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B – Tração / Compressão Puras

2.0 – TRAÇÃO/COMPRESSÃO PURAS


Neste capítulo estudaremos o comportamento das peças prismáticas (barras
retas) submetidas a um estado de tração (ou compressão) pura, onde o único esforço
solicitante presente é a força normal N.

2.1 – FORÇA NORMAL


A força normal N é a resultante dos esforços locais atuantes sobre a seção, na
direção que lhe é perpendicular (Fig. 2.1.1-a). Segundo a convenção de sinais
adotada, a tensão será (+) no caso de tração, e (-) no caso de compressão.
A Fig. 2.1.1-c apresenta, para a peça esquematizada em b, o diagrama de
esforços solicitantes que informa o valor da força normal em cada seção, em função
de sua posição na peça (o efeito do preso próprio foi levado em consideração).

N T1=30 kN N em kN 30

P1 = 5 kN
+

C1 = 20 kN C2 = 20 kN 15
25
N
_
P2 = 10 kN

25

(a) (b) (c)

Fig. 2.1.1 – Tração (ou compressão). Força Normal. Diagrama de Força Normal.

O caso comum de peças em equilíbrio, submetidas, única e exclusivamente, à


ação de apenas 2 forças, implica necessariamente em que essas duas forças sejam
diretamente opostas. Assim é que sistemas compostos de barras articuladas, com
cargas externas aplicadas nas articulações (nós) são estruturas (treliças) nas quais
seus elementos são submetidos, exclusivamente, à tração ou compressão.
Os métodos de determinação dos esforços nas barras de uma treliça são
apresentados nos cursos de Mecânica Geral (Isostática – método das seções e método
dos nós)

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P
P P
P/2 P/2

2P 2P
X
(a) (b)

Y
Z

Fig. 2.1.2 – Treliça Simples. a) método das Seções; b) método dos nós.

O conhecimento do sentido do esforço (se de tração ou compressão) é


fundamental levando-se em conta que, enquanto peças esbeltas de aço comprimidas
pelos topos correm o risco de uma instabilidade elástica (flambagem), por outro lado,
peças de concreto são pouco resistentes à tração (necessitando da presença de
armadura de aço).
Muitos são os exemplos de elementos estruturais que trabalham sob tração ou
compressão pura, como os pilares, os cabos flexíveis, parafusos, reservatórios sob
pressão, etc.

2.2 – TENSÃO NORMAL


Na determinação da distribuição das tensões normais ao longo dos pontos da
seção transversal de uma barra reta submetida a esforço normal, faremos a hipótese
simplificadora de que a seção reta permanece plana após a deformação (hipótese de
Bernoulli). Isto implica em que as deformações específicas ε das fibras longitudinais
da barra sejam uniformes e, levando em conta a proporcionalidade entre as tensões e
deformações (Lei de Hooke) para o regime elástico, conclui-se que as tensões se
distribuirão uniformemente ao longo dos diversos pontos da seção.

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B – Tração / Compressão Puras

dA

σ z

N
x

y
Fig. 2.2.1 – Tração ou Compressão. Tensão Normal no regime elástico.

Da definição de Força Normal, podemos escrever:

N = ∫ σ dA,
e como σ foi suposto constante, obtemos:

σ=N/A ................................ (2.2.1)

sendo a resultante N,desses esforços uniformemente distribuídos, aplicada no


centróide da área da seção, já que, sendo o momento fletor nulo nos casos de
tração/compressão pura (tanto em relação ao eixo y como ao eixo z), será correto
escrever:

∫ σ dA . y = M = 0 e ∫ σ dA . z = M
z y = 0, portanto,
∫ y dA = 0 e ∫ z dA = 0.
(os momentos estáticos serão nulos em relação a eixos que sejam baricêntricos)
A observação experimental confirma os resultados obtidos pela aplicação deste
modelo simplificado para o cálculo das tensões em seções suficientemente afastadas
dos pontos de aplicação das cargas externas (Princípio de Saint’Venant) ou em
regiões onde não haja descontinuidades bruscas nas dimensões da seção transversal
ao longo da barra (como furos, escalonamentos, etc), que provoquem concentração de
tensões.
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Como exemplo, analisaremos a estrutura esquematizada na Fig. 2.2.2 (aparelho
de carga) composto de uma barra de madeira AB, articulada em A e estaiada em B
por um tirante de aço BC, dimensionada para içar uma carga de 1,0 tonelada.

B
300
C d = 15 mm

70 x 70
mm2
1,00m

1 ton

A Na estrutura em análise (uma treliça simples), a


barra AB estará comprimida enquanto o tirante de aço
ficará tracionado.
Fig. 2.2.2 – Pau de Carga. A carga ativa de 1,00 tonelada, aplicada em B,
(correspondente a uma força de 9,81 kN), quando
Forças sobre o nó B () decomposta nas direções da barra e do tirante (atenção,
não confundir o conceito de componente com o de
16,99 kN projeção!) fornece os seguintes valores para os esforços
30° nos dois elementos da estrutura (em kN):

Nbarra = 2 x 9,81 = 19,62; Ntirante = 1,732 x 9,81 =16,99.


9,81 kN
19,62 kN Para as tensões obtemos:

σbarra = (19,62x103) / (70x70x10-6) = 4,00 MPa


σtirante = (16,99x103) / (π x 152 x 10-6 / 4) = 96,14 MPa

Se adotarmos como tensões limites os valores 230 MPa (tração) para o tirante de aço e 48
MPa (compressão) para a barra de madeira (Tabela 1), avaliaríamos os coeficientes de segurança
como sendo: (CS)aço = 230 / 96,14 = 2,39; (C/S)madeira = 48 / 4,00 = 12. Para a estrutura como um
todo, o coeficiente de segurança teria o valor 2,39 (obviamente o menor).
Na realidade, a barra de madeira comprimida, por ser longa e esbelta, poderá estar sujeita,
não só ao esmagamento do material (como calculado), mas também a uma instabilidade elástica
(flambagem). Como veremos adiante, a carga crítica para flambagem de uma barra articulada nas
extremidades, de seção quadrada de lado a, de comprimento l e módulo de elasticidade longitudinal
E é dada pela fórmula de Euler:
Pcrítico = π2 E a4 / 12 L2
No caso em análise Pcrítico = π x 13 x 109 x (0,070)4 / (12 x 22 ) = 64,18 kN
2

O (CS)flambagem valeria 64,18 / 19,62 = 3,3 (e não o valor 12, calculado para o esmagamento).

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O efeito do peso próprio no caso em análise (provocando flexão na barra) é
desprezível já que, tendo 2,0 m de comprimento e seção 70 x 70 mm2, com um
volume de 2 x 0,072 = 0,0098 m3, teria um peso de aproximadamente 6,8 kgf (66N)
(adotando uma densidade 0,69 – Tabela 1).
No caso de colunas de grande altura, o efeito do peso próprio deve ser levado
em conta.
A variação, tanto da força normal, como da área da seção, provoca
modificações no valor da tensão normal ao longo da coluna que são determinadas
pela análise estática da peça.
A Fig. 2.2.3 – “a” mostra o diagrama de tensões normais para uma coluna em
forma de tronco de cone. No topo, a tensão vale P0 / A0. Na base a tensão será dada
por:
σ = [P0 + ½ (A 0 + Ah)x h x γ] / Ah], sendo γ o peso específico do material.

P0 P0
A0 A0

x
N
A
h
h N + dN
dx

Ah

(a) (b)
Fig. 2.2.3 – a) Pilar em forma de tronco de cone. b) Pilar de igual resistência ( σ = constante = P0 / A0 )

A Fig. 2.2.3 – “b” indica o formato do chamado “pilar de igual resistência” (aquele no qual o
valor da tensão é uniforme ao longo da extensão do pilar).
O equilíbrio de forças agindo no elemento de espessura dx nos permite escrever:
N + γ A dx = N + dN e portanto, (dN / dx) = γ A. Como, por hipótese, σ = N/A é uma
constante (σ* ), dN = σ* dA e, portanto, (σ* dA / dx) = γ A. Separando as variáveis, teremos:
(dA / A) = γ dx, que integrada fornece: A = A0 eγ x = (P0 / A0) eγ x

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2.3 – DEFORMAÇÕES
A deformação elástica sofrida por uma barra reta tracionada ou comprimida
pode ser calculada, levando em conta a equação 1.6.7 aplicada a um elemento
infinitesimal, escrevendo-se:
ε = δ(dx) / dx = σ / E = N / E A,
Lo que fornece a variação da dimensão
dx representativa da distância entre
duas seções contíguas.
Portanto, no cálculo da
A elongação total (cumulativa) de
N uma barra reta submetida à
x tração/compressão teremos:
Lo

dx δL= ∫
0
(N / E A) dx ..........(2.3.1)

O conhecimento de como
variam N, A e E, em função da
posição x de cada seção, permitirá a
Fig. 2.3.1 – Elongação de uma barra reta determinação da elongação total
tracionada ou comprimida. através da integração definida para
os limites da extensão da barra.
No caso simples de barras de seção uniforme (A constante), submetida a uma
força normal N constante e constituída de um mesmo material, a equação 2.3.1 se
converte em δL = N Lo / E A = σ Lo / E.
Como um primeiro exemplo de aplicação, calculemos o deslocamento sofrido pela
extremidade B da barra do pau de carga da figura 2.2.2, sob a ação da carga de 1,0 tf.
0,793
A barra AB diminuirá seu comprimento em:
δLbarra = (19,62 x 103 x 2) / 13 x 109 x (70x70)x10-6 =
30° 0,0006160 m = 0,616 mm;
O tirante CB aumentará seu comprimento em:
δLtirante = (16,99 x 103 x 1,732)/ 210x109 (πx152x10-6/4) = =
δh
0,616 0,0007929 m = 0,793 mm.
Diante das pequenas deformações podemos supor a
manutenção da geometria quanto aos ângulos (por exemplo,
o de 30°) e escrever:
δh = 0,793 / tg30° + 0,616 / sen30º = 2,605 mm.

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O cálculo efetuado poderia ser desenvolvido por considerações de energia.
Realmente: o trabalho realizado pela força-peso da carga, ao deslocar seu
ponto de aplicação de uma distância δh, para baixo, ficará armazenado, sob a forma
de energia potencial elástica, nas peças deformadas (a barra comprimida e o tirante
tracionado).
Assim, pode-se escrever:
½ P x δh = ½ Nb2 Lb / Eb Ab + ½ Nt2 Lt / Et At
(o fator ½ que aparece nas três parcelas representa o fato de que as forças são
aplicadas estaticamente, crescendo linearmente, do valor zero até o seu valor final).
No caso: ½ 9,81 x 10 3 x δh =
= ½ (-19,62 x 10 3)2 x 2,0 / 13 x 109 x (70x70x10-6) + ½ (16,99 x 10 3)2 x 1,732 / 210x109x(π152x10-
3
/4)
e, δh = 2,605mm.

Deixa-se como exercício, demonstrar que,


para uma barra prismática, suspensa por uma das
extremidades e pendendo na vertical sob a ação de
seu próprio peso, a tensão máxima, ocorrente na
parte superior onde é fixada, independe das
dimensões da seção, sendo diretamente
proporcional a seu comprimento. Além disso, a
elongação total sofrida equivale à metade daquela a
lo que uma barra de mesmas dimensões sofreria se lhe
fosse aplicada uma força igual a seu peso na
extremidade livre.
Fica também como exercício calcular, por
integração, a elongação sofrida por uma barra em
forma de um cone (admitindo-se que seja uma peça
longa, de pequena conicidade, para a qual se
pudesse supor uniforme a distribuição das tensões
nos diversos pontos de cada seção).
δL
Fig. 2.3.2 – Ação do peso próprio (exemplos)

2.4 – PROBLEMAS ESTATICAMENTE INDETERMINADOS.


A possibilidade de se determinar as deformações sofridas pelas barras
carregadas axialmente permitirá a solução de problemas que, por redundância de
vinculação, se tornam hiperestáticos (ou seja, aqueles para os quais as equações da
Estática são numericamente insuficientes para a determinação dos esforços
vinculares).

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Assim é que, por exemplo, para a barra bi-engastada representada na Fig. 2.4.1,
a equação da Estática disponível nos fornece, tão somente:
R1 + R2 = P ......................................................
(a),
podendo-se presumir que o trecho (1) estará comprimido, e o trecho (2) tracionado.

P/2
R1 R2
A1 ; E1 A2 ; E2

P/2
L1 L2
+ R2

R1 -

Fig. 2.4.1 – Barra bi-engastada. Problema estaticamente indeterminado.

O levantamento da indeterminação pode ser feito das seguintes maneiras:


A) pela compatibilidade dos deslocamentos (deformações):
Como a manutenção da integridade da barra implica em que a diminuição do comprimento do
trecho (1) deva ser exatamente igual ao aumento do comprimento do trecho (2), poderemos
escrever:
R2 x L2 / E2 x A2 = R1 x L1 / E1 x A1
...........................................(b),

que, combinada com (a), forma um sistema que permite calcular os valores de R1 e R2.

B) pela superposição dos efeitos:


Supondo que o apoio da direita fosse retirado, a barra (1) ficaria submetida a um esforço de
compressão de valor P, diminuindo seu comprimento no valor P L1 / E1 A1. A barra (2) seria
arrastada, deslocando-se por translação, em igual valor. A força R2 necessária para tracionar a barra
(2), para que a sua extremidade da direita volte a tocar o apoio da direita (retornando ao status real),
seria:
R2 x L1 / E1 x A1 + R2 x L2 / E2 x A2 = P L1 / E1 A1
...........................(b’)
Nas duas alternativas para solução obteremos:
R1 = [E2 A2 L1 / (E2 A2 L1 + E1 A1 L2 )] P e R2 = [E1 A1 L2 / (E1 A1 L2 + E2 A2 L1 )] P
que, para o caso especial em que E1 = E2, L1 = L2 e A1 = A2, (simetria completa) se converte em R1
= R2 = P/2.
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Observação: inicialmente, pode parecer que a segunda maneira de raciocinar seja mais
complicada que a primeira. Isto realmente ocorre neste exemplo. Há casos, ao contrário, em que o
uso da superposição dos efeitos se mostra mais apropriado que o da compatibilidade de
deslocamentos.
Como segundo exemplo de aplicação, seja determinar as tensões de tração nos cabos de
sustentação da barra rígida ABC esquematizada na figura 2.4.2.
Solução
3,5m
As equações da Estática nos dão:

ΣFx = 0 (3/5) C = Ax
ΣFy = 0 Ay + B + (4/5) C = 12 (kN)
ΣMA = 0 12 x 3 =B x 2 + (4/5)Cx4 300mm2 200mm2
70GPa 210GPa
2,0m 12 kN
e, portanto, trata-se de um problema
hiperestático (o nº de incógnitas é maior
que o n° de equações da Estática A B C
disponíveis), podendo-se escrever:

B + 8C = 90 (kN) .................... (a)


2,0m 1,0m 1,0m
A suposição de que a barra ABC
permanece rígida enquanto os cabos de 3
sustentação se alongam, nos permite 5
1,2 kN 4
escrever (pela compatibilidade dos
pequenos deslocamentos ocorrentes):
Ax B C
δB/ 2 = δC / 4 e δC = 2 δB

Mas o deslocamento vertical do ponto B Ay


(δB) é a própria elongação do tirante B
(δLB) enquanto que o deslocamento vertical
da extremidade C da barra pode ser
decomposto: numa parte que alonga o δB δC
tirante C (o δLC) e outra que o faz girar.
Como, pelo ângulo de inclinação do cabo,
se tem (δLC = (4/5) δC, podemos escrever: δLC δC
2 δLB = (5/4) δLC e portanto:

2[(B x 2,0)/70x109 x 300x10-6 ] =


= (5/4)[ (C x 2,5)/210x109 x 200x10-6]. Fig. 2.4.2 – Barra rígida articulada em A e estaiada
por dois tirantes distintos, em B e C.
Obtem-se: C =2,56 B, o que, combinado com (a), nos permite calcular: B = 4,190 kN e C = 10,73
kN. Ax = (3/5) x 10,73 = 6,436 kN e Ay = - 0,774 kN e [A] = [(6,436)2 + (-0,774)2]1/2 = 6,48 kN
(força no pino A). As tensões pedidas valerão: σB = 4,19x103/300x10-6 = 14,0 MPa e σC = 10,73x103/200x10-6
= 53,7 MPa.

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2.5 – INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA – Tensões térmicas e de montagem.


Como é sabido, as dimensões dos corpos sofrem alterações em função da variação de
temperatura. A propriedade física que estabelece a relação de proporcionalidade, observada
experimentalmente, entre a variação da dimensão longitudinal de uma peça e a variação de
temperatura correspondente é denominada coeficiente de dilatação térmica linear
(α) , definido pela expressão: δLT = α Lo δT ..................... (2.5.1) sendo α medido em ºC-1.
A tabela 1 anteriormente apresentada relaciona os valores do coeficiente de dilatação
térmica dos materiais lá listados, destacando-se que, para o aço,
αaço = 12 x 10-6 °C-1.

O espaçamento entre os trilhos das ferrovias, ou entre os tabuleiros das pontes


rodoviárias, como também a colocação de juntas de expansão em canalizações de
instalações a vapor, são exemplos de providências adotadas na construção civil e mecânica
objetivando eliminar as chamadas tensões térmicas decorrentes de um impedimento para a
expansão dos materiais, decorrentes de variações de temperatura a que foram submetidos.
São também freqüentes os casos nos quais, para a montagem de peças com interferência
(como luvas em eixos, revestimentos, mancais etc) é provocada uma alteração de
temperatura para compatibilizar as dimensões e viabilizar o acoplamento das partes, após o
que, com o retorno à temperatura original, aparecem as chamadas tensões de montagem.

Exemplo 2.5.1 - Imagine uma barra reta, de comprimento Lo, área de seção Ao,
material com módulo de elasticidade longitudinal E e coeficiente de dilatação térmica α,
montada, sem interferência, em um reparo fixo, indeformável, com a mesma extensão Lo.
Suponha que tal peça, depois de montada, sofresse um acréscimo de temperatura δT. A
peça, impedida de se expandir, ficará submetida a esforços de compressão. A equação da
Estática disponível para a análise do caso apenas nos indicará que a força normal N que
comprime uma das extremidades será igual e oposta àquela que atua na outra. Trata-se de
um problema hiperestático. Supondo que a barra fosse liberada de seus vínculos e
submetida à uma variação de temperatura δT, aumentaria seu
comprimento em δLT = α Lo δT. Supondo agora que a barra
dilatada fosse comprimida mecanicamente pelas extremidades, de
forma a retornar a seu comprimento original, teríamos:
δLM = N Lo / E Ao , o que permitiria refazer a montagem.
Igualando as elongações (térmica e mecânica) obtemos: σ = N/A
N δLT = α E δT (independe das dimensões da barra). Uma peça de aço,
N impedida de se deformar e sofrendo um acréscimo de 100°C,
apresentará tensões térmicas de valor = 12 x 10-6 x 210x109 x 100
L0 = 252 x 106 N/m2 = 252 MPa (ver tabela 1~tensão de
escoamento).
Fig- 2.5.1 - Exemplo. Tensões térmicas

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Parafuso de
Tubo de
Exemplo 2.5.2 Alumínio Latão
D=18mm
O parafuso de Latão (E = 105 GPa e α = φ = 10
20 x 10-6 ºC-1) é colocado dentro de um
d=12
tubo de alumínio (E = 70 GPa e α = 24 x
10-6 ºC-1) com as dimensões assinaladas e
montado sem tensões prévias.
Calcule as tensões normais
despertadas no parafuso e no tubo
considerando:
a) que se dê um acréscimo de 160ºC na
temperatura do conjunto; 400 mm
b) que se dê um aperto à porca (passo = 2mm),
com um quarto de volta; Porca Arruela
c) que as duas condições anteriores sejam Passo = 2 mm
promovidas concomitantemente.
Fig. 2.5.2 – Tensões térmicas e de montagem

Solução – (a) Ao ser promovido o acréscimo de 160°C na temperatura do conjunto, as duas peças
terão tendência a aumentar seus comprimentos. Se estivessem livres para se expandir, ao final,
ficariam com seus comprimentos diferentes (Ltubo > Lparafuso ). Para a montagem, o tubo ficará
comprimido enquanto o parafuso tracionado. O princípio da ação e reação, combinado com o
equilíbrio de forças nas arruelas, implicará em que a força normal N de compressão no tubo será
igual à força normal N de tração no parafuso (como se vê, trata-se de um problema hiperestático). O
levantamento da indeterminação será feito pela análise da compatibilidade de deslocamentos
(deformações).

δLTtubo A figura ao lado mostra que tal compatibilidade de


deslocamentos fica configurada no fato de que, ao
δLTparaf final, os comprimentos das duas peças serão iguais,
podendo-se escrever:
[(δL)Térmico]parafuso + [(δL)Mecânico]parafuso =
= [(δL)Térmico]Tubo - [(δL)Mecânico]Tubo.
Portanto:
20x10-6 x0,4x160 + N(0,4)/105x109x(π/4)(10)2x10-6=
= 24x10-6x0,4x160 – N(0,4)/70x109x(π/4)(182-122)x10-6
e N = 2.879N. As tensões pedidas valerão:
σTubo = 2.879/(π/4)(182 – 122)x10-6 = 20,4 MPa (C)
δLMparaf σParaf = 2.879/(π/4)(10)2x10-6 = 36,7 MPa (T)
δLMtubo
(b) – Imaginando que o aperto dado à porca fosse feito com o tubo desmontado, o comprimento do
parafuso seria reduzido de (1/4) x 2 = 0,5mm. Para a montagem, o parafuso teria que ser tracionado,
enquanto o tubo comprimido (como no caso anterior). Da mesma forma poderemos escrever:
[δLparafuso]tração+ [δLTubo]compressão = 0,5 mm e

N(0,4)/105x109x(π/4)(10)2 x10-6 + N(0,4)/70x109x(π/4)(182–122)x10-6 = 0,5 x 10-3.


N = 5.623N; σTubo = 5623/(π/4)(182 – 122)x10-6 = 39,8 MPa (C) σParaf = 5623/(π/4)(10)2x10-6 = 71,7 MPa (T)
(c) – Por simples superposição dos efeitos teremos: σTubo = 60,2 MPa(C) e : σParafuso = 108 MPa(T)

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2.6 – MATERIAL ELASTO-PLÁSTICO
Comumente utilizados na construção mecânica, os materiais dúteis (como os
aços de baixo teor de carbono), quando ensaiados, comportam-se inicialmente de
maneira elástica (além de manter relação linear entre tensão e deformação) para em
seguida sofrer a plastificação e escoar, mantendo praticamente constante a tensão
enquanto a deformação prossegue crescente até a ruína.

σ Um modelo matemático que se ajusta a tal


σescoamento comportamento seria o dado pelas equações:

σ = E ε ............. para ε ≤ εescoamento


σ = σescoamento .... para ε ≥ εescoamento

Fig. 2.7.1 – Material elasto-plástico.


ε

Na solução de problemas hiperestáticos envolvendo tal tipo de material, não se


sabendo a priori se ocorreu a plastificação, admite-se que o comportamento é elástico
e, computando-se a tensão correspondente, será ela comparada com a tensão de
escoamento para verificar a validade da suposição. Se σ calulado > σ escoamento , conclui-
se que haverá a plastificação, ficando conhecida a tensão (e a força normal),
levantando a indeterminação hiperestática.
Exemplo 2.7.1 – Para a estrutura
esquematizada na figura,
determine as tensões normais nas
hastes A e B considerando:

a) que a barra A (liga de


alumínio – elástica, E = 70 GPa,
Folga
σproporc = 390MPa) tem Área = 0,08mm 250mm
1.200mm2; B
b) que a barra B (aço elasto-
P =180kN
plástico, E = 210 GPa e σescoam = A
200 MPa) tem Área = 1.500 mm2;

c) que a viga CD é rígida. D


C
d) que, antes da aplicação da
força P, existe uma folga de 0,08
mm na conexão entre a barra A e
a viga CD. 150 100 75

(Obs.: verifique se o limite


elástico das hastes é atingido)
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180 A B
δA δB D
Solução: analisando as forças atuantes na viga
CD e tomando momentos em relação ao apoio
em D podemos escrever: C
180 x 325 = A x 175 + B x 75, ou seja:
7 A + 3 B = 2.340 (kN) ......... (a) 150 100 75

A rigidez da viga CD permite estabelecer uma relação linear entre os pequenos deslocamentos
verticais sofridos por seus pontos de contato com as barras verticais A e B, de sorte que:
δA / 175 = δB / 75 , ou seja: δA = (7/3) δB.

Ocorre que o deslocamento δB é a deformação δLB da barra B, enquanto o deslocamento δA é a


deformação δLA da barra A acrescida da folga de 0,08mm. Portanto podemos escrever, de 2.3.1
que estabelece a relação δL = N Lo / E A (admitindo que ambas as barras trabalhem na fase
elástica):
-3 9 -6 9 -6
0,08 x 10 + A (0,250) / 70 x 10 x 1200 x 10 = (7/3) B (0,250) / 210 x 10 x 1500 x 10 ,
que se reduz a: 80 + 2,9761 A = 1,8517 B (A e B em kN) ................................................... (b).

Combinando (a) e (b) obtemos:


A = 187,1 kN e B = 343, 4 kN. Calculando as tensões normais teremos:
σA = 187,1 x 103 / 1200 x 10-6 = 155,8 MPa; e σB = 343,4 x 103 / 1500 x 10-6 = 228,9 MPa

Este valor é incompatível com a hipótese feita já que supera a tensão de escoamento
200MPa.

Portanto, ocorrerá a plastificação da barra de aço B, ficando a tensão determinada no


valor σB = 200 MPa, e a correspondente força normal no valor B = 200x106 x 1500x10 –6
=300kN,
Sendo levantada a indeterminação, podemos tirar de (a) que A = 205,7 kN.
Finalmente, teremos: σA = 205,7 x 103 / 1200 x 10-6 = 171,4 MPa (< 390 MPa,
compatível com a hipótese de que a barra A trabalha no regime elástico).
Na posição final da viga teremos: δLA = σA L/E = 171,4 x 106 x 0,250 / 70 x 109 =
0,6121x10 m, enquanto δA = δLA + folga = (0,6121 + 0,08) x 10 m = 0,6921 mm. Portanto, δB =
-3 -3

(3/7) δA = 0,2966mm.
O deslocamento vertical da extremidade C da viga é tal que δC = (325/75) δB =
1,2854 mm.

Se considerarmos que a força P, após atingir seu valor final (180kN), fosse diminuída até alcançar o
valor zero, concluiríamos que a barra B, por ter sofrido a plastificação, ficaria com uma deformação
longitudinal remanescente, o que provocaria tensões residuais. Tais tensões seriam calculadas
lembrando que, ao ser descarregada a força B que provocou a plastificação da barra, a relação tensão
x deformação retorna a ser linear (com a mesma taxa da fase elástica).

41
B – Tração / Compressão Puras
Assim, quando a força na barra B atinge o valor zero
(com uma deformação residual), a força em A ainda é
de tração, sendo o valor de P tal que Px375 = Ax175.
Continuando o valor de P a decrescer até zero, a
força A diminuirá de valor, passando a barra B a ficar
comprimida. Quando P = 0 teremos: Ax175 = Bx75; A B
como δA = (7/3) δB, permanece válida a equação (b), δA δB D
sendo : 80 + 2,9761 A = 1,8517 B (A e B em kN). P=0
C
Portanto, tiramos A = 59,5 kN e B = 138,8 kN.
As tensões residuais valerão:
σA = 39,7 MPa (T); σB= 116 MPa (C); 150 100 75

2.7 – RESERVATÓRIOS DE PAREDE FINA SOB PRESSÃO


O cálculo de tensões normais em vasos de parede fina que armazenam ou transportam
fluidos sob pressão é de simples realização, desde que se possa admitir simetria
circunferencial para a atuação da pressão (caso de gases e caso de líquidos em reservatórios
cilíndricos com eixo na posição vertical) como também uma distribuição uniforme dessas
tensões ao longo da pequena extensão da parede do reservatório (menor que 10% do raio de
curvatura da casca).
Analisando o equilíbrio dos esforços atuantes nos elementos indicados na Fig. 2.6.1
podemos determinar os valores das componentes de tensão normal (circunferencial e
longitudinal), para o caso mais comum de um reservatório cilíndrico de raio R e parede de
espessura e (menor que R/10).

σc
σL

P σL
σc P
σL
σc fluido
σc
P σL σL
σc fluido R
(b)

P
e σc σc
(a)
Fig. 2.6.1 – Tensões Circunferencial e Longitudinal em reservatórios cilíndricos de parede fina sob pressão p
(pressão manométrica – diferença entre a pressão absoluta do fluido pabs e a pressão do meio externo patm).
42
B – Tração / Compressão Puras
O equilíbrio das forças atuantes no corpo livre representado na Fig. 2.6.1 (a)
(metade do cilindro, secionado por um plano longitudinal, com extensão L, incluindo
o fluido em seu interior) permite escrever:
p x (2R x L) = 2σc x e x L , portanto σc = pR/e
σc = pd/2e
ou seja, .............................................................................................(2.6.1)

O equilíbrio das forças atuantes no corpo livre representado na Fig. 2.6.1 (b) (parte do
tubo, fechado na outra extremidade e secionado por um plano transversal, incluindo o
fluido) permite escrever:
P x π R2 = σL x 2πR x e (já que e << R) e então σL = pR/2e
σL = pd/4e
ou seja, ............................................................................................... (2.6.2)

Para o caso de um reservatório esférico, a tensão circunferencial será a mesma


em todas as direções e seu valor será igual àquele correspondente à tensão
longitudinal presente em um reservatório cilíndrico de mesmo diâmetro e espessura
de parede, sob a mesma pressão (a dedução seria idêntica, utilizando a Fig. 2.6.1 b).
Esta é a razão de se utilizar reservatórios esféricos para gases em alta pressão, já que
a tensão na casca será a metade daquela correspondente a um reservatório cilíndrico
de mesmas proporções.
Exemplo 2.6.1 – O reservatório cilíndrico da figura, de tampas hemisféricas, com
diâmetro interno D = 1,00m, comprimento L = 3,00m, é fabricado em chapa de aço (E =
200 GPa, ν = 0,300 e σescoamento = 250 MPa), com espessura e = 2mm. Pede-se determinar:
a) a pressão admissível (em atmosferas) para o reservatório, supondo um coeficiente de
segurança 2,5 para a tensão normal, com relação ao escoamento, e
b) os acréscimos do diâmetro D e da dimensão L, devido às deformações do
reservatório.
e P

43
B – Tração / Compressão Puras
NOTA – 1 atmosfera = 105 N/m2 = 100 kPa (~ 1,0 kgf/cm2 ~ 14,7 lbf/pol2 ~ 14,7 psi)
Solução - A maior tensão normal de tração na chapa do reservatório ocorrerá em seu corpo
cilíndrico, na direção circunferencial e terá para valor admissível:
σadm = σesc / C.S. = 250 x 106 / 2,5 = 100MPa = pD/2e = p (1,0)/2(0,002) = 100x106 e
então, .............. p = 4 x 105 = 4 atmosferas (resposta a).
Quanto às deformações, verifica-se que a tensão circunferencial provocará um
aumento do perímetro do recipiente (e, portanto, de seu diâmetro) que será, em parte,
diminuído pelo efeito lateral (Poisson) decorrente do aumento da dimensão longitudinal L,
em decorrência da tensão longitudinal. As tensões circunferencial e longitudinal no corpo
cilíndrico valerão:
σc = pD/2e = 100MPa e σL = pD/4e = 50 MPa
Portanto, à luz da Lei de Hooke Generalizada, podemos escrever:
εc = (1/E) [ σc - ν σL ] = (1/200x109) [ 100 – 0,3 (50) ] x 106 = 0,425 x 10-3
δD = εc x D = 0,425 x 10-3 x (1,0 m) = 0,425 mm (resposta b).
εL = (1/E) [ σL - ν σc ] = (1/200x109) [ 50 – 0,3 (100) ] x 106 = 0,100 x 10-3
δL = εL x L = 0,100 x 10-3 x (3,0 m) = 0,300 mm (resposta b).
OBS.: (o efeito da pressão, como uma terceira tensão σ3 = -p, agindo na parede interna do duto, no sentido de
diminuir a espessura, é desprezivel, como também sua influência na variação das outras dimensões).
Exemplo 2 .6.2 - O eixo maciço de aço (Eaço = 3,0mm
210 GPa e αaço = 12 x 10-6 °C-1), com diâmetro de 150,1
150,1 mm, vai ser encamisado por uma bronzina mm
(Ebronze = 100 GPa e αbronze = 17 x 10-6 °C-1 ) com
diâmetro interno de 150,0mm e espessura 3,0
mm. Para a montagem é dado um acréscimo de 150
temperatura δT à camisa e, após o resfriamento mm
do conjunto até a temperatura ambiente, a peça
ficará montada com interferência. Pede-se
determinar:
(a) o acréscimo δT mínimo para permitir a
montagem;
(b) a tensão circunferencial despertada na
camisa após restabelecido o equilíbrio térmico.
Solução – a) O aumento de diâmetro da luva, necessário para a montagem, será alcançado através de
uma deformação circunferencial, aumentando o perímetro (πd), pelo efeito da dilatação térmica.
Assim, δd = α do δT, e portanto, δT = δd / α do = 0,1 / 150 x 17 x 10-6 = 39,2ºC. (Resp. a)
b) Ao ser resfriado o conjunto, retornando à temperatura ambiente, a luva ficará com uma tensão
circunferencial σc = pd / 2e = E εc = 100 x 109 x (0,1)/(150) = p (150) / 2 x 3, de onde se tira:
p = 2,667 MPa. Portanto: σc = 2,667 x 150 / 2 x 3 = 66,7 MPa (valor que, pela Tabela 1,
corresponderia a um coeficiente de segurança igual a 2,1, com relação ao escoamento) (Resp. b)
O efeito da pressão p sobre o eixo maciço provocaria uma diminuição em seu diâmetro, que não foi
considerada nos cálculos, porque é desprezível em presença da interferência entre as dimensões.
Realmente, ε3 = (1/E)[(-p) - ν(-p)] = (1/E) (1 - ν)(-p) = (1/210x109)(1 – 0,3)(-2,667x106) =8,889 x 10-9, o
que daria uma diminuição de diâmetro da ordem de 150 x 8,889 x 10-9 = 0,00133 mm.

44
B – Tração / Compressão Puras

O caso geral de reservatórios de parede fina, com dupla curvatura,


satisfazendo às hipóteses simplificadoras de simetria circunferencial para a
pressão e uniformidade na distribuição da tensão ao longo da espessura da
parede, é tratado através da equação de Laplace:

(σ1 / R1) + (σ2 / R2)= (p/e)


..............................................................(2.6.3)

σ1 σ2
ds1
σ1 σ1
e ds2 ds1
p ds2
σ2
σ2 p σ2 σ1
R1 dϕ1 R2
dϕ2

Fig. 2.6.2 – Cascas de parede fina com dupla curvatura. Equação de Laplace.

O equilíbrio de forças agindo no sentido da normal ao elemento da casca (ds1 x ds2) fornece:

p x ds1 x ds2 = 2(σ1 x ds2 x e) sen(dϕ1/2) + 2(σ2 x ds1 x e) sen(dϕ2/2) .

Como ds1 = R1 dϕ1 e ds2 = R2 dϕ2; sen(dϕ) ∼ (dϕ), tem-se:


p R1 R2 = σ1 R2 e + σ2 R1 e, que nos leva à (2.6.3)

O caso particular de uma casca esférica (R1 = R2 = R) nos permite obter o


valor para a tensão circunferencial (uniforme para todas as direções) como sendo
σc = pR/2e. Já nos casos de cascas cilíndricas ou cônicas (onde R2  ∞), tem-se
σc = pR/e. A outra componente da tensão será determinada analisando-se o
equilíbrio de forças atuantes numa seção transversal do duto.

45
B – Tração / Compressão Puras
Exemplo 2.6.3 – Um recipiente em forma de um
toróide (como uma câmara para pneu), com espessura
e na parede e os raios R e r indicados na figura, é
submetido a uma pressão interna p . Pede-se
R determinar o valor da maior tensão normal na parede
r do recipiente, indicando o ponto onde ela ocorre.
Solução: Analisaremos os pontos A, B e C mostrados,
através do equilíbrio de esforços atuantes nas partes do
e duto correspondentes, assinaladas nas figuras abaixo:

A A
p p
C

A σc σc

B p B B p

σc σc
Para o PONTO A, o equilíbrio das forças verticais no corpo livre
esquematizado fornece:
σc x 2 π (R + r) e = p π [(R + r)2 – R2 ]; portanto, σc = (pr/2e)[(2R+r)/(R+r)].
Levando em (2.6.3), obtem-se: σL = pr/2e.
Para o PONTO B, tem-se, analogamente:
σc x 2 π (R - r) e = p π [(R)2 - (R - r)2]; portanto, σc = (pr/2e)[(2R-r)/(R-r)].
Levando em (2.5), obtem-se, da mesma forma, σL = pr/2e.
Convém realçar que o valor da tensão longitudinal é o mesmo para todos os pontos da
parede, conclusão a que se pode chegar analisando o equilíbrio de forças atuantes em um setor
infinitesimal em qualquer posição no duto, escrevendo:
σL x e x r dθ = p x ½ (r dθ) r ⇒ σL = pr/2e.
No PONTO C, teremos, de (2.6.3): (σc / r) + (σL / ∞ ) = p/e ∴
σc = (pr/2e).
r σL Como para R>r, (2R-r)/(R-r) < (2R+r)/(R+r), conclui-se que B é o
dθ ponto crítico do toro, pela maior tensão circunferencial atuante:
p
σc = (pr/2e)[(2R-r)/(R-r)]. Note que, para R→∞, σc = (pr/e) e para
R→ r, σc →∞.

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