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Causas de HTA

Aproximadamente 80 a 95% dos hipertensos são diagnosticados como tendo hipertensão


essencial (primária ou idiopática). Este tipo de hipertensão tende a ser familiar e consequência
da interacção entre factores ambientais e genéticos.
Os restantes 5 a 20% apresentam hipertensão secundária, havendo um mecanismo específico
subjacente à elevação da pressão arterial. A história clínica, o exame físico, os exames
complementares de diagnóstico e a reposta à terapêutica anti-hipertensora permitem
suspeitar deste tipo de hipertensão, iniciando-se a investigação para sua confirmação.

Entre as causas mais frequentes de hipertensão secundária estão a(s):


 Renais (doenças parenquimatosas, quistos renais, uropatia obstrutiva, tumores renais)
 Renovasculares
 Supra-renais (Síndrome de Cushing, Aldosteronismo primário, Feocromocitoma, …)
 Endócrinas (doenças da tiróide e paratiróide)
 Coartação da Aorta
 Apneia do sono
 Fármacos (AINEs, contraceptivos orais, ciclosporina, eritropoietina, antidepressivos
triciclicos)
 Outras substâncias (cocaína, anfetaminas, excesso de sal, excesso de álcool)

A doença renal é a causa mais comum de hipertensão secundária, sendo que mais de 80% dos
doentes com insuficiência renal crónica apresentam hipertensão.
A hipertensão renovascular é causada pela obstrução de uma artéria renal, que ocorre
geralmente em dois grupos de doentes, aqueles que apresentam doença vascular
arteriosclerótica e os que apresentam doença fibromuscular. Estes últimos têm prognóstico
mais favorável, presumivelmente devido à idade mais jovem, duração mais curta da
hipertensão e doença menos sistémica.
A hipertensão está presente em 75 a 80% dos doentes com Síndrome de Cushing. O
mecanismo associado ao aumento tensional poderá estar relacionado com a estimulação dos
receptores mineralocorticóides pelo cortisol e, consequente, aumento da secreção de outros
esteróides supra-renais.
No aldosteronismo primário ocorre um aumento da produção de aldosterona, independente
do sistema renina-angiotensina, que promove a retenção de sódio, hipertensão, hipocaliemia e
baixa actividade da renina plasmática. A prevalência deste distúrbio varia entre os menos de
2% e os 15% dos indivíduos hipertensos.
O feocromocitoma é um tumor secretor de catecolaminas, localizado na medula supra-renal,
sendo responsável por aproximadamente 0,05% dos casos de hipertensão.
As doenças da tiróide e das paratiróides são distúrbios endócrinos que também podem elevar
os valores tensionais. O hipotiroidismo leva ao aumento da pressão diastólica, enquanto o
hipertiroidismo pode resultar em hipertensão sistólica.
A coartação da aorta é a causa cardiovascular congénita mais comum de hipertensão. A sua
incidência é de 1 a 8 por 1000 nados-vivos.
A apneia do sono tem adquirido uma importância crescente entre as causas de hipertensão.
Mais de 50% dos indivíduos com apneia do sono obstrutiva apresentam hipertensão.

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