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Debate entre as Teorias

Texto I – The false premise of International Institutions – John J.


Mearsheimer

Instituição – conjunto de regras nas quais os Estados se apóiam


Realidade: O SI é marcado pela lógica da competição entre os Estados, e é
baseado nos seguintes elementos:
a) anarquia
b) capacidade militar de cada Estado
c) incerteza e desconfiança dos Estados
d) os Estados visam a sobrevivência
e) os Estados pensam estrategicamente

Padrões de comportamento
1°- Os Estados se temem no SI
2°- Os Estados buscam garantias de sobrevivência
3°- Os Estados buscam maximizar poder

A cooperação não é facilitada devido a dois fatores:


1- Ganhos relativos
2- Trapaça

Crítica ao Institucionalismo Liberal


(O SI é divido no âmbito da segurança e no âmbito econômico. A trapaça
impede a cooperação)
- Essa teoria é insuficiente no âmbito da economia política internacional, ao
qual ela se restringe
- Ignora-se os ganhos relativos
- O âmbito econômico afeta significativamente o âmbito da segurança (e vice-e-
versa)
- Não há distinção técnica entre armas de ataque e armas de defesa

Crítica à Segurança Coletiva


- Não há distinção clara entre agressores e vítimas
- A teoria assume que toda agressão é errada. Porém, as vezes, ela de fato
não é.
- Amizade histórica e ideológica entre Estados
- Como se distribuem os custos de guerra?
- O Sistema de Segurança Coletiva pode transformar conflitos locais em
globais (ex: Intervenção norte-americana no Afeganistão pelo decorrido no 11
de Setembro causou repercussões em Londres, Madri e Bali)
- Contradição: o uso da força é condenável, porém é necessário para coibir seu
próprio uso.
- Os Estados podem decidir não interferir em conflitos (ex: Zona de exclusão
aérea na Líbia – Brasil se abstém, pois nossa diplomacia visa esgotar todas as
outras maneiras de resolver conflitos antes do intervencionismo)
Crítica à Teoria Crítica
- Para essa teoria, as idéias são essenciais para moldar a história. A mudança
é dada por meio do discurso.
- Porém o discurso não é determinante (não altera a realidade), é reflexo da
matéria. A Teoria não explica como alguns discursos tornam-se dominantes e
outros se perdem no plano das idéias.
- A teoria Crítica não prevê o futuro.
- Não possui suporte histórico.

Texto II – The promise of Institucionalist Theory – Robert Keohane e Lisa


Martin

Tese: Algumas vezes, as instituições são importantes para a coordenação dos


Estados. Elas permitem uma implementação mais efetiva e de maneira mais
fácil
Os Estados não mostram claramente suas intenções, interesses e
referências. Esse impasse seria reduzido com o aumento do fluxo de
informações entre eles e com a criação de instituições legítimas que
aumentariam a transparência nas relações internacionais e contribuiriam para
diminuir a incerteza que caracteriza o ambiente anárquico. Seriam criadas
condições para a coordenação de estratégias que beneficiem o conjunto por
meio da cooperação. O controle do cumprimento dos compromissos, por meio
de mecanismos institucionais de monitoramento, reduz os riscos de trapaça,
criando condições para que os Estados adotem estratégias cooperativas. Além
disso, mecanismos criados para penalizar os Estados que não cumprem
acordos aumentam o custo das estratégias não cooperativas. A existência de
regras e procedimentos aumenta a previsibilidade das relações internacionais
e, conseqüentemente, a segurança internacional.

Texto III – The false premise of Realism – John Gerard Ruggie

Apresenta os casos nos quais os presidentes americanos tomaram


decisões diferentes das decisões convergentes com a ótica realista e os efeitos
positivos dessas tomadas de decisão. (ex: ONU institucionalizada; apoio à
unificação Européia).
O autor não se preocupa se o motivo da institucionalização é realista,
pois ele considera que a instituição AGE segundo o liberalismo. Ele questiona o
argumento realista de que as instituições só existem por causa do predomínio
dos valores norte-americanos, afirmando que elas fazem parte de uma
estratégia política, econômica e social.

Texto IV – Constructing International Politics – Alexander Wendt

Para Wendt, Mearsheimer generalize a Teoria Crítica e a considera


individualista, porém ela é estruturalista. Ele comete erros confundindo
descrição e explicação.
Mearsheimer considera significativo que na anarquia, os Estados não
podem ser estar certos de que os outros não atacarão. No entanto, mesmo na
sociedade doméstica, não se pode ter certeza de segurança quando estamos
andando na rua. Não há garantias na vida, doméstica ou internacional, mas o
fato de que na anarquia a guerra é possível não quer dizer que “a qualquer
momento ela possa acontecer”. Na verdade, é bastante improvável que ela
ocorra, como podemos notar na maioria das interações hoje em dia.
Possibilidade não é a probabilidade.

Texto V – A Realist Reply – John J. Mearsheimer

As instituições são instrumentos que os Estados utilizam para afirmar


seus interesses. Elas obedecem a lógica realista. (ex: OTAN)
Críticas:
-à Ruggie: Tal autor se utiliza de expoentes realistas para assentar sua
discussão.
-à Keohane e Lisa Martin: “as instituições importam porque elas existem”. Os
Estados investem nas instituições porque elas são instrumentos sólidos para o
exercício de seu poder e conquista de seus objetivos.
Teoria ainda nova: pressuposto fraco.
-à Wendt: a essência das teorias da Teoria Crítica é a mesma: política mundial
como algo socialmente construído. Não há evidência de que as instituições
possam alterar o comportamento dos Estados e, de fato, ocasionar a paz.

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