica no vocábulo analisado. A expressão “de lei”
é locução adjetiva que caracteriza o substantivo “projeto”.
Resposta – Item errado.

2. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocábulo de que se derivaram formas como


polar, polarizar, “polarizadas” (l. 6) tem acento diferencial.

Comentário – Dá origem a essas palavras o vocábulo pólo (extremidade de


algo), escrito com acento agudo diferencial de intensidade, que estabelece
distinção entre o substantivo que nomeia e a preposição polo (contração
entre a preposição por e o artigo o). Frise-se que o novo Acordo aboliu este

tipo de acento. Manteve-o, porém, no verbo para diferenciá-lo da
preposição por.
Resposta – Item certo.

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3. (Cespe/TCU/ACE/2005) Em “ratificada pela Emenda” (l. 29), o verbo


significa validada.

Comentário – A forma verbal “ratificada” (particípio) tem por sinônimo as


palavras confirmada, validada. É importante que vocês não confundam
essa palavra com seu parônimo retificada, que significa corrigida,
consertada.
Resposta – Item certo.

4. (Cespe/TCU/ACE/2005) Os vocábulos “prejuízo” (l. 31) e atraí


acentuam-se atendendo à mesma regra.

Comentário – Apesar de a primeira ser uma paroxítona e a segunda uma


oxítona, ambas recebem acento pela mesma razão. A vogal I, que forma
hiato com as vogais U e A, constitui a sílaba tônica das palavras em
destaque. Note que ela está sozinha na sílaba. Caso viesse acompanhada de
qualquer letra diferente de S (ju-iz), ou seguida de NH (ra-i-nha), não
receberia acento.
Resposta – Item certo.

5. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocábulo “eficaz” (l. 45) tem nuanças


significativas que o diferenciam do vocábulo efetivo.

Comentário – Ressalte-se que essas palavrinhas não são sinônimas. A


primeira significa o atributo de algo “que tem a virtude ou o poder de
produzir, em condições normais e sem carecer de outro auxílio, determinado
efeito”. A segunda, também adjetivo, diz-se daquilo que é “capaz de
produzir um efeito real”, permanente.
Resposta – Item certo.

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Quem são esses senhores


(...)
Antes de Pitágoras, era necessário que duas vacas e dois
bois se apresentassem diante do comerciante para que ele pudesse
7 concluir que duas vacas mais dois bois perfaziam um total de
quatro animais. Se vacas e bois, cansados de ser contados,
resolvessem pastar no campo, as aritméticas dos comerciantes
10 desmaiariam.
(...)
Nós queremos a Paz, não a Guerra! Queremos Paz, sim,
mas nunca a Passividade! Queremos conter a metástase da
40 globalização.
Augusto Boal. Revista Caros Amigos, nº 47, fev./2001, p.10 (com adaptacões).

6. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, são exemplos de expressões de


sentido conotativo, as quais seriam inadequadas para compor um texto
técnico: “as aritméticas dos comerciantes desmaiariam” (l. 9-10);
“Queremos conter a metástase da globalização” (l. 39-40).

Comentário – A linguagem conotativa tem significado subjetivo, figurado,


abstrato e depende do contexto. Pode muito bem ser utilizada em letras de
música, anúncios publicitários, conversa do dia a dia e até em textos cujo
autor tem a intenção de se aproximar da linguagem informal etc. Mas nunca
deve ser empregada na elaboração de uma redação técnica. Nesses casos, a
linguagem deverá ser a denotativa.
Resposta – Item certo.

A montanha mágica
1 No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos –
um lugar na Suíça onde se reuniram os luminares de todo o

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mundo para discutir as ansiedades que nos paralisam e as


4 perplexidades que nos mobilizam.
Por coincidência, Davos é também o cenário onde se
monta a ação de um famoso romance escrito por Thomas
7 Mann, A Montanha Mágica. O romance é de 1924 e
descreve a vida de um grupo de personagens doentes que, no
princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof,
10 procurando recuperar a saúde.
Um mundo enfermo foi de novo a Davos procurando
diagnosticar seus males e ali, em sucessivos e variados
13 seminários, se indagou onde estaria a cura dos males de nossa
civilização. Lá estavam Tony Blair, Lula e os presidentes de
dezenas de países desimportantes. Lá estavam Bill Gates e os
16 gerentes de agências financiadoras de todo o mundo. Lá
estava até Sharon Stone recolhendo US$1 milhão para as
desgraças na Tanzânia. Enfim, lá estava uma amostra da
19 sociedade atual, ou melhor, lá estavam os pajés das diversas
tribos de nossa sociedade eletrônica tentando exorcizar as
doenças da comunidade.
22 A Montanha Mágica é um romance muito antigo.
Mas, sendo antigo, de repente, é atual, por causa da metáfora
viva que contém e que os sábios do Fórum Econômico
25 Mundial ressuscitaram. Que mágica se pode fazer na
montanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para
sanar os males que corroem as vísceras de nossa comunidade?
28 Penso se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos.

Affonso Romano de Sant’anna, Correio Braziliense, 6/2/2005 (com adaptações).

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7. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, o vocábulo “pajés” (l. 19), empregado


em sentido denotativo, significa presidentes de países.

Comentário – Preliminarmente, precisamos conhecer o significado da


palavra “pajé”: indivíduo que faz as vezes de benzedeiro ou curandeiro nas
sociedades indígenas. Observe que tal palavra surge no mesmo período em
que se emprega o vocábulo “exorcizar” (ação realizada por meio de oração
ou cerimônia religiosa para esconjurar espíritos malignos). Note ainda que a
linha argumentativa do parágrafo em que surgem esses vocábulos fala de
um “mundo enfermo” tentando “diagnosticar” seus “males” e obter a “cura”
deles. Atribuir a “pajé” o significado de presidentes de países é extrapolar
o seu campo semântico. Caso fosse essa a intenção do autor do texto, a
palavra apropriada seria cacique (chefe, líder de comunidade indígena). E
mesmo assim a questão continuaria errada, pois no enunciado está escrito
“sentido denotativo”.
Resposta – Item errado.

8. (Cespe/TCU/ACE/2005) De acordo com a linha argumentativa do texto


III, o vocábulo “sanatório” (l. 28) poderia corretamente ser substituído
pelo sinônimo hospício.

Comentário – O vocábulo “sanatório” significa estabelecimento destinado


ao internamento de doentes submetidos a regime curativo de repouso e está
em perfeita relação semântica com o segundo parágrafo do texto. O
emprego da palavra hospício denotaria asilo de loucos; hospital de
alienados; manicômio.
Resposta – Item errado.

Desenvolvimento, ambiente e saúde

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1 No documento Nosso Futuro Comum, preparado,


em 1987, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento das Nações Unidas, ficou estabelecido,
4 pela primeira vez, novo enfoque global da problemática
ecológica, isto é, o das inter-relações entre as dimensões
físicas, econômicas, políticas e socioculturais. Desde então,
7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão
sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e
a necessidade de uma mudança nos comportamentos
10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de
permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender
às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura
13 sobre a Terra.
(...)
Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).

9. (Cespe/TCU/ACE/2007) A retirada do acento circunflexo na forma


verbal “vêm” (l. 7) provoca incorreção gramatical no texto porque o
sujeito a que essa forma verbal se refere tem dois núcleos:
“compreensão” (l. 7) e “necessidade” (l. 9).

Comentário – Rigidamente, a forma verbal “vêm” (terceira pessoa do plural


do presente do indicativo) deve receber acento circunflexo diferencial de
número. Seu sujeito é composto (“a compreensão sistêmica do ecossistema
hipercomplexo em que vivemos” e “a necessidade de uma mudança nos
comportamentos predatórios e irresponsáveis”). Os núcleos desse tipo de
sujeito estão corretamente indicados no item em análise. Acontece, porém,
que o verbo pode concordar atrativamente com o núcleo mais próximo
(“compreensão”: terceira pessoa do singular) quando vier anteposto ao

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sujeito. Assim sendo, a forma verbal vem não prejudicaria a correção


gramatical do texto, por se tratar de um caso de concordância atrativa.
Resposta – Item errado.

1 Num país territorialmente gigante, em que a censura


restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet
tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao
4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos
variados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha
100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais
7 usuários on-line no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás
apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase
200 milhões.
Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações).

10. (Cespe/TCU/TCE/2007) A palavra “têm” (l. 5) é acentuada porque está


no plural para concordar com “moradores” (l. 4).

Comentário – Você irá perceber o quanto é frequente questões envolvendo


a acentuação das formas verbais TÊM e VÊM. Neste item, o verbo em foco é
escrito com acento circunflexo diferencial de número para concordar com o
substantivo plural “moradores”, que foi substituído pelo pronome relativo
“que”, seu representante semântico. Lembre-se de que o mesmo verbo
deveria ser escrito sem acento diferencial caso o substantivo “moradores”
estivesse no singular: morador.
Resposta – Item certo.

O avanço da publicidade na Internet


1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase
triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de

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3 usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por


mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na rede.
5 Apesar do crescimento, a Internet só detém 2% do mercado
publicitário do país.
Veja, 4/7/2007 (com adaptações).

11. (Cespe/TCU/TCE/2007) Preservam-se a coerência textual e a correção


gramatical da oração ao se substituir “elevação” (l. 2) por aumento.

Comentário – Coerência textual diz respeito ao significado do texto, que é


obtido por meio da relação existente entre as palavras, as frases, os
períodos e os parágrafos do texto. Em relação a esse aspecto, a substituição
proposta não gera prejuízo, pois os vocábulos “elevação” e aumento são
sinônimos. O problema surge em relação à correção gramatical, isto é, em
relação à articulação sintática entre os elementos que compõem o texto.
Façamos a substituição proposta pela banca examinadora: A expansão se
deve à aumento do número... O emprego do substantivo aumento deve vir
acompanhado do artigo definido o, que deve se combinar com a preposição
a exigida pela regência do verbo que a antecede, fazendo surgir ao.
Resposta – Item errado.

12. (Cespe/TCU/TCE/2007) Respeita as regras gramaticais e a coerência


das informações entre o gráfico I1 e o texto verbal a seguinte
afirmação: Os 43% dos usuários de banda larga detém os maiores
gastos publicitários no período de 2003 à 2007.

Comentário – Observe a grafia da forma verbal “detém”, oxítona terminada


por EM. O emprego do acento agudo indica que o sujeito desse verbo deve
ser representado pela terceira pessoa do singular (ele ou ela). Mas será que

1
Desconsidere o gráfico I, pois ele não é necessário para a resolução deste item.

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é isso mesmo que acontece? Não!!! Analise atentamente o período e note


que o sujeito é a expressão “Os 43% dos usuários de banda larga”, que
corresponde à terceira pessoa do plural (eles).
Ainda há outro problema gramatical no período. Agora,
envolvendo o acento indicativo de crase na expressão “no período de 2003 à
2007”. Para não fugirmos do foco desta aula, não comentarei esse fato aqui.
Mas sim na aula específica sobre o assunto.
Resposta – Item errado.

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao


mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,
7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem
eliminar. Vários processos foram experimentados, todos
deixados ao cabo de alguns anos. É curioso que alguns deles
10 coincidissem com os nossos de um e de outro mundo. Os
males não eram gerais, mas eram grandes. Havia eleições
boas e pacíficas, mas a violência, a corrupção e a fraude
13 inutilizavam em algumas partes as leis e os esforços leais dos
governos. Votos vendidos, votos inventados, votos destruídos,
era difícil alcançar que todas as eleições fossem puras e
16 seguras. Para a violência havia aqui uma classe de homens,
felizmente extinta, a que chamam pela língua do país,
kapangas ou kapengas. Eram esbirros particulares,
19 assalariados para amedrontar os eleitores e, quando fosse

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preciso, quebrar as urnas e as cabeças. Às vezes quebravam


só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas. Estas
22 cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão
especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum
pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram
25 dados pela vontade soberana do país. A corrupção era menor
que a fraude; mas a fraude tinha todas as formas. Enfim,
muitos eleitores, tomados de susto ou de descrença, não
28 acudiam às urnas.
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

13. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) De acordo com o


texto, os vocábulos “corrupção” e “fraude” (l. 12, 25 e 26) estão sendo
empregados como sinônimos.

Comentário – Observe que o autor estabelece um comparação entre os


dois vocábulos na seguinte passagem: “A corrupção era menor que a
fraude; mas a fraude tinha todas as formas”. Esse fato já é suficiente para
que entendamos que as palavras estão sendo usadas com valores
semânticos diferentes. Se não fosse assim, a comparação seria incoerente.
Resposta – Item errado.

(...)
A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me
lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um
19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que
estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e
os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei
22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto

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o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos


eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os
25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam
uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;
em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação
28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de
moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia
universal.
Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.

14. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra


“panacéia” (l. 29) significa estratégia, método.

Comentário – O substantivo “panacéia” (ou panaceia, conforme o novo


Acordo Ortográfico) significa “remédio para todos os males”.
Resposta – Item errado.

1 Uma antiga preocupação dos legisladores do


passado era a de assegurar o direito dos povos de manter
“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os
4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em
troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão
de seu poder. Era de tal forma o respeito a essa autonomia
7 relativa que, em certo momento do regime cruel de
Tibério, as eleições chegaram a ser suspensas em Roma,
mas se mantiveram nas províncias.
10 Muitos defendem o federalismo, quando se
encontram na oposição, mas dele se esquecem quando
chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta
13 de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos

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dos estados e da União, quando deveriam articular-se em


busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia
16 política.
Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 24/11/2006.

15. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra


“manietados” (l. 12) está sendo empregada com o sentido de
mobilizados.

Comentário – O adjetivo “manietados” significa: de mãos amarradas,


tolhido de fazer algo, imobilizado. Possui, pois, significado contrário
(antônimo) ao do adjetivo mobilizados: pôr-se em ação para uma tarefa,
movimentar-se.
Resposta – Item errado.

1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21


países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência
Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,
4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a
fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações
como fórum de diálogo, cooperação e concertamento
7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais
que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as
características próprias de cada uma das nossas múltiplas
10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma
unidade na diversidade.
(...)
Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.
Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).

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16. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) De acordo com as regras de


acentuação gráfica da língua portuguesa, a palavra “ibero-americanos”
(l. 2) também poderia ser corretamente escrita da seguinte forma:
íbero-americanos.

Comentário – A palavra “ibero” é paroxítona terminada em “o”; por isso


não recebe acento. Ela não possui dupla prosódia, ou seja, não há variação
da sílaba tônica – como em “acrobata” (paroxítona) ou “acróbata”
(proparoxítona) – para justificar sua pronúncia como uma proparoxítona.
Resposta – Item errado.

1 O poder político é produto de uma convenção, não


da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de
7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao
contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade
conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da
10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à
preservação da propriedade.
(...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,
ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

17. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A organização do texto permite a


substituição da expressão “ao contato” (l.7-8) por à convivência, sem
prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção
gramatical.

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Comentário – A palavra “contato” foi empregada figuradamente para


indicar relação de proximidade, relacionamento contínuo, coexistência,
mesmo significado que “convivência”.
Resposta – Item certo.

18. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 3, a argumentação do


texto mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados,
em significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca
de posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção
gramatical do texto.

Comentário – Não se deixe levar pelo “canto da sereia”. Esse jogo de


palavras tem a finalidade de distraí-lo. Vá ao texto e troque os dois termos
de posição: “...e nasce juntamente com os homens, quando a sociedade
decidem...”. Apesar de os dois termos serem sinônimos textuais e de
estarem empregado em sentido conotativo (a “sociedade” não nasce
literalmente e “homens” não representa apenas seres do sexo masculino), a
troca causa prejuízo à correção gramatical do texto, pois desfaz-se a
concordância entre o verbo “decidem” e o sujeito correspondente.
Resposta – Item errado.

1 Com um alto grau de urbanização, o Brasil já


apresenta cerca de 80% da população nas cidades, mas,
como advertem estudiosos do assunto, o país ainda tem
4 muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos.
(...)
o alerta: onde morar em metrópoles? É melhor optar por uma
28 casa ou um apartamento o mais distante possível — a dois

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quarteirões, no mínimo — das ruas e avenidas mais


movimentadas. (...)
Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).

19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A substituição de “cerca de” (l.2) por


acerca de manteria a correção gramatical do período.

Comentário – Cerca de e acerca de são locuções prepositivas, mas elas


não devem ser confundidas. A primeira é usada para indicar quantidade
aproximada; a segunda equivale-se à preposição sobre.
Resposta – Item errado.

20. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Manteria a correção gramatical e o


    
sentido do texto a inserção de  no lugar de “a dois
quarteirões” (l.28-29).

Comentário – A forma verbal “há”, nesse contexto, causaria incoerência,


visto que indicaria a existência de dois quarteirões. Não é isso o que se
pretende dizer no texto. O autor pretende indicar a distância mínima da
localização do imóvel. Nesse sentido, o vocábulo adequado é “a”.
Resposta – Item errado.

(...) Tendo como principal propósito a


13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à
constituição de uma nação-Estado verdadeiramente
unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no
16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o
crescimento era enormemente inibido pela ausência de um
sistema nacional de comunicações e de que o
19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial
para o alargamento da base econômica do país. (...)

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Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

21. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra “crucial” (l.19) está sendo


empregada com o sentido de árduo, difícil.

Comentário – Cuidado com as aparências. Em se tratando de significação


contextual de palavras e expressões, a melhor coisa que você deve fazer é ir
ao texto. O adjetivo crucial pode realmente ser utilizado para caracterizar
algo árduo, difícil, espinhoso: Deixar a casa paterna foi uma decisão crucial.
Mas, no texto em que surge, ele expressa a importância para que algo
aconteça, ocorra, ou exista; é o mesmo que capital, essência, fundamental.
Resposta – Item errado.

1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente


difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os
primeiros homens em contato com a natureza. (...)
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

22. (Cespe/Antaq/Especialista – Economia/2009) No desenvolvimento da


textualidade, a substituição do trecho “em que vivemos” (l.1) por no
qual vivemos ou por onde vivemos não acarreta prejuízo para a
coerência nem para a correção gramatical do texto.

Comentário – A ênfase aqui será dada ao emprego de onde, que é usado


com verbo estático (“vivem”) que pede a preposição em; na língua
portuguesa não existe a contração nonde, supostamente indicada por em
+ onde.
O pronome relativo que pode ser substituído por o/a qual.
Logo, a forma em que pode ser trocado pela forma no/na qual, conforme
o caso.
Resposta – Item certo.

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1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro


do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é
obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.
4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às
vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,
concepções de desenvolvimento e interesses distintos e
7 conflitantes.
(...)
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

23. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 2, mantendo-se a correção


gramatical do texto, pode-se empregar em que ou onde em lugar de
“no qual”.

Comentário – Esta foi só para confirmar o que eu disse anteriormente e


como o Cespe, volta e meia, explora o emprego dessas expressões. Quando
tratarmos de pronomes, falaremos mais sobre o uso dos relativos.
Resposta – Item certo.

24. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) As palavras “líderes”,


“empréstimo”, “Econômico” e “públicas” recebem acento gráfico com
base na mesma justificativa gramatical.

Comentário – Sim, todas são proparoxítonas.


Resposta – Item certo.

O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,


ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.
7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria

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Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.


Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o
10 acordo. (...)
Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008.

25. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) A palavra “chancelaram” (l.9)


está sendo empregada com o sentido de sancionaram.

Comentário – Sim, ela significa dar aprovação ou aceitação a; confirmar,


ratificar; aprovar; sancionar: O presidente chancelou a proposta do ministro.
Resposta – Item certo.

Canção do Ver (fragmento)


1 Por viver muitos anos
dentro do mato
Moda ave
4 O menino pegou
um olhar de pássaro –
Contraiu visão fontana.
7 Por forma que ele enxergava
as coisas
Por igual
10 como os pássaros enxergam.
As coisas todas inominadas.
Água não era ainda a palavra água.
13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.
As palavras eram livres de gramáticas e
Podiam ficar em qualquer posição.
16 Por forma que o menino podia inaugurar.
Podia dar às pedras costumes de flor.

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Podia dar ao canto formato de sol.


19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a
[palavra abelha e entrar dentro dela.
Como se fosse infância da língua.
Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.

26. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) A respeito do vocabulário do texto


acima, assinale a opção incorreta.

a) “Moda” (v.3) significa conjunto de opiniões, gostos e apreciações


críticas, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por
determinado grupo humano em um dado momento histórico.
b) O sentido do vocábulo “Contraiu” (v.6) restringe as possibilidades
semânticas de “pegou” (v.4).
c) Na expressão “visão fontana” (v.6), o vocábulo sublinhado, adjetivo
derivado de fonte, foi metaforicamente empregado com sentido de
originário, gerador, causal, seminal.
d) Em “As palavras eram livres de gramáticas” (v.14), o vocábulo
sublinhado alude a regras gramaticais.
e) O vocábulo “posição” (v.15) refere-se à sintaxe, entendida como
disposição harmoniosa de partes ou elementos da frase.

Comentário – Mais uma vez quero frisar que o contexto não deve ser
desprezado durante a resolução de questões sobre o significado de palavras.
No texto, a expressão “Moda ave” significa maneira ou modo distinto e
peculiar como o menino vivia: de acordo com os hábitos de uma ave.
Resposta – A

A diferença na linguagem

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1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na


arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos
acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam
4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.”
Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso
prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de
7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no
espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do
Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido
10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à
modulação da voz significa estar cego às modalidades do
sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a
13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da
desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas
também a indicação do estatuto que Rousseau confere à
16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição
entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre
presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que
19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos
signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à
Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento
22 essencialmente homogêneo.
Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

27. (Cespe/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias do texto 3,


julgue (C ou E) o item a seguir.

A palavra “acentos” (l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que


“acento” (l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação.

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Comentário – Esta questão é para você constatar como o Cespe


recentemente cobrou noções de polissemia em uma de suas provas. Creio
que não é difícil perceber os sentidos das palavras destacadas, mas é bom
ficar atento e não se deixar levar pelas “aparências”. Na dúvida, volte ao
texto.
Resposta – Item certo.

28. (CESPE/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias e aos


aspectos gramaticais do texto, assinale a opção correta.

a) O uso recorrente de vocábulos pertencentes aos campos semânticos da


visão e da audição prejudica a coerência e a coesão do texto.

b) É a mesma a justificativa para o uso de inicial maiúscula em


“Gramático” (l.9) e em Gramática (l.21).

Comentário – Alternativa A: é o contrário! Pela afinidade de sentidos


existente entre elas, as palavras do mesmo campo semântico contribuem
com a coerência e a coesão do texto.
Alternativa B: os motivos são diferentes. Na linha 9, o
termo designa o profissional; na linha 21; designa o nome de uma disciplina,
uma área do conhecimento.
Lemos em Cegalla (Novíssima gramática da Língua
Portuguesa, 2008, página 66) que o emprego de iniciais maiúsculas é
facultativo nos dois casos (repare como a mesma palavra surgiu na linha 1).
O autor nos dá os seguintes exemplos: Doutor Paulo ou doutor Paulo;
Professor Renato ou professor Renato; Matemática ou matemática.
Resposta – Itens errados.

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Receita – 96:924$985

1 No orçamento do ano passado houve supressão de


várias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto,
calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985.
4 E não empreguei rigores excessivos. Fiz apenas
isto: extingui favores largamente concedidos a pessoas que
não precisavam deles e pus termo às extorsões que afligiam
7 os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados,
escorchados, esbrugados pelos exatores.
(...)
Graciliano Ramos. 2.º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do
município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.
Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

29. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Considerando os


sentidos e aspectos gramaticais do texto, julgue a opção abaixo.

A expressão explorados pelos cobradores de impostos, embora


menos enfática, é coerente com o sentido geral do trecho “ raspados,
escorchados, esbrugados pelos exatores” (l.7-8).

Comentário – Para acertar esta questão, você precisa saber (ou pelo
menos “perceber”) o significado das seguintes palavras:

a) “raspados” – deixados sem nada, furtados, roubados;


b) “escorchados” – diz-se de quem foi explorado (O fiscal
corrupto tinha até uma lista dos comerciantes
escorchados.);
c) “esbrugados” – que está sem carnes, descarnado (Osso
esbrugado.); figuradamente, diz-se de quem ficou sem
nada, sem nenhum recurso, foi exposto totalmente;

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d) “exatores” – cobrador de impostos.

Resposta – Item certo.

Por hoje é só. Não se esqueça de revisar todo o conteúdo


durante a semana. Além disso, intensifique o hábito de leitura e, sempre que
tiver dúvidas quanto à grafia e ao significado de uma palavra, consulte um
bom dicionário, e não despreze o contexto em que ela está inserida. Isso o
ajudará a escrever corretamente e entender o significado das palavras em
um texto.
Na próxima aula, estudaremos o emprego das classes de
palavras.
Fique com Deus e até lá!

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

Breve histórico
A idéia de criação de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira
vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto
Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de José Inácio Borges, que
apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. As
5 discussões em torno da criação de um Tribunal de Contas durariam
quase um século, polarizadas entre aqueles que defendiam a sua
necessidade — para quem as contas públicas deviam ser examinadas
por órgão independente — e aqueles que a combatiam, por
entenderem que as contas públicas podiam continuar sendo
10 controladas por aqueles mesmos que as realizavam.
Originariamente o Tribunal teve competência para exame,
revisão e julgamento de todas as operações relacionadas com a receita
e a despesa da União. A fiscalização fazia-se pelo sistema de registro
prévio. A Constituição de 1891 institucionalizou o Tribunal e conferiu-
15 lhe competências para liquidar as contas da receita e da despesa e
verificar a sua legalidade, antes de serem prestadas ao Congresso
Nacional.
Pela Constituição de 1934, o Tribunal recebeu, entre outras, as
seguintes atribuições: proceder ao acompanhamento da execução
20 orçamentária, registrar previamente as despesas e os contratos, julgar
as contas dos responsáveis por bens e dinheiro públicos, assim como
apresentar parecer prévio sobre as contas do Presidente da República,
para posterior encaminhamento à Câmara dos Deputados. Com
exceção do parecer prévio sobre as contas presidenciais, todas as
25 demais atribuições do Tribunal foram mantidas pela Carta de 1937. A

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Constituição de 1946 acresceu um novo encargo às competências da


Corte de Contas: julgar a legalidade das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões.
A Constituição de 1967, ratificada pela Emenda Constitucional
30 nº 1, de 1969, retirou do Tribunal o exame e o julgamento prévio dos
atos e dos contratos geradores de despesas, sem prejuízo da
competência para apontar falhas e irregularidades que, se não
sanadas, seriam, então, objeto de representação ao Congresso
Nacional.
35 Eliminou-se, também, o julgamento da legalidade de concessões
de aposentadorias, reformas e pensões, ficando a cargo do Tribunal,
tão-somente, a apreciação da legalidade para fins de registro. O
processo de fiscalização financeira e orçamentária passou por
completa reforma nessa etapa. Como inovação, deu-se incumbência à
40 Corte de Contas para o exercício de auditoria financeira e orçamentária
sobre as contas das unidades dos três poderes da União, instituindo-
se, desde então, os sistemas de controle externo, a cargo do
Congresso Nacional, com auxilio da Corte de Contas, e de controle
interno, este exercido pelo Poder Executivo e destinado a criar
45 condições para um controle externo eficaz.
Finalmente, com a Constituição de 1988, o Tribunal de Contas da
União (TCU) teve a sua jurisdição e a sua competência
substancialmente ampliadas. Recebeu poderes para, no auxílio ao
Congresso Nacional, exercer a fiscalização contábil, financeira,
50 orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade, à legitimidade e à
economicidade, e a fiscalização da aplicação das subvenções e da
renúncia de receitas. Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou

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55 privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre


dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou
que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária tem o
dever de prestar contas ao TCU.
Conheça o TCU. Internet:<http://www.tcu.gov.br>.
Acesso em 10/4/2005 (com adaptações).

1. (Cespe/TCU/ACE/2005) É correta a forma variante de grafia do


vocábulo “projeto de lei” (l. 4) com hífen.

2. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocábulo de que se derivaram formas como


polar, polarizar, “polarizadas” (l. 6) tem acento diferencial.

3. (Cespe/TCU/ACE/2005) Em “ratificada pela Emenda” (l. 29), o verbo


significa validada.

4. (Cespe/TCU/ACE/2005) Os vocábulos “prejuízo” (l. 31) e atraí


acentuam-se atendendo à mesma regra.

5. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocábulo “eficaz” (l. 45) tem nuanças


significativas que o diferenciam do vocábulo efetivo.

Quem são esses senhores


(...)
Antes de Pitágoras, era necessário que duas vacas e dois
bois se apresentassem diante do comerciante para que ele pudesse
7 concluir que duas vacas mais dois bois perfaziam um total de

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quatro animais. Se vacas e bois, cansados de ser contados,


resolvessem pastar no campo, as aritméticas dos comerciantes
10 desmaiariam.
(...)
Nós queremos a Paz, não a Guerra! Queremos Paz, sim,
mas nunca a Passividade! Queremos conter a metástase da
40 globalização.
Augusto Boal. Revista Caros Amigos, nº 47, fev./2001, p.10 (com adaptacões).

6. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, são exemplos de expressões de


sentido conotativo, as quais seriam inadequadas para compor um texto
técnico: “as aritméticas dos comerciantes desmaiariam” (l. 9-10);
“Queremos conter a metástase da globalização” (l. 39-40).

A montanha mágica
1 No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos –
um lugar na Suíça onde se reuniram os luminares de todo o
mundo para discutir as ansiedades que nos paralisam e as
4 perplexidades que nos mobilizam.
Por coincidência, Davos é também o cenário onde se
monta a ação de um famoso romance escrito por Thomas
7 Mann, A Montanha Mágica. O romance é de 1924 e
descreve a vida de um grupo de personagens doentes que, no
princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof,
10 procurando recuperar a saúde.
Um mundo enfermo foi de novo a Davos procurando
diagnosticar seus males e ali, em sucessivos e variados
13 seminários, se indagou onde estaria a cura dos males de nossa
civilização. Lá estavam Tony Blair, Lula e os presidentes de

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dezenas de países desimportantes. Lá estavam Bill Gates e os


16 gerentes de agências financiadoras de todo o mundo. Lá
estava até Sharon Stone recolhendo US$1 milhão para as
desgraças na Tanzânia. Enfim, lá estava uma amostra da
19 sociedade atual, ou melhor, lá estavam os pajés das diversas
tribos de nossa sociedade eletrônica tentando exorcizar as
doenças da comunidade.
22 A Montanha Mágica é um romance muito antigo.
Mas, sendo antigo, de repente, é atual, por causa da metáfora
viva que contém e que os sábios do Fórum Econômico
25 Mundial ressuscitaram. Que mágica se pode fazer na
montanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para
sanar os males que corroem as vísceras de nossa comunidade?
28 Penso se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos.

Affonso Romano de Sant’anna, Correio Braziliense, 6/2/2005 (com adaptações).

7. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, o vocábulo “pajés” (l. 19), empregado


em sentido denotativo, significa presidentes de países.

8. (Cespe/TCU/ACE/2005) De acordo com a linha argumentativa do texto


III, o vocábulo “sanatório” (l. 28) poderia corretamente ser substituído
pelo sinônimo hospício.

Desenvolvimento, ambiente e saúde


1 No documento Nosso Futuro Comum, preparado,
em 1987, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento das Nações Unidas, ficou estabelecido,
4 pela primeira vez, novo enfoque global da problemática

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ecológica, isto é, o das inter-relações entre as dimensões


físicas, econômicas, políticas e socioculturais. Desde então,
7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão
sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e
a necessidade de uma mudança nos comportamentos
10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de
permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender
às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura
13 sobre a Terra.
(...)
Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).

9. (Cespe/TCU/ACE/2007) A retirada do acento circunflexo na forma


verbal “vêm” (l. 7) provoca incorreção gramatical no texto porque o
sujeito a que essa forma verbal se refere tem dois núcleos:
“compreensão” (l. 7) e “necessidade” (l. 9).

1 Num país territorialmente gigante, em que a censura


restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet
tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao
4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos
variados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha
100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais
7 usuários on-line no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás
apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase
200 milhões.
Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações).

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10. (Cespe/TCU/TCE/2007) A palavra “têm” (l. 5) é acentuada porque está


no plural para concordar com “moradores” (l. 4).

O avanço da publicidade na Internet


1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase
triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de
3 usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por
mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na rede.
5 Apesar do crescimento, a Internet só detém 2% do mercado
publicitário do país.
Veja, 4/7/2007 (com adaptações).

11. (Cespe/TCU/TCE/2007) Preservam-se a coerência textual e a correção


gramatical da oração ao se substituir “elevação” (l. 2) por aumento.

12. (Cespe/TCU/TCE/2007) Respeita as regras gramaticais e a coerência


das informações entre o gráfico I2 e o texto verbal a seguinte
afirmação: Os 43% dos usuários de banda larga detém os maiores
gastos publicitários no período de 2003 à 2007.

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao


mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,

2
Desconsidere o gráfico I, pois ele não é necessário para a resolução deste item.

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7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem


eliminar. Vários processos foram experimentados, todos
deixados ao cabo de alguns anos. É curioso que alguns deles
10 coincidissem com os nossos de um e de outro mundo. Os
males não eram gerais, mas eram grandes. Havia eleições
boas e pacíficas, mas a violência, a corrupção e a fraude
13 inutilizavam em algumas partes as leis e os esforços leais dos
governos. Votos vendidos, votos inventados, votos destruídos,
era difícil alcançar que todas as eleições fossem puras e
16 seguras. Para a violência havia aqui uma classe de homens,
felizmente extinta, a que chamam pela língua do país,
kapangas ou kapengas. Eram esbirros particulares,
19 assalariados para amedrontar os eleitores e, quando fosse
preciso, quebrar as urnas e as cabeças. Às vezes quebravam
só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas. Estas
22 cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão
especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum
pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram
25 dados pela vontade soberana do país. A corrupção era menor
que a fraude; mas a fraude tinha todas as formas. Enfim,
muitos eleitores, tomados de susto ou de descrença, não
28 acudiam às urnas.
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

13. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) De acordo com o


texto, os vocábulos “corrupção” e “fraude” (l. 12, 25 e 26) estão sendo
empregados como sinônimos.

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(...)
A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me
lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um
19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que
estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e
os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei
22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto
o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos
eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os
25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam
uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;
em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação
28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de
moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia
universal.
Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.

14. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra


“panacéia” (l. 29) significa estratégia, método.

1 Uma antiga preocupação dos legisladores do


passado era a de assegurar o direito dos povos de manter
“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os
4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em
troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão
de seu poder. Era de tal forma o respeito a essa autonomia
7 relativa que, em certo momento do regime cruel de
Tibério, as eleições chegaram a ser suspensas em Roma,
mas se mantiveram nas províncias.

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10 Muitos defendem o federalismo, quando se


encontram na oposição, mas dele se esquecem quando
chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta
13 de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos
dos estados e da União, quando deveriam articular-se em
busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia
16 política.
Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 24/11/2006.

15. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra


“manietados” (l. 12) está sendo empregada com o sentido de
mobilizados.

1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21


países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência
Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,
4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a
fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações
como fórum de diálogo, cooperação e concertamento
7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais
que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as
características próprias de cada uma das nossas múltiplas
10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma
unidade na diversidade.
(...)
Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.
Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).

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16. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) De acordo com as regras de


acentuação gráfica da língua portuguesa, a palavra “ibero-americanos”
(l. 2) também poderia ser corretamente escrita da seguinte forma:
íbero-americanos.

1 O poder político é produto de uma convenção, não


da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de
7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao
contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade
conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da
10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à
preservação da propriedade.
(...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,
ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

17. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A organização do texto permite a


substituição da expressão “ao contato” (l.7-8) por à convivência, sem
prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção
gramatical.

18. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 3, a argumentação do


texto mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados,
em significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca

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de posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção


gramatical do texto.

1 Com um alto grau de urbanização, o Brasil já


apresenta cerca de 80% da população nas cidades, mas,
como advertem estudiosos do assunto, o país ainda tem
4 muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos.
(...)
o alerta: onde morar em metrópoles? É melhor optar por uma
28 casa ou um apartamento o mais distante possível — a dois
quarteirões, no mínimo — das ruas e avenidas mais
movimentadas. (...)
Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).

19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A substituição de “cerca de” (l.2) por


acerca de manteria a correção gramatical do período.

20. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Manteria a correção gramatical e o


sentido do texto a inserção de há dois quarteirões no lugar de “a dois
quarteirões” (l.28-29).

(...) Tendo como principal propósito a


13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à
constituição de uma nação-Estado verdadeiramente
unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no
16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o
crescimento era enormemente inibido pela ausência de um

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sistema nacional de comunicações e de que o


19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial
para o alargamento da base econômica do país. (...)
Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

21. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra “crucial” (l.19) está sendo


empregada com o sentido de árduo, difícil.

1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente


difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os
primeiros homens em contato com a natureza. (...)
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

22. (Cespe/Antaq/Especialista – Economia/2009) No desenvolvimento da


textualidade, a substituição do trecho “em que vivemos” (l.1) por no
qual vivemos ou por onde vivemos não acarreta prejuízo para a
coerência nem para a correção gramatical do texto.

1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro


do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é
obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.
4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às
vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,
concepções de desenvolvimento e interesses distintos e
7 conflitantes.
(...)
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

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23. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 2, mantendo-se a correção


gramatical do texto, pode-se empregar em que ou onde em lugar de
“no qual”.

24. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) As palavras “líderes”,


“empréstimo”, “Econômico” e “públicas” recebem acento gráfico com
base na mesma justificativa gramatical.

O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,


ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.
7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria
Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.
Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o
10 acordo. (...)
Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008.

25. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) A palavra “chancelaram” (l.9)


está sendo empregada com o sentido de sancionaram.

Canção do Ver (fragmento)


1 Por viver muitos anos
dentro do mato
Moda ave
4 O menino pegou
um olhar de pássaro –
Contraiu visão fontana.
7 Por forma que ele enxergava

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as coisas
Por igual
10 como os pássaros enxergam.
As coisas todas inominadas.
Água não era ainda a palavra água.
13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.
As palavras eram livres de gramáticas e
Podiam ficar em qualquer posição.
16 Por forma que o menino podia inaugurar.
Podia dar às pedras costumes de flor.
Podia dar ao canto formato de sol.
19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a
[palavra abelha e entrar dentro dela.
Como se fosse infância da língua.
Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.

26. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) A respeito do vocabulário do texto


acima, assinale a opção incorreta.

a) “Moda” (v.3) significa conjunto de opiniões, gostos e apreciações


críticas, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por
determinado grupo humano em um dado momento histórico.
b) O sentido do vocábulo “Contraiu” (v.6) restringe as possibilidades
semânticas de “pegou” (v.4).
c) Na expressão “visão fontana” (v.6), o vocábulo sublinhado, adjetivo
derivado de fonte, foi metaforicamente empregado com sentido de
originário, gerador, causal, seminal.
d) Em “As palavras eram livres de gramáticas” (v.14), o vocábulo
sublinhado alude a regras gramaticais.

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e) O vocábulo “posição” (v.15) refere-se à sintaxe, entendida como


disposição harmoniosa de partes ou elementos da frase.

A diferença na linguagem

“Para os 1 gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na


arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos
acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam
4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.”
Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso
prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de
7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no
espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do
Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido
10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à
modulação da voz significa estar cego às modalidades do
sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a
13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da
desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas
também a indicação do estatuto que Rousseau confere à
16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição
entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre
presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que
19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos
signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à
Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento
22 essencialmente homogêneo.
Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

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27. (Cespe/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias do texto 3,


julgue (C ou E) o item a seguir.

A palavra “acentos” (l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que


“acento” (l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação.

28. (CESPE/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias e aos


aspectos gramaticais do texto, assinale a opção correta.

c) O uso recorrente de vocábulos pertencentes aos campos semânticos da


visão e da audição prejudica a coerência e a coesão do texto.

d) É a mesma a justificativa para o uso de inicial maiúscula em


“Gramático” (l.9) e em Gramática (l.21).

Receita – 96:924$985

1 No orçamento do ano passado houve supressão de


várias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto,
calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985.
4 E não empreguei rigores excessivos. Fiz apenas
isto: extingui favores largamente concedidos a pessoas que
não precisavam deles e pus termo às extorsões que afligiam
7 os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados,
escorchados, esbrugados pelos exatores.
(...)
Graciliano Ramos. 2.º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do
município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.
Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

29. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Considerando os


sentidos e aspectos gramaticais do texto, julgue a opção abaixo.

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A expressão explorados pelos cobradores de impostos, embora


menos enfática, é coerente com o sentido geral do trecho “ raspados,
escorchados, esbrugados pelos exatores” (l.7-8).

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GABARITO

1. Item errado 21. Item errado

2. Item certo 22. Item certo

3. Item certo 23. Item certo

4. Item certo 24. Item certo

5. Item certo 25. Item certo

6. Item certo 26. A

7. Item errado 27. Item certo

8. Item errado 28. Itens errados

9. Item errado 29. Item certo

10. Item certo

11. Item errado

12. Item errado

13. Item errado

14. Item errado

15. Item errado

16. Item errado

17. Item certo

18. Item errado

19. Item errado

20. Item errado

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